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1.

Discorre acerca dos objetivos entabulados no Marco Civil


da Internet (Lei N° 12.965/2014);
O Marco Civil da Internet traz em seus dispositivos a garantia à defesa dos
consumidores que usam a Internet para adquirirem produtos e serviços;
regula a comercialização das empresas que utilizam a rede mundial de
computadores como meio de comércio, assegurando a regime de livre
iniciativa, bem como a livre concorrência; Além de reger os serviços prestados
pelos provedores de Internet, estipulando o fornecimento com segurança e a
garantia da funcionalidade, sob responsabilidade dos agentes prestadores.
Dessa forma, essa Lei busca garantir um acesso de qualidade e privacidade à
todos os usuários sem distinção de classe social ou econômica.

Assim como retratados nos incisos do Art. 5º da Constituição Federal vigente,


a Lei 12.965/14 possui como fundamento a liberdade de expressão,
respeitando as diferenças sociais e pessoais, com o intuito de proteção aos
direitos e garantias individuais. Portanto, os principais objetivos da Lei são
princípios que andam juntos com os demais princípios do ordenamento
jurídico brasileiro, conforme transcrito na Lei:
Art. 6oNa interpretação desta Lei serão levados em conta, além dos
fundamentos, princípios e objetivos previstos, a natureza da Internet, seus
usos e costumes particulares e sua importância para a promoção do
desenvolvimento humano, econômico, social e cultural.

2. Fale sobre os princípios da citada Lei nº 12.965/2014


O Marco Civil da Internet tem como princípios essenciais, de acordo com seu
artigo 3º: i) a garantia da liberdade de expressão, comunicação e
manifestação do pensamento; ii) a proteção da privacidade dos usuários e de
seus dados pessoais e iii) a garantia da neutralidade da rede, conforme a
seguir.

1. Liberdade de Expressão
A Constituição Federal prevê a liberdade de expressão em seu artigo 5º, IV ao
estabelecer que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato”, bem como no inciso XIV do mesmo artigo 5º “é assegurado a
todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional”, e também no art. 220 que dispõe “A
manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob
qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição,
observado o disposto nesta Constituição”.

O parágrafo 2º. Do art. 220 da Constituição, também dispõe que “É vedada


toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”. Paulo
Gustavo Gonet Branco leciona que a coibição da censura significa que
qualquer ideia ou fato que se pretenda divulgar, não necessita de autorização
prévia do Estado, no entanto o indivíduo que abusar do direito de expressão,
deverá assumir as consequências cíveis e penais do que expressou. [3]
A liberdade de expressão foi reafirmada no Marco Civil da Internet. Além de
ser abordada como um princípio no art. 3º, também é considerada como um
fundamento, ao mencionar em seu art. 2º que “A disciplina do uso da internet
no Brasil tem como fundamento o respeito à liberdade de expressão [...]”.

2. Privacidade
A privacidade pode ser entendida como a gama de informações pessoais do
indivíduo, relacionadas a sua vida doméstica, relações familiares e
profissionais, seus hábitos, nome, saúde, religião, pensamentos, entre outras,
nas quais não deveriam ser de interesse e conhecimento público.

A Constituição Federal já assegura o direito à privacidade em seu art. 5º,


inciso X no qual disciplina: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação”.

O Marco Civil da Internet também se preocupou com o direito à privacidade


na rede. A privacidade foi tratada por esta Lei como um princípio em seu art.
3º, incisos II e III, ao abranger também a proteção dos dados pessoais.

Além de proteger a privacidade em geral, o Marco Civil dá ênfase à


proteção dos dados pessoais, informações que podem identificar uma pessoa
e que comumente são utilizadas ou requeridas pelos provedores de acesso à
internet ou provedores de serviço no Brasil.

3. Neutralidade da Rede
A neutralidade da rede é a isonomia dos pacotes de dados que trafegam na
Internet, ou seja, significa que o provedor de conexão à Internet não pode
interferir no conteúdo que o usuário deseja acessar, seja este conteúdo
religioso, político, de gênero e etc. Isto garante uma Internet democrática e
livre, protegendo principalmente, a liberdade de expressão, a manifestação do
pensamento e as escolhas dos usuários na rede.
Pode-se entender por neutralidade o tratamento igualitário de informações
na rede, independentemente do tipo do conteúdo, da sua origem ou destino,
da aplicação ou do serviço utilizado.
Sem a neutralidade protegida, poderia haver por parte dos provedores, a
análise e a discriminação do conteúdo acessado pelo usuário, bem como, a
degradação do tráfego de alguns serviços, ou até mesmo, a restrição e o
bloqueio de determinados conteúdos, como ocorre atualmente em alguns
países, tais como, a China.
3. Arrazoe sobre a Neutralidade da Rede
O Art. 9º, § 1º da Lei 12.965/14 dispõe sobre a Neutralidade na rede
afirmando que as empresas responsáveis pelo roteamento, transmissão ou
comutação da Internet deve tratar com isonomia qualquer pacote de dados,
independentemente do conteúdo, da origem e destino ou da aplicação. Ainda,
concede ao Presidente da República o poder de regulamentar, por meio de
decretos, a discriminação ou degradação do tráfego de dados, decorrendo
sobre priorização de serviços de emergência ou requisitos técnicos que sejam
indispensáveis à prestação dos serviços e aplicações. Porém, não o deve fazer
sem antes consultar o Comitê da Internet e a Agência Nacional de
Telecomunicações (ANATEL).
Para tanto, a Lei estabelece que caso ocorra uma violação do § 1º o
responsável pelo fornecimento da rede deve obedecer o seguinte artigo
do Código Civil:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza,
risco para os direitos de outrem.
Além disso, deve agir com total transparência e clareza, e informar, da mesma
maneira, aos seus usuários, sobre todos os detalhes do gerenciamento de
tráfego adotados, inclusive no que se trata à segurança da rede, oferecendo
serviços com condições que não haja discriminações. Fica vedado à empresa
que fornece, comuta ou transmite a conexão da Internet, seja ela gratuita ou
onerosa, o bloqueio, a monitoração ou a análise do conteúdo do pacote de
dados oferecido.
Para as empresas, a neutralidade total acaba com a possibilidade de oferecer
pacotes mais acessíveis. Já os defensores da Lei afirmam que ela assegura o
acesso aos serviços mais caros para uma faixa da população com menor poder
aquisitivo.

4. Fale da proteção de registro e dados pessoais dos


usuários
o Marco Civil da Internet, estabelecendo princípios, garantias, direitos e
deveres para o uso da internet no Brasil. Sendo uma lei extremamente nova,
ainda não há estudos aprofundados sobre esse assunto pertinente na vida dos
usuários, tendo discussões judiciais sobre a aplicação desta lei.
O art. 3º da Lei 12.965/14, disciplina o uso da internet no Brasil.

O inciso V da Lei 12.965/14 mencionado acima, dita “... Medidas técnicas


compatíveis com os padrões internacionais...”. As medidas técnicas possuem
duas amplitudes, a primeira é a técnica padronizada da tecnologia,
servidores, redes de internet. A segunda amplitude é o fornecimento dos
dados pessoais. O Brasil ainda se engatinha nesse novo meio de proteção
legislativa, procurando diretrizes definitivas, através da consulta popular e do
direito comparado.
A privacidade corresponde ao direito básico dos cidadãos de não ter, sem o
seu consentimento, fatos de sua vida privada divulgados a terceiros. a Lei do
Marco Civil, com o intuito de resguardar a privacidade dos usuários
da internet na atual era informacional, buscou em diversos dispositivos
assegurar a inviolabilidade e o sigilo das comunicações, conforme determina
a Constituição em seu artigo 5º, inciso X.

Art. 3º A disciplina do uso da internet no Brasil tem o seguintes


princípiodentre outros, II - proteção da privacidade;

Art. 8º diz que A garantia do direito à privacidade e à liberdade de


expressão nas comunicações é condição para o pleno exercício do direito de
acesso à internet.

O Art. 11º Em qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e


tratamento de registros, de dados pessoais ou de comunicações por
provedores de conexão e de aplicações de internet em que pelo menos um
desses atos ocorra em território nacional, deverão ser obrigatoriamente
respeitados a legislação brasileira e os direitos à privacidade, à proteção
dos dados pessoais e ao sigilo das comunicações privadas e dos registros.
Desta forma, que visando assegurar à privacidade dos usuários, a Lei do
Marco Civil determinou que um provedor não pode violar o direito à
intimidade e vida privada dos seus usuários, em outros termos, não pode
divulgar seus dados ou ainda monitorar os dados trafegados.

5. Comente sobre a responsabilidade pelos danos decorrentes de


conteúdo gerado por terceiros.
O Marco Civil da Internet dispõe acerca da responsabilidade civil do provedor
de aplicações de internet pelos danos decorrentes do conteúdo inserido por
terceiro, entre os artigos 19, 20 e 21.
Tratase de norma que não aborda a responsabilidade por conteúdo próprio do
provedor e sim por conteúdo terceiro. Em uma leitura inicial, parece que tal
regra surgiu da necessidade de se regular os conflitos oriundos das redes
sociais virtuais, como o Orkut e o Facebook, quando um terceiro inseria
conteúdo lesivo ou criava perfis falsos gerando danos a terceiros. Observase
que, caso o sujeito que inseriu propriamente o conteúdo ofensivo seja
identificado, ele será responsabilizado de forma direta e pessoal, com base nos
artigos 186, 187 e 927 do Código Civil.
Antes da regra estabelecida na Lei nº 12.965/14, havia grande questionamento
acerca da natureza da responsabilidade do provedor de aplicações de internet,
chegando o tema alcançar até mesmo repercussão geral no Supremo Tribunal
Federal no ano de 2012.29 Defendiase desde uma total isenção de
responsabilidade até a responsabilidade objetiva do provedor
independentemente de sua notificação prévia. Correntes intermediárias
apontavam ora para uma responsabilidade objetiva do provedor (com base no
Código de Defesa do Consumidor ou no Código Civil) se, após notificado
extrajudicialmente, ele não retirasse o conteúdo lesivo, ora para uma
responsabilidade subjetiva, caso ele se mantivesse inerte após a sua notificação
extrajudicial,30 sendo esta última corrente adotada majoritariamente pelo
STJ.31 Por fim, parte da doutrina defendia como regra a
responsabilidade subjetiva do provedor se, após a ordem judicial impondo a
retirada do conteúdo lesivo, este restasse omisso e não tornasse indisponível o
material, entendimento que acabou sendo adotado no MCI.

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