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DEPARTAMENTO DE ELECTRÓNICA E TELECOMUNICAÇÕES

LICENCIATURA EM ENG. ELECTRÓNICA E TELECOMUNICAÇÕES


ANO 2002/2003

REDE DE INFRAVERMELHOS A ALTA


VELOCIDADE

RESUMO DOS DOCUMENTOS

Realizado por :

Pedro Nuno Lopes Palmela n.º mec.: 17474


António Afonso Rodrigues n.º mec.: 18774

PROJECTO 2002/2003

Data de entrega : 23/10/2002


INTRODUÇÃO
A transmissão de informações através do espectro infravermelho (“infrared”,
IR, ou ainda IV) é nossa velha conhecida. Quando se usa o controle remoto para
mudar o canal da TV ou mudar a faixa do “CD-player”, na maioria das vezes
estamos utilizando a tecnologia de raios infravermelhos. Como este tipo de
transmissão de dados é feita pelo ar, ou seja, não necessita de fios ou cabos, ela é
muito prática.
Actualmente as duas tecnologias de suporte ás redes de área local sem fios,
mais utilizadas: são a rádio frequência e os infravermelhos. Apesar de distintas,
estas duas tecnologias possuem potencialidades semelhantes. Na realidade as
diferenças entre as duas tecnologias são basicamente impostas pelos seus
transdutores e pelas características de ruído do canal de transmissão. A operação
da camada física Infravermelho transforma a representação binária dos sinais em
um sinal de luz infravermelho adequado para transmissão. A camada física
Infravermelho opera usando transmissão não-direccionada. Dessa forma não há
necessidade de se direccionar o transmissor com o receptor. Por causa disso o
Infravermelho é utilizado principalmente em ambientes fechados (“indoor”) já que ele
utiliza o tecto e as paredes como reflectores de sinal. Por causa do uso do tecto
como ponto de reflexão, os aparelhos de infravermelho que obedeçam o padrão
802.11 possuem um pequeno raio de acção. Tipicamente o raio de acção varia entre
10 a 20m, dependendo da altura do tecto.
A camada física Infravermelho transmite seu sinal perto da luz visível (850-
950nm) com um nível máximo de potência igual a 2W de energia óptica de pico. Por
causa da frequência de transmissão relativamente alta, não há restrições quanto ao
uso da frequência.
A título de curiosidade, convêm referir que, as primeiras interfaces para
transmissão de dados através do infravermelho surgiram para comunicar as
calculadoras HP com suas mini-impressoras. Disponibilidade operacional de 99.9%

DESENVOLVIMENTOS NA ÁREA DE INFRAVERMELHO

• estabelecimento de redes locais com múltiplas estações base;


• transmissão serial, comunicação entre telefones celulares
• taxas de transmissão adaptativas;
• utilização de técnicas de diversidade angular na recepção do sinal
• velocidades de transmissão superiores a 10Mbps
• utilização de tecnologias mistas que envolvem rádio frequência e
infravermelhos
• aparecimento de tecnologias híbridas de cabo e sem fios
• caracterização do canal de transmissão óptico e do ruído ambiente;
• novos transdutores optoelectrónicos;
• protocolos para redes de transmissão sem fios, mais eficientes;

INFRAVERMELHO RÁDIO FREQUÊNCIA


Espectro não sujeita a qualquer Grande ocupação do seu espectro de
regulamentação frequências, por um elevado número de
equipamentos
Não necessita de licenciamento prévio Necessita de licenciamento prévio para
para utilizar dispositivos com esta
utilizar dispositivos com esta tecnologia
tecnologia.

Estrutura relativamente mais simples Aumenta a complexidade e consequente


(baseado na amplitude). Baratos e de elevado custo dos sistemas
fácil implementação
são absorvidos pelos objectos escuros, Propagam-se com facilidade através de
difusamente reflectidos pelos objectos paredes
claros e direccionalmente reflectidos
pelos espelhos. penetra nos vidros mas
não nas paredes
Coexistência de células vizinhas sem Interferência em células vizinhas,
que haja interferência entre si. Confinada
facilidade de intercepção
a espaços fechados

Informação circula totalmente protegida Confinar a informação a uma pequena


contra a escuta e interferência
área geográfica é extremamente difícil

A interferência electromagnética não é Muito vulneráveis a interferência


um factor importante para a degradação electromagnética

O esvanecimento multipercurso não é Sofre de degradação pela dispersão


uma interferência muito preocupante multipercurso

Influenciados pelas condições Pouco influenciados pelas condições


climatéricas climatéricas
Ofereçam alcances, comparativamente Ofereçam alcances, comparativamente
mais pequenos superiores
Detecção do sinal é feita com base na Detecção do sinal é feita com na
amplitude do sinal óptico frequência ou fase deste
Indicado para comunicações com altas Indicada nos casos de redes de grandes
taxas de transmissão, solução de custo distâncias e grandes volumes de
efectivo satisfazendo os requerimentos tráfego.
crescentes de banda para redes de alta
performance.

TÉCNICA DE MODULAÇÂO NOS INFRAVERMELHOS

O Infravermelho transmite os dados binários a 1 ou 2 Mbps, usando um tipo


de modulação específico para cada uma das taxas de transmissão. Para operação a
1Mbps, o Infravermelho usa modulação 16-PPM (Pulse Position Modulation).
A ideia do PPM é variar a posição de um pulso para representar símbolos
binários diferentes. Como já foi dito, o ruído interfere na amplitude do sinal, não na
fase. Portanto, o uso de PPM reduz potencialmente a interferência do sinal
transmitido.

CARACTERISTICAS COMUM RÁDIO FREQUÊNCIA/INFRAVERMELHO

Tanto em sistemas rádio como em sistemas por infravermelhos, a largura de


banda é limitada pela dispersão multipercurso, pelo esvanecimento multipercurso
(no caso da tecnologia de rádio frequência), pelos transdutores e pelas normas

MODELOS DE PROPAGAÇÃO DA RADIAÇÃO INFRAVERMELHA

• múltiplas reflexões proposto por Barry


• reflexão única proposto por Gfeller
• propagação em linha-de-vista
• de propagação isotrópica

TRANSMISSÂO EM MEIO FÍSICO

Feita utilizando dispositivos optoelectrónicos:

LED (“Light Emiting Diode”)


normalmente utilizados em ambientes “indoor”
LASER.
mais apropriados para utilização “outdoor”
PRINCIPAIS TÉCNICAS DE TRANSMISSÃO PARA A PROPAGAÇÃO DA
RADIAÇÃO INFRAVERMELHA
• transmissão ponto-a-ponto (ou directiva)
• transmissão quasi-difusa
• transmissão difusa
A transmissão de sinal por infravermelhos em espaço livre, ao nível da camada
física, é baseada na modulação de intensidade e na detecção directa, tal como na
transmissão de sinal por fibra óptica.

ARQUITECTURA DE REDES SEM FIOS 802.11


CARACTERISTICAS E FUNCIONAMENTO DO IEEE 802.11

Este é um padrão para redes sem fio, permitia transmissões a apenas 1 Mbps,
enquanto o padrão actual

• Camada MAC de comunicação


• Recebe do LLC –( Logic Link Control) – um conjunto de dados (MSDU –MAC
Service Data Unit)
• Envia para o nível físico o MPDU – ( MAC Control Data Unit) = Cabeçalho
contendo informações de controle + MSDU
• A princípio as camadas superiores são responsáveis pela segurança
• Aspectos delicados em relação á segurança levam esta responsabilidade ao
MAC
• Necessita de compatibilidade com níveis superiores já desenvolvidos
(TCP/IP)
• Três modos de funcionamento:
Redes IBSS – Independent Basic Service Set – Rede ad hoc
Estações independentes
Criada de maneira espontânea
Período de tempo determinado
Área de abrangência pequena
Redes BSS – Basic Service Set
Rede da Infra-estruturas
Conjunto de BSS interconectadas por um Sistema Distribuído
Os dispositivos identificam tudo como uma grande rede
A interligação pode ser feita via rede “Wire”
Redes ESS – Extended Service Set
O DS deve disponibilizar funções de mobilidade (Migração de
dispositivos entre Access Point (“Roaming”)
Mobilidade = Novos desafios para roteamento e segurança
Aspectos de QoS = Aumento de complexidade
BLUETOOTH

O Bluetooth é uma tecnologia de transmissão de dados via sinais de rádio de


alta frequência, entre dispositivos electrónicos próximos. A distância ideal é no
máximo 10 metros e a distância máxima é de 100 metros, atingida apenas em
situações ideais. Um dos trunfos é o facto dos transmissores serem baratos e
pequenos o suficiente para serem incluídos em praticamente qualquer tipo de
dispositivo, começando por notebooks, celulares e micros de mão, passando depois
para micros de mesa, mouses, teclados, joysticks, fones de ouvido, etc. A maior
ameaça para a popularização do Bluetooth são os transmissores 802.11b, outra
tecnologia de rede sem fio que transmite a 11 Mbits (contra 1 megabit no Bluetooth)
e tem um alcance maior. O 802.11b é voltado para redes sem fios e é um padrão
mais caro, embora os preços estejam caindo para patamares próximos aos do
Bluetooth.
• Conexão de aparelhos em fios em áreas pequenas
• Capacidade para 7 dispositivos em ligação BSS
• Direccionado para PAN (“Personal Area NetWork”)

IEEE 802. 11b

Esta é a tecnologia de rede sem fio mais popular actualmente. O 802.11b


opera na faixa dos 2.4 GHz e permite transferências de dados a 11 Mbits, uma
velocidade semelhante à das redes Ethernet de 10 Mbits.
A topologia das redes 802.11b é semelhante à das redes de par trançado,
com um Hub central. A diferença no caso é que simplesmente não existem os fios .
Existem tanto placas PC-Card, que podem ser utilizadas em notebooks e em alguns
handhelds quanto placas para micros de mesa. O Hub é chamado de ponto de
acesso, e tem a mesma função que desempenha nas redes Ethernet: retransmitir as
transmissões de forma que todos os micros da rede as recebem.
Existe a possibilidade de conectar um ponto de acesso 802.11b a uma rede
Ethernet já existente, unindo as duas redes. Para isto, bastaria conectar o ponto de
acesso ao hub Ethernet, usando um cabo de par trançado, possibilidade oferecida
pela maioria dos pontos de acesso
IEEE 802.11a

O 802.11a utiliza a faixa de frequência de 5 GHz, em oposição ao 802.11b e


ao 8902.11g, que utilizam a faixa dos 2.4 GHz. A faixa dos 5 GHz é mais "limpa"
pois não existe a interferência potencial com aparelhos de microondas, nem com
outras arquitecturas de rede, como o Bluetooth, o que pode, em casos extremos,
diminuir perceptivelmente a velocidade das transferências. Graças à frequência mais
alta, o IEEE 802.11a também é quase cinco vezes mais rápido, atingindo
respeitáveis 54 Mbits. O grande problema é que o padrão também é mais caro.
É de se esperar então que as redes de 11 Mbits continuem se popularizando
no mercado doméstico, enquanto as de 54 Mbits ganhem terreno no mercado
corporativo. Apesar do "a" no nome, este padrão é mais recente que o 802.11b.

REDES LOCAIS SEM FIOS IEEE 802.11

Uma rede sem fio (Wireless) é tipicamente uma extensão de uma rede local
(Local Area Network - LAN) convencional com fio, criando-se o conceito de rede
local sem fio (Wireless Local Area Network - WLAN). Uma WLAN converte pacotes
de dados em onda de rádio ou infravermelho e os envia para outros dispositivos sem
fio ou para um ponto de acesso que serve como uma conexão para uma LAN com
fio.
“Uma rede sem fio é um sistema que interliga vários equipamentos fixos ou
móveis utilizando o ar como meio de transmissão”[IEEE 802.11a].
A Figura 1.1 ilustra uma rede sem fio conectada por um ponto de acesso
(AP) a uma rede convencional com fio

Figura 1.1- Conexão de uma rede sem fio com uma convencional com fio

O IEEE constituiu um grupo chamado de Wireless Local-Area Networks


Standard Working Group, com a finalidade de criar padrões para redes sem fio,
definindo um nível físico para redes onde as transmissões são realizadas na
frequência de rádio ou infravermelho, e um protocolo de controle de acesso ao meio,
o DFWMAC (Distributed Foundation Wireless MAC). Esse padrão é denominado de
Projeto IEEE 802.11 e tem, entre outras, as seguintes premissas: suportar diversos
canais; sobrepor diversas redes na mesma área de canal; apresentar robustez com
relação a interferência; possuir mecanismos para evitar nós escondidos; oferecer
privacidade e controle de acesso ao meio.

TRANSMISSÂO EM REDES LOCAIS SEM FIOS (WLAN)

O Padrão IEEE 802.11 trata da tecnologia sem fio enfocando as redes locais
sem fio (WLAN). Essas redes basicamente utilizam radio-frequência para a
transmissão de dados, através de duas técnicas conhecidas como DSSS (Direct
Sequence Spread Spectrum) e FHSS (Frequency Hopping Spread Spectrum),
codificando dados e modulando sinais de modos diferentes para equilibrar
velocidade, distância e capacidade de transmissão. A escolha da técnica DSSS ou
FHSS dependerá de vários factores relacionados com a aplicação dos usuários e o
ambiente onde a rede operará.
Outras formas de transmissão também podem ser usadas em redes locais
sem fio, como a transmissão em infravermelho, por exemplo. Mas transmissões com
infravermelho não atravessam certos tipos de materiais, apesar de poder enviar
mais dados do que a transmissão com radio-frequência. Com isso, a transmissão
através de radio-frequência acaba sendo o padrão adoptado nas transmissões
WLAN.
Para a transmissão em radio-frequência são usadas as técnicas DSSS e
FHSS. Essas técnicas transmitem os quadros de dados enviando-os por vários
canais disponíveis dentro de uma frequência, ao invés de usar um único canal,
possibilitando, dessa forma, a transmissão simultânea de vários quadros. A técnica
DSSS distribui o sinal em cima de uma gama extensiva da faixa de frequência e
reorganiza os pacotes no receptor. A técnica FHSS envia segmentos curtos de
dados que são transmitidos através de frequências específicas, controlando o fluxo
com o receptor, que negocia velocidades menores comparadas às velocidades
oferecidas pela técnica DSSS, mas menos susceptíveis a interferências. O padrão
802.11 usa as duas técnicas, enquanto que outras tecnologias, como o HomeRF e
Bluetooth, usam apenas a técnica FHSS, que é mais eficiente para ambientes que
possuem outros tráficos de rádio, como áreas públicas abertas, por exemplo. As
WLANs baseadas em radio-frequência usam as faixas de frequência ISM (Industrial
- Scientific - Medical), que assumem frequências de 900MHz, 2.4GHz e 5GHz.
Quanto maior a frequência maior é a quantidade de informação que um dispositivo
pode enviar num canal. As primeiras WLANs operavam na frequência de 900MHz,
atingindo uma taxa de 256Kbps. O padrão IEEE 802.11 aumentou a taxa de
transmissão para 1Mbps, usando a técnica FHSS, e posteriormente para 2Mbps,
usando a técnica DSSS, trabalhando na frequência de 2.4GHz. A maioria das
empresas optou pela técnica DSSS porque oferece frequências mais altas do que a
FHSS.

CONCLUSÃO

O crescimento das redes de computadores tem sido uma realidade e vem


acontecendo de forma muito rápida. As formas de acesso a dados também têm
mudado radicalmente, em que transações que antes eram feitas de formas fixas e
centralizadas, hoje podem ser feitas de formas móveis e distribuídas. A cultura de
utilização da informação também vem recebendo novas filosofias da era digital.
A propensão é que no futuro próximo, as redes de longa distância que são
usadas para transporte de grande quantidade de dados, sejam construídas com a
tecnologia de fibra óptica, devido às inúmeras vantagens que esse meio de
comunicação oferece: largura de banda, imunidade a interferências, altíssima
velocidade, alcance de grandes distâncias, etc.
Não é só isso. Uma outra tendência é que os dispositivos computacionais e
domésticos usados em ambientes locais (residências, empresas, etc.) sejam sem
fio.
A rede local de computadores sem fio é um exemplo de que essa realidade já
faz parte do avanço tecnológico. Por isso que o IEEE tem investido no
melhoramento da tecnologia sem fio, para impulsionar a tecnologia e permitir que
empresas projectem, construam e comercializem componentes para a comunicação
sem fio.
Baseado nesse pensamento, teremos sem dúvida, uma adopção crescente a
sistemas sem fio no contexto das redes locais, substituindo gradativamente as redes
tradicionais cabeadas, para que no futuro tenhamos transmissões locais totalmente
sem fio.

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