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ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O PROCESSO DE AVALIAÇÃO

DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAS DA


REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE CORDEIROS-BAHIA
O compromisso de uma Educação Básica igualitária e de qualidade
exige um processo de ensino e aprendizagem que seja acompanhado por uma
avaliação sistemática e abrangente que dê conta do ser humano em sua
totalidade. Assim, a aprendizagem deve ser vista como objetivo central do
percurso formativo, devendo as ações de ensino e as relações estabelecidas
considerarem os/as estudantes, também, como protagonistas do processo
avaliativo, e deve ser compreendida como processo relevante, construído e
consolidado a partir de uma cultura de “avaliar para garantir o direito da
aprendizagem”, e não para classificar e/ou limitar tal direito.
A esse respeito, a Resolução do CNE 07/2010, que fixa Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de nove anos, estabelece:
Art. 32 - A avaliação dos alunos, a ser realizada pelos professores e pela
escola como parte integrante da proposta curricular e da implementação do
currículo, é redimensionadora da ação pedagógica e deve:

I – assumir um caráter processual, formativo e participativo, ser


contínua, cumulativa e diagnóstica, com vistas a:

a) identificar potencialidades e dificuldades de aprendizagem e detectar


problemas de ensino;

b) subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e abordagens de


acordo com as necessidades dos alunos, criar condições de intervir de modo
imediato e a mais longo prazo para sanar dificuldades e redirecionar o trabalho
docente;

c) manter a família informada sobre o desempenho dos alunos;

d) reconhecer o direito do aluno e da família de discutir os resultados de


avaliação, inclusive em instâncias superiores à escola, revendo procedimentos
sempre que as reivindicações forem procedentes.

II – utilizar vários instrumentos e procedimentos, tais como a observação, o


registro descritivo e reflexivo, os trabalhos individuais e coletivos, os portfólios,
exercícios, provas, questionários, dentre outros, tendo em conta a sua
adequação à faixa etária e às características de desenvolvimento do educando;

III – fazer prevalecer os aspectos qualitativos da aprendizagem do aluno sobre


os quantitativos, bem como os resultados ao longo do período sobre os de
eventuais provas finais, tal como determina a alínea “a” do inciso V do art. 24
da Lei nº 9.394/96;

IV – assegurar tempos e espaços diversos para que os alunos com menor


rendimento tenham condições de ser devidamente atendidos ao longo do ano
letivo;

V – prover, obrigatoriamente, períodos de recuperação, de preferência


paralelos ao período letivo, como determina a Lei nº 9.394/96.

Embora o processo educativo seja complexo e considere diversos


aspectos para uma formação integral do aluno, entendemos que o
desenvolvimento de habilidades e competências dentro de um determinado
período escolar seja um dos mais importantes. Neste sentido, a prática da
avaliação escolar que tem o foco a classificação no processo de obtenção de
médias de aprovação ou médias de reprovação está ultrapassado. Para um
verdadeiro e atual processo de avaliação, não interessa a aprovação ou
reprovação de um aluno, mas sim sua aprendizagem e, consequentemente, o
seu crescimento.
O Ensino Fundamental, com duração de nove anos, estrutura-se em cinco
anos iniciais, organizados em ciclos e quatro anos finais organizados em anos
de escolaridade. Os Anos Iniciais do Ensino Fundamental são organizados em
dois ciclos:
I- CICLO DA ALFABETIZAÇÃO, com duração de três anos de
escolaridade.
Um dos grandes desafios para os dois (02) primeiros anos do Ensino
Fundamental é o de garantir o processo de alfabetização e letramento,
assegurando aos estudantes a apropriação do sistema de escrita, dando
continuidade no 3º ano, conforme diretriz anterior (Resolução 07/2010 e o
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic)), que coloca como
prazo limite com foco na ortografia, garantindo dessa forma condições que
possibilitem o uso da língua nas práticas sociais de leitura e escrita e uma
aprendizagem matemática mais crítica e reflexiva.
A não retenção nos dois anos iniciais do ensino fundamental assegura a
todos os estudantes a oportunidade de ampliar, sistematizar e aprofundar as
aprendizagens básicas, imprescindíveis para o prosseguimento dos estudos,
embora cada ano possua competências e habilidades, que devem ser
desenvolvidas, como nos afirma o texto da Resolução CNE/CEB nº 7, de 2010,
do Conselho Nacional de Educação Básica no seu artigo 30:
Os três anos iniciais do Ensino Fundamental devem assegurar: III – a
continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do processo de
alfabetização e os prejuízos que a repetência pode causar no Ensino Fundamental
como um todo e, particularmente, na passagem do primeiro para o segundo ano de
escolaridade e deste para o terceiro.

II - CICLO COMPLEMENTAR, com duração de dois anos de


escolaridade.
No Ciclo Completar, (4° e 5° anos), a Secretaria Municipal de Educação
no uso de sua autonomia, juntamente com a Direção das escolas e a Equipe
Pedagógica entende que, este ciclo dará continuidade à alfabetização do
aluno, permitindo retenção apenas ao final do Ciclo.
A avaliação é um dos maiores desafios da escola e se apresenta como
um dos pontos críticos e desafiador da implementação da Base Nacional
Comum Curricular – BNCC, que define aprendizagens essenciais que todos os
estudantes devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da
Educação Básica. Devem concorrer para assegurar aos estudantes o
desenvolvimento das 10 (dez) competências gerais que consubstanciam, no
âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento” (BRASIL,
BNCC, 2017, p.8).
Os resultados obtidos pelo professor ao longo dos dois anos devem ser
registrados através de pareceres descritivos, em formulários elaborados para
esse fim (um formulário para o registro do processo durante as unidades
didática – ficha de avaliação do diário de classe). Deve conter informações
claras e objetivas sobre o desenvolvimento das competências/habilidades,
seus avanços e dificuldades, pois registrar significa estabelecer uma relação
teórica e prática sobre as vivências, os avanços, as dificuldades, oferecendo
subsídios para encaminhamentos, sugestões e possibilidades de intervenção
para pais, professores e para o próprio estudante. (HOFFMANN, 2000).
Diante do exposto, a verificação do rendimento escolar será expressa
em forma de per centos conceituais de aprendizagem das competências e
habilidades assimiladas pelo estudante no decorrer de cada unidade avaliada,
cuja forma de registro será explicitada:
A letra I será utilizada para indicar que a habilidade deve ser introduzida
no ano escolar indicada;
(INTRODUZIR – Implica noções gerais dos conceitos em estudo);
A letra A, indicará que deve garantir o aprofundamento da habilidade;
(APROFUNDAR – implica aprofundamento conceitual no que diz
respeito a características e sistematização básica);
A letra C, indica que a habilidade deve ser consolidada no ano indicado
(CONSOLIDAR – Implica utilização, em contextos diversos, já
formalizados e consolidados).

Os estudantes que concluírem a unidade em curso e no final da mesma,


apresentarem um desempenho médio inferior a 50% (cinquenta por cento) de
aprendizagem das áreas do conhecimento (habilidades consolidadas), terão
direito a recuperação paralela (recuperação de estudos). Entende-se por
recuperação de estudos o processo didático pedagógico que tem por objetivo
oferecer novas oportunidades de aprendizagem ao estudante para que esse
supere as deficiências/necessidades da aprendizagem.
OBS: A recuperação de estudos deverá ser oferecida sempre que se
diagnosticar, no estudante, insuficiência/necessidade no rendimento, durante
todo o processo regular de apropriação de conhecimentos – ao longo de uma
unidade e do desenvolvimento de competências e habilidades, tendo em vista
a dificuldade da aprendizagem. “Entende-se por insuficiência, o rendimento
inferior a 50%(cinquenta por cento) dos per centos conceituais gerais ao final
de cada unidade didática do processo de aprendizagem, das competências e
das habilidades.”

Os estudantes do 1º, 2º e 4º anos que concluírem o ano em curso e no final do


ano letivo, apresentarem um desempenho médio inferior a 50% (cinquenta por
cento) de aprendizagem das áreas do conhecimento (habilidades
consolidadas), irão para o ano subsequente, com acompanhamento
pedagógico diferenciado:
I - a reelaborar os conceitos não assimilados nos anos anteriores;
II - a consolidar o aprendizado para acompanhamento dos conceitos do ano
subsequente;
III - a estimulá-lo ao avanço nos anos escolares.

Ter-se-á como progressão continuada, quanto ao rendimento do


aprendizado no Ensino Fundamental os estudantes que alcançarem os níveis
de aprendizagem do conhecimento, do desenvolvimento das competências e
habilidades, não seja inferior a 50% (cinquenta por cento) dos conteúdos
efetivamente trabalhados pela área do conhecimento, e relativo ao
desempenho de competências e habilidades.
Ficará retido, independentemente do ano em que se encontra, o aluno
que ao final do período letivo, não obtiver frequência igual ou superior a 75%
(setenta e cinco por cento) do total de dias letivos.
ORIENTAÇÕES PARA O USO DO DIÁRIO DE CLASSE (FICHA
INDIVUADUAL DO ALUNO

Para expressar resultados, aproximando-se do que de fato é possível


verificar acerca da aprendizagem de cada estudante, num determinado
momento, torna-se necessário estabelecer critérios claros e objetivos acerca do
conhecimento avaliado. Vale ressaltar, no entanto, que a diversidade de
instrumentos e de momentos de avaliação é que oferece subsídios para
desenvolver diagnósticos que considerem a heterogeneidade dos/das
estudantes de uma mesma turma, ou seja, um único instrumento não garante
que as especificidades de todos os sujeitos sejam contempladas. Dessa forma,
a combinação de diferentes instrumentos propicia ao/à professor/a
possibilidades de realização de ajustes nos resultados, aproximando-se de um
diagnóstico que forneça uma visão aproximada do que cada estudante
aprendeu no período considerado.
Diante do exposto ao final de cada unidade o professor irá registrar o
resultado de cada aluno na Ficha Individual do diário de classe e utilizará os
seguintes conceitos:
A letra I será utilizada para indicar que a habilidade foi introduzida no
ano escolar indicada

(INTRODUZIR – Implica noções gerais dos conceitos em estudo);

A letra A, indicará que deve garantir o aprofundamento da habilidade


(APROFUNDAR – implica aprofundamento conceitual no que diz respeito a
características e sistematização básicas);

A letra C, indica que a habilidade deve ser consolidada no ano indicado


(CONSOLIDAR – Implica utilização, em contextos diversos, já formalizados e
consolidados);
As letras NT, indicam que embora a/s habilidade/e tenha/m sido
planejada/ para trabalhar na unidade a/s mesma/s não foi (foram) trabalhada/s
(NÃO TRABALHADO). Neste caso a/s mesma/s terá/ão que ser/em
trabalhada/s na unidade seguinte.
As letras ND, indicam que embora a professora tenha trabalhado o aluno não
conseguiu desenvolver - NÃO DESENVOLVIDO (discutir a necessidade de
permanecer este conceito).
O Diário de Classe é composto por Fichas de Avaliação Individual que é
um instrumento de registro dos resultados do processo da aprendizagem
dos/das estudantes, a partir de instrumentos como: fichas de observação,
trabalhos realizados, provas, entre outros que revelará o diagnóstico do
processo de aprendizagem das respectivas competências e habilidades
desenvolvidas pelos estudantes. para uma melhor utilização deste instrumento
segue algumas orientações importantes:

1º- Observar quais e quantas habilidades são especificas do ano e


quais e quantos habilidades que são para o (1º e 2º), (3º ao 5º) e de (1º ao 5º)
compreendendo assim qual conceito a ser utilizado:

I - As habilidades que são para os alunos do (1º e 2º ano), para o aluno


do 1º ano estas habilidades poderão ser (introduzidas e aprofundadas) e para
o aluno do 2º introduzidas, aprofundadas e consolidadas, (para 2º ano as
habilidades obrigatoriamente precisarão ser consolidadas);

II- As habilidades que são para os alunos do (3º ao 5º), para os alunos
do 3º estas habilidades serão introduzidas, para os alunos do 4º poderão ser
introduzidas e aprofundadas e para o aluno do 5º ano poderão ser
introduzidas, aprofundadas e consolidadas (para o 5º ano as habilidades
obrigatoriamente precisarão ser consolidadas);

III- As habilidades que são para os alunos (do 1º ao 5º), para os alunos
do 1º e 2º ano serão apenas introduzidas, para o 3º e 4º poderão ser
aprofundadas e no 5º introduzidas, aprofundadas e consolidadas, (para o 5º
ano as habilidades obrigatoriamente precisarão ser consolidadas);

3º- As habilidades especificas do ano, planejadas para cada unidade, as


mesmas poderão perpassar os três níveis de evolução (Introdução,
aprofundamento e consolidação), impreterivelmente estas habilidades
precisam ser consolidadas pelo aluno na unidade que elas foram estudadas;
4º - A\s habilidade\s especificas de cada ano que ao termino da unidade não
foi\foram consolidada\s deverão ser reforçada\s e reavaliadas (recuperação de
estudos) na unidade seguinte garantindo a sua consolidação para
acompanhamento dos conceitos da unidade seguinte ou ano subsequente;

5º - O percentual conceitual obtido na avaliação, após o processo de


recuperação, em que o estudante demonstre ter superado as
dificuldades/necessidades da aprendizagem, substituirá o percentual conceitual
obtido como insuficiente anterior, quando maior, referente aos mesmos
propósitos da aprendizagem.

6º- No final de cada ficha de avaliação se encontra este quadro que servirá
para constar o resultado da unidade (media da unidade por componente
curricular) O mesmo será extraído da soma dos conceitos adquiridos pelo
aluno nas habilidades especificas do ano em curso na unidade.

SITUAÇÃO DA I II III IV
APRENDIZAGEM UNIDADE UNIDADE UNIDADE UNIDADE
PORTUGUÊS
MATEMÁTICA
ENSINO
RELIGIOSO
ARTES
RECUPERAÇÃO
DE ESTUDOS
Conceito Final
LEGENDA: I – Introduzido; A – Aprofundado; C – Consolidado: ND – Não Desenvolvido; NT – Não Trabalhado.

7º Para emissão do histórico do aluno a média (resultado) que prevalecerá será


o resultado da 4ª unidade (discutir com a equipe e fechar este detalhe)
8º - A postura ética e a correta utilização deste instrumento auxiliará os
professores e coordenadores pedagógicos do Sistema Municipal de Ensino,
pois, por meio dele é possível mediar os diferentes aspectos educacionais, em
diversos âmbitos: currículo, planejamento, ensino e aprendizagem, de modo a
favorecer o processo da alfabetização e do letramento, bem como a
aprendizagem das demais Áreas do Conhecimento e de seus eixos
organizadores.

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