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Glicídeos
Glicídeos
• Glicídeos, sacarídeos, carboidratos ou hidratos
de carbono são moléculas de aldeídos ou
cetonas com múltiplas hidroxilas (ou que,
hidrolisadas, originam estes compostos).
• Eles servem como fonte e armazenamento de
energia / intermediários metabólicos, são
parte do arcabouço do DNA e na forma de
poliosídeos ou polissacarídeos formam as
paredes celulares dos vegetais.
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Glicídeos
• Particularmente, os glicídeos de sabor doce
comuns na alimentação humana (sacarose,
glicose e frutose) são chamados açúcares.
• Eles compõe a maior parte da matéria orgânica
do planeta, por terem diferentes funções em
todas as formas de vida.
• Os glicídeos apresentam enorme variedade
estrutural, devido a seus diferentes tamanhos e
configurações estereoquímicas.
• Por poderem se associar a proteínas, constituem
um grande desafio na proteômica glicômica.
Glicídeos
• As menores oses possuem 3 carbonos (trioses):
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Glicídeos
Glicídeos
• Oses que diferem apenas na configuração de um
centro de assimetria são ditas epímeras.
• Moléculas com n centros quirais podem ter 2n
estereoisômeros.
• Pentoses e hexoses podem se ciclizar,
formando anéis de furanose e piranose.
• Formas em anel são mais estáveis.
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Ciclização
• A ciclização das pentoses e hexoses se dá pela
reação do aldeído ou da cetona com um grupo
álcool.
• No caso do aldeído, é formado um hemiacetal:
Anômeros
• Na formação do hemiacetal cíclico, é formado um
centro de assimetria.
• Há então duas opções para a molécula, denominadas
anômeros α e β. Na forma α, a hidroxila está no lado
oposto do anel em relação ao CH2OH, enquanto na
forma β os dois estão no mesmo lado.
• As formas α e β da D-glicose são intercambiáveis em
solução, e portanto uma solução de D-glicose forma
um equilíbrio químico das duas formas, além de
pequenas quantidades da forma
linear e da forma glicofuranose.
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Representação de
furanoses/piranoses
• Para representar os anéis de furanose e
piranose, utilizam-se comumente as projeções
de Haworth, em que os átomos de carbono
não são mostrados explicitamente e a
proximidade dos átomos é mostrada a partir
da espessura da linha:
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Ligações glicosídicas
• Oses podem se ligar a alcoóis e aminas por
ligações glicosídicas. Quando a ligação se dá
entre o carbono da ose e o oxigênio da
hidroxila do álcool, trata-se de uma ligação
O-glicosídica. Quando é uma ligação entre o
carbono da ose e o nitrogênio de uma amina,
é uma ligação N-glicosídica.
• Grupos álcool e aminas são encontrados em
cadeias laterais de aminoácidos, portanto, é
comum, em eucariotos, a existência de
proteínas O-glicosiladas e N-glicosiladas.
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Fosforilação de oses
• A adição de fosforilas a oses é uma
modificação comum, sendo muito ocorrentes
na via metabólica de degradação de glicose.
• Oses fosforiladas são aniônicas, não podendo
atravessar espontaneamente a bicamada
lipídica das membranas. Elas são também
mais reativas.
Glicídeos complexos
• Ligações osídicas podem unir uma
ose a outra, formando oligosídeos,
como a sacarose, a lactose e a
maltose.
• Polímeros grandes são chamados
de poliosídeos, e são importantes
para armazenar energia.
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Glicídeos complexos
• Glicogênio: homopolímero mais
comum nas células animais,
formado pela polimerização
ramificada da glicose.
• Amido: reservatório de nutrição
dos vegetais. Existe em duas
formas: amilose (não
ramificado) e amilopectina, com
menos ramificação que o
glicogênio.
Celulose
• A celulose é outro poliosídeo de glicose, mas ao
contrário do amido e do glicogênio, seu papel não é
nutricional e sim estrutural.
• Trata-se do principal polímero estrutural dos
vegetais, e um dos compostos orgânicos mais
abundantes da biosfera (~1015 kg de celulose
sintetizados e degradados no planeta a cada ano).
• Pela sua estrutura linear e compacta, ela e capaz de
formar fibras com grande força de tensão.
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Degradação da celulose
• A maior parte dos animais não pode usar a celulose
como alimento por não terem enzimas capazes de
hidrolisar a ligação β14.
• Celulases (enzimas que degradam essa ligação entre
glicoses) são encontradas em alguns fungos e
bactérias.
• Cupins degradam a celulose devido à presença do
microorganismo simbiótico Thrichonympha, que
secretam celulase em seus tratos intestinais.
• Ruminantes usam celulose como alimento pela ação
de celulases de organismos simbióticos no rúmen.
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Quitina
• A quitina é outro homopolissacarídeo linear
similar à celulose, mas tendo como única
diferença a substituição de um grupo hidroxila
(posição C-2) por uma amina acetilada.
• A quitina também não pode ser digerida por
vertebrados, e é o principal componente do
exoesqueleto de quase um milhão de
artrópodes (como insetos, lagostas e
caranguejos), sendo provavelmente o segundo
polissacarídeo mais abundante na natureza.
Glicosaminoglicanos e Proteoglicanos
• Glicosaminoglicanos são heteropolissacarídeos
lineares, formados de unidades repetitivas de
dissacarídeos, com um dos açúcares aminados e
às vezes sulfatados. Eles são um dos
componentes da matriz extracelular, material
gelatinoso entre as células.
• Ligados a proteínas, formam os proteoglicanos,
que têm função de lubrificante de articulações e
como componentes estruturais do tecido
conjuntivo.
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Montagem de oligosídeos
• As glicosiltransferases ou osiltransferases
catalisam a formação das ligações osídicas,
unindo as oses. Tais enzimas são específicas,
sendo necessárias várias enzimas para
produzir a diversidade de ligações existentes.
• Os grupos sangüíneos ABO humanos estão
relacionados à presença de osiltransferases
específicas.
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Glicoproteínas
• Um grupo glicídico pode ser ligado de modo
covalente a uma proteína, formando uma
glicoproteína. Nesse caso, o percentual de peso
dos glicídeos é bem menor que no caso dos
proteoglicanos.
• A ligação pode ser em asparaginas (N-
glicosilação) ou em serina ou treonina (O-
glicosilação).
• Muitas das proteínas secretadas em eucariotos
(incluindo a maior parte das proteínas do sangue)
são glicoproteínas.
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Glicoproteínas
• Asparaginas podem ser glicosiladas se
ocorrerem numa seqüência Asn-X-Ser ou Asn-
X-Thr (X podendo ser qualquer aminoácido
exceto prolina). Assim, pode-se localizar sítios
de glicosilação em seqüências de proteínas.
• A glicosilação ocorre no
retículo endoplasmático e
no complexo de Golgi.
Elastase
Papel da glicosilação
• As vantagens biológicas da glicosilação de
proteínas ainda não é completamente
compreendida.
• Sabe-se, porém, que a adição de carboidratos
(muito hidrofílicos) alteram a polaridade e a
solubilidade das proteínas.
• A adição de carboidratos pode favorecer uma
dada rota de enovelamento devido a choques
estéricos.
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Papel da glicosilação
• O volume e a carga negativa de alguns
oligossacarídeos protege algumas proteínas do
ataque de enzimas proteolíticas.
• A enorme variedade estrutural da glicosilação pode
afetar o reconhecimento das proteínas, que, em
alguns casos, podem ter glicosilação diferente de
acordo com o tecido em que é expressa (e.g.: IFN-
β1).
• Essas variações são chamadas de glicoformas
teciduais.
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“Seqüenciamento” de oligosídeos
• É possível determinar a estrutura de oligosídeos
através da combinação de clivagens específicas e
espectroscopia de massas.
• Fragmentos oligosídicos diferentes podem ter a
mesma massa, mas ao se
utilizar séries de clivagens
diferentes para diferentes
especificidades, pode-se
reconstruir a possível
estrutura do oligosídeo
completo.
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Análise de carboidratos
• Outras técnicas utilizadas para análises de
carboidratos são:
– A ressonância magnética nuclear (RMN)
– Cromatografia de troca iônica e gel-filtração
– A purificação por afinidade usando lectinas como
componente imobilizado na coluna.
– Diversos métodos de degradação em sub-
unidades, seja por meios químicos ou bioquímicos
(uso de enzimas que clivam ligações específicas)
Lectinas
• Lectinas são proteínas encontradas em
diversos reinos, capazes de se ligar a
estruturas específicas de glicídeos.
• Elas facilitam o contato entre células,
promovendo, através de seus sítios de ligação
a glicídeos, o contato entre glicídeos na
superfície de células diferentes.
• Como exemplos, observa-se a ação de lectinas
na aderência do embrião ao endométrio e das
bactérias Escherichia coli ao epitélio do tubo
digestivo.
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