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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ALEXANDRE GABRIEL MARAFON, LUCAS FELIPE RAMME, LUIZ FERNANDO


ELY, MATHEUS FRANCISCO BASSO ROMAN, SEIJI LEONARDO MONSÃO
UMETSU

PROJETO DE HIDRÁULICA

TOLEDO
2018
ALEXANDRE GABRIEL MARAFON, LUCAS FELIPE RAMME, LUIZ FERNANDO
ELY, MATHEUS FRANCISCO BASSO ROMAN, SEIJI LEONARDO MONSÃO
UMETSU

PROJETO DE HIDRÁULICA

Trabalho realizado na disciplina de


Hidráulica, do curso de Engenharia Civil da
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, campus Toledo, ministrada pelo
Prof. Dr. Wagner Alessandro Pansera.

TOLEDO
2018
RESUMO

Este trabalho tem por objetivo o dimensionamento de sistemas hidráulicos, mais


especificamente sistemas de bombeamento e irrigação. No projeto do sistema de
irrigação utilizou-se o conceito de distribuição de vazão em marcha, a partir do qual
calculou-se a distribuição das pressões nos orifícios de uma linha irrigadora,
considerando esses com um diâmetro inicial de 3,5 mm. Como resultado, percebeu-
se uma grande variação na vazão descarregada por cada orifício, o que geraria uma
irrigação desigual ao longo da linha, prejudicando o funcionamento do sistema. Sendo
assim, buscou-se variar o diâmetro dos orifícios, dentro dos valores comerciais
encontrados, buscando obter uma vazão mais uniforme possível em toda a tubulação.
Encontrou-se, assim, a distribuição dos diâmetros dos orifícios, variando ao longo da
linha entre 3,2 e 3,6 mm, que promovia uma melhor eficiência para o sistema do que
mantendo-se os diâmetros constantes. Para o projeto do sistema de bombeamento,
partiu-se de características pré-definidas da bomba a ser utilizada, da tubulação
instalada e da demanda exigida pelo reservatório que seria abastecido. Realizou-se,
então, o dimensionamento do sistema para diferentes diâmetros do rotor e da
tubulação. Com os resultados obtidos, estimou-se os custos relativos à implantação e
operação do sistema, considerando o custo com rotor, tubulação, acessórios e
consumo de energia elétrica. Comparando-se os resultados obtidos, escolheu-se um
rotor de 675 mm de diâmetro e uma tubulação de recalque com 650 mm de diâmetro,
pois, a partir de análises realizadas, determinou-se que essa é a configuração do
sistema que oferece uma maior economia financeira e atende à demanda exigida de
forma eficiente. Sendo assim, percebe-se a importância da capacitação do profissional
nas múltiplas áreas que formam a engenharia, dentre elas a hidráulica, a fim de
atender a demanda por profissionais crescente no mercado, e não se atendo somente
ao básico da sua formação, buscando se aperfeiçoar para ser capaz de atuar nos
vários campos que a profissão oferece.

Palavras-chave: Hidráulica. Dimensionamento. Bomba. Orifício.


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Pressão no orifício x distância do início da linha 11


Gráfico 2 – Variação da vazão no orifício em relação à distância do início da linha 12
Gráfico 3 - Custo da tubulação e acessórios 15
Gráfico 4 - Custo do rotor e energia elétrica 15
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição dos diâmetros dos orifícios ao longo da distância 12


Tabela 2 - Relação diâmetro da tubulação x altura manométrica 13
Tabela 3 - Características do protótipo e do modelo 14
Tabela 4 - Dados de operação do sistema 16
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 6

2 MATERIAIS E MÉTODOS 7

2.1 PROBLEMA 01 – SISTEMA DE IRRIGAÇÃO 7

2.2 PROBLEMA 02 – SISTEMA DE BOMBEAMENTO 8

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 11

3.1 EXERCÍCIO 01 – SISTEMA DE IRRIGAÇÃO 11

3.2 EXERCÍCIO 02 – SISTEMA DE BOMBEAMENTO 13

4 CONCLUSÃO 17

REFERÊNCIAS 18
6

1 INTRODUÇÃO

A importância de um bom projeto hidráulico em uma instalação está cada vez


mais em evidência, visto as crises hídricas existentes por todo o planeta e o
prognóstico de especialistas sobre a falta d’água nos próximos anos. Para tanto, é
necessário um bom conhecimento das particularidades dos sistemas hidráulicos, a fim
de se possibilitar o dimensionamento dos componentes da forma mais econômica
financeiramente e de modo a se obter o melhor aproveitamento da água.
Um elemento passível de ser utilizado em um projeto hidráulico se refere a
um sistema de irrigação, no qual se estuda, além de outros parâmetros, as
características dos orifícios pelo qual a água deixa o sistema, buscando obter uma
distribuição dos diâmetros ao longo da linha irrigadora a fim de promover uma vazão
uniforme em toda a área irrigada, considerando as perdas envolvidas. De acordo com
Levien e Figueirêdo (2013), a eficiência de um sistema de irrigação, que leva a um
melhor aproveitamento dos recursos hídricos e beneficia diretamente a área produtiva
na qual está inserido, está diretamente relacionada à uma avaliação dos parâmetros
envolvidos, sobretudo em relação à uniformidade da distribuição de água ao longo do
sistema.
Outro fator a ser estudado em sistemas hidráulicos são as bombas, segundo
Baptista e Lara (2010), as bombas são equipamentos que recebem energia mecânica
proveniente de um motor e transformam em energia hidráulica, possibilitando o
direcionamento de uma vazão de um fluido até grandes alturas e longas distâncias,
sendo utilizadas nos mais diversos modos de sistemas hidráulicos. O correto
dimensionamento de uma bomba ou de um sistema de bombas leva à uma melhor
eficiência do sistema, o que favorece uma utilização otimizada tanto da água quanto
da energia elétrica utilizada na ativação do motor de acionamento do sistema.
O presente trabalho tem como objetivo a resolução de dois problemas
envolvendo os conceitos hidráulicos acima citados. Para tanto, fez-se uso de recursos
computacionais, como o Microsoft Excel, a fim de se obter tabelas e gráficos que
demonstram o comportamento dos sistemas hidráulicos. A partir dos resultados
obtidos, analisou-se a relação dos diversos parâmetros hidráulicos obtidos com a
eficiência dos sistemas.
7

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 PROBLEMA 01 – SISTEMA DE IRRIGAÇÃO

O primeiro problema a ser resolvido é baseado no seguinte enunciado: “Uma


horta hidropônica usa o sistema de tubo (PVC) perfurado de L m de comprimento,
conforme figura 1, para fornecer água a 20ºC. O tubo tem 5 cm de diâmetro e contém
um furo circular a cada 12 cm. Uma bomba fornece água à pressão de 87 kPa
(manométrica) na entrada, enquanto a outra extremidade do tubo está fechada. Pede-
se: (i) Determine a distribuição de pressão ao longo do conduto usando um furo
circular de mesmo diâmetro em toda a extensão do conduto (a escolha do diâmetro
fica a critério do grupo), (ii) Faça uma análise de projeto, para escolher a distribuição
ótima dos diâmetros dos furos que tornará a vazão tão uniforme quanto possível ao
longo do eixo do tubo, (iii) Compare i e ii.”
O procedimento tem início com um chute inicial para a vazão transportada
pelo sistema. A partir desse chute inicial, calculou-se a vazão fictícia, como indicado
na equação 1, que é válida para tubulações com descarga de vazão em marcha e
ponta seca.
Qf = Qi/√3 (eq. 1)

A partir da vazão fictícia utilizou-se a equação 2, de Hazen-Williams, para


calcular a perda de carga na tubulação utilizada, considerando essa como sendo de
PVC novo (C=140).
Hf = (10,65 x Q1,85 x L) / (C1,85 x D4,87) (eq. 2)

Com o valor da perda de carga total calculou-se, então, o valor da carga de


pressão para cada orifício. Para tanto, utilizou-se a equação 3, apresentada por
Batista et al. (2017), sendo H0 a pressão de entrada do sistema, Hf a perda de carga
na tubulação, l a distância da entrada da tubulação até o orifício e L o comprimento
total da tubulação.
H = H0 – Hf x (1 – (1 – l/L)2,85) (eq. 3)

Obtendo-se a pressão existente pôde-se calcular também a vazão em cada


orifício, utilizando-se, para tanto, a equação 4, apresentada por Almeida et al. (2018),
8

sendo Cd o coeficiente de descarga um valor arbitrário (Cd = 0,615), A a área


superficial do orifício em m², g a aceleração da gravidade em m/s² e H a carga de
pressão no orifício em mca.
Q = Cd x A x √2gH (eq. 4)
Fez-se, então, o somatório das vazões de todos os orifícios da tubulação.
Caso o somatório das vazões difira do valor utilizado como chute inicial, deve-se
alterar o valor de partida e repetir os procedimentos, usando métodos computacionais,
até que as vazões convirjam para um mesmo valor. Quando as vazões do chute inicial
e do valor encontrado ao final dos procedimentos forem iguais, então a distribuição de
pressões obtida corresponde ao funcionamento real do sistema.
Para a resolução da segunda etapa do problema, calculou-se a vazão média
nos orifícios a partir das vazões encontradas ao final dos procedimentos do item
anterior. Então, buscou-se variar os diâmetros dos orifícios, dentro das opções
encontradas comercialmente, a fim de obter a vazão, para cada orifício, que fique o
mais próximo possível da vazão média calculada. Para tanto, utilizou-se a equação 4,
adotando o valor de H referente a cada orifício.
Para comparar os dados obtidos nos procedimentos anteriores, fez-se uso de
recursos gráficos e computacionais a fim de demonstrar a variação da vazão nos
orifícios em relação à distância do início da tubulação. Calculou-se, ainda, o desvio
padrão para cada uma das situações citadas acima, a fim de verificar a variação dos
dados em relação ao valor médio da vazão em cada orifício.

2.2 PROBLEMA 02 – SISTEMA DE BOMBEAMENTO

O segundo problema proposto consiste no seguinte enunciado: “Deseja-se


projetar um sistema elevatório para manter cheio um reservatório de água com
capacidade de 3861 m³. A bomba disponível para realizar o trabalho tem as
características indicadas em tabela. O reservatório deve ser cheio diariamente com
água fria proveniente de um aquífero subterrâneo que está a 1,29 km do reservatório
e 45,23 m abaixo do reservatório. Estima-se que o uso diário de água seja de 5693
m3 /dia. O tempo de enchimento não deve exceder 8 h por dia. O sistema de tubulação
deve ter quatro válvulas borboleta, 10 cotovelos e tubo de aço galvanizado de
tamanho a ser escolhido no projeto. O projeto deve ser econômico – tanto em custo
de capital como em despesa operacional. São dadas as seguintes estimativas de
9

custo para os componentes do sistema:


i) Bomba e motor R$ 3500 mais R$ 591 por centímetro de tamanho do rotor
ii) Rotação da bomba entre 900 e 1800 rpm
iii) Válvulas R$ 300 + R$ 79 por centímetro de diâmetro do tubo
iv) Cotovelos R$ 50 mais R$ 20 por centímetro de diâmetro do tubo
v) Tubos R$ 1,29 por centímetro de diâmetro por metro de comprimento
vi) Custo de eletricidade R$ 0,65 por kilowatt-hora
Sua tarefa de projeto consiste em selecionar valores econômicos para o
diâmetro do tubo, para o diâmetro do rotor da bomba e para a rotação de operação. ”
O primeiro passo para a resolução do problema é a determinação arbitrária
de diâmetros comerciais para a tubulação a ser utilizada no sistema. Com esses
diâmetros definidos, calculou-se o valor da altura manométrica requerida, a partir da
equação 5, referente a cada um, com base nos dados fornecidos no problema e do
respectivo diâmetro adotado, sendo Hg a altura geométrica, Q a vazão de projeto com
base na demanda, L o comprimento da tubulação de recalque, C o coeficiente de
Hazen-Williams (C=125), D o diâmetro da tubulação, g a aceleração da gravidade e K
o coeficiente de perda de carga localizada.
Hm = Hg + [(10,65 x Q1,85 x L) / (C1,85 x D4,87)] + [(8 x Q² x ∑K) / (π² x g x D4)] (eq. 5)

A partir dos dados apresentados no problema, determinou-se a curva da


bomba, utilizando-se de recursos de cálculo numérico para obtenção da equação
característica do modelo de referência. Na sequência, escolheu-se um valor médio
para a vazão, que seja próximo ao da eficiência máxima do sistema, contido na curva
da bomba e, a partir desse, calculou-se a altura manométrica e a eficiência da bomba
para esse ponto, a partir da equação característica da bomba.
Utilizando-se os princípios de semelhança mecânica, obteve-se os
parâmetros referentes ao protótipo da bomba, tendo como referência o modelo e as
características dadas pelo problema. As equações de semelhança mecânica
utilizadas estão apresentadas nas equações 6, 7 e 8, sendo Q a vazão, D o diâmetro
do rotor, W a rotação e P a potência. As letras p e m se referem ao protótipo e ao
modelo, respectivamente. Assumiu-se, ainda, valores para Dp, calculando-se as
características do protótipo para esses diâmetros.
(Qp / Qm) = (Dp / Dm)³ x (W p / W m) (eq. 6)
(Hp / Hm) = (Dp / Dm)² x (W p / W m)² (eq. 7)
10

(Pp / Pm) = (Dp / Dm)5 x (W p / W m)³ (eq. 8)


Calculou-se, então, os custos totais com tubulações, rotor, válvulas, cotovelos
e energia a curto e longo prazo. Conhecendo-se os valores das características dos
rotores e tubulações estudadas, é possível escolher aqueles que irão desempenhar a
função necessária da melhor forma possível.
11

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 EXERCÍCIO 01 – SISTEMA DE IRRIGAÇÃO

Após realizar o cálculo da vazão a partir de diversos chutes iniciais para a


mesma, encontrou-se o valor de Q = 0,01 m³/s, para o qual o valor inicial e o valor
encontrado após a realização dos procedimentos tiveram a maior semelhança
possível. Para essa vazão encontrada, obteve-se o valor tabelado da distribuição das
pressões para cada orifício, ao longo de toda a linha. Com os valores obtidos, plotou-
se o gráfico 1, que relaciona a pressão no orifício com a distância do início da linha
irrigadora, adotando, para os orifícios, um diâmetro de 3,5 mm.
Gráfico 1 - Pressão no orifício x distância do início da linha
9,5

8,5
Carga de pressão (mca)

7,5

6,5

5,5

5
0 5 10 15 20
Distância (m)
FONTE: Autores (2018)

A partir do gráfico 1 percebe-se uma variação brusca na carga de pressão


com o aumento da distância, o que, consequentemente, reduz a vazão nos orifícios
mais distantes. Tal fenômeno é indesejado pois irá promover uma irrigação desigual
da área a ser atendida, sendo essa insuficiente nos pontos mais distantes da origem
do sistema.
Para resolver o problema da distribuição irregular das vazões, buscou-se
variar o diâmetro dos orifícios em relação a posição do mesmo, para que a vazão se
mantenha o mais constante possível ao longo da linha. Para tanto, utilizou-se os
diâmetros comerciais de 3,2 mm a 3,6 mm, com variação de 0,1 mm entre cada
12

diâmetro. A tabela 1 mostra os diâmetros utilizados para os orifícios em relação à


distância da origem da linha.
Tabela 1 - Distribuição dos diâmetros dos orifícios ao longo da distância
Distância (m) Diâmetro do orifício (mm)
0 – 0,12 3,2
0,24 – 2,4 3,3
2,52 – 5,16 3,4
5,28 – 8,88 3,5
9 - 18 3,6
FONTE: Autores (2018)

A partir da tabela 1 percebe-se um aumento gradativo do diâmetro do orifício


com o aumento da distância. Tal fato se verifica por conta da queda de pressão ao
longo da linha, o que exige que, para que se mantenha uma vazão aproximadamente
constante por todo o sistema, se aumente o diâmetro dos orifícios, para que seja
capaz de descarregar a mesma vazão no início e no final da linha, promovendo uma
irrigação uniforme por toda a área.
Comparando-se a distribuição da vazão quando se mantém constante o
diâmetro dos orifícios em 3,5 mm e quando se varia os diâmetros ao longo da linha,
obtém-se o gráfico 2.
Gráfico 2 – Variação da vazão no orifício em relação à distância do início da linha
290

280

270
Vazão (L/h)

260

250 Diâmetro
variado
240
Diâmetro
230 constante

220
0 5 10 15 20
Distância (m)

FONTE: Autores (2018)

Observando o gráfico 2 percebe-se que, ao se manter os diâmetros dos


orifícios constantes obtém-se uma variação grande na vazão ao longo da linha, por
13

conta da queda da pressão nos orifícios. Assim sendo, ao final da linha, obteremos
uma vazão muito menor que no início, o que é indesejável, como citado anteriormente.
Já quando se varia o diâmetro dos orifícios ao longo da linha se obtém uma vazão
aproximadamente constante por todo o sistema, pois o aumento no diâmetro do
orifício compensa, de certa forma, a redução da pressão nele. Assim, obtém-se uma
vazão uniforme por toda a linha a ser projetada na área irrigada. Calculando-se o
desvio padrão para ambas as situações, obtém-se um valor de 16,661388 L/h para o
diâmetro constante e 3,5547726 L/h para o diâmetro variado, o que indica que no
segundo caso há uma variação muito menor das vazões para cada orifício em relação
ao valor médio. Observa-se, ainda, a existência de uma linha coincidente entre as
duas séries de dados, que corresponde aos orifícios de diâmetro 3,5 mm, que é o
mesmo diâmetro utilizado como referência para os cálculos com diâmetro constante.

3.2 EXERCÍCIO 02 – SISTEMA DE BOMBEAMENTO

Primeiramente, calculou-se a demanda necessária para o sistema, a partir dos


dados encontrados no problema, obtendo-se um valor de 0,1977 m³/s. Então,
determinou-se os diâmetros de referência da tubulação, utilizando os valores de 300
mm a 700 mm, variando em intervalos de 50 mm, calculando-se a altura manométrica
referente a cada um desses, como apresentado na tabela 2. A altura geométrica de
instalação do sistema é de 45,23 m. Utilizou-se K=2 para as válvulas borboletas e
K=1,2 para os cotovelos.
Tabela 2 - Relação diâmetro da tubulação x altura manométrica
Diâmetro (mm) Hm (tubulação nova; C=125) Hm (tubulação velha; C=120)
300 84,99 87,48
350 64,54 65,71
400 55,58 56,20
450 51,22 51,56
500 48,90 49,11
550 47,60 47,73
600 46,81 46,90
650 46,33 46,39
700 46,01 46,05
FONTE: Autores (2018)
14

Com as características da tubulação definidas, determinou-se, então, as


curvas características da bomba utilizada, a partir de uma regressão com base nos
dados apresentados. As curvas encontradas estão indicadas nas equações 9 e 10,
considerando Q em L/min.
Hm = -1,0586x10-4Q² + 5,9276x10-3Q + 8,5837 (eq. 9)
n = -2,2422x10-3Q² + 0,6979Q + 1,2844 (eq. 10)
Tomando como referência a tabela apresentada no problema, arbitrou-se a
vazão de 180 L/min, a qual se aproxima da eficiência máxima da bomba, e calculou-
se a altura manométrica e a eficiência para esse ponto, resultando em Hm = 6,22 m e
n = 54,26 %.
Conhecendo-se os valores de Hm, D, W, P e Q referentes ao modelo da
bomba, determinou-se, por semelhança mecânica, as características do protótipo.
Para isso, utilizou-se a vazão apresentada pelo problema de 11860,416 L/min e
variou-se o diâmetro do rotor entre 600 mm e 680 mm, em intervalos de 10 mm. Com
a realização desse procedimento, obteve-se, como resultado, os dados encontrados
na tabela 3. A vazão é em L/min, a altura manométrica em mca, o diâmetro em mm, a
rotação em RPM e a potência em kW.
Tabela 3 - Características do protótipo e do modelo
Qp 11860,42 11860,42 11860,42 11860,42 11860,42 11860,42 11860,42 11860,42 11860,42
Qm 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00
Hp 76,45 71,56 67,05 62,90 59,06 55,51 52,22 49,17 46,34
Hm 6,22 6,22 6,22 6,22 6,22 6,22 6,22 6,22 6,22
Dp 600,00 610,00 620,00 630,00 640,00 650,00 660,00 670,00 680,00
Dm 138,40 138,40 138,40 138,40 138,40 138,40 138,40 138,40 138,40
np 1423,29 1354,44 1289,95 1229,49 1172,76 1119,46 1069,34 1022,17 977,74
nm 1760,00 1760,00 1760,00 1760,00 1760,00 1760,00 1760,00 1760,00 1760,00
Pp 273,23 255,75 239,64 224,78 211,06 198,37 186,62 175,72 165,61
Pm 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34
FONTE: Autores (2018)

A partir dos dados obtidos e dos parâmetros apresentados no problema,


calculou-se, então, os custos totais do sistema. Esses custos foram divididos em duas
categorias: custos de implantação, que incluem os gastos com tubulação, válvulas,
cotovelos e com o rotor; e custos com energia elétrica, calculados para um período de
1 e 5 anos. A variação dos custos com tubulação e acessórios em relação ao diâmetro
15

da tubulação adotada está apresentada no gráfico 3.


Gráfico 3 - Custo da tubulação e acessórios
R$150.000,00
R$140.000,00
R$130.000,00
R$120.000,00
R$110.000,00
R$100.000,00
Custo

R$90.000,00 Custo da tubulação +


R$80.000,00 acessórios
R$70.000,00
R$60.000,00
R$50.000,00
300 350 400 450 500 550 600 650 700

Dtub (mm)
FONTE: Autores (2018)

O custo do rotor e da energia elétrica consumida dependem do diâmetro


adotado para o rotor e da potência do conjunto, respectivamente. A variação desses
parâmetros em relação ao diâmetro adotado está apresentada no gráfico 4.
Gráfico 4 - Custo do rotor e energia elétrica
R$2.750.000,00
R$2.500.000,00
R$2.250.000,00
R$2.000.000,00
R$1.750.000,00
R$1.500.000,00
Custo

R$1.250.000,00 Custo rotor


R$1.000.000,00 Energia Ano
R$750.000,00 Energia 5 Anos
R$500.000,00
R$250.000,00
R$-
600 610 620 630 640 650 660 670 680

Drot (mm)
FONTE: Autores (2018)

Analisando o gráfico, percebe-se que a variação no custo do rotor com o


aumento do seu diâmetro não é significante perto dos custos com energia elétrica.
Sendo assim, o valor do rotor não é um parâmetro definitivo na escolha de qual usar.
Finalmente, em posse de todos os dados encontrados no decorrer do
16

problema, é possível escolher o diâmetro da tubulação e do rotor a serem


empregados. Caso fosse escolhido um diâmetro muito pequeno para a tubulação, o
custo com ela e os acessórios seria reduzido, mas aumentaria o valor da perda de
carga na tubulação. Com um aumento na perda de carga, é necessário a utilização
de uma potência maior no rotor, o que eleva o custo da energia elétrica. Comparando,
então, o ganho econômico em energia com o gasto a mais com material, não é viável
se diminuir excessivamente o diâmetro da tubulação. Ainda, caso fosse utilizado um
diâmetro muito superior, como a vazão é constante, a velocidade de escoamento no
interior da tubulação seria muito baixa, não respeitando a recomendação de se
trabalhar com uma velocidade mínima de 0,6 m/s. Assim sendo, definiu-se a utilização
de uma tubulação de 650 mm de diâmetro e um rotor com diâmetro de 675 mm. A
perda de carga na tubulação é de 46,39 m em seu estado mais crítico, e a altura
manométrica fornecida pela bomba é de 47,73 m, o que satisfaz o funcionamento do
sistema.
Os dados de operação da bomba e custos totais do sistema estão
apresentados na tabela 4.
Tabela 4 - Dados de operação do sistema
Diâmetro da tubulação (mm) 650
Diâmetro do rotor (mm) 675
Altura manométrica (m) 47,73
Rotação do motor (RPM) 1000
Potência (kW) 170,57
Custo do rotor (R$) 43.392,50
Custo da tubulação + acessórios (R$) 114.951,50
Custo de implantação (R$) 158.048,50
Custo de energia/ano (R$) 319.314,19
Custo de energia (5 anos) (R$) 1.596.570,96
FONTE: Autores (2018)
17

4 CONCLUSÃO

Para um engenheiro civil, o conhecimento sobre os fundamentos de um


sistema hidráulico é de fundamental importância, pois faz parte de uma ampla gama
de oportunidades de trabalho no qual esse profissional pode estar inserido. Os objetos
de estudo desse trabalho representam duas técnicas muito recorrentemente utilizadas
em sistemas hidráulicos em obras urbanas e rurais. A necessidade do conhecimento
específico sobre sistemas de bombeamento está cada vez mais presente, tendo em
vista a tendência de verticalidade das obras urbanas, fazendo necessário a elevação
do fluxo de um fluido a grandes alturas. Por isso, um correto dimensionamento desse
sistema irá prover à obra uma maior economia na sua implantação e operação, além
de entregar a função para o qual foi designado da maneira mais eficiente possível.
Um sistema de tubulação com distribuição de vazão em marcha consiste no
princípio fundamental de linhas de irrigação, utilizadas para irrigar as lavouras. Mesmo
não sendo aparentemente uma competência necessária a um engenheiro civil, ele
deve ter competência para projetar o funcionamento do sistema, o qual deve ser
dimensionado de forma a promover uma utilização econômica da água.
No presente trabalho realizou-se o dimensionamento do rotor de uma bomba
que abasteceria um reservatório. Para isso, levou-se em conta os parâmetros
tabelados de um modelo de bomba e da tubulação adotada e a demanda requerida
pela instalação para o seu correto funcionamento. Determinou-se, assim, a instalação
de um rotor com 675 mm de diâmetro e uma tubulação de recalque de 650 mm de
diâmetro, pois foi a partir desses valores que se obteve uma maior economia nos
custos de implantação e operação.
Fez-se, ainda, o dimensionamento de uma linha de irrigação, para a qual
definiu-se, inicialmente, um diâmetro fixo e um espaçamento determinado dos
orifícios. Obteve-se, então, uma distribuição das pressões ao longo da linha, o que
apontou uma grande variação na vazão irrigada por cada orifício. Então, procedeu-se
uma variação no diâmetro dos orifícios, o que garantiu uma vazão uniforme a ser
irrigada ao longo de toda a linha.
O presente trabalho demonstrou ser de grande importância a obtenção de
experiência por parte dos engenheiros em relação à diversas áreas, incluindo a
hidráulica, estando, assim, melhor capacitado a fim de atender com qualidade
qualquer que seja o serviço ao qual foi designado.
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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Antonia Samylla Oliveira et al. Determinação do coeficiente de descarga


para orifícios de parede delgada considerando números de Reynolds reduzidos.
Revista Dae, [S.l.], v. 66, n. 210, p.24-34, 2018. Editora Cubo Multimídia.
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BAPTISTA, Márcio Benedito; COELHO, Márcia Maria Lara Pinto. Fundamentos da


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BATISTA, Pedro Henrique Dias et al. Simulação do comportamento hidráulico de


microaspersores e microtubos ao longo da linha lateral. Tecnologia e Ciência
Agropecuária, João Pessoa, v. 11, n. 1, p.67-71, mar. 2017.

LEVIEN, Sérgio Luiz Aguilar; FIGUEIRÊDO, Vladimir Batista. Metodologia simplificada


para a estimativa em campo da uniformidade de sistemas de irrigação por
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