UPDATE: A cláusula do Convênio 93 que obrigada as empresas do Simples Nacional a pagarem diferença de ICMS em vendas interestaduais e FCP - Fundo de Combate à pobreza - foi revogada em 17/02/16. Como o emissor da Receita Federal ainda não foi atualizado, a orientação é preencher com 00 os campos da aba ICMS em Operações Interestaduais. Contexto As empresas que vendem seus produtos para outros estados, terão mudanças na forma de pagamento do ICMS a partir de janeiro de 2016. Motivados pelo crescimento das vendas online no Brasil, os estados começaram a questionar a forma de arrecadação do ICMS, já que ela é feita apenas no estado de origem, sobrando para o destino apenas o recebimento do produto. Para equilibrar esta situação, o Senado aprovou a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 197/2012 que, através do Convênio ICMS 93, determina o recolhimento de um diferencial entre as alíquotas interestaduais e de destino. Entenda neste artigo os impactos destas mudanças para as empresas do Simples Nacional. O que muda Nas operações de venda interestaduais, seja para o consumidor final ou para outros contribuintes do ICMS, deverá ser aplicada uma diferença entre a alíquota interestadual e a alíquota interna do estado de destino. Alíquotas Interestaduais: 7% para as Regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste e Espírito Santo 12% para as Regiões Sul e Sudeste Alíquotas Internas dos Estados: 18% para São Paulo, Minas Gerais, Paraná 19% para Rio de Janeiro 17% para demais estados Esta diferença entre as alíquotas, também conhecida pela sigla DIFAL, será aplicada de forma gradativa, até que que 100% desta diferença fique com o estado de destino. Confira na tabela como fica o cronograma de recolhimento: Quem deve recolher a diferença de ICMS Se o destinatário for o consumidor final, não contribuinte do ICMS, a responsabilidade de recolhimento é do emissor da nota fiscal, ou seja, a empresa que está vendendo o produto. Se a sua venda for destinada a outra empresa, também contribuinte do ICMS, a responsabilidade do recolhimento do imposto é dela. Neste caso, 100% da diferença do ICMS deve ser recolhido pela empresa que receberá o produto, como exemplo abaixo. Exemplo 01: Comércio estabelecido em São Paulo que vende para outras empresas, contribuintes do ICMS, no Rio de Janeiro: Alíquota Interna SP: 18% Alíquota Interestadual (de SP para RJ): 12% Alíquota Interna RJ: 19% Valor do Produto vendido: R$500,00 ICMS normal: R$500,00 x alíquota interestadual 12% = R$60,00 Diferença entre alíquotas a ser recolhida pelo contribuinte final integralmente para o estado de destino, no exemplo, no RJ: Alíquota do RJ 19% - Alíquota Interestadual 12% = 7% x 100% Valor da Venda: R$500,00 x 7% x 100% que deve ficar no estado de destino = R$35,00 para RJ Exemplo 02: Ecommerce de SP, do Simples Nacional, vendendo para consumidor final não contribuinte no RJ: Alíquota interestadual: 12% Alíquota RJ: 19% Valor da venda: R$500,00 ICMS normal: R$500,00 x 1,25% (supondo que a empresa seja do Anexo I) = R$6,25 devido no estado de origem e pagos normalmente na DAS Diferença a ser partilhada entre os estados: Alíquota do RJ 19% - Alíquota Interestadual 12% = 7% Valor da Venda: R$500,00 x 7% = R$35,00 sendo: R$35,00 x 60% para o estado de origem SP = R$0,00 não devido para empresas do Simples Nacional, uma vez que o ICMS de origem é pago na DAS R$35,00 x 40% para o estado de destino RJ = R$14,00 para o estado de destino RJ - Deverá ser pago pelo emitente da NF-e através de uma GNRE - Guia de Recolhimento de Tributos Estaduais. Para os estados que possuem alíquota interna reduzida para alguns produtos, deverá ser aplicada a alíquota interna do destino e não do produto.