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12
Antonio Fon
Expediente
Direção Geral
Pei Fang Fon
Fotografia
Pei Fang Fon
Yzza Albuquerque
Revisão
Yzza Albuquerque
Capa
Lucas Marques
Pei Fang Fon
Equipe
Daniel Lima
Jonas Sutareli
Lucas Marques
Pei Fang Fon
Renato Tiengo
Yzza Albuquerque
Contato
Email: contato@rockmeeting.net
Orkut: Revista Rock Meeting
Twitter: http://twitter.com/rockmeeting
B em, cá estamos nós, em plena era do achavam que Heavy Metal era uma fase da
fim do CD, da fluidez musical, insistindo adolescência, que, como muitas coisas na
em colecionar música, camisetas, ir a vida, iria passar. Realmente, aquele tempo
shows em lugares “apertados” e sem infra- em que eu podia dedicar quase tudo em
estrutura, enfim; no tempo dos descartes, minha vida ao Heavy Metal passou, mas
continuamos a colecionar música. Mas, deixou suas marcas.
sou fã de Heavy Metal, e como tal, aprendi O sentimento de camaradagem, a
uma coisa que continuará comigo para descoberta do prazer de dedicar-se ao
o resto de meus dias: sou dono do meu mundo da música. Isso não é romantismo
tempo, pelo menos até que o famigerado desconectado do mundo. É um romantismo,
ceifador exija que se pague o preço. It´s sim, mas consciente de que ao comprar
heaven and hell. Mas até lá, quero ouvir a o ingresso de um show, ou os álbuns de
música que quiser sem maiores pressões, minha banda preferida, eu ajudo a mover
quero ser guiado por minha paixão pelo as engrenagens do mercado da música.
Rock. Com o Metal, aprendi que não Mas qual é o problema? Quero que minhas
preciso dedicar-me às modas da música bandas preferidas possam viver de suas
Pop. músicas. Quero que a
C o l e c i o n o cena local se fortaleça e
conhecimento musical, pois que muitas bandas de fora
não basta simplesmente possam aportar suas turnês
ouvir música. Escuto (mesmo que pequenas) em
música como um relojoeiro Maceió. Negócio e música
dedica-se ao mecanismo de boa qualidade devem
dos mais antigos relógios: andar juntos.
com paixão! Meus pais
02 Rock Meeting
A existência da cena de Metal depende de sua independência
musical e de sua profissionalização. Fazer a Rock Meeting exige de
suas editoras dedicação , abnegação de quem se dedica ao Rock,
mas isso também implica sacrifícios. Por isso vos digo, jovens
guerreiros, não confundam amor pela música com miséria. Dignidade
no underground significa exigir boas aparelhagens de som, bons
instrumentos, lugares legais para os shows, e isso não surge sem
profissionalismo, característica de qualquer grande música para além
dos gêneros musicais.
Por isso, do alto de minha pilha de álbuns (de minhas coleções
do Black Sabbath e Paradise Lost, aos últimos lançamentos do
Amorphis e Anathema), com a respiração embargada pelo tempo e
pelo álcool, eu vos saúdo, afinal como dizia aquela velha banda, de
lendários roqueiros: “For Those About Rock, We Salute You”.
Espero que os jovens passem por cima de minha geração,
exijam mais, cada vez mais, lembrando que no negócio da música,
manter sua paixão por um gênero musical que já foi diagnosticado
como moribundo, acabado e fora de moda, é manter vivas as nossas
possibilidades de escolha para além dos cartões postais e estereótipos
que abundam por essas praias.
Ozzy Osbourne: Slayer: Kerry King
participação toca “Rattlehead”
no WOA 2011 com Megadeth
confirmada em show
04 Rock Meeting
Primal Fear: Gorgoroth:
datas da banda anuncia
turnê na novo álbum
América
do Sul A banda de
anunciadas Black Metal Gorgoroth
anunciou recentemente
Os alemães do Primal Fear agendaram um novo álbum, que
as seguintes datas para sua turnê sul-americana, será lançado em 2011 pela Regain Records. Ele
em fevereiro de 2011: ainda não tem título.
22/02 - Lima, Peru Também está sendo concluída, durante as
24/02 - La Paz, Bolívia sessões de gravação do novo disco, uma
25/02 - Buenos Aires, Argentina regravação do terceiro álbum da banda, “Under
26/02 - Rio de Janeiro, Brasil the Sign of Hell”, que será lançado no mesmo
27/02 - São Paulo, Brasil ano.
Foo Fighters: novo álbum, novo seis. No último um mês e meio, gravamos
show, e ainda por cima, um filme na minha garagem, num sistema analógico,
totalmente ‘old school’”, contou Grohl. “Todas
Em entrevista ao as músicas são barulhentas, não
programa do radialista Zane tem nenhum violão acústico”,
Lowe, da rádio britânica BBC 1, completou. O vocalista também
no dia 25 deste mês, o vocalista afirmou estar com saudades dos
do Foo Fighters, Dave Grohl, outros integrantes: “Os últimos
anunciou que o grupo já está dois anos e meio foram muito
gravando um novo disco, e legais, mas estava sentindo
revelou que a banda já tem falta de tocar com eles”. Outra
dois shows agendados na novidade sobre o Foo Fighters é
Inglaterra para junho de 2011. a ideia de rodar um filme sobre
A informação é do site Terra. a banda. “Já temos um diretor”,
“Já temos sete músicas prontas revelou Grohl.
e vamos fazer mais cinco ou
05 Rock Meeting
GORESLAVE & ANDRALLS EM ARACAJU
Diário de bordo
Goreslave NA ESTRADA
Por Messias Júnior
06 Rock Meeting
muitos não puderam ir por conta de seus trabalhos, o “rock maneiro”. Para minha surpresa, não tive
era também véspera de eleição... Problemas e espaço para montar todo o set, e tive que limar
realidades não muito diferentes entre as capitais. alguns pratos e estantes. Não fomos surpresa
Organizar eventos é sempre uma roleta-russa. para a maioria, pois já nos conheciam, inclusive
Bem legal o espaço, amplo, aparelhagem de som cantando algumas de nossas músicas mais antigas,
muito boa. Só a altura do palco não nos favoreceu. o que nos deixou bastante felizes. Um destaque
Particularmente para nós, que temos uma formação para esse dia foi mesmo o calor, impressionante
em trio, e com um baterista/vocalista. Mas nada e muito forte, mesmo estando a metros da praia.
que impeça de fazermos algumas cabeças se Derretemos literalmente no palco. O público
movimentarem... mas quase ninguém vê que é o de Aracaju é sempre insano. Curtem o estilo e
baterista que canta... aprontam diversas rodas durante o show. Fizemos
Reencontramos lá grandes amigos e amigas que um apanhado de músicas, mesclando faixas novas
fizemos nas três vezes em que tocamos lá. Depois com antigas, mais os covers que sempre gostamos
de uma boa espera, a primeira banda da noite, de fazer. É um show a parte, e uma homenagem os
Irrisório, sobe ao palco abrindo o show. O som nossos “professores”: Tocar um Cannibal Corpse
dos caras é bem pesado, e bastante agressivo. ou um Morbid Angel é sempre uma alegria a parte
Enquanto isso, encho minhas garrafas de “suco para quem nos vê.
gummi” (mentira, somente água...) e me posiciono 50 minutos depois, saímos do palco com a
com minhas tralhas ao lado do palco. Já estou sensação de dever cumprido, e prontos para
ficando com trauma de palcos altos. Toda vez eu descansar. Muitos e muitos litros de H2OH e
necessariamente preciso cair ou tropeçar em algum isotônicos pra segurar o calor. Depois vem a pior
deles. Se ele tem mais de um metro de altura, já parte: desmontar e guardar tudo. Na próxima
fico nervoso. encarnação, quero vir flautista, gaitista, ou alguém
Pratos travados, cabos conferidos, pedais que toque apito, reco-reco... algo que caiba nos
encaixados, tudo afinado... hora de subir e fazer bolsos, de preferência.
Depois sobe ao palco a Sign Of
Hate, banda de Death Metal de
Sergipe. Sempre competentes,
fizeram um show bastante
pesado, com musicas bem
rápidas e técnicas. Fábio e sua
trupe mantém a chama do
metal extremo acesa. Já bem
conhecidos do público, notou-
se uma clara interação entre
banda e público. Brutal e rápido,
como sempre, cada dia mais
entrosados, a banda melhora
cada vez mais.
Chega o momento do Andralls
subir ao palco. Acompanhei a
passagem de som dos caras, e
dali já tinha visto que a porradaria
seria grande. Os anos de estrada
fizeram muito bem ao trio, que
executa o que eles chama de
“Fasthrash”: um Thrash Metal
muito rápido, direto, sem firulas.
Chega o momento do Andralls
subir ao palco. Acompanhei a
passagem de som dos caras, e
dali já tinha visto que a porradaria
seria grande. Os anos de estrada
fizeram muito bem ao trio, que
executa o que eles chama de
“fasthrash”: um Thrash Metal
muito rápido, direto, sem firulas.
O vocalista tem uma ótima
presença de palco, e a interação
entre eles e o público era muito
boa. Um influencia clara de
Sepultura das antigas e muito da
cena alemã. Cerca de 1 hora de
show depois, e muitos pescoços
destruídos, o evento acaba.
Parabéns ao Andralls, pela
atitude, humildade, mostrando
como se faz um Thrash Metal
ignorantemente direto e com
qualidade.
O dia já estava amanhecendo
quando finalmente achamos
uma pousada interessante pra
ficar. Daí foi dormir, acordar, e
pegar a estrada de volta. Quase
600km percorridos, em pouco
mais de 24 horas. Chegando em
Maceió, de volta a realidade, ao
trabalho...
E aos puxões de orelha do chefe.
Polisensitividade,
positividade e
rock
Jonas Sutareli (@sutareli | Misturando essas vibes, o ForFun forma seu
jonas@rockmeeting.net) som. Na capital alagoana, numa casa de shows
Fotos: IZP (Flickr For Fun) à beira da praia, a banda não decepcionou os fãs
que foram prestigiar o grupo.
09 Rock Meeting
Quando a maioria já tinha adentrado no recinto, a banda Belt sobe ao
palco com seu Hardcore misturado com MPB. Tocando músicas autorais, a
Belt fez um show consistente e legal. Encerraram com um cover de “Bem-
vindo ao Clube”, da aclamada banda de Hardcore, Dead Fish. O público, que
curtia muito Dead Fish, pediu bis. Todavia, não foi possível, justamente por
conta dos atrasos e da hora corrida.
Após a Belt, sobe ao palco a atração pernambucana Bon Vivant. Com
um Rock mais popular, uma pegada mais ao estilo Los Hermanos, a Bon
Vivant mostrou que tem um público aqui e agitou a galera em seu show.
Em seguida, a banda De$lucro sobe para fazer sua apresentação. A banda
tem um excelente público na cidade, é bastante conhecida, toca apenas
músicas autorais e fez um bom show. Músicas bem executadas, as canções
agradaram ao público, que cantou praticamente todas elas músicas junto
com a banda.
Depois de muita espera, após todas essas atrações, sobe ao palco o
Forfun. A banda interagiu com o público, que correspondeu satisfatoriamente.
Executando a maioria das músicas do disco “Polisenso”, além do hit “História
de Verão” e a primeira faixa do disco “Teoria Dinâmica Gastativa”, o Forfun
fez um show consistente, bem executado, relativamente longo e agitado.
Além de tudo, homenagearam Bob Marley e o alagoano Djavan, tocando
um cover de cada, além de dedicar a música “Sigo o Som” para Heloísa
Helena.
No saldo geral, Forfun foi bastante satisfatório, alegre e agitado. Quem
gosta da banda e foi prestigiá-los, não se arrependeu nem um pouco por
ter ido.
10 Rock Meeting
MIA DOLCE VENDETTA
CAPA
14 Rock Meeting
show, foi só aguardar a diversidade de opiniões,
para que pudéssemos melhorar o nosso som
cada vez mais.
Carlos - O primeiro show foi no Banga Metal Fest,
evento que o Igor e o Saulo organizaram. Foi um
show curto - nosso set ainda era pequeno, na
época -, mas o público nos recebeu muito bem.
O show foi bastante enérgico, a repercussão foi
muito boa e logo apareceram vários convites
para outros eventos.
16 Rock Meeting
Vocês curtem algum estilo musical
fora do Rock/Metal? O que mais
vocês ouvem?
Saulo - Com certeza! Curto muito Rap, Pop,
Samba... Não tenho a cabeça fechada.
Dentro do Rock, curto bastante Grunge,
Hardcore, Power pop...
Diogo - Sim, a maioria dos integrantes escuta
Rock e Metal, mas dois ou três integrantes
escutam desde a música clássica ao Fusion.
Carlos - Ouço muitas coisas diferentes: música
experimental, Eletrônica Industrial, curto muito
Johnny Cash, Joe Strummer (The Clash),
Depeche Mode, Nine Inch Nails...
Qual seria o top 5 das músicas que mais representam os integrantes da MDV?
Saulo - Para mim:
Suicide Silence – “The Price of Beauty”
Waking the Cadaver – “Blood Splattered Satisfaction”
August Burns Red – “Back Burner”
Confronto – “Vale da Morte”
Realidade Cruel – “O Resgate”
Carlos - Motörhead – “Ace of Spades”
Anthrax – “Caught in a Mosh”
Suicidal Tendencies – “You Can´t Bring Me Down”
Lamb of God - “Laid to Rest”
Killswitch Engage – “My Last Serenade”
Antes de finalizar, algum show previsto para os próximos meses? Mais uma
vez, muito obrigado pela entrevista. Sucesso!
Saulo - Iremos tocar em Salvador em dezembro. Há algumas especulações sobre shows aqui, mas
só serão citados quando concretizados...
A revista Rock Meeting está me surpreendendo com tamanhos profissionalismo, ética e seriedade.
Parabenizo-os mais uma vez por esta iniciativa. Obrigado! E que venham muitas outras edições!
Diogo - Sem dúvida, em novembro iremos nos apresentar aqui em Maceió, e também na Bahia. Desde
já, agradecemos o suporte oferecido pela revista à Mia Dolce Vendetta. Sinceros agradecimentos.
EXCLUSIVO
A RM entrevista u
antigas do cenár
perna
a cruor Já abriu
agora para
clusividade o que a
ara NOS contar!
Como é o nosso primeiro contato,
gostaríamos de agradecer pelo
tempo reservado para a Rock
Meeting. Comecem nos contando
quem faz o Cruor. Apresentem-se!
Túlio - Eu, particularmente, comecei a tocar meus primeiros acordes ouvindo discos de Thrash.
Isso entre 1986 e 1987. Está no sangue! Continuo ouvindo Metal em geral, principalmente Thrash
e Death, e adoro tocar esse estilo de música. Também houve, durante os anos 1990, uma ótima
leva de bandas que renovaram o estilo e o tornaram atrativo novamente, mostrando que ainda era
um campo fértil e criativo. E acho que o Cruor se encaixa neste montante, modestamente falando.
O Morcegos ainda existe? Que legal, cara! Eu e o Wilfred tocamos com eles em Maceió, acho que
em 1992, quando tocávamos no Dark Fate. O Nephastus da Paraíba também tocou... Lembram
disto?
Jairo - Acho o que faz uma banda durar, além do apoio dos amigos, é quando a música,
particularmente o Metal, corre dentro de suas veias. Também acreditamos no que fazemos, por
isso ainda vão ter que tolerar o Cruor pelo menos por mais 23 anos!
Wilfred – Cara, acredito que é a instigação para tocar que mantém a banda junta até hoje. Passar
por maus bocados, todo mundo passa, mas continuar focado em um objetivo, mesmo que ele
pareça intransponível, é para poucos. E, claro, sempre ter na cabeça que fazer o que a gente está
a fim de fazer é a chave para a longevidade e tal. Ah, sobre o Morcegos, acho que não agradeci
direito ao batera deles pelos bumbos e pelos pratos naquele show de Maceió, quando eu então
tocava bateria...
22 Rock Meeting
Muitos músicos já passaram pela nesse processo foi que algumas pessoas que
banda neste período. Qual o não curtiram nosso primeiro disco, hoje são
motivo dessas mudanças e o que nossos amigos e fãs, a quem eu aproveito
elas trouxeram de positivo? o espaço para agradecer pela força e pelo
apoio que estamos recebendo.
Jairo - É difícil hoje você encontrar uma
banda com mais de 20 anos de estrada que Túlio – Melhor, impossível. O público hoje está
não tenha tido pelo menos uma mudança no mais exigente, e ter uma boa receptividade é
line-up original. Todos que passaram pelo bastante lisonjeiro e compensador. Fizemos
Cruor trouxeram suas influências, o que é uma mostra sincera do que era o novo Cruor
sempre bem-vindo para evolução individual e acho que todos conseguiram captar a
como músicos e da banda como um todo. energia desta nova formação, aprovando-a.
Estamos todos aprendendo um com outro
sempre, e a maioria que saiu da banda foi Wilfred – Rapaz, faço minhas as palavras
para seguir seu próprio caminho, visto que de Túlio. A galera tem sido foda no que diz
quando começamos éramos adolescentes de respeito à reação às músicas do “Unburied”.
12, 13 anos. Conforme crescemos, temos que Colocamos o nosso melhor nelas, e o que
dar rumo à vida, mas todos que passaram mais nos gratifica é justamente olhar no
pelo Cruor, consideramos como irmãos para olho de cada banger que está no moshpit e
sempre. Então, sempre que alguém sai ou ver que ele está se divertindo. Um site de
entra, a família aumenta... Pernambuco disse que são músicas para
Wilfred – Posso dizer pela minha experiência: ressuscitar bêbados. Inclusive nós...
no ano passado, meus compromissos
profissionais (sou editor-assistente de Em abril, vocês tocaram no mesmo
Internacional do Jornal do Commercio) palco que o Megadeth. Como foi
estavam entrando em rota de choque com o a experiência de ver o quinteto
Cruor. Conversei com os caras e decidi sair, americano na sua cidade e ainda
porque eu estava atrapalhando a banda. tocar no show? Contem-nos um
Mas, logo depois, voltamos a conversar e pouco a respeito.
eu voltei. Acredito que alguns ex-membros
tenham passado pelo mesmo, como nosso Túlio - Bicho, vou responder essa sem medo
ex-guitarrista Georgius Vassilius, o popular de ser piegas. Eu tinha uns 12 anos quando
Galego, que foi morar em Nova Iorque. comprei o “Peace Sells...” e ainda começava a
aprender a tocar. Então ouvia aquilo, pegava
Este ano, vocês lançaram o EP uma vassoura e me imaginava em cima de
“Unburied”. Cinco faixas. Um um palco, tocando e batendo cabeça. Já
trabalho pronto. Qual foi a era difícil você ter algum material em vídeo
reação do público? naquela época, quiçá ter uma banda gringa
em sua cidade. Ter uma banda do sul do país
Jairo - Esse EP só veio para confirmar para em sua cidade já era difícil, e uma banda
que estamos aqui. Considero a crítica uma estrangeira beirava o impossível. Bom, os
questão de gosto, e devido a excelência do anos se passaram e aquele menino que fazia
Metal nordestino e a tecnologia de informação, air guitar ouvindo “Wake Up Dead”, batendo
a quantidade de público aumentou, mas a cabeça no pouco espaço disponível na sala e
qualidade também. Hoje em dia, você fazer que nunca tinha visto o Megadeth tocando
um trabalho que só recebeu críticas positivas, nem em VHS, estava tocando no mesmo
acho que é muito recompensador. Afinal de palco, olhando o pano de fundo do Megadeth,
contas, no final quem julga seu trabalho é sem acreditar no que estava vendo... Deu pra
o seu público, e o que mais me emocionou sentir o drama?
23 Rock Meeting
Jairo - Infelizmente, não tem como não ser piegas... Mas quando eu pisei no palco montado para
o Megadeth e ouvi os bangers gritando “Cruor”, foi minha maior emoção como musico de Metal.
É indescritível, não éramos só nós que estávamos naquele palco, e sim todos os headbengers do
Nordeste que ansiavam pelo Megadeth. Isso é que ficou gravado para sempre na minha memória! No
final do show, me lembrei de quando tinha uns 13 ou 14 anos, e ouvi pela primeira vez um “Peace
Sells...” pirata argentino... Se alguém me dissesse que 20 anos depois eu estaria abrindo o show do
Megadeth e no Recife, eu diria para ele parar de se drogar.
Wilfred – Cara, confesso que na hora deu um frio na barriga. Mas a produção da banda e do show
foram extremamente profissionais conosco. Fomos muito bem tratados e isso se refletiu no show.
Quando terminou e ouvimos os bangers gritando “Cruor, Cruor!”, foi uma sensação de dever cumprido.
Jairo - Desde que começamos com a banda, a meta principal era fazer um som coeso, mas que ao
mesmo tempo não parecesse com nada que tivéssemos ouvido antes. Isso nos levou a uma viagem
através da mente, atravessando o deserto de nossa realidade mortal até chegar a harmonias insanas,
o que culminou no primeiro disco. Mas, mesmo com a nova formação, o princípio continuou o mesmo,
sem medo de ousar, só que agora queríamos algo mais agressivo e direto, sem perder o feeling do
Thrash Metal dos anos 1980, que foi o que nos colocou nesse caminho. Então numa cachaça com
amigos - e a galera, como sempre, querendo te arrumar um rótulo -, surgiu a expressão do “Thrash
Metal Fudido (sic) Oitentista”, que logo virou “Fuckin’ Thrash Metal”: um som rápido, coeso, agressivo,
mas sem perder a característica tão própria do Thrash dos anos 1980. Já tive a oportunidade de saber
que algumas bandas se dizem de “Fuckin’ Thrash Metal”, o que não significa parecer com o Cruor, e
sim ter características próprias e originais, sem imitar ou querer soar como algo conhecido, e seguir
alguns conceitos já mencionados.
Falando em estilo musical, o que vocês escutam fora do Metal? Citem alguns
exemplos.
Jairo - Nos anos 1990, fizemos uma micro tour na 2010 já terminando. O que há para fazer
ocasião do lançamento do primeiro disco. Tocamos ainda este ano e quais os projetos para
no Black Jack (SP), Garage (RJ), Baratos (Santo o ano novo?
André–SP), Salvador (UFBA), e terminamos a tour Túlio - Neste ano, a prioridade é compor o próximo
em Recife, com o Overdose. Mas já abrimos shows álbum e continuar divulgando o “Unburied”. No ano
em Recife de bandas como Chakal, Sepultura, RDP, que vem, queremos gravar o disco novo e tentar
Attomica, Megadeth e agora Death Angel. divulgá-lo com shows no Brasil e no exterior.
Túlio - Ainda não tive o prazer de tocar com o Wilfred – Há projetos em andamento para
Cruor fora do Nordeste. um documentário contando a história do Cruor.
Wilfred – Eu entrei em 2008, fiz meus 3 primeiros Queremos ainda investir em um clipe legal. Eu
shows em 2009. Em 2010 já se vão oito. Priorizamos estou indo para a França agora em novembro e vou
o nosso Estado neste momento e agora é a hora de levar material nosso para lá. Quem sabe os gringos
sair. Há algumas negociações em andamento. Mas, se interessam? Até porque algumas músicas nossas
quem sabe, a gente dá o pontapé inicial na parte já foram veiculadas por lá.
externa da Unburied Tour em Maceió?
E para finalizar, alguma mensagem para
Como veem a cena do Metal brasileiro? os leitores da Rock Meeting? Obrigado
O que há de bom, e o que acreditam que pela entrevista, mais uma vez! Sucesso!
falta nela? Túlio - Muito obrigado pela oportunidade e um
grande abraço a todos os leitores e para todos vocês
Jairo - Graças ao público, que como já comentamos da Rock Meeting! Quem sabe não nos veremos em
anteriormente, melhorou exponencialmente, e algum show por aí e tomaremos bastante cerveja,
a produtores como Lula Vieira (Raio Lazer), João hein?
(Blackout Records) e Paulo André (Abril pro Rock), Jairo - Queria agradecer a todos que diretamente
Pernambuco se consolida como pólo para shows ou indiretamente nos apóiam e acreditam em nosso
de Metal internacional, o que tem levado outros trabalho, e dizer que estamos disponíveis para tocar
produtores, como no exemplo da Paraíba (vide o em todos os lugares possíveis e imagináveis...
show do Scorpions), a acreditarem num sonho e Wilfred – Fazer Metal no Brasil é dureza, mas no
transformarem nossos desejos em realidade. Para Nordeste é ainda mais complicado. Apoios como os
nós, principalmente, que vimos praticamente o de vocês da Rock Meeting são primordiais para o
Metal nascer no Nordeste, é muito reconfortante e fortalecimento da cena. Obrigado!
Sorteamos esta coluna no mês passado, durante
a festa de aniversário de um ano da RM, no
Kfofo. O resultado está aqui. Conheça agora
Jéssica de Oliveira Fernandes, a ganhadora do
sorteio que fizemos.
27 Rock Meeting