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DIREITOS HUMANOS

CONCEITOS
DIREITOS HUMANOS
Conceitos

Inatos aos seres humanos!

Direitos Independem de reconhecimento


Humanos estatal  proteção precipuamente
no âmbito internacional através de
tratados internacionais de direitos
humanos!
DIREITOS HUMANOS
Conceitos

Aqueles que o Estado reconhece


como tal (positivados)!
Direitos
Fundamentais
Proteção precipuamente no âmbito
interno (normalmente por uma
Constituição)!
DIREITOS HUMANOS
Conceitos
DIREITOS HUMANOS
Conceitos

Foca na proteção do ser humano


Direito inserido em conflitos armados!
Humanitário Protege aquele que está num país
em guerra, por exemplo!
DIREITOS HUMANOS
Conceitos

Age na proteção do refugiado, desde


Direito dos a saída do seu local de residência,
Refugiados concessão do refúgio e seu eventual
término!
CARACTERÍSTICAS
DIREITOS HUMANOS
Características
a) Universais: são para todos.
OBS  Relativismo Cultural: o conceito
de direitos humanos pode variar
conforme o tempo e o local!
DIREITOS HUMANOS
Características
b) Imprescritíveis: não se perdem após um determinado
lapso temporal.
c) Inalienáveis: são bens fora do comércio; não podem ser
vendidos ou doados.
d) Irrenunciáveis/indisponíveis: não se pode abrir mão de
direitos humanos, de forma voluntária ou forçada, a
ponto de sacrificar a dignidade da pessoa humana.
DIREITOS HUMANOS
Características
DIREITOS HUMANOS
Características
e) Indivisíveis: não há hierarquia entre os direitos humanos.
f) Interdependentes: os direitos humanos dependem uns
dos outros para que a dignidade da pessoa humana se
realize em sua plenitude.
g) Relativos: não são absolutos
h) Históricos: afirmam-se num lento processo histórico.
GERAÇÕES OU
DIMENSÕES DE DIREITOS
HUMANOS
DIREITOS HUMANOS
Gerações/Dimensões
Estado Liberal (Séc. XVIII)

Não intervenção
Primeira
geração Direitos civis e políticos

Não-agir/Direitos Negativos

Liberdade
DIREITOS HUMANOS
Gerações/Dimensões
Estado Social (Início do Séc. XX)

Intervenção
Segunda
geração Direitos econômicos, sociais e
culturais

Agir/Direitos positivos

Igualdade
DIREITOS HUMANOS
Gerações/Dimensões
Estado Democrático de Direito –
Estado Neoliberal (?) (Final do Séc.
XX / Início do Século XXI)
Terceira
Não-intervenção/Intervenção
geração
Direitos difusos e coletivos

Agir/Não-agir

Fraternidade/Solidariedade
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
DOS DIREITOS HUMANOS
DIREITOS HUMANOS
Evolução Histórica

Antecedentes Antecedentes
remotos modernos

Proteção interna Proteção internacional


Tratados Internacionais
de Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
Antecedentes remotos
Cristianismo

Magna Carta Libertatum (1215 – Inglaterra – Rei João Sem


Terra): pela primeira vez um monarca, rei, reconheceu que seu
poderes não ilimitados! O reconhecimento não foi para todos,
foi apenas para o clero e a nobreza!
Restrições tributárias!
Proporcionalidade entre o delito e a sanção!
Devido processo legal!
Livre acesso à justiça!
Liberdade de locomoção!
DIREITOS HUMANOS
Antecedentes remotos
Habeas Corpus Act (1679 – Inglaterra): reconheceu uma
garantia processual para proteger o direito de locomoção!
DIREITOS HUMANOS
Antecedentes remotos
Bill of rights – Declaração de Direitos (1689 – Inglaterra)
Direito de petição!
Institui a soberania do Parlamento e lança as bases da
separação de poderes!
Fortalece a instituição do Tribunal do Júri!
Reforça a proibição de penas cruéis ou degradantes!
DIREITOS HUMANOS
Antecedentes remotos
Declaração de Virgínia (1776 – EUA)
Consagra a liberdade de imprensa como um dos mais fortes
baluartes da liberdade, restringível apenas por governos
despóticos!
Restrição à prisão!
Proibição de penas cruéis, desumanas ou degradantes!
Direito de ampla defesa!
Irretroatividade da lei penal!
Separação dos poderes!
Todo o poder emana do povo!
DIREITOS HUMANOS
Antecedentes remotos
Declaração de Virgínia (1776 – EUA)
Reconhece pela primeira vez que os homens nascem livres,
iguais e independentes, têm direitos certos, essenciais e
naturais dos quais não pode, por nenhum contrato, privar. Isso
quer dizer que a Declaração reconhece a
indisponibilidade/irrenunciabilidade dos direitos humanos!

Reconhece que os direitos não podem ser alienados!


DIREITOS HUMANOS
Antecedentes remotos
Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão (1789 – França
– Fruto da Revolução)
Defende liberdades individuais!
Consagra os princípios da legalidade e da anterioridade penal.
Garante a propriedade!
Garante a legalidade tributária!
Reforça a soberania popular!
No artigo 16 da DDHC consta que a “sociedade em que não
esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a
separação dos poderes não tem Constituição”!
DIREITOS HUMANOS
Antecedentes remotos
Bill of Rights – Declaração de Direitos Americana (Criada em
1789, Ratificada em 1791)
Dez emendas ao texto constitucional promulgado em 1787!
Liberdade de religião!
Porte de armas!
Propriedade!
Devido processo legal!
DIREITOS HUMANOS
Antecedentes remotos
OBS: Todos esses documentos têm em comum o fato de
preverem direitos de primeira geração, apenas!

OBS2: Todos esses documentos são locais (Inglaterra, França,


EUA, etc.). Isso que vai caracterizá-los como documentos
representativos de antecedentes remotos!
DIREITOS HUMANOS
Antecedentes modernos
Surgimento do direito humanitário
Convenção de Genebra (1864)
Batalha de Solferino (1859)
OBS: Cruz Vermelha

Liga das Nações Unidas (1919)

Tratado de Versalhes

Organização Internacional do Trabalho (1919)


DIREITOS HUMANOS
Antecedentes modernos
Internacionalização de Direitos Humanos

Tratados Internacionais

Relativização de soberania
SISTEMAS DE PROTEÇÃO
DE DIREITOS HUMANOS
SISTEMA GLOBAL DE
PROTEÇÃO DE DIREITOS
HUMANOS
DIREITOS HUMANOS
Sistema Global de Proteção

Conjunto Órgãos de
Normativo Proteção
DIREITOS HUMANOS
Sistema Global de Proteção
Organização das Nações Unidas
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – conjunto normativo
Carta das Nações Unidas (24/10/1945)

Formalizou a criação da ONU

Objetivos (Art. 1º Carta das Nações Unidas)


Manter a paz e a segurança internacionais.
Desenvolver as relações de amizade entre as nações.
Realizar a cooperação internacional.
Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações
para a consecução desses objetivos comuns.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – conjunto normativo
Princípios que regem a ONU (Art. 2º da Carta das Nações
Unidas)
Igualdade entre os Estados!
Boa-fé (essencial para o cumprimento das obrigações
internacionais)!
Solução pacífica dos conflitos!
Não utilização da força!
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – conjunto normativo
Vai dispor sobre os principais órgãos da ONU: AGONU,
Conselho de Segurança, Conselho Econômico e Social,
Conselho de Tutela, Tribunal Internacional de Justiça (ou
Corte, como se fala no Brasil) e um Secretariado.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – conjunto normativo
Declaração Universal de Direitos Humanos

Criada pela Assembleia Geral da ONU em 10/12/1948 na


Terceira Assembleia Geral.
Aborda apenas direitos de primeira (civis e políticos) e de
segunda geração (econômicos, sociais e culturais).
Formalmente, é uma resolução (217-A III AGONU)
Logo, não é um tratado
Logo, nenhum Estado assinou!
Logo, os Estados devem cumprir a Declaração ou não? Ela tem força normativa?
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – conjunto normativo

Não tem força Tem força


normativa normativa

“Recomendação” “Boa fé”


DUDH
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Art. I
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e
devem agir em relação uns aos outros com espírito de
fraternidade.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo II
1 - Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos
e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem
distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo,
idioma, religião, opinião política ou de outra natureza,
origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer
outra condição.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

2 - Não será também feita nenhuma distinção fundada na


condição política, jurídica ou internacional do país ou
território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um
território independente, sob tutela, sem governo próprio,
quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo III
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à
segurança pessoal.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo IV
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a
escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas
as suas formas.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo V
Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou
castigo cruel, desumano ou degradante.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo VI
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares,
reconhecido como pessoa perante a lei.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo VII
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer
distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual
proteção contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal
discriminação.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo VIII
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais
nacionais competentes remédio efetivo para os atos que
violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos
pela constituição ou pela lei.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo IX
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo X
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma
justa e pública audiência por parte de um tribunal
independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e
deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal
contra ele.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XI
1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o
direito de ser presumido inocente até que a sua
culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em
julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas
todas as garantias necessárias à sua defesa.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou


omissão que, no momento, não constituíam delito perante o
direito nacional ou internacional. Também não será imposta
pena mais forte do que aquela que, no momento da prática,
era aplicável ao ato delituoso.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XII
Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada,
em sua família, em seu lar ou em sua correspondência, nem
a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem
direito à proteção da lei contra tais interferências ou
ataques.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XIII
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e
residência dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixarqualquer país,
inclusive o próprio, e a este regressar.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XIV
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de
procurar e de gozar asilo em outros países.
2. Este direito não pode ser invocado em caso de
perseguição legitimamente motivada por crimes de direito
comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das
Nações Unidas.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XV
1. Todo homem tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua
nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XVI
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer
restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de
contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais
direitos em relação ao casamento, sua duração e sua
dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno
consentimento dos nubentes.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e


tem direito à proteção da sociedade e do Estado.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XVII
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em
sociedade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de
sua propriedade.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XVIII
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento,
consciência e religião; este direito inclui a liberdade de
mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa
religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e
pela observância, em público ou em particular.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XIX
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e
expressão; este direito inclui a liberdade de, sem
interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
informações e ideias por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XX
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e
associação pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma
associação.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XXI
1. Todo ser humano tem o direito de fazer parte no governo
de seu país diretamente ou por intermédio de
representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço
público do seu país.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo;


esta vontade será expressa em eleições periódicas e
legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou
processo equivalente que assegure a liberdade de voto.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XXII
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à
segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela
cooperação internacional e de acordo com a organização e
recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e
culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre
desenvolvimento da sua personalidade.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XXIII
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha
de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à
proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a
igual remuneração por igual trabalho.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma


remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim
como à sua família, uma existência compatível com a
dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário,
outros meios de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a
neles ingressar para proteção de seus interesses.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XXIV
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a
limitação razoável das horas de trabalho e a férias
remuneradas periódicas.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XXV
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz
de assegurar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar,
inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados
médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à
segurança em caso de desemprego, doença, invalidez,
viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de
subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e


assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro
ou fora do matrimônio gozarão da mesma proteção social.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XXVI
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será
gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais.
A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-
profissional será acessível a todos, bem como a instrução
superior, esta baseada no mérito.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

2. A instrução será orientada no sentido do pleno


desenvolvimento da personalidade humana e do
fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas
liberdades fundamentais. A instrução promoverá a
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as
nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as
atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da
paz.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de


instrução que será minis trada a seus filhos.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XXVII
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da
vida cultural da comunidade, de fruir das artes e de
participar do progresso científico e de seus benefícios.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses
morais e materiais decorrentes de qualquer produção
científica literária ou artística da qual seja autor.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XXVIII
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e
internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos
na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XXIX
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na
qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é
possível.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser


humano estará sujeito apenas às limitações determinadas
pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido
reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de
outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da
ordem pública e do bem-estar de uma sociedade
democrática.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese


alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e
princípios das Nações Unidas.
DIREITOS HUMANOS
Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo XXX
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser
interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado,
grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade
ou praticar qualquer ato destinado à destruição de
quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – conjunto normativo
Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (1966)

Direitos de primeira geração!

Aplicação imediata!

Criado 1966!
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – conjunto normativo
Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais

Direitos de segunda geração!

Aplicação progressiva!

Criado 1966!
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – conjunto normativo
PIDCP PIDESC
1 Geração 2 Geração

Liberdade Igualdade

Capitalismo Socialismo
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – órgãos de proteção
Assembleia Geral da ONU

Conselho de Segurança

Conselho Econômico e Social


ONU
Conselho de Tutela

Corte Internacional de Justiça

Secretariado
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – ONU
Formalizada pela Carta das Nações Unidas.
Propósitos das Nações Unidas
Artigo 1. Os propósitos das Nações unidas são:
1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para
esse fim: tomar, coletivamente, medidas efetivas para
evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou
outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios
pacíficos e de conformidade com os princípios da
justiça e do direito internacional, a um ajuste ou
solução das controvérsias ou situações que possam
levar a uma perturbação da paz;
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – ONU
2. Desenvolver relações amistosas entre as nações,
baseadas no respeito ao princípio de igualdade de
direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar
outras medidas apropriadas ao fortalecimento da paz
universal;
3. Conseguir uma cooperação internacional para
resolver os problemas internacionais de caráter
econômico, social, cultural ou humanitário, e para
promover e estimular o respeito aos direitos humanos
e às liberdades fundamentais para todos, sem
distinção de raça, sexo, língua ou religião; e
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – ONU
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das
nações para a consecução desses objetivos comuns.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – ONU
Princípios das Nações Unidas:
Artigo 2. A Organização e seus Membros, para a
realização dos propósitos mencionados no Artigo 1,
agirão de acordo com os seguintes Princípios:
1. A Organização é baseada no princípio da igualdade
de todos os seus Membros.
2. Todos os Membros, a fim de assegurarem para
todos em geral os direitos e vantagens resultantes de
sua qualidade de Membros, deverão cumprir de boa fé
as obrigações por eles assumidas de acordo com a
presente Carta.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – ONU
3. Todos os Membros deverão resolver suas
controvérsias internacionais por meios pacíficos, de
modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e
a justiça internacionais.
4. Todos os Membros deverão evitar em suas relações
internacionais a ameaça ou o uso da força contra a
integridade territorial ou a dependência política de
qualquer Estado, ou qualquer outra ação incompatível
com os Propósitos das Nações Unidas.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – ONU
5. Todos os Membros darão às Nações toda
assistência em qualquer ação a que elas recorrerem
de acordo com a presente Carta e se absterão de dar
auxílio a qual Estado contra o qual as Nações Unidas
agirem de modo preventivo ou coercitivo.
6. A Organização fará com que os Estados que não são
Membros das Nações Unidas ajam de acordo com
esses Princípios em tudo quanto for necessário à
manutenção da paz e da segurança internacionais.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – ONU
7. Nenhum dispositivo da presente Carta autorizará as
Nações Unidas a intervirem em assuntos que
dependam essencialmente da jurisdição de qualquer
Estado ou obrigará os Membros a submeterem tais
assuntos a uma solução, nos termos da presente
Carta; este princípio, porém, não prejudicará a
aplicação das medidas coercitivas constantes do
Capitulo VII.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – ONU
Membros: aqueles que assinaram, previamente, a
Declaração das Nações Unidas, de 1 de janeiro
de 1942, e os que assinaram a Carta das Nações
Unidas. A declaração das Nações Unidas foi
assinada durante a Segunda Guerra Mundial para
formalizar a aliança entre as quatro grandes
potências (Estados Unidos, Reino Unido, União
Soviética e China) e mais 22 Estados.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – ONU
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – ONU
A adesão dos membros é feita mediante
aprovação da AGONU, mediante recomendação
do Conselho de Segurança (Art. 4.1 e 4.2 – CNU).
Da mesma forma, a suspensão ou exclusão de
Estados da ONU somente pode ser feita pela
AGONU a partir de manifestação do Conselho de
Segurança (Art. 5 e 6 da CNU).
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – AGONU
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – AGONU
Órgão deliberativo (natureza parlamentar) e colegiado da ONU. É
uma espécie de parlamento mundial que se reúne ordinariamente
uma vez por ano ou extraordinariamente a pedido do Secretário
Geral, do Conselho de Segurança ou da maioria dos membros da
ONU (Art. 20 – CNU)

Cada Estado tem um assento na AGONU e direito de um voto (o


direito de voto fica suspenso caso os Estados atrasem as
contribuições financeiras que devem fazer ao Organismo, salvo
motivo de força maior).
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – AGONU
Funções: pode (i) discutir qualquer assunto relacionado a ONU,
além de fazer (ii) recomendações aos seus membros ou ao
Conselho de Segurança e (iii) expedir atos normativos (Art. 10 –
CNU).

Pode discutir também assuntos apresentados por países que


não sejam integrantes da ONU, desde que relacionados à
manutenção da paz e da segurança internacionais (Art. 11.2 –
CNU).
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – AGONU
Ainda, pode a AGONU iniciar estudos e fazer
recomendações destinados a (Art. 13.1 – CNU):
a) promover cooperação internacional no terreno
político e incentivar o desenvolvimento progressivo
do direito internacional e a sua codificação;
b) promover cooperação internacional nos terrenos
econômico, social, cultural, educacional e sanitário e
favorecer o pleno gozo dos direitos humanos e das
liberdades fundamentais, por parte de todos os
povos, sem distinção de raça, sexo, língua ou
religião.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – AGONU
Também a AGONU se encarrega das questões
orçamentárias da ONU.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CS
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CS
Sua função e manter a paz e a segurança internacional (art. 24,
Carta das Nações Unidas).
Formado por 15 membros (5 permanentes e 10 eleitos). Os
membros permanentes são:
Estados Unidos.
Reino Unido.
China Veto
França
Rússia
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CS
Os outros dez são eleitos pela AGONU para um período de 2
anos (Art. 23.1, Carta das Nações Unidas), sendo que estes
devem atender uma proporcionalidade equitativa territorial .
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CS
Qualquer país membro da ONU pode provocar o
Conselho de Segurança (Art. 35, Carta das Nações
Unidas). Os países que não sejam parte da ONU
poderão provocar o Conselho ou a própria AGONU
desde que aceitem previamente as obrigações que
eventualmente lhe sejam impostas para sanar a
controvérsia (Art. 35.2, Carta das Nações Unidas).
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CS
Os países que não sejam parte do Conselho de
Segurança da ONU ou que não sejam parte da
própria ONU poderão ser chamados a participar das
reuniões que lhe digam respeito, sem direito a voto,
contudo (Art, 23, Carta das Nações Unidas).
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CS
O Conselho de Segurança é pautado pelo princípio
da solução pacífica dos conflitos (tem que fazer
negociações, inquéritos, mediação, conciliação,
arbitragem, etc.).
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CS
Em caso de ameaça a paz, o Conselho poderá determinar
providências a serem tomadas. Estas inicialmente passam por
embargos econômicos, de telecomunicações e relações
diplomáticas (Art. 41, CNU) e, se forem as mesmas ineficazes,
podem ser determinadas intervenções aéreas, navais ou
terrestres (Art. 42, CNU), as quais são realizadas por países que
se disponham a colaborar (Arts. 43.1 e 44 CNU).

O Conselho de Segurança emite um parecer antes de a


Assembleia Geral da ONU suspender ou expulsar algum país da
ONU.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CES
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CES
O Conselho Econômico e Social será composto de
cinquenta e quatro Membros das Nações Unidas
eleitos pela Assembleia Geral (Art. 61.1 – CNU)
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CES
Artigo 62. 1 . O Conselho Econômico e Social fará ou
iniciará estudose relatórios a respeito de assuntos
internacionais de caráter econômico, social, cultural,
educacional, sanitário e conexos e poderá fazer
recomendações a respeito de tais assuntos à
Assembléia Geral, aos Membros das Nações Unidas
e às entidades especializadas interessadas.
2. Poderá, igualmente, fazer recomendações
destinadas a promover o respeito e a observância
dos direitos humanos e das liberdades fundamentais
para todos.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CES
3. Poderá preparar projetos de convenções a serem
submetidos à Assembléia Geral, sobre assuntos de
sua competência.
4. Poderá convocar, de acordo com as regras
estipuladas pelas Nações Unidas, conferências
internacionais sobre assuntos de sua competência.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CT
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CT
Sistema internacional de tutela

Artigo 75. As nações Unidas estabelecerão sob sua


autoridade um sistema internacional de tutela para a
administração e fiscalização dos territórios que
possam ser colocados sob tal sistema em
consequência de futuros acordos individuais. Esses
territórios serão, daqui em diante, mencionados
como territórios tutelados.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CT
Artigo 76. Os objetivos básicos do sistema de tutela,
de acordo com os Propósitos das Nações Unidas
enumerados no Artigo 1 da presente Carta serão:
a) favorecer a paz e a segurança internacionais;
b) fomentar o progresso político, econômico, social e
educacional dos habitantes dos territórios tutelados
e o seu desenvolvimento progressivo para alcançar
governo próprio ou independência, como mais
convenha às circunstâncias particulares de cada
território e de seus habitantes e aos desejos
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CT
livremente expressos dos povos interessados e
como for previsto nos termos de cada acordo de
tutela;
c) estimular o respeito aos direitos humanos e às
liberdades fundamentais para todos, sem distinção
de raça, sexo, língua ou religião e favorecer o
reconhecimento da interdependência de todos os
povos; e
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CT
d) assegurar igualdade de tratamento nos domínios
social, econômico e comercial para todos os
Membros das nações Unidas e seus nacionais e, para
estes últimos, igual tratamento na administração da
justiça, sem prejuízo dos objetivos acima expostos e
sob reserva das disposições do Artigo 80.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CT
Artigo 77. 1. O sistema de tutela será aplicado aos
territórios das categorias seguintes, que venham a
ser colocados sob tal sistema por meio de acordos
de tutela:
a) territórios atualmente sob mandato;
b) territórios que possam ser separados de Estados
inimigos em conseqüência da Segunda Guerra
Mundial; e
c) territórios voluntariamente colocados sob tal
sistema por Estados responsáveis pela sua
administração.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CT
Composição

Artigo 86. 1. O Conselho de Tutela será composto


dos seguintes Membros das Nações Unidas:
a) os Membros que administrem territórios tutelados;
b) aqueles dentre os Membros mencionados
nominalmente no Artigo 23, que não estiverem
administrando territórios tutelados; e
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CT
c) quantos outros Membros eleitos por um período
de três anos, pela Assembléia Geral, sejam
necessários para assegurar que o número total de
Membros do Conselho de Tutela fique igualmente
dividido entre os Membros das Nações Unidas que
administrem territórios tutelados e aqueles que o não
fazem.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CIJ
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CIJ
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CIJ
Sua principal função é de resolver conflitos jurídicos a ele
submetidos pelos Estados e emitir pareceres sobre questões
jurídicas apresentadas pela Assembleia Geral das Nações
Unidas, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas ou por
órgãos e agências especializadas acreditadas pela Assembleia
da ONU, de acordo com a Carta das Nações Unidas.
DIREITOS HUMANOS
Sistema global de proteção – CIJ
A Corte será composta de quinze membros, não podendo
configurar entre eles dois nacionais do mesmo Estado.

Os membros da Corte serão eleitos pela Assembleia Geral e pelo


Conselho de Segurança de uma lista de pessoas apresentadas
pelos grupos nacionais da Corte Permanente de Arbitragem.

Jurisdição cível!
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Antecedentes históricos
Tribunal de Nuremberg (1945) e Tribunal de Tóquio
(1946):
Críticas: post factum + ad hoc + composto pelos
vencedores
Méritos: afirmaram a responsabilização pessoal
do indivíduo
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Tribunal para a antiga Iugoslávia (1993) e Tribunal
para Ruanda (1994)
Críticas: post factum + ad hoc
Méritos: formado pelo Conselho de Segurança da
ONU e afirmação definitiva da responsabilização
individual dos violadores.
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Tribunal Penal Internacional: instituição permanente,
com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos
crimes de maior gravidade com alcance internacional
e complementar às jurisdições penais nacionais (Art.
1 , Estatuto de Roma).
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Tribunal Penal Internacional: instituição permanente,
com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos
crimes de maior gravidade com alcance internacional
e complementar às jurisdições penais nacionais (Art.
1 , Estatuto de Roma).
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Tribunal Penal Internacional: instituição permanente,
com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos
crimes de maior gravidade com alcance internacional
e complementar às jurisdições penais nacionais (Art.
1 , Estatuto de Roma).
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Tribunal Penal Internacional: instituição permanente,
com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos
crimes de maior gravidade com alcance internacional
e complementar às jurisdições penais nacionais (Art.
1 , Estatuto de Roma).
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Sede em Haia
Criação pelo Estatuto de Roma (1998)
Criado em 1998, mas condicionado a ratificação de
60 países.
Instituição em julho de 2002.
Internalizado no Brasil através do Decreto 4388/2002
Não admite reserva!
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Competências
a) Crimes de genocídio (Art. 6 ): atos praticados
com intenção de destruir, no todo ou em parte,
um grupo nacional, étnico, racial ou religioso,
enquanto tal.
b) Crimes contra a humanidade (Art. 7 ): atos
praticados no quadro de um ataque,
generalizado ou sistemática, contra qualquer
população civil (homicídio, extermínio,
escravidão, deportação ou transferência
forçada de uma população, prisão ou outra
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
forma de privação da liberdade física grave,
tortura, agressão sexual, escravatura sexual,
prostituição forçada, gravidez forçada,
esterilização forçada ou qualquer outra forma
de violência no campo sexual de gravidade
comparável, perseguição de um grupo ou
coletividade que possa ser identificado, por
motivos políticos, raciais, nacionais, étnicos,
culturais, religiosos ou de gênero, tal como
definido no parágrafo 3o, ou em função de
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
outros critérios universalmente reconhecidos
como inaceitáveis no direito internacional,
relacionados com qualquer ato referido neste
parágrafo ou com qualquer crime da
competência do Tribunal;, desaparecimento
forçado de pessoas; crime de apartheid; outros
atos desumanos de caráter semelhante, que
causem intencionalmente grande sofrimento,
ou afetem gravemente a integridade física ou a
saúde física ou mental.
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
c) Crimes de guerra: violações ao direito
humanitário internacional, conforme previsto
nas Convenções de Genebra de 1949, ou as
violações ao direito internacional da guerra,
assim compreendido como a forma adequada
da condução das hostilidades (não se permite a
tortura do prisioneiro de guerra, nem o ataque
contra as instalações de entidades
humanitárias, como a cruz vermelha, proibição
de determinados tipos de armas, projetos,
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
mísseis, minas terrestres com finalidade de
mutilação).
d) Crimes de agressão: ataque sem conhecimento
do país invadido

Os crime são todos imprescritíveis (Art. 29)


DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Penas
a) Pena de prisão por um número determinado de
anos, até ao limite máximo de 30 anos; ou
b) Excepcionalmente, pena de prisão perpétua, se
o elevado grau de ilicitude do fato e as
condições pessoais do condenado o
justificarem,
c) Multa, de acordo com os critérios previstos no
Regulamento Processual;
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
d) Perda de produtos, bens e haveres
provenientes, direta ou indiretamente, do crime,
sem prejuízo dos direitos de terceiros que
tenham agido de boa fé.

OBS: Nunca há pena de morte!


OBS2: Idade mínima 18 anos
OBS3: Prisão cumprida em Estado
designado pelo Tribunal a partir de uma lista de
Estados que manifestem o interesse em
receber o acusado.
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
OBS4: Pode ser criado um Fundo a favor
das vítimas (Art. 79)
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Atuação do TPI: quem pode provocar o TPI? O (i)
Estado parte ou o (ii) Conselho de Segurança podem
provocar o Procurador informando uma violação
contra os direitos humanos. Este procurador atua
junto ao TPI e é uma espécie de Ministério Público,
responsável por conduzir os processos!. Da mesma
forma, (iii) de ofício é permitido que o Procurador
inicie uma investigação. Provocado ou de ofício, o
Procurador pede autorização para o TPI para
investigar o ocorrido. Se for dada a autorização, ele
inicia a investigação!
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Em regra, as investigações recaem sobre os
particulares de países que ratificaram o Estatuto de
Roma, mas é consenso que o Conselho de
Segurança pode solicitar a investigação de qualquer
pessoa, ainda que esta não seja nacional de um
Estado parte. É o exemplo do Muamar Kadafi. O ex-
ditador pode ser investigado e processado em razão
de ter sido ele denunciado pelo Conselho de
Segurança.
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Ne bis in idem
Art. 20. 1. Salvo disposição contrária do presente
Estatuto, nenhuma pessoa poderá ser julgada pelo
Tribunal por atos constitutivos de crimes pelos quais
este já a tenha condenado ou absolvido.
2. Nenhuma pessoa poderá ser julgada por outro
tribunal por um crime mencionado no artigo 5 ,
relativamente ao qual já tenha sido condenada ou
absolvida pelo Tribunal.
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
3. O Tribunal não poderá julgar uma pessoa que já
tenha sido julgada por outro tribunal, por atos
também punidos pelos artigos 6o, 7o ou 8o, a menos
que o processo nesse outro tribunal:
a) Tenha tido por objetivo subtrair o acusado à sua
responsabilidade criminal por crimes da competência
do Tribunal; ou
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
b) Não tenha sido conduzido de forma independente
ou imparcial, em conformidade com as garantias de
um processo eqüitativo reconhecidas pelo direito
internacional, ou tenha sido conduzido de uma
maneira que, no caso concreto, se revele
incompatível com a intenção de submeter a pessoa à
ação da justiça.
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Princípios aplicáveis ao TPI (Art. 22 ao 33)
Ninguém será responsabilizado por conduta
que não configure crime, à luz do Estatuto.
Não será aplicada nenhuma pena diferente das
previstas no Estatuto.
A lei penal não retroagirá, a não ser para
beneficiar o réu.
A responsabilização é individual e pessoal.
Menores de 18 anos são inimputáveis perante
o Tribunal.
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Não são há preferências relacionadas à cargos
ou funções. Ou seja, todos são julgados de
maneira idêntica.
DIREITOS HUMANOS
Tribunal Penal Internacional
Art. 5, parágrafo 4, CF: Brasil aceitou a sua
jurisdição.

O brasileiro nato pode ser enviado ao TPI!

Entrega ≠ extradição
DIREITOS HUMANOS
Sistemas regionais de proteção
Além de um sistema global, há sistemas regionais
de proteção dos direitos humanos.

Não há hierarquia entre os sistemas regionais e o


sistema global.
DIREITOS HUMANOS
Sistemas regionais de proteção

Sistema Europeu

Sistemas Sistema Americano


Regionais
de Proteção Sistema Africano

Sistema Asiático
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção

Organização
dos Estados
Americanos
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do
Homem (conferência de Bogotá – Declaração de
Bogotá) (1948)
Não é tratado.
Criada pela OEA.
Comissão Interamericana de Direitos Humanos
(1959): esta tem como finalidade a promoção,
proteção, conciliação e monitoramento dos
direitos humanos estabelecidos na Declaração
Americana dos Direitos e Deveres do Homem.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção
Convenção Americana sobre Direitos Humanos,
ou Pacto de São José da Costa Rica (1969).
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – conj. normativo
Pacto de São José da Costa Rica – Convenção
Americana de Direitos Humanos

Influenciado pelo PIDCP.

Logo, trata de direitos de primeira geração.

OBS: Protocolo de San Salvador (1988). Trata-se


de um protocolo adicional ao PSJCR que versa
sobre direitos sociais.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – conj. normativo
Direitos assegurados
• Personalidade jurídica (Art. 3 )
• Vida (Art. 4 ): em geral, assegurada desde a
concepção .

OBS: Pena de morte apenas para crimes


gravíssimos. Ainda, não pode ser
restabelecida nos países que a aboliram e
nem aplicada a crimes políticos, conexos
com direitos políticos ou a mulher grávida.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – conj. normativo
Da mesma forma, não pode ser aplicada
para os menores de 18 anos ou para
aqueles que, na data do cometimento do
delito, eram maiores de 70 anos.

• Integridade pessoal (Art. 5 )


• Proibição de escravidão (Art. 6 )
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – conj. normativo
• Direito à liberdade pessoal (Art. 7 )

OBS: Acabou com a prisão civil do


depositário infiel, no Brasil, na medida em
que autorizou somente a prisão do devedor
de alimentos no artigo 7.7 (7. Ninguém deve
ser detido por dívidas. Este princípio não
limita os mandados de autoridade judiciária
competente expedidos em virtude de
inadimplemento de obrigação alimentar).
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – conj. normativo
• Garantias judiciais (Art. 8)

OBS: Duplo grau de jurisdição está


assegurado.

• Princípio da legalidade ou da retroatividade


(Art. 9 )
• Direito a indenização (Art. 10 )
• Proteção da honra e da dignidade (Art. 11)
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – conj. normativo
• Liberdade de consciência e de religião (Art.
12)
• Liberdade de pensamento e de expressão
(Art. 13)
• Direito de retificação ou de resposta (Art.
14)
• Direito de reunião (Art. 15)
• Liberdade de associação (Art. 16)
• Proteção da família (Art. 17)
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – conj. normativo
• Direito ao nome (Art. 18)
• Direito da criança (Art. 19).
• Direito à nacionalidade (Art. 20)
• Direito à propriedade privada (Art. 21).
• Direito de circulação e de residência (Art.
22)
• Direitos políticos (Art. 23).
• Igualdade perante a lei (Art. 24).
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – conj. normativo
• Proteção judicial (Art. 25)

OBS: Suspensão de garantias: o Pacto


admite a suspensão das garantias durante
guerra, perigo público ou outra emergência,
mas desde que por tempo determinado
(Art. 27)
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – conj. normativo
OBS: Não podem ser suspensos os direitos
previstos no artigo 3 (direito ao
reconhecimento da personalidade jurídica),
4 (direito à vida), 5 (direito à integridade
pessoal), 6 (proibição da escravidão e da
servidão), 9 (princípio da legalidade e da
retroatividade), 12 (liberdade de
consciência e religião), 17 (proteção da
família), 18 (direito ao nome), 19 (direitos da
criança), 20 (direito à nacionalidade) e
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – conj. normativo
23 (direitos políticos), nem das garantias
indispensáveis para a proteção de tais
direitos.

OBS: Em caso de suspensão devem ser


comunicados os outros Estados parte (Art.
27.3).
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção

Comissão Corte
Complementaridade
Interamericana Interamericana
de Direitos de Direitos
Humanos Humanos
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
Comissão Interamericana de Direitos Humanos

Composição
• Sete membros (e não juízes) escolhidos
dentre pessoas que tenham alta autoridade
moral e reconhecido saber em matéria de
direitos humanos.
• Os membros são eleitos pela Assembleia
Geral da OEA para um mandato de quatro
anos, admitida uma recondução.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
• Segundo o Estatuto, a votação é secreta.
Ainda, considera-se eleito o candidato que
obtiver maior número de votos e maioria
absoluta dos votos dos Estados Membros.
Se para eleger os membros for necessário
realizar vários escrutíneos, assim será feito,
mesmo que seja necessário excluir os com
menos votos em cada votação (Art. 5 ,
Estatuto da Comissão).
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
• Segundo o PSJCR, quando vagar um dos
cargos antes do fim do mandato, a AGOEA
escolhe o substituto de acordo com as
regras do Estatuto. Este, por sua vez, afirma
que o Presidente da Comissão notificará a
AGOEA que levará o caso aos Estados da
OEA. Estes poderão apresentar 1 candidato
no prazo de 30 dias. O Secretário Geral da
OEA elabora uma lista e quem escolhe o
nome do próximo é o Conselho da OEA.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
• Não podem fazer parte da Comissão dois
Membros da mesma nacionalidade.
• Ainda, não pode haver incompatibilidade
que afete a função exercida. Caso estas
existam, caberá a AGOEA decidir a respeito
por decisão de 2/3 dos seus membros (Art.
8 , Estatuto da Comissão).
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
• Os membros têm alguns deveres
relacionados no Estatuto da Comissão (Art.
9 ). São elas:
(i) Assistir, salvo impedimento justificado,
às reuniões ordinárias e extraordinárias
da Comissão, que se realizarem em sua
sede permanente ou na sede à qual
houver acordado trasladar-se
provisoriamente
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
(i) Fazer parte, salvo impedimento
justificado, das comissões especiais que
a Comissão decidir constituir para a
realização de observações in loco ou
para cumprir quaisquer outros deveres
de que forem incumbidos.
(ii) Guardar absoluta reserva sobre os
assuntos que a Comissão considerar
confidenciais.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
(i) Manter, nas atividades de sua vida
pública e privada, comportamento
acorde com a elevada autoridade moral
de seu cargo e a importância da missão
confiada à Comissão Interamericana de
Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
• Os membros da Comissão gozam, a partir
do momento de sua eleição e enquanto
durar seu mandato, das imunidades
reconhecidas pelo direito internacional aos
agentes diplomáticos (tais garantias se
fazem presentes apenas nos Estados da
OEA). Gozam também, no exercício de seus
cargos, dos privilégios diplomáticos
necessários ao desempenho de suas
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
funções (Art. 12 do Estatuto). Nos Estados
em que não são parte, os membros gozam
de certos privilégios e imunidades
pertinentes ao caso.
• A função dos membros da Comissão é
remunerada com honorários e despesas de
viagem (Art. 13, Estatuto da Comissão).
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
Organização da Comissão
• Haverá um Presidente, um Primeiro Vice-
Presidente e um Segundo Vice-Presidente,
que serão eleitos por maioria absoluta dos
seus membros por um ano e poderão ser
reeleitos somente uma vez em cada período
de quatro anos (Art. 14, Estatuto).
• Haverá também uma Diretoria e uma
Secretaria Executiva.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
• A Comissão tem sede em Washington (DC)
(Art. 16, Estatuto).
• Pode reunir-se em outro local quando
houver manifestação favorável de maioria
absoluta dos membros e com a anuência ou
convite do Estado que a receberá.
• Funciona de maneira ordinária (duas por
ano, na forma do artigo 14 do Regulamento
da Comissão) e extraordinária
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
• As decisões são feitas, como regra, com
maioria absoluta.
• Os idiomas utilizados na Comissão são o
espanhol, o francês, o inglês e o português
(Art. 22 do Regulamento)
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
Função: promover a observância e a defesa dos
direitos humanos (Art. 41, PSJCR),
especialmente:
a) Estimular a consciência dos direitos
humanos nos povos da América;
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
b) Formular recomendações aos governos
dos Estados-membros, quando considerar
conveniente, no sentido de que adotem medidas
progressivas em prol dos direitos humanos no
âmbito de suas leis internas e seus preceitos
constitucionais, bem como disposições
apropriadas para promover o devido respeito a
esses direitos;
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
c) Preparar estudos ou relatórios que
considerar convenientes para o desempenho de
suas funções;
d) Solicitar aos governos dos Estados-
membros que lhe proporcionem informações
sobre as medidas que adotarem em matéria de
direitos humanos;
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
e) Atender às consultas que, por meio da
Secretaria Geral da Organização dos Estados
Americanos, lhe formularem os Estados-
membros sobre questões relacionadas com os
direitos humanos e, dentro de suas
possibilidades, prestar-lhes o assessoramento
que lhes solicitarem;
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
f) Atuar com respeito às petições e outras
comunicações, no exercício de sua autoridade,
de conformidade com o disposto nos artigos 44
a 51 desta Convenção; e
g) Apresentar um relatório anual à Assembleia
Geral da Organização dos Estados Americanos.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
f) Atuar com respeito às petições e outras
comunicações, no exercício de sua autoridade,
de conformidade com o disposto nos artigos 44
a 51 desta Convenção; e
g) Apresentar um relatório anual à Assembleia
Geral da Organização dos Estados Americanos.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
O Estatuto ainda acrescenta outras funções. São
elas (Art. 18, Estatuto):
(i) atender às consultas que, por meio da
Secretaria-Geral da Organização, lhe formularem
os Estados membros sobre questões
relacionadas com os direitos humanos e, dentro
de suas possibilidades, prestar assessoramento
que eles lhe solicitarem;
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
(ii) fazer observações in loco em um Estado,
com a anuência ou a convite do Governo
respectivo; e
(iii) apresentar ao Secretário-Geral o
orçamento-programa da Comissão, para que o
submeta à Assembléia Geral.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
Além destas, outras são estabelecidas no artigo
19 do Estatuto:
(i) atuar com respeito às petições e outras
comunicações de conformidade com os artigos
44 a 51 da Convenção;
(ii) comparecer perante a Corte Interamericana
de Direitos Humanos nos casos previstos na
Convenção;
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
(iii) solicitar à Corte Interamericana de Direitos
Humanos que tome as medidas provisórias que
considerar pertinente sobre assuntos graves e
urgentes que ainda não tenham sido submetidos
a seu conhecimento, quando se tornar
necessário a fim de evitar danos irreparáveis às
pessoas;
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
(iv) consultar a Corte a respeito da
interpretação da Convenção Americana sobre
Direitos Humanos ou de outros tratados
concernentes à proteção dos direitos humanos
dos Estados americanos;
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
(v) submeter à Assembléia Geral projetos de
protocolos adicionais à Convenção Americana
sobre Direitos Humanos, com a finalidade de
incluir progressivamente no regime de proteção
da referida Convenção outros direitos e
liberdades; e
(vi) submeter à Assembléia Geral para o que
considerar conveniente, por intermédio do
Secretário-Geral, propostas de emenda à
Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
De certo modo pode ser dito que a Comissão
tem a função de promoção, proteção (inclusive
com medidas cautelares), conciliação e
monitoramento dos direitos humanos: pode
expedir recomendações (Ex: determinada
localidade está com excesso de presos. Diante
disso, pode a Comissão expedir uma
recomendação para que o Estado tome uma
providência).
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
Também pode a Comissão solicitar ao Estado
medidas de natureza cautelar (em 2009 são
Paulo verificou-se numa instituição de prisão de
jovens a tortura. Cautelarmente a Comissão
solicitou providências). Também pode fazer
visitações in loco. Pode investigar um fato
específico, como a violação de direitos das
mulheres ou fatos genéricos. Após, pode ele
elaborar um relatório que serve de embasamento
para uma recomendação, por exemplo .
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
Competência para receber petições que
contenham denúncias ou queixas de violação a
direitos humanos (Art. 44).

Legitimados:
(i) Indivíduos;
(ii) Grupos de indivíduos;
(iii) Entidade Não-Governamental reconhecida
em pelo menos um dos Estados da OEA.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
OBS: Estados também podem declarar que
reconhecem a competência da Comissão
para apreciar denúncias contra si
formuladas por outros Estados. Mas isso é
facultativo e será manifestado no momento
de adesão ao Pacto ou em outro momento
(Art. 45)
OBS2: As petições podem versar sobre
direitos dos próprios denunciantes ou de
terceiros (Art. 23, Regulamento)
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
OBS3: A legislação brasileira
reconhece o direito de a Defensoria Pública
o direito de pleitear junto a esses órgãos.
Assim, a DPE pode defender um indivíduo
nessa instância. Trata-se da Lei
Complementar 132/2009 .
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
Requisitos para o processamento das petições:
(i) que hajam sido interpostos e esgotados os
recursos da jurisdição interna, de acordo
com os princípios de Direito Internacional
geralmente reconhecidos.
(ii) que seja apresentada dentro do prazo de seis
meses, a partir da data em que o presumido
prejudicado em seus direitos tenha sido
notificado da decisão definitiva;
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
(iii) que a matéria da petição ou comunicação
não esteja pendente de outro processo de
solução internacional;
(iv) que, no caso do artigo 44, a petição
contenha o nome, a nacionalidade, a
profissão, o domicílio e a assinatura da
pessoa ou pessoas ou do representante
legal da entidade que submeter a petição.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
OBS: A regra do esgotamento da jurisdição
interna não se aplica quando (i) não houver
na legislação nacional devido processo legal
para instrumentalizar a proteção reclamada;
(ii) não for o interessado autorizado a
acionar o Judiciário e (iii) houver demora
injustificada na decisão sobre o mencionado
recurso.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
Procedimento (Art. 48):
1) Recebimento da reclamação. Quem fará
uma análise da petição será a Secretaria
Executiva (Art. 26 do Regulamento). Ainda, as
petições são analisadas na ordem de entrada,
mas podem ser analisadas com prioridade
quando, por exemplo, o interessado é idoso ou
criança, padece de doença terminal, há risco de
morte, dentre outros (Art. 29, Regulamento) .
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
Se a petição não atender aos requisitos, pode
ser oportunizada a emenda (Art. 29.3).
2) Em caso de admissibilidade, solicitará
informações ao Estado acusado de violar os
direitos humanos.
3) O Estado deverá prestar informações num
prazo razoável (não há menção de prazo no
Estatuto, mas o Regulamento fala em 3 meses,
podendo ser prorrogado ou pode ser solicitada
uma urgência quando o caso assim exigir).
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
4) Após as informações poderá arquivar a
denúncia ou dar seguimento a ela. Neste caso,
poderá iniciar uma investigação, solicitar mais
informações pelo Estado ou aos próprios
interessados.
5) A Comissão se coloca a disposição para
tentar conciliar.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
6) Em caso de conciliação, a Comissão fará
um relatório que será encaminhado ao
peticionário e ao Estado indicando a solução
alcançada.
7) Em caso de não conciliação, a Comissão
fará um relatório expondo as providências que
julgar necessário, podendo encaminhar a
questão para a Corte Interamericana de Direitos
Humanos.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
OBS: A Comissão pode fazer visitas in loco
mediante consentimento prévio do Estado
em cujo território tiver sido identificada a
violação (Art. 39, Regulamento).

OBS2: É possível a desistência da parte


interessada. No entanto, se a Comissão
entender que a tramitação é o melhor a se
fazer, pode assim determinar.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
Particularidades
• Medidas Cautelares: a Comissão pode
determinar medidas cautelares no que toca a
apreciação de casos que ainda não estejam
sobre sua apreciação (Art. 25 do Regulamento).
Essas medidas são concedidas em casos
urgentes e graves nos quais haja risco de danos
irreparáveis às pessoas. Em regra são
concedidas após as informações dos Estados,
mas podem ser dadas sem a oitiva destes.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
Podem proteger pessoas ou grupo de pessoas,
sempre que identificáveis por sua localização
geográfica, pertencimento ou vínculo a um
grupo, povo, comunidade ou organização.
Os pedidos devem conter (i) os dados das
pessoas propostas como beneficiárias, (ii)
descrição detalhada e cronológica dos fatos que
sustentem a solicitação, (iii) descrição as
medidas de proteção solicitadas.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
OBS: Note-se que não é necessário esgotar
a via jurisdicional interna.

As medidas podem ser ampliadas, modificadas


ou suspensas.
DIREITOS HUMANOS
Sistema americano de proteção – órgãos de proteção
• O Brasil fez uma reserva: as inspeções
(visitas in loco) feitas pela Comissão
Interamericana de Direitos Humanos depende de
anuência expressa do Estado brasileiro .
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Corte Interamericana de Direitos Humanos

Natureza: tem função jurisdicional, ao contrário


da Comissão (Art. 1, Estatuto)

Sede: San José da Costa Rica (Art. 2, Estatuto).


Pode haver a mudança da sede, no entanto.
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Composição (Art. 52, PSJCR)
• 7 juízes escolhidos dentre pessoas com alta
autoridade moral, de reconhecida
competência em matéria de direitos
humanos.
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• São eleitos pela AGOEA por maioria
absoluta em votação secreta. Não podem os
juízes ser (i) membros ou altos funcionários
do Poder Executivo, com exceção dos
cargos que não impliquem subordinação
hierárquica ordinária, bem como agentes
diplomáticos que não sejam Chefes de
Missão junto à OEA ou junto a qualquer dos
seus Estados membros; (ii) funcionários de
organismos internacionais ou
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(iii) possuírem quaisquer outros cargos ou
atividades que impeçam os juízes de
cumprir suas obrigações ou que afetem sua
independência ou imparcialidade, ou a
dignidade ou o prestígio do seu cargo.
• Não pode haver mais de um juiz da mesma
nacionalidade.
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• Cada Estado pode nomear até três juízes,
sendo que ao menos um deles tem que ser
nacional do Estado que está fazendo a
indicação.
• O mandato será de seis anos admitida uma
reeleição.
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• Os juízes permanecem em suas funções até
o fim do mandato. Contudo, mesmo após
podem continuar a atuando nos casos em
que tenham se manifestado e que já estejam
em julgamento.
• Não há problema em o Juiz de um Estado
conhecer casos relacionados ao próprio
Estado. Contudo, os juízes não podem
figurar em casos nos quais seus parentes
tenham interesse direito.
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• Os membros da Corte gozam, a partir do
momento de sua eleição e enquanto durar
seu mandato, das imunidades reconhecidas
pelo direito internacional aos agentes
diplomáticos (tais garantias se fazem
presentes apenas nos Estados da OEA).
Gozam também, no exercício de seus
cargos, dos privilégios diplomáticos
necessários ao desempenho de suas
funções (Art. 15 do Estatuto).
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Nos Estados em que não são parte, os
membros gozam de certos privilégios e
imunidades pertinentes ao caso.
• Pode haver juízes ad hoc.
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Organização
• Há um Presidente e um Vice-Presidente na
Corte, eleitos para um mandato de dois anos
pelos próprios Juízes da Corte, admitida
reeleição (Art. 3, Regulamento). Considera-
se eleito o juiz que tenha recebido 4 votos.
Se houver empate, ganha o que tiver
precedência. Se o Presidente for nacional do
Estado Parte em que estiver atuando,
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poderá ceder a presidência em relação a


esse caso (Art. 4.1, Regulamento).
• Há também uma Secretaria.
• A Corte funciona em sessões ordinárias e
extraordinárias.
• O quórum para deliberação é de cinco
juízes, ou seja, o julgamento somente
começa com cinco juízes.
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• O idioma é o espanhol, o inglês, o francês e


o português (Art. 20 do Regulamento).
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Função de contencioso (jurisdicional) e de


consulta (sendo que na consulta pode
considerar qualquer tratado internacional
aplicado aos Estados Americanos ).
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Legitimados
(i) Estados.
(ii) Comissão.

• Requisitos para o processamento pela Corte


(Art. 61.2): tem que ter esgotado o caso na
Comissão.
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Procedimento
• Há a participação do Estado a quem se
imputa a violação ao direito humano, da
Comissão e das vítimas (ou seus familiares
ou representantes).
• A petição é apresentada pela Comissão ou
pelo Estado perante a Secretaria da Corte
(deve conter o pedido, as provas, a
indicação das vítimas, do denunciante
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original, endereços, indicar peritos e


testemunhas, etc – Art. 33, Regulamento).
• A petição inicial será analisada pelo
Presidente que poderá solicitar que se
sanem as lacunas no prazo de vinte dias
(Art. 34, Regulamento). Contudo, pode após
consulta a Comissão Permanente da Corte,
rejeitar o caso (Art. 26.3, Regulamento).
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• Se for o caso de prosseguimento, serão


notificadas as vítimas e o Estado, que
poderá contestar no prazo de 4 meses (Art.
37 e 38 do Regulamento).
• Pode haver pedido de desistência, mas a
Corte pode rejeitar e prosseguir no caso
(Art. 53, Regulamento).
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Condenações: segundo o artigo 63, 1, a Corte (i)


determinará que se assegure ao prejudicado o
gozo do seu direito ou liberdade violado e (ii)
determinará que sejam reparadas as
consequências da medida ou situação que haja
configurado a violação desses direitos, além de
(iii) indenização justa à parte lesada
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Condenação executada conforme os


procedimentos próprios de cada país (Art. 68.1).
No Brasil, é executada pela Vara Federal de
primeiro grau .
• Decisão é irrecorrível (Art. 67, PSJCR).
Contudo, cabe um pedido de interpretação
pela Corte no prazo de 90 dias
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• Não precisa ser homologada pelo STJ (Art.


105, Inciso I, “i”, CF): não precisa porque
não é uma sentença estrangeira, mas sim
uma sentença internacional (entendimento
majoritário sem precedente jurisprudencial).
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Particularidades
• A Corte pode determinar medidas
provisórias em casos de extrema gravidade
ou urgência nos casos em que está
conhecendo. Nos casos em que ainda não
estão sob o seu conhecimento, pode atuar
junto com a Comissão (Art. 63.2, PSJCR).
Estas medidas provisórias podem ser
apresentadas pelas próprias pessoas.
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• O quórum para as decisões é de cinco juízes


(Art. 23.1, Estatuto).
• As decisões são tomadas por maioria dos
juízes presentes (Art. 23.2, Estatuto)
• Em caso de empate, o Presidente tem o voto
de qualidade/minerva (Art. 23.3, Estatuto).
• As decisões são públicas, salvo deliberação
da própria Corte (Art. 24, Estatuto).
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• Agência da ONU
• Missão: promover oportunidades para que
homens e mulheres possam ter acesso a um
trabalho decente e produtivo, em condições
de liberdade, equidade, segurança e
dignidade.
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• Conceito de trabalho decente: introduzido


pela OIT em 1999, diz respeito ao o objetivo
de garantia a todas as pessoas
oportunidades de emprego produtivo, em
condições de liberdade, equidade,
segurança e dignidade.
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• O Trabalho Decente é o ponto de


convergência dos quatro objetivos
estratégicos da OIT:
– (i) liberdade sindical e reconhecimento efetivo do
direito de negociação coletiva;
– (ii) eliminação de todas as formas de trabalho
forçado;
– (iii) abolição efetiva do trabalho infantil;
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– (iv) eliminação de todas as formas de discriminação
em matéria de emprego e ocupação), a promoção
do emprego produtivo e de qualidade, a extensão
da proteção social e o fortalecimento do diálogo
social.
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• Histórico: a OIT surgiu em 1919, após o fim


da Primeira Guerra Mundial, com o Tratado
de Versalhes. Sua existência está fundada
na convicção primordial de que a paz
universal e permanente somente pode estar
baseada na justiça social. O Brasil é
membro da OIT desde a sua formação, e
dela participa desde a primeira reunião.
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Sua primeira Convenção respondia a uma das


principais reivindicações do movimento
sindical e operário do final do século XIX e
começo do século XX: a limitação da jornada
de trabalho a 8 diárias e 48 semanais. As
outras convenções adotadas nessa ocasião
referem-se à proteção à maternidade, à luta
contra o desemprego, à definição da idade
mínima de 14 anos para o trabalho na
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indústria e à proibição do trabalho noturno de


mulheres e menores de 18 anos
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• Formação: a OIT conta com formação


tripartite, ou seja, é formada por
representantes de governos, de
organizações de empregadores e de
organizações de empregados.
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• Funções: a OIT, dentro de seus objetivos, é


responsável por formular e aplicar normas
internacionais relacionadas ao trabalho
(convenções e recomendações, por
exemplo).

Não tem força de tratado internacional


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• Principais temas de preocupação da OIT:


– Trabalho decente: como mencionado, é o ponto de
convergência dos quatro objetivos estratégicos da
OIT, quais sejam, (i) liberdade sindical e
reconhecimento efetivo do direito de negociação
coletiva; (ii)eliminação de todas as formas de
trabalho forçado; (iii) abolição efetiva do trabalho
infantil; (iv) eliminação de todas as formas de
discriminação em matéria de emprego e ocupação),
a promoção do emprego produtivo e de qualidade, a
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extensão da proteção social e o fortalecimento do
diálogo social
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– Trabalho infantil.
– Trabalho forçado
– Emprego juvenil
– Igualdade de gênero e raça, erradicação da pobreza
e geração de emprego
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• Principais convenções
– 2000: Convenção 182 sobre Proibição das Piores
Formas de Trabalho Infantil e Ação Imediata para
sua Eliminação.
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• Principais convenções
– 2008: Declaração da OIT sobre a justiça social para
uma globalização equitativa:

“Preâmbulo - por uma parte, o processo de


cooperação e integração econômicas têm
contribuído a beneficiar certo número de países
com altas taxas de crescimento econômico e de
criação de empregos, a integrar um número de
indivíduos pobres da zona rural na moderna
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economia urbana, a elevar seus objetivos de
desenvolvimento e a estimular a inovação na
elaboração de produtos e circulação de idéias; - por
outra parte, a integração econômica mundial tem
confrontado muitos países e setores com grandes
desafios no tocante à desigualdade de ingressos, à
persistência de níveis de desemprego e pobreza
elevados, a vulnerabilidade das economias diante
das crises externas e o aumento, tanto do trabalho
precário como da economia informal, que têm
incidência na relação de trabalho e na proteção que
esta pode oferecer;
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A Convenção afirma que o trabalho não é uma
mercadoria e que a pobreza, onde houver, constitui
um perigo para a prosperidade de todos. Reconhece
que a OIT tem a solene obrigação de promover entre
as nações do mundo, programas próprios que
permitam alcançar os objetivos do pleno emprego e
a elevação do nível de vida, um salário mínimo vital
e a extensão das medidas de seguridade social para
garantir ingressos básicos a quem precise, junto
com os demais objetivos enunciados na Declaração
da Filadélfia; Recomenda à OIT examinar e
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considerar, à luz do objetivo fundamental de justiça
social, todas as políticas econômicas e financeiras
internacionais
LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
LEI No 6.683, DE 28 DE AGOSTO DE 1979.

Concede anistia e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o


Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
Art. 1º É concedida anistia a todos quantos, no período
compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto
de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes,
crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos
suspensos e aos servidores da Administração Direta e
Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos
Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos
Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos
com fundamento em Atos Institucionais e Complementares
(vetado).
LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
1º - Consideram-se conexos, para efeito deste artigo,
os crimes de qualquer natureza relacionados com crimes
políticos ou praticados por motivação política.

2º - Excetuam-se dos benefícios da anistia os que


foram condenados pela prática de crimes de terrorismo,
assalto, seqüestro e atentado pessoal.
LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
3º - Terá direito à reversão ao Serviço Público a esposa do
militar demitido por Ato Institucional, que foi obrigada a pedir
exoneração do respectivo cargo, para poder habilitar-se ao
montepio militar, obedecidas as exigências do art. 3º.

Art. 2º (Revogado pela Lei nº 10.559, de 2002)


LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
Art. 3º O retorno ou a reversão ao serviço ativo somente
deferido para o mesmo cargo ou emprego, posto ou
graduação que o servidor, civil ou militar, ocupava na data de
seu afastamento, condicionado, necessariamente, à
existência de vaga e ao interesse da Administração.

1º - Os requerimentos serão processados e instituídos


por comissões especialmente designadas pela autoridade a
qual caiba a apreciá-los.
LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
2º - O despacho decisório será proferido nos centos e
oitenta dias seguintes ao recebimento do pedido.

3º - No caso de deferimento, o servidor civil será


incluído em Quadro Suplementar e o Militar de acordo com o
que estabelecer o Decreto a que se refere o art. 13 desta Lei.

4º - O retorno e a reversão ao serviço ativo não serão


permitidos se o afastamento tiver sido motivado por
improbabilidade do servidor.
LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
5º - (Revogado pela Lei nº 10.559, de 2002)

Arts. 4º e 5º (Revogados pela Lei nº 10.559, de 2002)


LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
Art. 6º O cônjuge, qualquer parente, ou afim, na linha reta, ou
na colateral, ou o Ministro Público, poderá requerer a
declaração de ausência de pessoa que, envolvida em
atividades políticas, esteja, até a data de vigência desta Lei,
desaparecida do seu domicílio, sem que dela haja notícias
por mais de 1 (um) ano

1º - Na petição, o requerente, exibindo a prova de sua


legitimidade, oferecerá rol de, no mínimo, 3 (três)
testemunhas e os documentos relativos ao desaparecimento,
se existentes.
LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
2º - O juiz designará audiência, que, na presença do
órgão do Ministério Público, será realizada nos 10 (dez) dias
seguintes ao da apresentação do requerente e proferirá,
tanto que concluída a instrução, no prazo máximo de 5
(cinco) dias, sentença, da qual, se concessiva do pedido, não
caberá recurso.
LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
3º - Se os documentos apresentados pelo requerente
constituirem prova suficiente do desaparecimento, o juiz,
ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas,
proferirá, no prazo de 5 (cinco) dias e independentemente de
audiência, sentença, da qual, se concessiva, não caberá
recurso.

4º - Depois de averbada no registro civil, a sentença


que declarar a ausência gera a presunção de morte do
desaparecido, para os fins de dissolução do casamento e de
abertura de sucessão definitiva.
LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
Art. 7º A conhecida anistia aos empregados das
empresas privadas que, por motivo de participação em grave
ou em quaisquer movimentos reivindicatórios ou de
reclamação de direitos regidos pela legislação social, haja
sido despedidos do trabalho, ou destituídos de cargos
administrativos ou de representação sindical.
LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
Art. 8º Os anistiados, em relação as infrações e penalidades
decorrentes do não cumprimento das obrigações do serviço
militar, os que à época do recrutamento, se encontravam, por
motivos políticos, exilados ou impossibilitados de se
apresentarem.

Parágrafo único. O disposto nesse artigo aplica-se aos


dependentes do anistiado.
LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
Art. 9º Terão os benefícios da anistia os dirigentes e
representantes sindicais punidos pelos Atos a que se refere
o art. 1º, ou que tenham sofrido punições disciplinares
incorrido em faltas ao serviço naquele período, desde que
não excedentes de 30 (trinta) dias, bem como os estudantes.
LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
Art. 10.Os servidores civis e militares reaproveitados, nos
termos do art. 2º, será contado o tempo de afastamento do
serviço ativo, respeitado o disposto no art. 11.

Art. 11.Esta Lei, além dos direitos nela expressos, não


gera quaisquer outros, inclusive aqueles relativos a
vencimentos, saldos, salários, proventos, restituições,
atrasados, indenizações, promoções ou ressarcimentos.
LEI DE ANISTIA – LEI 6683/1979
Art. 12.Os anistiados que se inscreveram em partido político
legalmente constituído poderão voltar e ser votados nas
convenções partidárias a se realizarem no prazo de 1 (um)
ano a partir da vigência desta Lei.

Art. 13.O Poder Executivo, dentro de 30 (trinta) dias,


baixará decreto regulamentando esta Lei.

Art. 14.Esta Lei entrará em vigor na data de sua


publicação.
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Art. 15.Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 28 de agosto de 1979; 158º da Independência e


91º da República.

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