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Respostas
sobre o
Buddhismo
Venerável Ajahn Buddhadāsa
48 RESPOSTAS
SOBRE O
BUDDHISMO
Respostas a perguntas que não-buddhistas provavelmente farão sobre os fundamentos do
buddhismo
Edições Nalanda
Belo Horizonte
2008
Copyright © 1988 por Dhamma Study & Practice Group e Evolution / Liberation. Wat Suan Mokkh,
Ampoe Chaiya, Surat Thani 84110, Thailand.
48 Respostas sobre o Buddhism; tradução para o português Ricardo Sasaki.— Belo Horizonte : Edições
Nalanda, 2008. 98p.
ISBN: 978-85-87483-09-6
CDD- 294.3
Ghosananda
Pensando o Buddhismo: Uma reflexão sobre as nobres verdades Ven.
Bhikkhu Bodhi
O Nobre Caminho Óctuplo: O caminho para o fim do sofrimento por Ven.
Bhikkhu Bodhi
Preliminares da Prática Buddhista por vários autores
Céu Azul Verde Mar: Noções sobre o Buddhismo Coreano por Ricardo
Sasaki
A Vida É O Que É por Rev. Gyomay Kubose
Revista de Estudos Buddhistas 01
Naquela época - como o faz ainda hoje - ele falava para aqueles
tailandeses que esperavam permanecer conectados à sua herança cultural, na
qual o Buddhismo ocupava um lugar central, tanto quanto lidar com as
poderosas forças que agitavam o cenário nacional e internacional. Eles
buscavam um diálogo efetivo entre a educação moderna e o estilo ocidental e a
sabedoria herdada das tradições religiosas e culturais. Seu dilema permanece
presente conosco ainda hoje, vivamos no norte ou no sul, no oriente ou no
ocidente.
Tan Ajahn morreu em 8 de julho de 1993, mas sua obra permanece como
uma luz a indicar o caminho para todos os sérios buscadores da verdade.
Ricardo Sasaki
Centro de Estudos Buddhistas Nalanda
Belo Horizonte 2002
Prefácio do editor da versão inglesa
“48 Respostas sobre o Buddhismo” é o resultado de duas palestras
proferidas por Ajahn Buddhadāsa em janeiro de 1966 a alunos da Thammasat
University, Bangkok. Desde aquela época, muitos jovens tailandeses têm
retornado ao Buddhismo à procura de respostas e possibilidades não oferecidas
pela moderna educação ocidental. Diante das rápidas mudanças sociais, por
vezes beirando ao caos, eles buscam uma abordagem não-violenta aos problemas
e injustiças dos nossos tempos. Seu interesse é louvável, mas ainda assim
necessitam de orientação. Aplicar uma versão confusa ou incorreta do
Buddhismo à confusão e conflito sociais não trará qualquer benefício. Ajahn
Buddhadāsa, dessa forma, sempre buscou mostrar, tanto aos jovens quanto aos
mais velhos, o que o Buddhismo realmente ensina. Para isso realizar, ele volta
aos princípios originais indicados pelo Senhor Buddha, explicando-os de
maneira simples e direta, mostrando que sua relevância é intemporal. A verdade
é relevante e aplicável na Índia antiga, na Tailândia contemporânea e mesmo no
excessivamente desenvolvido Ocidente.
Essas palestras originariamente foram intituladas “Lak Dhamma Samrab
Nak Seuksa (Princípios do Dhamma para Estudantes)”. Uma olhada nas palavras
deste título irá esclarecer o propósito do livro. Primeiramente, devemos entender
o que significa “seuksa” (emprestado do sânscrito) e “sikkhā” (sua contraparte
pāli). Os tailandeses têm usado seuksa para traduzir as palavras inglesas
“estudo” e “educação”, mas o uso moderno está empobrecido quando
comparado ao significado original. Seuksa é mais que mera acumulação de
conhecimento e habilidades profissionais, como ocorre atualmente. Significa
aprender coisas que são verdadeiramente relevantes para a vida e, então, treinar-
se completamente naquilo e de acordo com tal conhecimento. É um “estudo” que
leva cada vez mais profundamente para o coração, como quando analisamos
sikkhā em seus elementos sa (através, por, e em si mesmo) e ikkha (ver) - “ver a
si mesmo por si mesmo”.
Lak significa “princípio, padrão, poste, reduto, marco”. Um lak é algo que
podemos segurar - de maneira sábia - para conseguirmos estabilidade e
segurança. Estudantes sábios começam suas investigações com os fundamentos e
se certificam de estarem firmemente estabelecidos nesses princípios antes de
seguirem adiante. De fato, os princípios básicos verdadeiros frequentemente são
suficientes. Identificar os princípios que podem nos fundamentar na essência de
nosso tema é um começo. A reflexão cuidadosa sobre eles leva ao entendimento.
Mas é somente incorporando-os em nossas vidas através da prática que eles se
tornam um reduto seguro.
“Dever” - o modo de vida requerido para cada ser humano e todos os outros
seres, a cada respiração e a cada oportunidade, pela lei da natureza.
“Fruto” - o resultado do dever realizado corretamente de acordo com a lei
natural.
Este é o fundamento no qual os estudantes da v erdade da vida devem
primeiramente se basear.
Gostaria de tornar claro que a palestra de hoje tratará apenas dos princípios
básicos e fundamentais, e, assim, especialmente dirigida a estudantes, ou seja, a
pessoas inteligentes. Discutirei esses princípios gerais do Dhamma (Verdade
Natural) usando o formato de perguntas e respostas, colocando primeiro a
pergunta para vocês e, então, suprindo a resposta. Tendo ouvido primeiramente a
pergunta, descobrirão que a resposta se tornará mais fácil de ser entendida e
lembrada. Isso, eu penso, é a forma mais apropriada de apresentação para vocês
estudantes ou pessoas inteligentes. É dito que na época do Buddha, as pessoas
inteligentes nunca perguntavam sobre nada a não ser os pontos básicos e
princípios fundamentais. Nunca desejavam explicações tortuosas. Isso tem a
virtude de poupar tempo, entre outras coisas.
Prestem muita atenção nisso, caso esta resposta concorde ou não com o
que vocês pensavam. Há muitas outras formas de responder, mas esta única
sentença do Buddha sintetiza seu ensinamento. O Buddha ensinou apenas
dukkha e sua eliminação. Isto torna irrelevante quaisquer questões que não
tenham uma relevância direta na eliminação de dukkha. Não pensem em
perguntas tais como: “Há renascimento após a morte?” ou “Como o
renascimento acontece?” Estas questões podem ser consideradas mais tarde.
E) Eis outro ensinamento importante que vale a pena ser lembrado. Ele
ensinou: “Todas as coisas compostas (todas as coisas e seres neste mundo) estão
perpetuamente em estado de fluxo, se desfazendo (eles são impermanentes). Que
todos estejam bem equipados com a vigilância!” Por favor, escutem muito
cuidadosamente estas palavras: tudo neste mundo está em perpétuo estado de
fluxo, sempre se desfazendo, isto é, tudo é impermanente. Assim, devemos nos
equipar com a vigilância. Não saiam por aí brincando com estas coisas! Elas vão
morder vocês! Baterão em suas faces. Elas os prenderão e segurarão firme.
Vocês serão obrigados a sentar e chorar, ou talvez mesmo cometer suicídio.
Vamos agora juntar todos estes vários modos de responder a uma única
pergunta. Se perguntados sobre o que o Buddha ensinou, deem uma das
seguintes respostas possíveis:
Ele nos ensinou a trilhar o Caminho do Meio;
Ele ensinou a auto-ajuda;
Ele nos ensinou a estarmos familiarizados com a lei da causalidade e a ajustar as
causas de forma tal que os resultados desejados apareçam;
Ele ensinou como princípio de prática: “Evitar o mal, fazer o bem, purificar a
mente”;
E ele nos lembrou de que todas as coisas compostas são impermanentes e em
perpétuo fluxo, e que devemos estar bem equipados com a vigilância.
Há várias formas diferentes de responder esta questão. Se perguntados
sobre o que o Buddha ensinou, responda, então, com qualquer destas formas.
Vamos falar de novo para aqueles que nunca ouviram falar disto. Quando
vendo, apenas veja! O que for possível quanto à visão, apenas veja. Quando
ouvindo, apenas ouça; quando cheirando um odor, apenas cheire o odor;
provando, apenas o prove; detectando uma sensação táctil por meio da pele e do
corpo, apenas experiencie a sensação; e no surgimento de um objeto mental,
apenas esteja consciente dele. Isto significa que a estas coisas não devemos
acrescentar o surgimento da ideia de ego. O Buddha ensinou que se alguém
puder praticar assim, o “ego” cessará de existir; e a não existência do “ego” é a
cessação do sofrimento (dukkha).
“Quando vendo um objeto por meio do olho, apenas o veja”. Isto requer
uma explicação. Quando objetos fizerem contato com os olhos, observem e os
identifiquem; saibam qual ação deve ser realizada a partir de qualquer coisa que
é vista. Mas não permitam o gosto ou desgosto surgir. Se vocês permitirem o
surgimento do gosto, vocês o desejarão; se permitirem o surgimento do desgosto,
quererão destruí-lo. Assim surgem amantes e raivosos. Isto é o que é chamado
“ego”. Seguir o caminho do “ego” é sofrimento e engano. Se um objeto é visto,
que haja inteligência e plena consciência. Não permitam que as impurezas
mentais obriguem vocês a agarrarem e se prenderem. Cultivem inteligência
suficiente a fim de conhecerem qual curso de ação é correto e apropriado. E se
nenhuma ação é necessária, ignorem o objeto. Se algum tipo de resultado é
preciso vindo deste objeto, então prossigam, com total atenção e inteligência,
não dando nascimento à ideia de eu. Desta forma vocês adquirem os resultados
desejados e nenhum sofrimento se origina. Este é um princípio muito conciso de
prática e deveria ser lembrado como um dos mais excelentes.
O que isso significa pode ser inferido das seguintes questões. Por que
somos prevenidos a não acreditar no Tipiṭaka (o Cânon Buddhista), não acreditar
num professor, não acreditar no que é relatado ou que vem como um rumor, não
acreditar no que foi raciocinado, não acreditar naquilo que foi conquistado por
mera lógica? Estes princípios são uma ajuda para a compreensão correta, pois a
credulidade cega é tolice. Suponhamos que fôssemos abrir o Tipiṭaka, ler alguma
passagem e, então, acreditar sem pensar, sem testar, sem exame crítico. Isto seria
uma crença tola no Tipiṭaka, a qual o Buddha condenava. Acreditar no que um
professor diz sem ter usado os olhos e ouvidos, sem criticar e sem ver por nós
mesmos que aquilo que ele diz é realmente assim, isto é o significado de
“acreditar num professor”. Acontece o mesmo com o acreditar em qualquer
relato ou rumor que possa surgir.
“Acreditar naquilo que se chegou por mera lógica” significa que, tendo
aprendido como raciocinar corretamente e tendo experiência no raciocinar,
chegamos à conclusão de que certa proposição deve ser logicamente verdadeira.
Mas isto não é bom o suficiente; não podemos colocar nossa confiança neste tipo
de raciocínio.
Mas aqui devemos estar atentos e perceber que este discurso não nos
proíbe de ler o Tipiṭaka. Nem mesmo nos proíbe de consultar um professor,
ouvir os relatos e rumores, ou usar o raciocínio lógico. Ao contrário, o que
significa é que, embora tenhamos lido, ouvido, escutado, não deveríamos
simplesmente aceitar o que é oferecido por estes meios, a menos que tivéssemos
primeiramente pensado sobre o assunto, considerado cuidadosamente, sondado,
examinado completamente, e visto claramente por nós mesmos que aquilo é
realmente assim.
O Buddha disse com humor: “Entre a visão dos árias e a visão das pessoas
comuns há uma enorme diferença”. Assim, na visão dos árias, na disciplina ária,
o canto de canções é o mesmo que o choro; a dança é a festa dos homens loucos;
e o riso descontrolado é o comportamento de crianças imaturas. A pessoa
comum canta, ri, e desfruta das coisas sem perceber o momento em que se cansa.
Na disciplina dos árias, cantar é o mesmo que chorar. Se observarmos um
homem que canta e grita no ápice de sua voz, não somente ele parecerá estar
chorando, mas aquilo vem das mesmas condições emocionais do próprio choro.
Quanto à dança, esta é o comportamento dos loucos! Se apenas observarmos um
pouco, perceberemos que na medida em que nos levantamos para dançar
devemos ser certamente pelo menos 10% loucos ou não o faríamos. Mas como a
dança é considerada universalmente prazerosa não a vemos como o
comportamento de lunáticos. Algumas pessoas gostam de gargalhar. A
gargalhada é algo prazeroso. As pessoas riem muito, mesmo quando não é
justificável ou apropriado. Mas a gargalhada é considerada pelos árias e sua
disciplina como um comportamento de crianças imaturas. Se pudéssemos
gargalhar menos seria algo bom e não gargalhar de modo algum ainda melhor.
Estas são ilustrações do modo como a disciplina ária difere das tradições
das pessoas comuns. De acordo com estas, o canto, a dança e a gargalhada são
eventos normais e sem consequência, enquanto que na disciplina ária são vistos
como algo patético e julgadas de acordo com isto. Tal é a visão de alguém cuja
mente é muito desenvolvida. O Buddha não está dizendo para não fazermos as
coisas quando queremos, mas somente quer que conheçamos que há modos
superiores e inferiores de comportamento, e que não precisamos fazer coisas
desnecessárias. Quando ainda não somos árias, podemos querer experimentar
tais formas mais baixas de comportamento. Se as experimentamos veremos que
são, por vezes, divertidas, mas no fim nos cansamos delas. Podemos, então, nos
elevar ao nível e disciplina dos árias.
O Buddha também ensinou um atalho. Ele disse que quando não nos
apegamos aos seis órgãos sensoriais (āyatanas) e às coisas associadas a eles
como sendo entidades próprias, então o Nobre Óctuplo Caminho surgirá
simultaneamente por si mesmo em seus oito aspectos. Este é um princípio
fundamental e muito importante do Dhamma.
Antes de tudo, devemos nos lembrar de que os seis sentidos (āyatanas) são
os olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo e mente. Cada um desses seis órgãos tem
cinco aspectos. No caso dos olhos, o primeiro aspecto são os próprios olhos; o
segundo é o objeto visual que faz o contato com os olhos; o terceiro é a
consciência (viññāṇa) que percebe o objeto visual fazendo o contato com os
olhos; o quarto é a ação resultante do contato (phassa) entre a consciência, olhos
e objeto visual; e o quinto é a sensação mental prazerosa ou dolorosa que pode
surgir como resultado do contato. São estes os cinco aspectos. Os olhos têm
cinco aspectos. Os ouvidos também têm cinco, o nariz, e assim por diante. Cada
um deles tem um papel em nos tornar desatentos e agarrarmos alguma coisa
como sendo “eu”. Agarramos assim à consciência que conhece e vê por
intermédio dos olhos. Por podermos estar conscientes disso, pulamos para a
conclusão de que isso deve ser “eu”. Desta forma agarramos e nos prendemos à
consciência visual como sendo “eu”, ou agarramos o contato visual (quarto
aspecto) como “eu”, ou nos prendemos na sensação do contato visual (quinto
aspecto), seja agradável ou desagradável, como “eu”. Algumas vezes acontece
de um som melodioso chegar aos nossos ouvidos e nos agarrarmos à consciência
da melodia como sendo um “eu”. Algumas vezes um sabor delicioso chega à
língua e podemos nos agarrar à consciência do sabor como sendo um “eu”.
Cada um dos seis órgãos sensoriais tem cinco aspectos, o que perfaz o total
de 30 aspectos. Qualquer um deles pode ser agarrado como sendo um “eu”,
seguros com grande facilidade muitas e muitas vezes por dia. Tão logo nos
agarramos e nos prendemos, o resultado é o sofrimento. Erramos e nos
imergimos numa massa de sofrimento. Isto não é andar no Caminho. O Buddha,
no entanto, nos ensinou a não se agarrar aos seis órgãos sensoriais e às coisas
conectadas a eles. Mantendo uma observação constante, perceberemos melhor
que nenhum deles é um “eu” e, então, o Nobre Óctuplo Caminho surgirá no
mesmo instante em nós. Nesse momento existirá compreensão correta, objetivo
correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto,
vigilância correta, e concentração correta. Praticar o não-apego aos seis órgãos
dos sentidos é fazer com que todo o Nobre Óctuplo Caminho surja
imediatamente. O Buddha chamou isto de atalho.
Vamos, agora, falar algo mais sobre esse terceiro tipo de kamma. A esse
respeito, o Buddha disse, “Cheguei a uma compreensão clara a respeito disso por
meio de minha sabedoria suprema”. Esse ensinamento do terceiro tipo de
kamma, diferente e distintivo, não foi tomado pelo Desperto de nenhum credo ou
religião existente. É algo que ele veio a conhecer por meio de seu próprio
insight, ensinando, então, a todos. Assim, devemos manter em mente que o
ensinamento desse terceiro tipo de kamma é o real ensinamento buddhista sobre
o tema. Qualquer manual sobre kamma no Buddhismo, qualquer livro intitulado
“Kamma e Renascimento”, deve ser escrito segundo esses princípios. Estudem,
de fato, de perto este assunto e desenvolvam o interesse na explicação buddhista
do kamma. O relato sobre o kamma bom e o kamma mau é encontrado em todas
as religiões. O buddhismo também o tem. Ele nos diz que fazer o bem é bom e
fazer o mal é mau. Todos ensinam a mesma coisa. Mas o Buddha disse que
meramente produzir bom kamma não extingue o sofrimento mental de forma
completa e absoluta, pois se acaba enamorado do bom kamma e prendendo-se a
ele. Em outras palavras, o bom kamma ainda causa o vagar no ciclo do
nascimento e morte, mesmo que em estados favoráveis da existência. Não é o
completo saciar, refrescar, nibbāna.
O Buddha fez esta afirmação há mais de dois mil anos; ainda assim,
utilizou a expressão “pessoas das eras posteriores”, que abrange desde o tempo
quando o Mestre fez esta observação até o dia de hoje. Temos aqui o dever de
olharmos para nós mesmos na era atual. Não estão as pessoas de hoje se
deleitando demais nos prazeres ilícitos, comportando-se egoisticamente, e se
dirigindo a falsas doutrinas? Obviamente, as pessoas atualmente são muito
diferentes das pessoas do tempo do Buddha. Mesmo assim, se quiserem viver
corretamente de acordo com o padrão disposto pelo Buddha, então, embora
sintam algum prazer com as cores, formas, sons, aromas e sabores, elas o farão
com a vigilância constante e o conhecimento correto, não deixando a ganância se
tornar excessiva. Isso significa que não irão desejar estímulos de cores, formas,
sons, aromas e sabores mais do que aquilo que é necessário, sem excesso. A
própria palavra “excesso”, isto é, mais do que necessário, significa a causa de
todas as perturbações, dificuldades e problemas do mundo atual.
É preciso ver que buscar por mais do que se necessita é uma fonte de
sofrimento e tormento para si mesmo, e uma fonte de problemas para as outras
pessoas em todo o mundo. Pense de novo! Voltar-se para doutrinas falsas
significa reconhecer algo como incorreto, mas querer aquela coisa incorreta sem
o sentimento de medo ou vergonha, pois aqui as impurezas já predominaram e
venceram. Uma pessoa estabelecida nesse modo de pensar não se encaixa no
Dhamma. Ela é, por natureza, oposta a ele. Assim, se queremos nos ver livres do
sofrimento, devemos nos voltar para o Dhamma.
Isso pode ser aplicado ao comportamento nos dias de hoje, em nosso país,
a Tailândia, ou a qualquer lugar no mundo. Isso significa que devemos respeitar
o Dhamma. Se mesmo a pessoa mais exaltada prestou homenagem às regras de
treinamento e às comunidades que praticaram corretamente, certamente nós
também deveríamos fazer o mesmo.
Isso significa que o Buddha não pode ser encontrado no corpo físico
exterior. Ao contrário, ele deve ser encontrado naquela mais alta qualidade que
se encontra no coração do Buddha, que é chamada de Dhamma. Esta é a parte
que deve ser vista antes que possamos dizer que encontramos o Buddha.
O Buddha deve ter levado seu kamma à cessação, pois se livrou das
impurezas mentais, que é o significado de “terminar o kamma”. Ele transcendeu
todos os tipos de kamma e foi exatamente este fato que o tornou famoso,
constituindo sua glória. O sábio Gotama se tornou sabbakammakkhayaṁ-patto,
isto é, aquele teve sucesso em fazer cessar seu kamma. As notícias desse evento
se espalharam pela Índia, alcançando mesmo os adeptos de outras seitas e
religiões. Por exemplo, certo brāhmaṇa chamado Bavari enviou dezesseis
discípulos ao Buddha para questioná-lo e obter dele o conhecimento. Outros
vieram testá-lo. Por causa das notícias de que o sábio Gotama havia se tornado
sabbakammakkhayaṁ-patto, tendo atingido a cessação de seu kamma, as pessoas
na Índia daquela época se encheram de admiração. Elas se alegraram nas
palavras “sabbakammakkhayaṁ-patto”. Somente por essa razão é que as pessoas
se interessaram pelo Buddha. Nós também devemos seguir o exemplo do
Buddha e iniciar a tarefa de dar um fim ao kamma.
Quando, através de qualquer meio ou método, uma mente foi tornada livre
de todos os traços da ganância, ódio e ilusão, é possível dizermos que ela é uma
mente vazia ou livre (cit waang) Mas aqui nos referimos apenas àquilo que é
feito ativamente. Quando se está adormecido, a mente também está vazia! Tal
estado é semelhante ao do verdadeiro vazio, mas não o produzimos ativamente,
não o criamos intencionalmente. Isso não é praticar o Dhamma; não pertence a
essa categoria. Ma se tivermos feito, de algum modo, o esforço para que a mente
se torne vazia da ganância, ódio e ilusão, então é possível dizer que a mente é
livre, vazia. Essa liberdade e esse vazio podem ser aumentadas a um grau até se
tornarem completas - absolutos liberdade e vazio. Um arahant (indivíduo
completamente perfeito) é absolutamente livre. Árias em estágios mais baixos de
desenvolvimento são muito livres. Um indivíduo comum pode ser livre e vazio
ocasionalmente.
Há, ainda, palavras melhores que estas. Numa certa ocasião o Buddha
descreveu a cessação da ganância, do ódio e da ilusão como “sandiṭṭhikaṁ,
akalikaṁ, ehipassikaṁ, opanayikaṁ, paccattaṁ veditabbaṁ viññūhi”, isto é,
“diretamente visível, dando resultados imediatos, convidando a ver, levando para
dentro e para ser individualmente experienciado pelo sábio”. Estes termos
implicam uma pessoa viva que entendeu, sentiu e provou o nibbāna, e que pode
chamar seus amigos para vir e ver aquilo que encontrou. Isto mostra claramente
que ele não morreu, e que conhece o sabor do nibbāna em seu coração.
Nós, seus descendentes, somos mais espertos ou mais tolos que nossos
ancestrais? Ponderem, de fato, neste dito: “O nibbāna é morrer (quanto ao ego)
antes da morte (do corpo)”. O corpo não precisa morrer. Mas o apego à ideia do
eu deve. Isto é nibbāna. A pessoa que compreende assim obtém a bênção
suprema, e ainda continua a viver.
Assim, seja cauteloso com relação a grandes atos de caridade, tais como
algumas pessoas os expressam nos templos, pois elas estão preocupadas com os
prazeres sensuais. Grande mérito, para ser genuíno, deve ser tal como o Buddha
descreveu. Desenvolver a consciência da impermanência mesmo por um breve
momento é muito melhor que todo este tipo de generosidade aos bhikkhus.
Um praticante dos iddhis (poderes psíquicos) treinou sua mente num tal
grau a ponto de poder causar nas pessoas quaisquer sensações que desejar. Pode
fazer com que outros vejam coisas com seus próprios olhos da forma como
deseja que vejam; ouvir clara e distintamente sons que ele deseja que ouçam;
cheirar o que deseja que cheirem, experimentar sensações gustativas como se
realmente as estivessem experimentando a língua; e sentir como se estivessem
tocando algo macio, duro ou qualquer outro estímulo tátil. O processo pode,
então, ser estendido de modo que o demonstrador se torna capaz de fazer com
que os outros experimentem o medo, o amor ou qualquer outro estado mental
sem perceberem o porquê. Os iddhis são extremamente úteis e maravilhosos.
Mas esse tipo de fenômeno mental não produz coisas físicas. Os poderes
psíquicos são incapazes de criar coisas reais de qualquer valor prático. Não são
capazes de criar, por exemplo, habitações de monges, templos, arroz, peixe ou
alimento, a fim de que pudéssemos viver sem problemas. Este tipo de coisa não
pode ocorrer. Os objetos parecem existir, ou são experimentados como existindo
no olho, ouvido, nariz, língua, corpo ou mente, somente enquanto os iddhis estão
sendo exercidos. Depois disso, eles desaparecem. Assim, os iddhis não são
capazes de construir uma habitação ou um templo por eles mesmos. Certamente,
deverá haver um patrono laico para construí-los e oferecê-los. Por exemplo,
Jetavana e Veluvana tiveram que ser construídos e oferecidos ao Buddha. E por
muitas vezes o Buddha viveu sem comida devido à escassez da região, tendo que
comer o arroz apropriado para cavalos, e somente um punhado a cada dia.
Isto nos ajuda a lembrar de que o físico e o mental são dois reinos distintos
e diferentes. O Buddha não negou os iddhis mentais, mas desaprovou fortemente
sua demonstração, pois são meras ilusões. Dessa forma, ele proibiu sua
demonstração por parte dos bhikkhus, e, ele mesmo, evitou seu uso. Não
encontramos no Tipiṭaka o Buddha demonstrando iddhis. Há, de fato, relatos de
sua demonstração de iddhis, mas somente ocorrem nos comentários e em outras
obras. Consequentemente, a verdade desses relatos é dúbia - apesar de realmente
não haver necessidade para nós de julgá-los verdadeiros ou falsos.
O Buddha disse certa vez: “Os vários iddhis demonstrados - voar pelo ar,
tornar-se invisível, clariaudiência, clarividência e semelhantes - são sāsavā e
upadhikā”. Sāsavā significa “associado aos āsavas” (os “cancros” do apego ao
prazer sensorial, apego ao vir-a-ser, apego às visões falsas e apego à ignorância).
Em outras palavras, os iddhis realizados com avidez e apego, ou motivados pela
avidez e apego, são chamados de sāsavā. A realização dos upadhikā iddhis é
motivada por upadhi. Upadhi significa “pegar e segurar” São, dessa forma,
iddhis motivados pelo apego. São demonstrados por uma mente que segura e
agarra. Iddhis desse tipo são sāsavā e upadhikā.
Devemos, desse modo, despertar nosso interesse por esta coisa chamada de
Nobre Caminho. Falei anteriormente sobre como é praticar da forma ordinária, e
como é praticar segundo o método mais curto (ver item 13). A prática no método
curto consiste em dirigir o autoexame com o objetivo de destruir o apego às
ideias de “eu” e “pertencente a um eu”. Tal novo kamma será do terceiro tipo, o
kamma mais poderoso. Uma vez surgido, ele será tão afiado como uma lâmina, e
será capaz de destruir uma grande quantidade de velho kamma acumulado. O
sofrimento surge do novo kamma, da ignorância, do desejo e do apego de hoje.
Surge pelo fato de termos visto formas e cores, ouvido sons, cheirado odores, e
provado sabores no dia imediatamente anterior. Eles podem ser eliminados pelo
novo kamma que nós também produzimos. Não se enganem pensando que tudo é
devido ao kamma anterior. O kamma anterior pode ser seguido por uma série de
causas, as quais podem ser eliminadas! Assim, não ignorem o novo kamma do
terceiro tipo. Ele é capaz de aniquilar o velho kamma de forma absoluta e
completa.
Há, por assim dizer, um anzol escondido naquela isca que lá está
dependurada. O assāda é a isca suculenta seduzindo o peixe para comê-la. O
anzol escondido é o ādīnava, isto é, o poder cruel capaz de ferir que se esconde
no interior da isca. E o nissaraṇa é a técnica para como comer a isca sem ser
fisgado pelo anzol. A coisa chamada isca, então, não mais funciona como isca,
mas, ao contrário, torna-se um bom pedaço de comida, a qual o peixe pode
alegremente engolir sem ser fisgado.
Aqueles que não sabem fazer bom uso dessa técnica sempre se sentem
ansiosos a respeito do fracasso. Tornam-se tão nervosos que são incapazes de se
lembrar daquilo que aprenderam. Não conseguem escrever de maneira precisa e
prover respostas organizadas. Consequentemente, fracassam completamente.
Outros são levados pela ideia de “eu sou brilhante, eu certamente passarei”. Um
aluno levado por tal tipo de apego e agarramento também está fadado a ir mal,
pois carece de cit waang. De outro lado, para uma “pessoa” que tem cit waang
não há “eu” ou “meu” envolvidos e, assim, ela não entrará em pânico nem se
tornará superconfiante. Apenas restará a concentração, que é um poder natural.
Esquecendo inteiramente do eu, esse alguém tem sucesso na prova. Este é um
exemplo elementar e básico do efeito do não apego e de cit waang.
Agora, uma pessoa estúpida e iludida, tão logo escuta a palavra suññatā
mencionada nas palestras dos templos, traduz a palavra como “a mais completa
vacuidade ou nada”. Esta é a interpretação materialista e é a forma como certos
grupos a entendem. O suññatā do Buddha significa a ausência de qualquer coisa
que possamos agarrar ou segurar como sendo uma entidade ou eu permanente,
embora fisicamente todas as coisas lá estão em sua inteireza. Quando seguramos,
há dukkha; quando não seguramos, há a liberdade em relação a dukkha. A
palavra é descrita como vazia porque nada há que nós tenhamos o direito de
agarrar. Devemos lidar com este mundo vazio com uma mente que não segura.
Se quisermos algo, deveremos buscá-lo com uma mente livre do apego, de forma
a conquistarmos o objeto desejado sem que ele se torne uma fonte de sofrimento.
Pelo bem da paz e da felicidade do mundo, esqueçam tudo sobre tal ‘eu’!
Referências Escriturais
Nas palestras originais, Ajahn Buddhadāsa fornecia, quando apropriado,
referências (volume e página) para suas fontes na edição da Royal Siamese Pāli
do Tipitāka. Traduzimos tais referências num formato que possa ser de ajuda
para os leitores em sua consulta de traduções ocidentais. Elas estão listadas de
acordo com a numeração das seções de perguntas no “Conteúdo”.
1. Majjhima Nikāya, Alagaddūpama Sutta (#22)
3. Majjhima Nikāya, Cūḷataṇhāsaṅkheyya Sutta (#37)
5. Aṅguttāra Nikāya, Catukkanipāta, Rohitassa-vagga (#45)
6. Majjhima Nikāya, Alagaddūpama Sutta (#22)
7. Saṁyutta Nikāya, Mahāvāra-vagga, LV, vi, 3
8. Saṁyutta Nikāya, Mahāvāra-vagga, XLV, i, 76
9. Aṅguttāra Nikāya, Pañcakanipāta, O Guerreiro (#79)
10. Majjhima Nikāya, Cūḷasaccaka Sutta (#35)
11. Aṅguttāra Nikāya, Tikanipāta, Mahāvagga, Kālāma Sutta (#65)
12. Aṅguttāra Nikāya, Tikanipāta, Iluminação (#103)
13. Majjhima Nikāya, Saḷāyatanavibhaṅga Sutta (#137)
14. Aṅguttāra Nikāya, Tikanipāta, Devadutavagga (#33)
Aṅguttāra Nikāya, Catukkanipāta, Kammavagga (#234)
15. Aṅguttāra Nikāya, Tikanipāta, Puggalavagga (#22)
16. Aṅguttāra Nikāya, Catukkanipāta, Sañcetanavagga (#180)
17. Aṅguttāra Nikāya, Tikanipāta, Brāhmanavagga (#56)
18. Aṅguttāra Nikāya, Catukkanipāta, Uruvelāvagga (#21)
19. Itivuttaka, III, v, iii
20. Dīgha Nikāya, Mahāvagga, Mahāparinibbāna Sutta (#16)
21. Sutta-nipāta, Parayanavagga, Vatthugāthā
22. Majjhima Nikāya, Cūḷasuññatā Sutta (#121)
23. Paṭisambhidāmagga, Yoganaddhavagga, Suññakathā
24. Saddhammappajjotikā Parte 1.
25. Paṭisambhidāmagga, Paññavagga, Vipassanākathā
26. Aṅguttāra Nikāya, Navakanipāta, Mahāvagga (#36)
27. Aṅguttāra Nikāya, Navakanipāta, Mahāvagga (#41)
28. Aṅguttāra Nikāya, Navakanipāta, Pancālavagga (#51)
Aṅguttāra Nikāya, Sattanipāta, Abyākatavagga (#52)
29. Majjhima Nikāya, Bhaddāli Sutta (#65)
31. Dīgha Nikāya, Mahāvagga, Mahāparinibbāna Sutta (#16)
34. Udāna, Cullavagga, VII, i e ii ; Aṅguttāra Nikāya, Sattanipāta,
Abyākatavagga (#53)
37. Majjhima Nikāya, Angulimāla Sutta (#86)
39. Itivuttaka, I, iii, 7
40. Aṅguttāra Nikāya, Navakanipāta, Sihanādavagga (#20)
41. Itivuttaka, III, iv, 4
48. Dīgha Nikāya, Mahāvagga, Mahāparinibbāna Sutta (#16)
Sobre o tradutor da edição inglesa
Rod Bucknell começou a se interessar seriamente pelo Buddhismo em
meados de 1960, quando, durante uma visita à Tailândia, foi introduzido nas
práticas da meditação da visão clara. Após um ano em vários centros de
meditação e mosteiros tailandeses, foi ordenado monge sob a orientação de
Ajahn Paññananda, do Wat Cholapratan Rangsarit. Tornou-se logo interessado
nos ensinamentos de Ajahn Buddhadāsa, e, reconhecendo seu valor potencial
para os ocidentais, começou a traduzir algumas das obras mais importantes do
Ajahn para o inglês. Durante os quatro anos em que permaneceu na Sangha, ele
traduziu seis obras de tamanhos variados, trabalhando usualmente em contato
estreito com o Ajahn, a fim de garantir a precisão da tradução dos conceitos
chaves. Apesar de seu retorno à vida doméstica, ele mantém o intenso interesse -
tanto acadêmico quanto prático - nos ensinamentos de Ajahn Buddhadāsa, e
publicou vários artigos em revistas de estudos religiosos. Atualmente ele é
palestrante no Departamento de Estudos de Religião da Universidade de
Queensland, Austrália.
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buddhista, a experiência contemplativa e temas relacionados ao Oriente-
Ocidente. Nosso objetivo primeiro é fornecer um material literário relevante para
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fundamentais, bem como comentários contemporâneos, devotando especial
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A Vida É O Que É por Rev. Gyomay Kubose
[1]
Pequenas casas comumente encontradas na Tailândia e que são consideradas moradas de `espíritos’
protetores da casa (nota do tradutor).
[2]
Baht é a unidade econômica da Tailândia. É dividido em cem satang. (nota do tradutor).