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A IGREJA E SEUS DILEMAS NA PÓS-MODERNIDADE!

Nesta virada de século, a sociedade pós-moderna tem enfrentado vários


desafios em busca de uma vida mais equilibrada e saudável. O trabalho intenso, a agitação
do dia-a-dia, os conflitos interpessoais e a perca de valores éticos e morais na sociedade
pós-moderna tem acarretado um adoecimento da pessoa e da sociedade. A sociedade pós-
moderna tem se embrutecido, pois as pessoas cada vez mais se distanciam uma das outras;
o amor, o afeto, a vida em família, a vida em comunidade é algo cada vez mais raro e difícil
de vivenciar em nossos dias. A pós-modernidade traz no seu bojo um individualismo cada
vez mais alienante, que faz das pessoas “robôs”, destituindo-as assim de um viver pleno e
significativo. O homem pós-moderno devido as influências da globalização e a crescente
concorrência profissional, tem que estudar muito, trabalhar muito e, além disto, optar
consciente ou inconscientemente por um esvaziamento de valores em sua vida comunitária.

Esta mentalidade pós-moderna, infelizmente tem atingido a Igreja, e isto


ocorre em vários níveis. Por exemplo: há na Igreja hoje uma mentalidade utilitarista de
Deus, onde as pessoas vem ao templo, para receber bênçãos e não para cultuar a Deus.
Cultuar a Deus hoje tornou-se algo secundário e condicionado a receber uma bênção ou
“sentir algo”. Chamamos isto de pragmatismo religioso, que levam as pessoas a terem
atitudes imediatas para com Deus, onde geralmente os fins justificam os meios. Ao lado do
pragmatismo religioso, temos o relativismo, onde se perdem os absolutos, e tudo é feito em
nome do prazer e da satisfação imediata. A espiritualidade de nossos dias se tornou
narcisista, ou seja, uma espiritualidade que se contenta na experiência em si e que não
desemboca em missão. Devido a todas estas influências da sociedade pós-moderna, temos
diante de nós o perigo de perdermos a nossa identidade como Igreja e o compromisso ao
Senhorio de Jesus.

Uma das coisas que mais me trazem tristeza hoje é quando eu vejo pessoas nas
Igrejas completamente apáticas ao serviço do Senhor, como também alienadas a dinâmica
do discipulado cristão. É lamentável ver pessoas usando das justificativas mais furadas para
não se envolverem com Deus e com a Sua obra. É triste constatar que servir a Deus para
alguns, se tornou um fardo, algo pesado, que só pode ser feito quando não lhes resta
opção, ou quando consciente ou inconscientemente descobrem que em determinada
atitude estarão levando vantagem no “Sagrado”. Há muita gente hoje que vive um intenso
quadro de “coma espiritual”, estão completamente inconscientes do que significa servir a
Deus, como também de amá-Lo sobre todas as coisas. Este quadro é perceptível no meio
de adolescentes, jovens e adultos. Em cada faixa etária ou grupo social percebemos tanto o
potencial como a decadência, tudo depende da percepçã do momento que estamos
vivendo... É necessário que em meio a ideologia de nosso tempo busquemos na Palavra de
Deus princípios que nos ajudem a refletir nossa geração e que nos direcione a criar
modelos de transformação no meio que estamos inseridos.

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A IGREJA E SEUS DILEMAS NA PÓS-MODERNIDADE!

Eu fico surpreendido com amor de Deus, porque Ele não nos trata de acordo
com as nossas atitudes para com Ele (2Tm.2.13). Imaginem se Deus para nos abençoar
usasse das justificativas que geralmente nos usamos? Ficaríamos sem o alimento, a
vestimenta, o teto, o ar, a vida, etc. Estaríamos todos perdidos... Pelo contrário, a sua
misericórdia se estende de geração a geração... Amados, para vencermos o stress, o
desânimo e a inércia de nossos dias necessitamos da graça de Deus, necessitamos de buscar
o Senhor com prioridade e exclusividade. Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e o será
eternamente. Não importa a época, o contexto, as dificuldades, Deus está conosco! E para
nosso consolo e crescimento temos as suas ricas e preciosas promessas. Não permita que
os “ismos” de nosso tempo (pragmatismo, relativismo, hedonismo, etc) limite você a ter
uma espiritualidade superficial e utilitarista. Busque nas Escrituras, a âncora de nossas
almas, as respostas e posicionamentos para este mundo em mudanças. Busquemos o
conselho do apóstolo Paulo em Rm.12.2: “E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente para que experimenteis qual seja a boa,
perfeita e agradável vontade de Deus.” Rev. Gilberto Pires de Moraes.

A PÓS-MODERNIDADE E OS DESAFIOS PARA OS NOSSOS DIAS

Por Marcos Antônio Guimarães

Se houver consenso entre as afirmações que dizem que a verdade e a moral


foram substituídas pelo engano e pelo relativismo, estamos, então, diante de um problema
estrutural que desafia educadores, líderes e todos aqueles que ainda acreditam na verdade
absoluta revelada por Deus nas Escrituras Sagradas.

Temos um cenário moldado pelo pensamento pós-moderno em todas as suas


esferas. E suas implicações podem ser detectadas principalmente na religião, na política, na
educação e na ética. Para o pós-modernismo, “a única verdade é que não existe verdade”,
segundo o escritor colombiano Daniel Salinas.

A narrativa de outro autor nos ajudar a compreender melhor o contexto da


pós-modernidade: “Enquanto a modernidade é um manifesto à auto-suficiência humana e
à autogratificação, o pós-modernismo é uma confissão de modéstia e, até mesmo, de
desesperança. Não há verdade. Há apenas verdades. Não há razão suprema. Só existem
razões. Não há uma civilização privilegiada, e muito menos cultura, crença, norma e estilo.
Existe somente uma multidão de culturas, de crenças, de normas e de estilos. Não há
justiça universal. Existem apenas interesses de grupos. Não há uma grande narrativa do
progresso humano. Existem apenas histórias incontáveis, nas quais as culturas e os povos
se encontram hoje. Não existe realidade simples, e muito menos a realidade de um
conhecimento universal e objetivo. O que existe, de fato, é apenas uma incessante
representação de todas as coisas em função de todas as outras”.

Diante desse quadro, não podemos, de forma alguma, ignorar o que está
acontecendo à nossa volta, como se não pudéssemos enxergar ou, pior ainda, como se não
estivéssemos interessados em enxergar, simplesmente por acharmos que não seremos
atingidos por essa avalanche de pensamentos. Mas não é bem assim. Muito pelo contrário.
Quando observamos os conteúdos didáticos do ensino fundamental ao acadêmico,

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A IGREJA E SEUS DILEMAS NA PÓS-MODERNIDADE!

conseguimos identificar sim as abordagens sobre os conceitos relativistas e desconstrutivos


relacionados aos temas fundamentais da estrutura de uma sociedade, tais como: família,
religião e ética.

Identificamos nos livros didáticos baseados no pensamento pós-moderno


idéias que propagam reverência à “mãe Natureza” e ainda propõem o fim das diferenças
religiosas, morais e éticas, sob a égide do pluralismo e do multiculturalismo. O pluralismo
outorga a todas as religiões o mesmo valor soteriológico, moral e espiritual, ressaltando que
nenhuma cultura pode ser considerada melhor do que qualquer outra. É justamente esse o
ambiente que está formando as novas gerações.

Segundo o escritor Charles Colson, “a maneira como vemos o mundo pode


mudar o mundo. Como isso pode acontecer? Quando o cristão se compromete a viver sua
fé”. Diante disso, devemos encarar a nossa fé com seriedade e compromisso, sem ignorar
que o ser humano é um ser pensante e necessita de respostas. E a única maneira que temos
de fornecer respostas que atendam às mais profundas necessidades do ser humano é
mediante a verdade absoluta revelada por Deus nas Escrituras Sagradas. Portanto, o desafio
está diante de nós, de todos nós, e, principalmente, dos líderes e educadores cristãos.

É tempo de tocar a trombeta em Sião, de alertar sobre os perigos iminentes,


antes que seja tarde demais. Não podemos nos sentir satisfeitos com discursos
improvisados, simplistas, sem conteúdo. É necessário que haja dedicação e renúncia, para
que o povo de Deus se faça mais sábio e preparado para enfrentar um mundo que se
transforma a cada dia. O que nos remete à reflexão do escritor Samuel Escobar, com a qual
finalizamos este artigo:

“Estamos entrando numa época bem diferente daquela que chamamos de


‘tempos modernos’. Nessa época denominada ‘pós-moderna’, temos a obrigação e o dever,
como servos de Deus, de anunciar e viver a fé cristã. Fé esta que tem sobrevivido por vinte
séculos, que tem passado de uma cultura para outra. A fé que, há muito, deixou de
pertencer somente aos europeus, pois se espalhou por todo o planeta. Se agirmos dessa
maneira, o cristianismo deste século será um cristianismo diferente, porque será múltiplo e
global. A pessoa central desse cristianismo será o nosso Senhor Jesus Cristo, cuja memória
e presença tiveram a capacidade de transcender a todas as culturas. E continuará sendo
assim. Essa é a nossa firme esperança”

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