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COUTINHO, Ismael de Lima. Gramática Histórica.

Rio de Janeiro: Livraria


Acadêmica, 196?. pp. 46-62

HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

“A língua portuguesa proveio do latim vulgar que os romanos introduziram na


Lusitânia, [...]” (p. 46)
“[...]o português é o próprio latim modificado. [...]” (p.46)
“As circunstâncias históricas, em que se criou e desenvolveu o nosso idioma,
estão intimamente ligadas a fatos que pertencem à história geral da Península” (p.
46)
[...]
“[...] dois povos primitivamente habitaram o solo peninsular: um cântabro-
pirenaico e o outro mediterrân(p.48)eo. Destes dois povos se teriam originado
respectivamente o basco e o ibero. [...]. (p. 46)
[...]
“[...], fenícios e gregos se disputaram escarnecidamente a posse da região. O
resultado da luta entre eles foi a derrota dos gregos, [...] (p. 46)
[...]
“Os gregos, entretanto, não desistiram da empresa. [...], estabeleceram-se no
levante, onde fundaram prósperas feitorias, [...]. (p.47)
“O contato das duas civilizações foi salutar ao povo da Península, [...]. (p. 47)
“Não se delineia com as mesmas perspectivas a situação do norte e oeste da
Ibéria. Parece que povos procedentes de outras zonas européias se sobrepuseram
às populações nativas. [...]” (p. 47)
“[...]. A coabitação de celtas e iberos no solo hispânico teve como
consequência a sua fusão, de que resultou um grupo importante de povos
conhecidos pelos antigos como celtiberos.” (p.48)
“A influência fenícia teria desaparecido de todo da região peninsular, se não
fosse trazida pelo cartaginês, da mesma raça, e que falava um dialeto fenício – o
púnico.” (p. 48)
“Roma não contemplava com bons olhos o assustador progresso de Cartago.
[...]”
“Declarada a guerra, [...], coube a vitória às legiões romanas. A consequência
lógica deste foi, [...], passar a Hispânia à condição de vassala de Roma.” (p. 48)
[...]
[...]
“No tempo de Augusto, foi a Península dividida em três províncias: a
Terraconense, a Bética e a Lusitânia. [...]. É a primeira manifestação que se nota,
por parte do poder público, para separar os destinos da faixa ocidental da Europa,
onde se constituiu mais tarde Portugal, do resto da Hispânia.” (p. 48)
“A obra de assimilação, [...], teria sido mais difícil se não fosse o parentesco
entre o latim e o celta. [...]” (p. 48)
“Os peninsulares acostumaram-se [...] depois de uma resistência mais ou
menos séria, [...], adotaram finalmente a língua e os costumes dos vencedores,
numa palavra romanizaram-se” (p.48, 49)
“Mas houve um povo na Península que não aceitou o latim como língua, antes
continuou a falar o próprio idioma: o basco.” (p. 49)
“[...]. O latim, [...], impôs-se pela força das próprias circunstâncias: tinha o
prestígio de língua oficial, servia de veículo a uma cultura superior, era o idioma da
escola.” (p.49)

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“O latim que se vulgarizou no território ibérico foi o do povo inculto, o sermu


vulgaris, plebeius ou rusticus, [...]. (p. 50)
“A outra modalidade, denominada sermo urbanus, eruditus ou perpolitus,
em que escreveram sua obras imortais Cícero, César, Vergílio, Homero e Ovídio, foi
aí também conhecida, sim, mas nas escolas, [...]. Mais tarde são os conventos ou
mosteiros que guardam as tradições da boa latinidade.” (p. 50)
[...]
“Transplantado para a Hispânia, não demorou muito que se modificasse na
boca dos habitantes da terra. E a sua evolução já se ia processando normalmente,
quando elementos estranhos a vieram perturbar.” (p. 51)
“[...], no século V, os bárbaros invadiram a Península. [...]. Compreendiam
vária nações, cada uma com seu dialeto particular: vândalos, suevos e visigodos.”
(p. 51)
“Os primeiros, [...]foram vândalos que se fixaram na Galécia e na Bética [...]” (
p. 51)
“Depois [...] os suevos, que se estabeleceram na Galécia e na Lusitânia. [...]”
(p. 51)
“ Só mais tarde é que apareceram os visigodos [...].” (p. 51)
“Estes absorveram os suevos( século VI ) e erigiram o mais forte e duradouro
reino bárbaro, [...].” (p. 51)
“[...], os germanos, embora vencedores, não tiveram dúvida em admitir a
civilização romana e, com ela, o próprio latim, já sensivelmente alterado.” (p. 51)

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“Da dominação germânica, [...], há vestígios indeléveis em mais de duzentas


palavras, que ficaram incorporadas ao nosso patrimônio léxico. [...]” (p. 52)
“No século VIII, surgem os árabes, [...] (p. 52)
[...]
“O combate das hostes invasoras com os visigodos verificou-se às margens
do Rio Críssus ou Guadalate no ano 711. Nele foi vencido o último rei godo, Rodrigo
[...]” (p. 52)

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“Como língua oficial, adotou-se o árabe, mas o povo subjugado continuou a


falar o romance, ou seja, o latim vulgar modificado.” (p. 52)
[...]
[...]
“A influência do idioma árabe não foi tão grande, como era de esperar, [...].
Exerceu-se quase exclusivamente no domínio do vocabulário.” (p. 53)

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“[...]. A partir de 1095, os domínios do conde D.Henrique se estendem do


Minho ao Tejo.” (p. 52)
“A nacionalidade portuguesa, porém, só começa com D. Afonso Henriques,
filho do precedente, [...] (p. 52)
“O falar da faixa ocidental da Hispânia sempre se distinguiu do falar ou falares
das outras regiões.” (p. 52)
“[...] o tratamento diferente que teve o latim nessa região, [...], se justifica por
ter sido o território ocupado pelos celtas e suevos, e haver constituído um feudo que
mais tarde se tornou independente.” (p. 53)
“Do romance aí falado veio a constituir-se, ao norte, o dialeto galeziano ou
galaico-português; [...]”(p. 53)
“Com as conquistas, o galeziano ou galaico-português estendeu-se
progressivamente sobre a parte meridional, [...]”(p. 53)
“Dada a independência política de Portugal, deveria necessariamente resultar,
o que de feito resultou, - a diferenciação entre o português e o galego.” (p. 53)

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“Transportado para terras tão distantes, [...], o português não pôde manter
aspecto rigidamente uniforme, mas fracionou-se numa porção de dialetos.” (p. 58)
[...]
“A área territorial do português é muito dilatada. Poucas línguas do mundo lhe
levam vantagem nesse ponto.” (p. 58)

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“É força convir que nem todos esses lugares é o português língua exclusiva.
Em alguns pontos da África, Ásia e Oceania, fazem-lhe concorrência séria os
idiomas nativos. [...] (p. 61)
[...]
“Em alguns desses lugares, apareceram os chamados crioulos.” (p. 61)
QUESTIONAMENTOS

Qual método utilizado por Gilliéron para estudar os fenômenos linguísticos?


O que estuda a sociologia da linguagem?
O que foi o idealismo linguístico?
De acordo com Gladstone como se formaram as línguas nacionais?
O que são dialetos crioulos?
Como Leite de Vasconcelos se referiu ao português do Brasil e como
Gladstone esclarece tal referência?
Como Coutinho define o português?
De qual dialeto resultou o português? Explique segundo Coutinho, como o
português se tornou um idioma autônomo?

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