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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CAMPUS CACHOEIRA DO SUL


CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E MECÂNICA
FÍSICA IV
PROFESSOR FÁBIO BECK

RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO LABORATÓRIO:


DETERMINAÇÃO DA TENSÃO DE CORTE E DA CONSTANTE DE PLANCK

ACADÊMICOS:

AQUILES DA SILVA SCHAUENBERG


HENRIQUE ALFONSO PRIEBE
KATHYELLE MELO DA SILVEIRA
MIRÉLI BINDER VENDRUSCOLO
LEONARDO ZANELA BREUNIG

Cachoeira do Sul, 26 de novembro de 2018.


SUMÁRIO

1. TÍTULO.................................................................................................................... 3

2. OBJETIVO............................................................................................................... 3

3. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3

4. MATERIAL NECESSÁRIO ...................................................................................... 4

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ...................................................................... 4

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 7

7. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 11

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1. TÍTULO

Determinação da tensão de Corte e da constante de Planck.

2. OBJETIVO

Encontrar o valor da constante de Planck através da tensão de corte (V0)


calculada com dados experimentais.

3. INTRODUÇÃO

A física quântica trata do estudo de átomos, moléculas, sólidos, núcleos,


partículas e do mundo microscópico em geral. Dentre suas várias leis, equações e
constantes, está a constante de Planck. Segundo EISBERG (1974), Max Planck
introduziu essa constante no ano de 1900, em seu artigo que tentava explicar as
propriedades observadas da radiação térmica.
A constante de Planck rapidamente passou a ser utilizada por outros físicos e
cientistas. Em 1905, Einstein propôs que a radiação eletromagnética (luz) é
quantizada, o que hoje recebe o nome de fóton. Uma grandeza é quantizada quando
múltiplos inteiros de uma quantidade elementar são encontrados em algumas
grandezas físicas. A quantidade elementar associada à grandeza é chamada de
quantum. O conceito de quantum de luz, ou fóton, é muito mais sutil e misterioso,
sendo até hoje mal compreendido.
Segundo Einstein, um quantum de luz de frequência 𝑓 tem uma energia dada
por:
𝐸 = ℎ𝑓 (𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑓ó𝑡𝑜𝑛)

Onde ℎ é a constante de Planck, e equivale a


ℎ = 6,63 × 10−34 𝐽 ∙ 𝑠 = 4,14 × 10−15 𝑒𝑉 ∙ 𝑠.

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Uma onda luminosa de frequência 𝑓 pode possuir a energia de um único fóton
ℎ𝑓, que seria a menor energia adquirida. Se a onda possui uma energia maior, esta
deve ser múltiplo inteiro de ℎ𝑓.
Einstein propôs ainda que, sempre que a luz é absorvida ou emitida por um
corpo, a absorção ou emissão acorre nos átomos do corpo. Quando um fóton de
frequência 𝑓 é absorvido por um átomo, a energia ℎ𝑓 do fóton é transferida da luz para
o átomo, um evento de absorção que envolve a aniquilação de um fóton. Quando um
fóton de frequência 𝑓 é emitido por um átomo, uma energia ℎ𝑓 é transferida do átomo
para a luz, um evento de emissão que envolve a criação de um fóton. Isso significa
que os átomos de um corpo têm a capacidade de emitir e absorver fótons.
Em 1916, Einstein ampliou o conceito de quantum de luz (fóton), ao propor que
um quantum de luz possui um momento linear, que é dado por:
ℎ𝑓 ℎ
𝑝= = ( 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑓ó𝑡𝑜𝑛)
𝑐 λ

Assim, quando um fóton interage com a matéria, há uma transferência de


energia e momento, como se a interação entre o fóton e uma partícula de matéria
pudesse ser considerada uma colisão clássica.

4. MATERIAL NECESSÁRIO

• 1 conjunto de Planck por luminescência;


• 1 fonte de alimentação;
• 2 multímetros;
• Cabos flexíveis para conexões;

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Iniciou-se o experimento com as conexões e ajuste da fonte de tensão para


4VCC. Em seguida foi ligada somente a chave do LED 1 - azul - (Figura 1) e variou-se
a tensão manual e lentamente. Quando a corrente apresentou um valor inicial, variou-

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se esta em intervalos de 1mA. Para cada valor corrente aplicada mediu-se a diferença
de potencial, e armazenou-se os resultados de maneira tabelada, o que é apresentado
na seção Resultados e Discussão.

Figura 1 – Experimento com LED azul.

Fonte: Autores.

Na sequência do experimento, com os dados adquiridos plotou-se um gráfico


de corrente (i) versus tensão (V) no software Excel®, e assim, através de regressão
linear, determinou-se a tensão de corte 𝑉0 para o LED 1. Uma reta de regressão foi
ajustada aos pontos, e prolongada até tocar o eixo da tensão, indicando o valor de 𝑉0.
As equações de regressão linear utilizadas são:
𝑉 = 𝐴(𝑖) + 𝐵 (5.1)

𝑛
∑𝑖=1(𝑋𝑖 − 𝑋̅)(𝑌𝑖 − 𝑌̅)
𝐴= 𝑛 (5.2)
∑𝑖=1(𝑋𝑖 − 𝑋̅)²

𝐵 = 𝑌̅ − 𝐴𝑋̅ (5.3)

Onde 𝑋 e 𝑌 representam, respectivamente, os valores de corrente (em mA) e tensão


(em V) coletados durante o experimento.
Portanto, após obter o valor da tensão de corte 𝑉0, utilizou-se a seguinte
equação para determinar a constante de Planck:
𝑉0 ∙ 𝑒 ∙ 𝜆 (5.4)
ℎ=
𝑐
5
Onde ℎ representa a constante de Planck, 𝑒 a carga elementar, 𝜆 o comprimento de
onda, e 𝑐 a velocidade da luz no vácuo. Adquiriu-se os comprimentos de conda
referentes às cores dos LEDs utilizados. Azul: 𝜆 = 470 𝑛𝑚, verde: 𝜆 = 568 𝑛𝑚.
O procedimento descrito até então foi repetido com o LED 2 – verde – (Figura
2), obtendo-se um segundo valor para a constante de Planck. Visando maior precisão,
calculou-se o valor médio dos resultados obtidos através dos dois LEDs (azul e verde)
para a constante.

Figura 2 – Experimento com LED verde.

Fonte: Autores.

Também foi plotado um gráfico da diferença de potencial (𝑑. 𝑑. 𝑝) de corte em


função da frequência (𝑓), para determinação de um segundo valor da constante de
Planck, através da média entre as frequências e entre as tensões de corte. A
frequência de uma onda eletromagnética é dada por:
𝜆
𝑓= (5.5)
𝑐

Substituindo (5.5) na equação (5.4), obtém-se


𝑉0 𝑒
ℎ= (5.6)
𝑓

Que foi utilizada para calcular um segundo valor para a constante de Planck.
Comparou-se este com o primeiro valor obtido através da equação (5.4).

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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

No primeiro experimento, encontrou-se experimentalmente uma tensão de


corte de 2,4V para o LED azul, e a partir dessa tensão, como já mencionado, realizou-
se medições a cada 1mA de incremento na corrente. Os resultados estão
apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 – Corrente e Tensão LED azul.


LED Azul
Corrente (mA) Tensão (V)
1 2,68
2 2,73
3 2,76
4 2,79
5 2,81
6 2,83
7 2,84
8 2,86
Fonte: Autores.

Já no segundo experimento, para o LED verde, a tensão de corte medida foi de


1,64V, e realizou-se novamente as medições de tensão de acordo com a variação da
corrente, conforme anteriormente. Os resultados encontram-se na Tabela 2.

Tabela 2 – Corrente e Tensão LED verde.


LED Verde
Corrente (mA) Tensão (V)
1 1,84
2 1,87
3 1,9
4 1,92
5 1,94
6 1,95
7 1,97
8 1,98
9 2
Fonte: Autores.

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A partir da tabela 1, construiu-se o Gráfico 1 a seguir, que relaciona a tensão
de corte 𝑉0 e a corrente 𝑖. A reta ajustada aos pontos foi obtida através de regressão
linear por meio do método dos mínimos quadrados, utilizando as equações (5.1 – 5.3).
Prolongando essa reta até o eixo da tensão, encontrou-se a tensão de corte 𝑉0, que
nesse caso foi aproximadamente 2,67 𝑉, próxima do valor obtido experimentalmente
de 2,4 𝑉, considerando os erros de medição e demais erros presentes em um processo
experimental pouco controlado. Portanto, utilizando a equação (5.4) obteve-se como
valor da constante de Planck para o LED azul: 𝜆 = 6,7263 × 10−34 𝐽 ∙ 𝑠.

Gráfico 1 – Corrente versus Tensão LED azul.

LED Azul
2,9
V = 0,024285714(i) + 2,678214286

2,85
Tensão (V)

2,8

2,75

2,7

2,65
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Corrente (mA)

Fonte: Autores.

Já a partir da Tabela 2 construiu-se o Gráfico 2, que também relaciona a tensão


de corte 𝑉0 e a corrente 𝑖, mas agora para o LED verde. Prolongando a nova reta de
regressão obtida para o novo conjunto de dados, até ponto de corrente zero, verificou-
se uma tensão de corte 𝑖 de 1,83 𝑉, próxima do valor obtido experimentalmente de
1,64 𝑉, novamente considerando os erros de medição, já que o processo utilizado para
obter a tensão de corte não foi preciso. Então, novamente pela equação (5.4), obteve-
se como valor da constante de Planck para o LED verde: 𝜆 = 5,5695 × 10−34 𝐽 ∙ 𝑠. A
média entre os dois valores obtidos é, portanto: 𝜆 = 6,1479 × 10−34 𝐽 ∙ 𝑠

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Gráfico 2 - Corrente versus Tensão LED verde.

LED Verde
2,02
2 V = 0,019 (i) + 1,835
1,98
1,96
Tensão (V)

1,94
1,92
1,9
1,88
1,86
1,84
1,82
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Corrente (mA)

Fonte: Autores.

O comportamento da constante de Planck pode ser verificado relacionando-se


as tensões de corte 𝑉0 e as frequências 𝑓 de cada um dos LEDs. No Gráfico 3 a seguir,
para ambas as frequências, a constante se manteve com valores muito próximos do
teórico, estando na mesma grandeza em todos os pontos da reta, e com uma pequena
diferença no valor que pode ser atribuído novamente aos erros de medição.

Gráfico 3 – Tensão de corte versus frequência.

Fonte: Autores.
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Prolongando-se a reta até o eixo da frequência, obtém-se a frequência de corte,
é a partir dessa frequência que os elétrons são liberados. Quando a frequência da luz
for menor que a frequência de corte, os elétrons não são ejetados, independentemente
da intensidade dessa luz. Como a energia de um fóton é dada por
𝐸 = ℎ𝑓, quanto maior a frequência da luz, maior a energia cinética dos elétrons
liberados.
Calculou-se a média entre os valores das tensões de corte 𝑉0 e das frequências
𝑓, para cada um dos, conforme apresentado no Gráfico 3, e obteve-se:
𝑉̅0 = 2,2566 𝑉
e
𝑓 ̅ = 5,825 × 1014 𝐻𝑧.
Portanto, aplicando a equação (5.6), chegou-se a
ℎ = 6,2062 × 10−34 𝐽. 𝑠.

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7. CONCLUSÕES

A experiência foi realizada com os LED’s de comprimentos de ondas diferentes


para melhorar a precisão dos resultados. Usou-se o LED azul e verde por escolha dos
próprios autores, uma vez que não foi realizado com mais outros por falta de tempo
disponível, mas estes foram suficientemente eficazes para ser determinada a
constante de Planck, contando com o auxílio de softwares para a montagem de
gráficos. Levando em consideração os erros de precisão dos materiais utilizados e as
casas decimais calculadas, os resultados encontrados foram bastante satisfatórios e
se aproximaram daqueles encontrados na literatura, com valor obtido por último, pelo
segundo método, aproximando-se mais, mostrando uma maior exatidão do método
que leva as frequências em consideração.

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8. BIBLIOGRAFIA

EISBERG, R., RESNICK, R. Física Quântica – Átomos, Moléculas, Sólidos,


Núcleos e Partículas. Elsevier Editora, Rio de Janeiro;

FÍSICA NO COTIDIANO. Lei de Planck. 2012. Disponível em: <


http://fisicanodiaadia.blogspot.com/2012/02/lei-de-planck.html>. Acesso em: 26 nov.
2018.

HALLIDAY, D R. Resnick, K. Krane – Fundamentos de Física – Vol.4, 9ª Edição LTC


Editora - (2014);

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