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A Princesa Imperial Piñ a Co Lada acordou apó s um longo sono.

Ela imediatamente abriu seu escritó rio para a luz do amanhecer entrar. Quando
as persianas foram abertas, o sol da manhã brilhou em seu rosto e a fez semicerrar os
olhos.

A capital imperial ficava a dois dias a pé das margens do mar Azure. A luz do sol
era forte, mas o vento frio que soprava do norte glacial tornava-o confortá vel.

O Palá cio Imperial estava localizado no extremo leste das cinco colinas da Capital
Imperial, nas encostas da Colina Sadela.

Uma das mansõ es na ala leste do palá cio era dela. Era bem ventilada, e o vento
trazia até ela o aroma fragrante dos ciprestes da floresta oriental. Piñ a adorava a
maneira como clareava sua mente quando ela respirava.

“Sua Alteza, você nã o dormiu em sua cama de novo,” Hamilton resmungou


enquanto ela abria cada uma das janelas do escritó rio.

Piñ a estava usando uma roupa que as pessoas neste mundo chamavam de
“Tú nica”, e sua parte superior do corpo estava esparramada sobre a mesa como se ela
tivesse pulado sobre ela.

A escrivaninha estava coberta com todos os tipos de livros, assim como cartas de
vá rios lugares. A maioria delas eram feitas de pergaminho, mas recentemente
começaram a usar papel de fotocó pia comprado na Arnus Living Community (ALC).

“Ah, eu estraguei tudo…”

Ela apressadamente tentou alisar o pergaminho que havia amassado durante o


sono. Era um relató rio financeiro da House Formal. Ela deve ter adormecido
enquanto lia.

Um olhar mais atento em seus dedos revelaria manchas de tinta neles. Embora
ela conseguisse nã o sujar as roupas e o rosto, suas roupas estavam amassadas e seu
corpo e rosto pareciam desconfortá veis.

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"Sua Alteza, por que nã o toma um banho antes de tomar o café da manhã ?"

"Desculpe. Bem vamos fazer isso ”, disse Piñ a, jogando as mã os para cima em
sinal de rendiçã o depois de ouvir Hamilton.

“Para a programaçã o de hoje, os eventos mais importantes sã o o almoço com


Lorde Cícero do Senado e o jantar para comemorar o aniversá rio da filha do Marquês
Ducie. Entre o almoço e o jantar, Shandy deseja falar com você. Acho que ela quer
recomendar candidatas para a pró xima líder dos Cavaleiros da Rosa Branca.”

“Eu acho que Panache e Shandy fizeram um voto de irmandade, certo? Isso nã o
significa que Shandy Cuff será a pró xima líder dos Cavaleiros da Rosa Branca?

“Talvez ela nã o queira ser a líder, mas sim ir com Panache para Arnus?”

Piñ a franziu a testa imaculada com uma carranca. Se ela queria retribuir a
confiança depositada nela por sua pró pria irmã jurada, nã o seria melhor para ela ficar
e administrar os cavaleiros? O que diabos estava pensando, de repente dizendo que
estava cansada das tradiçõ es e regras do grupo de cavaleiros? Se fosse realmente
como Hamilton disse, ela nã o poderia concordar assim. Em todo caso, ela conheceria
Shandy primeiro e decidiria o que fazer com ela mais tarde.

“Hoje, Sugawara-sama vai encontrar Lord Cicero, e depois há a festa na casa dos
Ducie, mm.”

“Esta é a lista de nomes do primeiro lote de prisioneiros a ser libertado.


Providencie para que os parentes das pessoas na lista compareçam à festa e em
seguida, Sugawara-sama entregará a lista de nomes aos vá rios representantes da
família. Você gostaria de revisar o rascunho da lista?

“Ah~ eu vi ontem à noite. Acho que eles conseguiram a libertaçã o de 15 pessoas,


mas só vejo 14 nomes aqui. Por que há um espaço vazio?

No momento em que Piñ a estava pensando em procurar os documentos


necessá rios entre as enormes pilhas em sua mesa, uma delas caiu sobre sua cama
como um deslizamento de pedras.

“Ah~ah…”

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Depois de impedir a princesa de fazer isso sozinha, Hamilton foi limpar a
bagunça.

“Sua Alteza… o espaço vazio na lista de nomes é uma tentaçã o para Lorde Cícero.
Acredito que seu sobrinho estava entre os prisioneiros feitos pelo JSDF. Para
aumentar as chances de sucesso do nosso encontro de hoje, resolvi deixar espaço
para ele ser incluído no primeiro lote.

Piñ a agarrou a cabeça e contemplou as palavras de Hamilton. Ela nã o sabia se


sua memó ria havia atingido sua capacidade, ou se ela simplesmente nã o conseguia
mais pensar.

"Você está bem? Você parece cansada."

“Se eu dissesse que nã o estou bem, você ficaria no meu lugar?”

“Você sabe que eu nã o posso…”

“Entã o, significa apenas que tenho que trabalhar mais, certo?”

Piñ a enrolou um documento e pressionou contra o peito de Hamilton antes de


sair para tomar banho.

******

Depois do banho, ela prendeu o cabelo ruivo novamente, colocou uma


maquiagem leve e se vestiu. Apó s esses preparativos, Piñ a finalmente apareceu à
mesa do café da manhã , cerca de uma hora depois de ser acordada por Hamilton. O
que era bastante rá pido, considerando o tempo que as damas nobres normalmente
levavam para se preparar.

Dito isto, Sugawara Kouji ainda esperou um bom tempo antes de Piñ a aparecer, e
se serviu do café da manhã primeiro. O cardá pio era mingau de cevada quente com
carne seca, além de algumas frutas cítricas.

A mansã o de Piñ a tinha muitas empregadas, elas garantiram que ele nã o seria
importunado de forma alguma. Sugawara estava usando seu traje formal, conhecido
como toga, para nã o causar problemas. No entanto, se Piñ a nã o estivesse por perto,
ele nã o poderia fazer nenhum trabalho.

A diplomacia começa conhecendo a outra parte. Ele nã o conhecia mais ninguém


na Capital Imperial, entã o nã o importa com quem ele encontrasse, ele precisaria de

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Piñ a para apresentá -lo. A razã o pela qual Sugawara foi enviado como parte do Comitê
de Resposta a Incidentes da Regiã o Especial do Ministério das Relaçõ es Exteriores foi
para aumentar sua presença na Capital Imperial. Seu trabalho era construir
relacionamentos com as pessoas aqui, fazer os preparativos para a verdadeira equipe
de negociaçõ es que seria enviada, aprimorar sua proficiência com o idioma local e
manter um controle firme sobre os influentes da sociedade imperial.

“Bom dia, Alteza.”

“Bom dia, Sugawara-dono. Você chegou cedo como sempre.

Você é quem está atrasada, Sugawara pensou enquanto engolia essas palavras e
elogiava Piñ a com as palavras bonitas que usava para encontros de negó cios. Era um
truque que aprendera enquanto estudava na França e parecia funcionar muito bem
com as mulheres daqui.

Quando Piñ a se sentou à mesa, comeu apenas um pouco de mingau e algumas frutas.
O café da manhã diante dela parecia ser o mais insosso possível para reduzir a tensã o
em seu estô mago. A razã o para esta reduçã o na ingestã o será explicada em breve.

“Vamos almoçar na casa do senhor Cícero e depois jantar na casa dos Ducie.
Francamente falando, nã o se tem estô mago suficiente para isso.”

Parecia que os problemas relacionados à s recepçõ es eram os mesmos em todos


os lugares. Sugawara só veio aqui depois de acumular muitas experiências
semelhantes, entã o ele concordou totalmente com ela.

“Nosso país tem um ditado, um corpo saudá vel começa com o estô mago. Embora
seja difícil preservar a barriga nesta linha de trabalho, por isso é bastante
problemá tico.”

“Ah~”

Para as mulheres em particular, a dieta tem um efeito significativo em sua pele,


corpo e aparência.

Piñ a parecia refletir sobre esses tó picos quando Sugawara disse a ela:

“Meu país faz um ó timo remédio para o estô mago. Você gostaria que eu
fornecesse alguns para você?

“Com certeza, por favor. Obrigada. Muito obrigada.”


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No Império, as festas eram eventos em que era preciso estar preparado para
comer e beber muito. Quase nã o existiam outros entretenimentos além disso e no
caso do Japã o, preparar uma quantidade adequada de comida e á lcool também era de
se esperar. O problema deste lado do Portã o era que a “quantia apropriada” era muito
grande, o que se mostrou um incomodo.

Naturalmente, o almoço de Lorde Cícero foi luxuoso.

Havia almô ndegas de carneiro, sopa de peixe e legumes, além de grandes


quantidades de aves, peixes, animais e outros vegetais.

As frutas estavam geladas com a neve das encostas das montanhas e a variedade
de alimentos, bem como a quantidade, eram impressionantes. Os hó spedes aqui
mostravam sua educaçã o comendo e comida inacabada era um sinal de boas-vindas.

Foi tudo graças à princesa Piñ a que ele pô de ter uma recepçã o tã o calorosa. Se
Sugawara tivesse tentado ir sozinho, ele poderia ter apenas uma bacia de á gua fria
despejada em sua cabeça.

Cícero La Maltose era membro da família Maltose, um dos fundadores do


Império. No entanto, era apenas um ramo de uma família famosa e estava entre os
mais baixos da nobreza imperial. No entanto, ele tinha habilidades excepcionais de
debate e liderança e como senador, tinha uma influência política significativa. Como
haviam outros maltoses no Senado, eles o chamavam de Lorde Cícero para evitar
confusã o.

Nesta guerra, ele pertencia à facçã o imperial pró -guerra. Em outras palavras, ele
era um defensor da ideia de que “uma vez que esta é uma emergência, devemos
reunir a força do Império e reconstituir as Legiõ es sob o comando do Imperador e
expulsar os bá rbaros de Arnus com força militar!”

Em oposiçã o a eles estava a facçã o senatorial pró -paz. Eles propuseram que
“uma vez que isso foi iniciado pelas açõ es tolas do imperador, devemos transferir seu
poder para o Senado e reconstruir nosso exército sob eles. Ao mesmo tempo,
devemos fazer contato com os inimigos em Arnus e pedir-lhes que voltem para o
outro lado do Portã o por outros meios que nã o a violência.

Cícero fora escolhido para as negociaçõ es porque era membro da facçã o pró -
guerra com quem ainda se podia argumentar.

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A facçã o pró -paz queria a paz a qualquer custo, mas havia muito poucos deles.
Portanto, o plano era tentar atrair alguns dos nobres pró -guerra para o lado pró -paz.

Sugawara explicou isso a Piñ a e pediu a ela que apresentasse uma pessoa
adequada a ele. Com base em suas experiências anteriores, ela escolheu Cícero.

“Lorde Cícero, apresento-lhe Sua Excelência Sugawara Kouji, um embaixador da


terra chamada Japã o.”

Piñ a havia inflado artificialmente o status de Sugawara. E ele, sabendo o que ela
pretendia, nã o a corrigiu.

“Prazer em conhecê-lo,” ambos os lados disseram enquanto se cumprimentavam.

Com uma atitude altiva, Cícero disse: “Perdoe-me, mas nã o conheço nenhum país
chamado Japã o. Posso saber como é?”

O Império era uma naçã o poderosa. Para começar, tinha mais de uma dú zia de reinos
vassalos e quando se contavam naçõ es aliadas e tribos rurais que se uniram para
formar um país, havia laços com mais de cem outros domínios. Cícero pode ter sido
senador, mas nã o era diplomata, entã o era compreensível que houvesse países que
ele nã o conhecia.

“Como devo dizer… O Japã o é uma terra de quatro estaçõ es, com belas
montanhas e rios.”

Ao ouvir isso, Cícero soltou uma gargalhada silenciosa. Sua esposa olhou para ele
com um olhar idiota no rosto e deu de ombros.

Ele havia perguntado ao embaixador de uma naçã o primitiva e atrasada sobre


sua terra e a resposta que recebeu foi uma bobagem sobre um belo país. Em outras
palavras, dificilmente uma resposta.

À primeira vista, Sugawara parecia ser talentoso, mas no fim das contas ele era
um plebeu nascido na fazenda. Levaria muito tempo até que ele pudesse igualar a
inteligência de um patrício imperial. Essa era a opiniã o de Cícero sobre Sugawara.
Bem, nã o era culpa dele que seu país fosse atrasado. Cícero se orgulhava de ser justo
e portanto, aumentaria sua opiniã o negativa sobre Sugawara em um ou dois pontos ...
ou pelo menos planejava fazê-lo.

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Piñ a estava observando de lado e podia ver através de Cícero.

Ela suspirou aborrecida e silenciosamente pensou em dizer: “Tenha mais


cuidado, você está fazendo o jogo dele …” Mas ela era apenas uma intermediá ria, e
nã o uma diplomata adequada, entã o se calou.

“Eu trouxe alguns presentes do meu país comigo. Por favor, aceite-os.”

Agora haveria um show de apresentaçã o de presentes. Sugawara estalou os


dedos. Os servos de Piñ a, bem como a escolta JSDF de Sugawara, sargento Naoe,
começaram a trazer as caixas de presente.

O sorriso frio de Cícero se transformou em um sorriso genuíno.

Empilhados diante de Cícero estavam peças de tecido lindamente bordado, seda


do distrito de Nishijin, em Kyoto, costurada com fios coloridos de ouro e prata, laca
preta e vermelha de Kanazawa, obras de arte primorosamente decoradas, leques
dobrá veis bordados com cores vivas e artigos de vidro Satsuma Kiriko.

Havia pérolas cultivadas de Shima, das quais um lendá rio artesã o disse uma vez,
“se eu pudesse decoraria todos os pescoços das mulheres do mundo com elas”. Havia
também uma katana feita pelos ferreiros de Kansai.

Em seguida, tinha resmas de papel wagami, papel de escrita de estilo ocidental,


bem como canetas-tinteiro e outros instrumentos de escrita. Eram ferramentas ú teis
que dificilmente alguém suportaria largar.

<TL Nota: Wagami é um tipo sofisticado de papel japonês>

Além disso, havia talheres de ouro, prata, cerâ mica e porcelana. Esta foi uma
exibiçã o da arte do Japã o e raridades ú teis.

Piñ a estava acostumado a ver Sugawara trabalhando nos ú ltimos dias. Ele
começava com uma atitude humilde e depois exibia objetos atraentes, para fazer as
pessoas quererem continuar falando com ele. Foi justamente por ser um patrício de
bom gosto que Cícero compreendeu a capacidade tecnoló gica necessá ria para
produzir as coisas que via diante de si.

A esposa de Cícero estava distraída com a seda Nishijin de cores vivas e o tecido
bordado. O pró prio Cícero ficou encantado com a bela curva da katana. Embora fosse

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conhecido como um político habilidoso no debate, ele ainda era um homem e foi
naturalmente atraído primeiro pela arma.

“Estes sã o maravilhosos, foram todos feitos no Japã o?”

“Sim, todos eles foram produzidos pelos artesã os do meu país.”

“Que tipo de país é o Japã o que produz objetos tã o maravilhosos? Perdoe-me,


parece que desprezei você antes.

A atitude de Cícero havia mudado. Ele jogou fora sua arrogâ ncia inicial e a
substituiu por uma quantidade equivalente de respeito. Sua atitude era a de um
conhecedor de bens finos e de um amor franco e honesto pela cultura.

“No entanto, Vossa Excelência Sugawara é bastante astuto. Você falou da


paisagem do seu país quando havia muito mais do que se orgulhar. Venha, diga-me,
onde fica esta terra do Japã o?”

Piñ a pressionou a testa e pensou, ele foi direto ao ponto.

E assim, o outro lado se abriu e baixou a guarda.

“Meu país, o Japã o, está atualmente em guerra com o Império. Nó s somos do


outro lado do Portã o.”

Ao ouvir isso, o queixo de Cícero caiu.

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Na maior parte, o ritmo das negociaçõ es subsequentes foi inteiramente ditado


por Sugawara.

Cícero era um defensor linha-dura da facçã o pró -guerra, e trazê-lo exigiu toda a
sua habilidade diplomá tica. Além disso, o fato de Piñ a ter trazido um embaixador
inimigo pode nã o ter sido traiçã o, mas chegou bem perto.

Além disso, para se recuperar do choque, Cícero ameaçou enviar tropas pelo
Portã o para conquistar o Japã o. As legiõ es estavam sendo reconstituídas, e esse
trabalho seria concluído em alguns meses. Sua nova força seria de cerca de 100.000
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homens e em seu pâ nico, ele acidentalmente revelou informaçõ es que deveriam ser
mantidas em segredo.

No entanto, isso ocorreu porque Cícero aceitou a existência de um país chamado


Japã o. Por aceitar a existência deles, ele poderia subestimar as açõ es de seus civis.

Sugawara havia se tornado um ser igual, aceito pelo outro lado e um ponto de
contato para futuras negociaçõ es. Isso significava que, no futuro seria bom se ele
viesse sozinho. O que restava era informar a outra parte dos fatos.

Nesse momento, Sugawara retirou um pedaço de papel, e isso fez com que Cícero
— que ralhava com Piñ a — se calasse. Naquele papel estava escrito o nome do... filho
da irmã zinha de dona Cícero.

“Acredito que este seja o sobrinho de Lorde Cícero? Atualmente, ele é um


prisioneiro em nosso país”.

“O que você disse, ele ainda está vivo?”

“Sim, ele está .”

A mulher de Cícero, ouvindo de lado, desmaiou de alegria excessiva. As criadas


apressadamente a levaram para fora do refeitó rio.

“Além disso, em troca do trabalho á rduo da princesa Piñ a em aceitar o papel de


mediadora, devolveremos incondicionalmente essas pessoas a você, de acordo com
os desejos de Sua Alteza.”

“Incondicionalmente?”

“Na verdade, nã o vamos impor nenhuma exigência a você.”

“E o resgate?”

“Estritamente falando, a cooperaçã o de Sua Alteza é um resgate suficiente. A


segurança desses prisioneiros está inteiramente em suas mã os…”

Cícero entendeu o que aquelas palavras implicavam; Não interfira na situação da


princesa.

Piña trabalhava como intermediária porque temia pela vida desses presos. pensou
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Cícero. Ela não tinha escolha. Não proteger essas pessoas seria uma traição por si só.
Ela fez esse sacrifício para proteger filhos e pais patrícios, assim como meu ego e
reputação.

Essas palavras significavam: “Admita a derrota” ou “Se você quer seus


prisioneiros de volta, faça as pazes”. Se Sugawara os tivesse exigido diretamente de
Cícero, ele provavelmente os teria rejeitado imediatamente, mas como o outro lado
estava simplesmente pedindo que Piñ a servisse como mediadora, ele nã o poderia
recusar. Independentemente do oponente ou circunstâ ncia, ele podia aceitar que a
negociaçã o em si nã o era uma coisa ruim.

Se ele interferisse em suas açõ es como mediadora, os prisioneiros


provavelmente nã o voltariam. Além disso, enquanto apenas algumas pessoas estavam
voltando agora, uma vez que Piñ a negociou com o Japã o, eles provavelmente
poderiam trazer mais pessoas para casa. Portanto, mesmo um apoiador pró -guerra
como ele nã o poderia fazer nada contra Piñ a. Afinal, se o sobrinho voltaria para casa
ou nã o, era decisã o dela.

Para Cícero, era ele quem deveria implorar o favor de Piñ a. Portanto, ele
silenciosamente agarrou a mã o de Piñ a. O aceno calmo de Piñ a representou sua
aceitaçã o de seu pedido.

“Na verdade, vai haver uma festa de aniversá rio para a filha do Marquês Ducie.
Você deve ter recebido um convite também, certo?”

“Perdoe-me, nã o sei do que você está falando. Eu nã o conheço a filha do Marquês


Ducie…”

“Bem, na verdade, a tragédia se abateu sobre a Casa Ducie. O Marquês decidiu


dar uma festa no aniversá rio de sua filha para animá -lo. Pensei em trazer-lhe boas
notícias. Você me acompanharia até lá ?”

Qualquer político que nã o pudesse ler o significado dessas palavras nã o era


político.

Com toda a probabilidade, a Casa Ducie provavelmente enviou pessoas pelo


Portal. Portanto, as boas novas de que ela falou devem ter significado que essas
pessoas haviam sobrevivido.

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Se ele aparecesse lá , o sobrinho de Cícero também teria mais chances de voltar
para casa.

Cícero educadamente abaixou a cabeça e beijou as costas da mã o de Piñ a. “Por


favor, permita-me compartilhar com você as boas novas.”

******

Enquanto Sugawara do Ministério das Relaçõ es Exteriores estava avançando na


Capital Imperial, a á rea da moradia temporá ria dos refugiados em Arnus havia
mudado muito nesses poucos meses.

Isso porque este lugar era para onde a Princesa Imperial Piñ a Co Lada enviaria
seus cavaleiros e suas seguidoras (todas do sexo feminino…) para estudar a língua
japonesa. Isso exigiu a fundaçã o de um edifício de campus.

Inicialmente, depois de ouvir Piñ a descrever aquela cidade onírica de arranha-


céus e “arte”, todas as suas cavaleiras estavam ansiosos para ir para o Japã o e estudar
lá .

No entanto, como nenhuma delas falava um pingo de japonês, nã o havia como


elas irem para o exterior e estudar lá . Tó quio também nã o as aceitaria assim. Além
disso, haviam muitas outras coisas para cuidar. No mínimo, elas tinham que ser
capazes de conversar em japonês, entã o o governo japonês montou um instituto
educacional no campo de refugiados.

Dessa forma, o Japã o também ganhou algum espaço para respirar.

O campo também era o lar da sá bia que era a tradutora oficial entre a língua da
Regiã o Especial e o japonês, bem como da horda de crianças que estavam aprendendo
japonês com ela. Pelo que sabiam, este poderia ser um lugar melhor para aprender
japonês do que Tó quio.

Além disso, haviam japoneses no local também. Por exemplo, Itami Youji, outros
membros do JGSDF e alguns funcioná rios diplomá ticos do Ministério das Relaçõ es
Exteriores estavam aprendendo pessoalmente o idioma da Regiã o Especial neste
local.

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No entanto, agora que havia vá rias vezes mais pessoas presentes, nã o havia
espaço suficiente para todas elas.

Enquanto elas foram treinados em fieldcraft e vivendo da terra, as membras do


grupo de cavaleiros também eram damas patrícias. Estar confinadas nos pequenos
prédios pré-fabricados só lhes daria estresse. Suas seguidoras, que tiveram que
enfrentar esse estresse de frente, ficariam ainda mais estressadas. Portanto, fornecer
necessidades suficientes tornou-se a tarefa mais crucial. Além disso, eles nã o
poderiam permitir que diplomatas do Ministério das Relaçõ es Exteriores ficassem em
alojamentos temporá rios, e fazer as cavaleiras ficarem em tendas dificilmente era
aceitá vel. Portanto, decidiram abandonar a ideia de um acampamento temporá rio e
construir estruturas mais permanentes.

Além de cavar poços e construir tanques de armazenamento de á gua, o JSDF


também teve que cavar drenos adequados e preparar instalaçõ es de purificaçã o de
á gua. Para alimentar tudo isso, eles instalaram painéis de energia solar. Através do
acú mulo constante dessas melhorias, a vida no campo lentamente começou a se
assemelhar à do Japã o.

Como um aparte, o fornecimento gratuito de alimentos e outros suprimentos pra


sobrevivência foi interrompido. Dado que os refugiados estavam conseguindo ter
uma vida confortá vel colhendo escamas de wyvern, ninguém se opô s a isso.

No entanto, era inconveniente ter que ir a uma cidade distante para comprar
coisas. Como resultado, eles abriram uma loja na comunidade para vender vá rios
itens descartá veis. Naturalmente, a administraçã o desta foi deixada para os membros
da Arnus Living Community (ALC).

Depois de um tempo, as crianças refugiadas mais velhas podiam ser vistas


cuidando da loja. Eles logo chamaram essa loja de PX. Era muito mais conveniente e
mais pró ximo comprar coisas do PX em comparaçã o com o processo extremamente
problemá tico de entrar e sair de Ginza.

Os refugiados nã o se importaram com a expansã o do PX.

O ALC nã o precisava se expandir. Tudo o que eles queriam eram as coisas de que
precisavam.

A ideia original era usar a venda de escamas de Wyvern para comprar comida e
roupas de que precisavam e um dia, economizar dinheiro suficiente para retornar à
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vila de Coda e reconstruir. Restavam apenas equipamentos de proteçã o para o
trabalho (má scaras de gá s, roupas de proteçã o e outros consumíveis) que o JSDF
forneceria.

No entanto, o PX atraiu cada vez mais convidados. As damas nobres do grupo de


cavaleiros vinham cada vez com mais frequência, e suas criadas também compravam
coisas. Elas comprariam suas necessidades diá rias, como roupas, chá e outros luxos
em um instante.

Os diplomatas que vinham aprender o idioma também visitavam. Além disso, os


soldados JSDF de Arnus Hill também vieram. Eles nã o compraram apenas itens de
Tó quio, mas grandes quantidades de produtos de arte e lembranças locais.

O PX teve que acomodar mais clientes, e logo nã o havia mais espaço interno.

Depois que o prédio da loja foi construído, o nú mero de coisas que ela poderia
vender também aumentou. Mas com o aumento das vendas, nã o havia pessoal
suficiente para ajudar na importaçã o, venda e exportaçã o dos produtos.

Quando viram que as crianças e os idosos estavam ocupados tomando conta do


local, as criadas trazidas pelas senhoras patrícias ofereceram-se para ajudar (isto
porque depois de verem o catá logo de artigos de além da Porta… especialmente
roupas íntimas para senhoritas, perceberam que o PX precisava de ajuda para que
pudessem comprar livremente as coisas que desejavam).

Como resultado, os jovens do JSDF foram atraídos por elas, e o nú mero de clientes
aumentou novamente, o que levou a um ciclo vicioso (?) onde novamente havia
poucos funcioná rios. As senhoritas que começaram como voluntá rias acabaram por
fazê-lo a tempo inteiro… passados alguns dias, tornou-se evidente a necessidade de
pessoal profissional.

Na Regiã o Especial, as pessoas eram contratadas por conexõ es. Como nã o havia
centros de emprego, também nã o havia serviços de recrutamento. Portanto, tudo o
que podiam fazer era divulgar entre as pessoas que precisavam de ajuda. Depois
disso, os intermediá rios recomendavam as pessoas. Era muito importante que o
intermediá rio fosse bom, senã o acabaria pegando gente estranha.

A Casa Formal, que tinha laços estreitos com o ALC, anunciou que haviam vá rias
candidatas para eles. As que eles enviaram eram mulheres das tribos Catpeople.
Como a Casa Formal precisava lidar com sua situaçã o financeira, era natural que eles
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enviassem seus demi-humanos para trabalhar. No entanto, isso apenas acelerou
ainda mais o ciclo vicioso.

E entã o, outro problema apareceu.

As escamas de Wyvern eram muito valiosas e também muito lucrativas, como


resultado comerciantes de todo o mundo eram atraídos por elas. Esses comerciantes
visitaram Arnus um apó s o outro, e o que viram foram os valiosos produtos de
conveniência do outro lado do Portã o.

Por exemplo, papel, lá pis, roupas de tecido elá stico... os comerciantes vinham em
massa buscar essas coisas. No entanto, as pessoas no acampamento nã o eram
comerciantes qualificados. E assim, mais e mais pedidos foram chegando (Também
apareceram Ladrõ es), e as crianças mais velhas, que compunham a maioria do ALC,
tiveram dificuldade em recusar esses pedidos.

Lelei suspirou enquanto preenchia o formulá rio de pedido japonês que Itami lhe
dera. Ele entã o o enviaria para empresas atacadistas ou empresas em Tó quio. Apó s a
conclusã o da compra, eles importariam o bem e depois que fossem importados,
seriam vendidos, e entã o o ciclo se repetiria indefinidamente. Eles também poderiam
instalar uma linha telefô nica ou um aparelho de fax nesse ritmo, e alguns dos
diplomatas estavam solicitando uma linha de fibra ó tica para acesso à Internet, o que
estava sendo considerado.

Quando ela percebeu, a escala das atividades econô micas aqui havia crescido
tremendamente.

Onde houvesse lucros, haveriam comerciantes. No entanto, a presença de muitas


pessoas era preocupante. Afinal, nã o havia lugar para ficarem e nem restaurantes
para comerem. Os comerciantes que vieram tiveram que acampar no perigoso
territó rio fora do campo de refugiados. E, claro, pessoas com má s intençõ es
apareceram com eles. Para cuidar deles, os seguranças foram obrigados a trabalhar
em turnos.

Se pedissem para os comerciantes nã o virem, as mercadorias parariam de chegar


também. As pessoas de que precisavam aqui também desapareceriam, porque os
comboios mercantes precisavam de guardas. Eles certamente nã o podiam continuar
contando com o JSDF e portanto, precisavam de mercená rios. Sendo assim, esses
mercená rios também precisariam de lugares para dormir, o que significava mais
edifícios.
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Sendo as coisas como estavam, eles nã o podiam implorar descaradamente ao
JSDF para “por favor, construa mais abrigos temporá rios para nó s!” Eles precisariam
encontrar carpinteiros e artesã os para construir novos edifícios. Portanto, reuniram
artesã os e lenhadores anõ es, bem como os comerciantes que trabalhavam com eles,
alguns mercená rios que pareciam um pouco ferozes… tiveram que contratar um
cozinheiro também. Quando o cozinheiro produzia comida e bebida excelentes, atraía
ainda mais clientes e assim que as lojas e a taberna começavam a funcionar à noite, os
soldados JSDF também apareciam. E claro, um lugar que vendia á lcool naturalmente
precisaria de garçonetes, entã o eles pediram à Casa Formal que fornecesse mais
recrutas. As pessoas que vinham tinham orelhas de coelho, orelhas de raposa, orelhas
de cachorro... elas eram garotas monstro.

Desta forma, pessoas de muitas tribos diferentes continuavam fluindo para o


Campo de Refugiados de Arnus. A crescente vitalidade do lugar, combinada com o
influxo da cultura japonesa e a expansã o descontrolada do lugar... antes que eles
percebessem, o campo de refugiados ficou conhecido como Arnus Town.

******

A Arnus Town ficou animada e depois ficou ainda mais animada.

Quem teria pensado que apenas alguns meses atrá s, este lugar era um campo de
refugiados com menos de trinta pessoas?

Um martelo de madeira batendo em um sino soou ao meio-dia, acompanhado


pelo som de discípulos sendo repreendidos por seu mestre.

O rangido das carroças pesadamente carregadas dos mercadores indo e vindo,


escoltadas por mercená rios cujo equipamento tilintava enquanto se moviam,
prometendo que voltariam... tudo isso agora era diá rio.

Ninguém sabia onde começou, mas mascates ambulantes começaram a montar


barracas na beira da estrada. Eles exibiam artesanato tribal e joias e pedras valiosas
juntos, enquanto as empregadas gritavam para o pessoal uniformizado do JSDF

“Ei, quer dar uma olhada?”

Quando o sol se pô s, a taverna ganhou vida, um farol de luz na escuridã o.

Havia cerca de vinte mesas no café, cheias de anõ es atarracados, harpias,


garotas-gato trabalhando no PX, as empregadas trabalhando como garçonetes e os
soldados JSDF esfregando os ombros com elas, segurando canecas de cerveja
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espumosa em uma das mã os e brindando calorosamente uns aos outros.

Havia um velho musculoso de cabelos brancos dentro da cozinha, que recebia


pedidos com gosto.

Naturalmente, as mesas estavam ficando cada vez mais barulhentas.

Em vá rias mesas, haviam pessoas que pareciam ex-soldados. Tiraram as espadas


da cintura e sentaram-se nas cadeiras. Um dos homens suspirou e colocou sua espada
sobre a mesa.

“Oi, como foi a entrevista?”

"Nada mal. Arranjei um emprego de guarda da rota comercial que ia de Itá lica ao
Império”, disse um homem com uma cicatriz no rosto enquanto se inclinava para
dizer ao seu homó logo, um homem de barba enorme e segurando uma caneca de
cerveja: sobre os resultados de sua entrevista.

Para molhar a garganta, era preciso pedir “Oi, uma ale!” Pouco depois, a irmã
mais velha da taberna, com orelhas de coelho, respondeu: "Nã o temos ale, você quer
uma cerveja?"

“O que é uma cerveja?”

“Tem um gosto ó timo. Você só pode obtê-la aqui. Apenas experimente. Na pior
das hipó teses, apenas tome como se alguém o tivesse enganado para beber.”

Já que tanto havia sido dito, tudo o que ele pô de fazer foi pedir uma caneca.
Depois de um gole de cerveja gelada e espumosa, ele falou novamente.

“Isso é bom!”

“Há oito comboios correndo daqui até Itá lica, você pode se juntar a mim se
quiser.”

“Bem, se acabarmos juntos novamente, estarei sob seus cuidados”, disse um dos
homens enquanto apertavam as mã os. Entã o, ele olhou em volta e baixou a voz.

“O que aconteceu depois disso?”

“Demorei muito para conseguir esse emprego, nã o fale nisso. Eu ouvi sobre o que
aconteceu com os caras que atacaram Italica, isso me assustou pra caramba.”

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“Entã o, você está procurando seriamente por um emprego? hehe…”

“Virar uma nova pá gina e viver sua vida corretamente é a coisa mais
importante.”

“Entendo, entendo.”

No meio da conversa, uma voz alta explodiu: “O que é isso, homens grandes
como vocês sussurrando uns para os outros! Tudo bem, vocês já esperaram o
suficiente!”

A mulher com orelhas de coelho que se comportava como uma irmã mais velha
colocou grandes pratos de carne e vegetais diante deles e disse: “Certo, comam!” O
barbudo, cheio de desejo bruto, estendeu a mã o para apertar as atraentes ná degas
diante dele e recebeu um chute circular que o fez voar para fora da taverna.

Depois de assistir o homem sendo chutado para fora da taverna, seu


companheiro ao lado dele riu alto. A coelhinha irmã mais velha cerrou os punhos.

Entã o, ela gritou: “Minha bunda nã o é tã o barata!”

Nesse momento, uma voz disse: “Ei, Delilah. Quanto pra tocar?” O orador desse
vil assédio sexual era Itami, acompanhado pela sacerdotisa gó tica Rory Mercury, a
sargento Kurokawa e o sargento-mor Kuwabara.

Delilah, que originalmente estava cheia de raiva, ficou vermelha. “ch-chefe Itami,
você é tã o mau ~” antes de cobrir o rosto com as duas mã os e correr para a cozinha. O
cozinheiro-chefe de cabelos brancos gritou: “Chefe, as mesas VIP lá dentro estã o
prontas para você!” Isso foi uma sorte.

“Certo, isso é ó timo.”

Chamava-se taverna, mas parecia mais uma cantina coberta e murada. Ou


melhor, isto deveria ter sido uma cantina desde o início, mas devido ao grande
aumento de clientes, tiveram que começar a sentá -los do lado de fora.

Já as chamadas mesas VIP eram os locais utilizados pelos moradores originais, os


diplomatas do Ministério das Relaçõ es Exteriores, as damas do grupo de cavaleiras e
os oficiais do JSDF. Elas eram basicamente um lugar para refeiçõ es requintadas.

Como 1º Tenente, Itami tinha permissã o para usar esses assentos VIP, mas ele
pessoalmente preferia os assentos mais barulhentos e animados do lado de fora.
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******

“Entã o, você estava dizendo...?”

Depois que Itami se sentou, Kurokawa se sentou à sua frente, enquanto Rory se
sentou ao lado de Itami e Kuwabara se sentou ao lado de Kurokawa. Eles estavam
aqui para discutir algo sobre o 3º Recon ou seus membros.

Como de costume, Rory pediu uma rodada de chope fresquinho para todos. No
lugar de Delilah, que estava escondida dentro da loja e nã o queria sair, uma Foxgirl
chamada Dora veio anotar os pedidos.

Depois que a cerveja chegou, Kurokawa deu um rá pido gole antes de falar em voz
baixa. “É sobre Tuka. Quanto tempo você vai deixá -la assim?

A elfa em questã o, Tuka, estava se aproximando por trá s de Kurokawa.


Aproximou-se devagar, como se observasse o interior da taberna. Parecia que ela
estava procurando por alguém.

“Tuka! O que você está fazendo?” Rory gritou.

“Mm, mm. Apenas alguma coisa.”

“Você está procurando alguém?”

“Hmmm?”

“Tipo, um homem?”

Tuka acenou com as mã os e disse: “Nã o, nã o”, e saiu depois de sorrir


amargamente.

Enquanto Kurokawa a observava partir, ela disse: “É isso que quero dizer. Ela
vem à procura de alguém que nã o está lá todos os dias a essa hora.

Mais uma vez, ela olhou para Itami, imaginando o que ele faria.

Ao lado dela, Kuwabara observou a garota gó tica negra engolindo uma garrafa de
cerveja e nã o pô de deixar de suspirar. Kuwabara era um homem de moral firme, e a
visã o de alguém que parecia uma jovem bebendo á lcool com entusiasmo parecia
errada para ele. No entanto, quando ele tentou perguntar a ela sobre isso, Rory o
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chamou de “pirralho”. Afinal, ela tinha mais de 900 anos e, mesmo que ele tivesse 50,
provavelmente nã o passava de uma criança aos olhos dela. Mesmo assim, ele se
sentiu um tanto insultado com isso, mas quando percebeu que ela também devia ter
se sentido insultada com suas palavras, isso deu origem a um sentimento complicado
em seu coraçã o.

“Mas, há necessidade de forçá -la a enfrentar a realidade?” Rory parecia estar


dizendo isso enquanto estava bêbada, e obviamente Kurokawa, a conselheira,
concordaria.

“Claro que há .”

“Ela nã o está tentando desesperadamente imaginar que seu pai ainda está vivo
porque ela nã o consegue encarar essa realidade?”

“Ela está fugindo da realidade.”

“E o que há de errado com isso?”

“O que nã o há de errado com isso? As pessoas podem enfrentar o amanhã


porque podem ver a realidade e aceitá -la. Ao negar a realidade, você obscurece o
presente e o amanhã nunca chegará . Nã o, você pode obscurecer, mas seu amanhã
será muito mais cruel. O pai de Tuka está morto. Ele… provavelmente morreu naquela
vila que foi incendiada. Se ela nã o conseguir aceitar esse fato, ela se perderá em suas
fantasias e passará seus dias na prisã o do agora.”

Rory deu a volta por cima de seus ombros e suspirou como se estivesse exausta.
A caneca em sua mã o estava vazia. Atrá s dela, uma criança que lutava com o que
acabara de ouvir disse: “A vida nã o é só isso”.

Rory estava pensando na mesma coisa que Kurokawa estava pensando. Nã o,


seria mais correto dizer que ela sempre pensou nisso. No entanto, era apenas “a
verdade”.

A verdade nã o poderia salvar ninguém.

Kurokawa agora estava seguindo seu pró prio caminho. Depois disso, ela nã o
notaria se alguém dissesse alguma coisa. Ela teria que esperar até que percebesse por
si mesma. Junto com as lembranças dolorosas... Essas são minhas experiências pessoais,
mas como devo explicá-las a ela? Que dor...
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Itami falou.

“Entã o, Kurokawa. Digamos que encurralemos Tuka e digamos a ela 'Seu pai está
morto', e a façamos aceitar a realidade. Que tal isso?”

“Que tal isso? Passado o período de tristeza chamado ‘luto’, ela poderá aceitar a
morte do pai. A expectativa de vida dela será muito maior que a nossa. Pode até ser
eterno, pelo que sabemos. Uma eternidade passada na ilusã o de uma pessoa morta é
muito triste.”

“Isso… bem, isso pode ser verdade.”

Rory entrelaçou os dedos atrá s da cabeça e olhou para as estrelas no céu. 961
anos. Foi longo... ou curto, disse uma vozinha em sua cabeça. Nesses 960 anos, ela
conheceu e se aproximou das pessoas. Naturalmente, ela se despediu deles. Ela
superou essas coisas sozinha. Entã o ela poderia dizer com ousadia que tentar mudar
o pensamento de outra pessoa era pura arrogâ ncia. Ao mesmo tempo, por serem
humanos, nã o seriam capazes de perceber que estavam sendo arrogantes. Se eles
ainda nã o tivessem encontrado a resposta, provavelmente nunca a encontrariam.

“Kurokawa, vamos com o que você disse. Tuka nã o aguenta a dor né? Entã o
agora, enquanto ela está perdida na lacuna entre a realidade e a fantasia, se de
repente a forçarmos a aceitar a realidade, você pode dizer com confiança que ela nã o
se perderá ainda mais no passado para desviar os olhos da verdade?

Essas palavras chocaram Rory. Ela nã o esperava que Itami dissesse algo assim.

A verdade foi como uma injeçã o de remédio forte. Qualquer um podia ficar
quieto e por ser tã o eficaz, eles eram confiá veis. Era por isso que as pessoas podiam
ser levadas a seus fins. Rory pensou, Não consigo imaginar que um homem tão
distante da realidade saberia dessas coisas, e entã o ela sorriu. Ela sempre se
interessou por Itami e agora seu interesse se aprofundou.

“Isso, isso é…”

“Você tem certeza absoluta de que vai ficar tudo bem? Quanto você sabe sobre
Tuka, afinal? Será que nó s, nã o, você tem o poder de ajudá -la? Nenhum de nó s é
psicó logo ou assistente social. Nã o podemos continuar a mimando constantemente.
Se a forçarmos a aceitar a realidade hoje, o que acontecerá se formos obrigados a nos
retirar amanhã ?”

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“… Quer dizer, devemos deixá -la assim?”

“Ahhh, vou falar uma coisa que você nã o vai gostar de ouvir. Se você nã o tiver a
determinaçã o de assumir a responsabilidade por ela até o fim, nã o faça nada
desnecessá rio”, disse Itami friamente a Kurokawa.

O 3º Recon partiria para uma missã o amanhã . Eles deveriam estabelecer contato
com o diplomata na capital. Dizendo que ela tinha que se preparar, Kurokawa saiu
bufando, uma expressã o de raiva no rosto. Kuwabara saiu logo depois, dizendo que
tinha que acompanhá -la de volta ao quartel.

Os ú nicos dois restantes eram Itami e Rory. Eles se encararam e beberam. “Bem,
vá em frente e beba entã o, seu grande idiota.”

Rory ofereceu sua caneca a ele para que ele pudesse ter mais. Itami sorriu e
brindou com ela.

“Você realmente tinha que dizer isso dessa maneira? Pareceu muito cruel. Eu nã o
acho que Kurokawa pode te odiar mais do que agora.”

“Meu coraçã o nã o é tã o grande que eu possa ser tã o gentil com todos. Nã o tem o
que fazer.”

“Hmph ~ você nã o tem muitas pessoas em seu coraçã o, entã o.”

Ao dizer isso, Rory pensou: mentiroso.

Itami estava fingindo sua crueldade. Se Kurokawa pudesse fazer o que quisesse,
algo terrível teria acontecido e ela teria concluído: "Que pena que nã o conseguimos
fazer direito."

“Já é difícil tentar cuidar de uma ou duas pessoas.”

“Bem, entã o decida por um, ou pense apenas em um.”

“O que?”

“As garotas vã o gostar de você assim.”

“Se eu nã o for legal, elas nã o vã o gostar de mim, certo?”

“Isto é errado. Para uma menina, um homem que é legal com todo mundo... hm,
acho que isso serve de exemplo, para um homem, seria como uma mulher que abre as
pernas para qualquer um.”

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“Hah?”

“As pessoas querem companheiros para que possam satisfazer rapidamente sua
necessidade de amor e carinho. Uma mulher quer um homem que apenas demonstre
seu amor por ela.”

“Hm~ É mesmo…? Rory, você também é muito legal, embora adore Emroy, o
deus da morte e do julgamento. Quero dizer, você é uma das apó stolas dele e é
chamado de 'A Ceifadora'.

“Ar~? Isso é um equívoco. Governar a morte é também governar a vida. O


objetivo de toda a vida é a morte, e a maneira como alguém morre também é a
maneira como vive. Portanto, quem acolhe a morte nã o pode deixar de respeitar a
vida. A morte que segue a vida de uma pessoa é o resultado de cada dia que ela
viveu.”

"É assim mesmo…"

“É ,” Rory sorriu, e terminou a cerveja em sua caneca. “Mais uma!”

“Oi oi, vamos parar aqui esta noite, se você ficar bêbado eu vou deixar você
aqui…”

“Ah, vamos lá , seja legal comigo~”

“Se você vai ficar assim, vamos colocar você na cama primeiro.”

“Malvado~”

Rory chutou Itami na panturrilha. “Aiee, isso doeu…”

Enquanto Itami esfregava a panturrilha, Rory ria como o toque de um sino.

Entã o, uma voz rouca de mulher interrompeu.

"O que está acontecendo aqui? Por que tem uma pirralha bebendo aqui? Ou será
que esse homem pretende embebedar uma jovem por algum motivo? Será que você
tem intençõ es obscenas em mente?

De repente, todos no local ficaram em silêncio, como se tivessem sido


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encharcados com á gua fria.

A tagarelice que enchia a taberna desapareceu, e o ú nico som que permaneceu


foi o crepitar das tochas.

Os rostos brutos dos mercená rios e dos anõ es estavam brancos como ossos e
estavam em silêncio. Depois de olhar para a pessoa que acabara de falar o indizível,
eles desviaram o olhar.

Era um homem magro com um lenço branco na cabeça... nã o, era uma mulher.
Ela tinha a pele cor de café e orelhas compridas e afiladas.

Ela era uma mulher que pertencia à raça conhecida neste mundo como Elfos
Negros.

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"O que está acontecendo aqui? Por que tem uma pirralha bebendo? Ou será que
esse homem pretende embebedar uma jovem por algum motivo? Será que você tem
intençõ es obscenas em mente?

Apenas ouvir a mulher falar encheu seu coraçã o de raiva. Ela estava tã o feliz em
passar o tempo com Itami.

O clima era bom e a cerveja também. Ela planejou continuar provocando Itami, e
entã o fingir desmaiar de embriaguez e entã o esperançosamente ele a carregaria para
a cama… nã o, ele estava praticamente prestes a fazer isso…

… e então, Itami embalou Rory como uma boneca frágil enquanto a levava para a
cama.

Ele deitou o corpo dela delicadamente na cama e colocou um travesseiro macio sob
sua cabeça.

Preocupado com os nós de seus longos cabelos negros, penteou-os delicadamente


com os dedos e para não amassar sua roupa de sacerdotisa, arrumou cuidadosamente
sua saia e preparou-se para tirar-lhe as botas.

Ele a acariciou gentilmente enquanto segurava seu calcanhar com a mão esquerda
e apoiava o joelho dela com a direita, dobrando cuidadosamente as pernas dela em uma
leve curva. Naturalmente, isso levantaria sua saia e a base de suas pernas, onde se
uniam ao quadril, ficaria visível.

No entanto, Itami não percebeu. Ou talvez tivesse, mas ficou quieto.

Segurando a ponta de um cadarço com a mão esquerda, ele desfez o nó com toda a
cerimônia de desembrulhar um presente.

Depois de afrouxar o cadarço, um pequeno espaço entre a panturrilha e o interior


da bota apareceu, e Itami trabalhou com os dedos para removê-la.

“…ah~n…”
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A sensação era próxima de uma massagem nos pés, e o gemido que ela soltou foi
muito sugestivo.

E assim, agora que havia espaço suficiente entre a pele de Rory e sua bota, Itami
agarrou o salto e disse: “Estou tirando, tudo bem?”

O rosto de Rory estava vermelho e seus olhos estavam fechados. Então, ela assentiu
gentilmente, quase imperceptivelmente.

No entanto, isso foi o suficiente para Itami. Não, na verdade, mesmo que ela não
tivesse respondido, Itami não teria continuado esperando. Cheio de determinação, Itami
não olhou para trás. Com um pouco mais de força do que o necessário, ele tirou a bota
da perna esquerda dela. E assim, suas pernas, antes escondidas pelas botas pretas,
agora estavam expostas em toda a sua glória, cobertas por meias brancas com bordas
de renda.

“Owie… por favor… não seja tão rude comigo…” Rory implorou com uma voz suave.
Mas o cruel Itami ignorou a voz de Rory e começou a trabalhar em sua bota direita.

Depois de terminar, Itami se preparou para sair do quarto depois de arrumar as


botas ao lado da cama.

No entanto, sua mão agarrou a manga de Itami e não soltou. “Que sujeito sem
esperança você é…”

Enquanto pensava em como lidar com Rory, Itami gentilmente arrancou os dedos
de Rory e saiu. Ou melhor, ele tentou sair. Enquanto tentava, Rory estendeu as duas
mãos para agarrar Itami antes de arrastá-lo para a cama e montá-lo.

Depois disso, eles fariam todo tipo de coisas mufufu até o amanhecer… ou, pelo
menos, deveriam ter feito.

Mas agora, isso… tudo isso… Tudo isso estava arruinado agora. Como ela ousa chamar
eu, Rory Mercury, de pirralha!

Rory cerrou a mã o trêmula em um punho e olhou para a dona da voz. À primeira


vista, ela parecia ser uma fêmea Dark Elf.

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Ela deveria ter cerca de 300 anos, mas na superfície se parecia com um ser
humano em seus vinte e tantos anos. Ela usava uma espécie de turbante usado pelas
tribos do sul quando viajavam e algum tipo de manto.

O manto lembrava superficialmente as vestes de um má gico, mas era mais


simples no design, entã o parecia um pedaço de pano usado no corpo. De certa forma,
ele foi feito com cuidado, mas a maneira como essa mulher usava um pedaço de pano
esfarrapado no corpo, com suas curvas visíveis através dos rasgos do tecido, deixou
as pessoas ao seu redor bastante excitadas.

Para começar, ela parecia o tipo de mulher que qualquer homem de sangue
quente desejaria. Além disso, ela usava a “armadura de servidã o” exclusiva dos Elfos
Negros.

“Armadura de escravidã o” era apenas o nome popular para isso. Tecnicamente


falando, seria um equipamento de proteçã o. Era feito de couro resistente rebitado
com componentes de metal e suas propriedades defensivas eram muito boas. Nã o
interferiria nos movimentos do corpo em batalha e mal impediria a destreza do
usuá rio, mas o design da armadura exibia obscenamente o corpo do usuá rio.

As lendas das tribos Dark Elf ao sul contavam sobre suas artes de batalhas
rá pidas e á geis. Era por isso que eles preferiam esse tipo de equipamento defensivo.

Uma mulher como está agora estava orgulhosamente diante de Rory e Itami.

Sua mã o direita agarrou o seu sabre, e ela parecia que ia matar Itami ali mesmo.

“Você, quem é você? O que você está fazendo aqui?"

Antes de Rory ficar com raiva - nã o, na verdade ela já estava com raiva, mas
antes de soltar sua ira - ela queria aprender algo sobre essa mulher. Dada a aparência
dela, nã o poderia evitar que as pessoas tivessem uma ideia errada das coisas, entã o
ela nã o pretendia fazer algo irracional como deita-lá na porrada ou cortá -la em
pedaços. Ainda assim, ela queria brincar com esta mulher.

A fêmea Elfa Negra olhou para a jovem, que estava tã o assustada


(aparentemente) que tremia toda. Para acalmá -la, ela decidiu responder sua pergunta
com cuidado.

“Meu nome é Yao, uma elfa negra da tribo Ducy que vive na floresta de Schwarz.
Eu sou a filha de Deban conhecida como Yao Ha Ducy. Ouvi dizer que era aqui que eu
poderia encontrar os homens de verde. Eu tenho um pedido para eles.
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Ao ouvir isso, os olhos de Rory pareceram brilhar.

Fingindo ser uma garotinha impotente, ela se escondeu atrá s de Yao, a Elfa
Negra, e implorou por ajuda.

"Por favor me ajude! Eu continuo dizendo para aquele homem que nã o posso
mais beber, continuo implorando para ele me deixar ir, mas ele continua me fazendo
beber!

Os arredores já estavam silenciosos, mas agora estavam ainda mais silenciosos.


Quase se podia ouvir as pessoas engolindo em seco ao fundo.

Itami apontou o dedo para si mesmo em um “Eh ~ ela está falando de mim?”
enquanto olhava ao redor procurando por um olhar solidá rio. No entanto, ninguém
veio em seu auxílio. Vá rios dos clientes começaram a recolher sua comida e
rapidamente saíram da taverna, deixando Itami sozinho.

“Entã o era isso que ele estava fazendo.”

“Esse homem deixa as mulheres bêbadas para fazer o que quiser com elas! Ele
disse ‘aqui está um pouco de bebida’, mas ele queria me deixar tã o bêbada que nã o
pudesse resistir a ele! Entã o, depois que eu desmaiasse, ele faria isso e aquilo e
roubaria minha pureza e entã o me descartaria como um sapato arrebentado~”

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Rory fingiu chorar enquanto cobria o rosto e se ajoelhava.

Depois de vê-la assim, Yao tentou confortá -la dizendo: “Coitada, você deve ter
ficado com tanto medo.” No entanto, ela também estava tremendo de raiva da vilã vil
diante dela.

Itami podia ver Rory enfiando a língua entre as mã os que cobriam seu rosto.
Seus olhos diziam: “Desculpe ~” enquanto ela espiava para ele.

Existiam certas mulheres que gostavam de mexer com os homens pró ximos a
elas. Por exemplo, enquanto ele dirigia um carro, ela cobria seus olhos. Quando ele a
repreendia, ela chorava e dizia: “Nã o fique bravo ~” Quando ela ficava assim, tudo o
que o homem podia fazer era suportar suas travessuras. Na maioria dos casos, essas
mulheres faziam isso para chamar a atençã o de seus homens.

“E pensar que você intoxicaria uma criança para saciar sua impura luxú ria
bestial! Eu nunca vou te perdoar!”

Yao encurtou a distâ ncia entre ela e Itami, desembainhando seu sabre enquanto
o isso.

Ela o segurou com a mã o direita, a luz da tocha brilhando em sua borda afiada.
“Nã o temas. Vou acabar com sua vilania e vida,” Yao disse a Rory em um tom
reconfortante.

Entã o, quando olhou para frente novamente, tudo o que viu foi um assento vazio
e uma caneca vazia girando lentamente sobre a mesa.

“Isso foi rá pido.”

“O chefe é realmente bom em correr”, disse o cozinheiro-chefe.

“Tchau, chefe~ vamos colocar as bebidas na sua conta~” Delilah sorriu. Eles
acenavam alegremente para Itami enquanto ele desaparecia na noite.

Como ele havia desaparecido tã o rapidamente, todos os outros congelaram por


um segundo e depois retomaram suas atividades normais como se nada tivesse
acontecido.

O cozinheiro-chefe prendeu a foto de Itami na parede atrá s do balcã o e escreveu


a soma do dia na foto a lá pis.
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Sem ninguém para quem apontar seu sabre, a elfa negra ficou lá em transe.
Quando voltou a si, ela assentiu para si mesma. “Hm. O vilã o fugiu.”

Ao devolver o sabre à bainha, ela quis dizer: “Está tudo bem” para a garotinha,
mas ela se foi.

A garota que estava se segurando de medo até agora havia desaparecido, como
se nunca tivesse estado lá . Yao olhou em volta, mas nã o conseguiu encontrar a garota
com as roupas pretas da sacerdotisa gó tica. Nã o que ela quisesse que a garota a
agradecesse, mas ela deveria pelo menos ter dito algo antes de sair.

“Que pirralha rude. Por sua idade e roupas, ela poderia ser uma sacerdotisa de
Emroy?”

“Ei, você vai pedir alguma coisa ou só veio aqui para afugentar meus clientes?”

Depois de ouvir a voz de Delilah, Yao, que estava planejando comer em primeiro
lugar, pediu desculpas e sentou-se no balcã o.

Yao virou-se para o cozinheiro-chefe, que segurava uma faca.

“Entã o, o que você quer?”

“Ainda nã o jantei. Um pouco de carne e vegetais, por favor. E algo para beber.

"Á lcool está bom pra você?"

“Sim, obrigada.”

“Delilah, dê uma cerveja para aquela Dark Elf-nee-san.”

“Kay~”

Havia um anã o sentado ao lado dela, e uma olhada em seu nariz e rosto
vermelhos indicava claramente o quanto ele havia bebido. Ele perguntou a Yao: “Ei,
senhora Dark Elf. Você está procurando os homens de verde, certo? Por que isso?”

A Catgirl do outro lado de Yao deu um tapinha em seu ombro e perguntou: “Por
que você veio até este lugar para procurar os homens de verde ~nya?”
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Yao pessoalmente nã o se importava de beber com os outros. Essa aceitaçã o de
companhia pode ser confundida com bondade.

“Mm, ouvi dizer que eles eram um grupo de boas pessoas, sem segundas
intençõ es. Bem, por favor, me escute, entã o. Vim procurar os homens de verde
porque tenho um pedido para eles. Pessoal, vocês sabem onde posso encontrá -los?”

“Um pedido?”

“Sim. Nã o importa o que aconteça, eu absolutamente tenho que obter a ajuda


deles.”

“Então foi por isso que Rory montou aquela farsa.”

Todos perceberam por que Rory, a Ceifadora, escolheu se vingar dessa maneira.
Como um só , eles suspiraram como se dissessem: “Você acabou de sacar sua espada
em um deles, que pena para você.”

Seja um erro ou nã o, dificilmente alguém iria querer atender ao pedido de


alguém que mostrou aço a eles. Se ela quisesse atingir seu objetivo, precisaria
esclarecer o mal-entendido e pedir desculpas, antes de acalmar os sentimentos da
outra parte. Essa era uma tarefa difícil para começar, e agora ficou ainda mais difícil.

O anã o se afastou de Yao e disse: “Pode ser impossível.”

A Catgirl também desviou o olhar. “Sim ~nya. Eu acho que vai ser muito difícil
~nya.”

“Por que é que? Ouvi dizer que os homens de verde eram pessoas justas. Eles nã o
devem ser do tipo que abandonam os necessitados. Por que todo mundo diz isso?”

Nesse momento, Delilah colocou uma caneca de cerveja na frente de Yao e disse:
“Aqui está ”. Yao olhou para o líquido dourado e espumoso e perguntou: “Isso é
cerveja?” antes de tomar um gole dele.

“Mmm, é bom.”

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E entã o o chefe de cozinha colocou um prato de comida na frente de Yao.

Enquanto Yao comia seu jantar, ela disse: “Claro, nã o pretendo que eles ajudem
de graça. Posso pagá -los com o que o chefe me deu.”

Yao colocou um saco do tamanho da cabeça de um homem sobre a mesa. Como


um aparte, havia um talismã contra ladrõ es na bolsa, autorizado pelo Senhor do
Submundo, Hardy. Se alguém que nã o fosse o dono legítimo o tocasse, seria
amaldiçoado.

“Um diamante bruto.”

Ao verem isso, um distú rbio começou entre os mercená rios. Esta nã o era apenas
uma mera soma de dinheiro; bastava comprar um marquesado. E havia um talismã de
Hardy, governante dos Elfos Negros, também. Tanto o talismã quanto a joia eram
extremamente valiosos.

“E se isso nã o for suficiente, também oferecerei meu corpo. Eu me preparei para


isso. Já me despedi de meus parentes”.

“Ohhhhhhhh~!”

A essa altura, a comoçã o também havia se espalhado para algumas das mulheres.

O corpo de Yao era incrivelmente bonito. Provavelmente nã o havia homem na


terra que nã o ficaria excitado se ouvisse que poderia fazer qualquer coisa que
quisesse com aquele corpo.

Um dos mercená rios disse: “Por que nã o me deixa fazer isso?”, enquanto os
outros começaram a dizer: “Nã o, deixe-me, nã o, me escolha”.

Yao olhou para uma mulher de aparência madura e disse: “Ah, que pé no saco” e
entã o ela sorriu e se virou para a multidã o.

“Sinto muito, mas com toda a probabilidade, nenhum de vocês será capaz de
fazer isso.”

“Bem, isso é verdade. Qualquer coisa que valha a pena apostar este tesouro e seu
corpo nã o pode ser tã o simples.”

“Ah sim.”

“Entã o, qual é o seu pedido?”

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Os olhos de todos estavam em Yao. Ela tomou um gole para molhar os lá bios e
depois falou em tom grave.

“Eu quero exterminar o Dragã o de Chamas ferido.”

******

O Flame Dragon voou para a Floresta Schwarz vá rios meses atrá s.

Aconteceu repentinamente. Dito isto, apesar de ser o lar dos Elfos Negros, eles
sofreram apenas algumas baixas no início porque a maioria estava fora da aldeia por
motivos religiosos.

No entanto, o Dragã o de Fogo nã o estava satisfeito com tã o poucas mortes. Ele


voou vá rias vezes para encher o estô mago vazio, e muitos de seus irmã os foram
perdidos um por um.

Se isso continuasse, a tribo seria destruída.

Os Elfos negros abandonaram a Floresta Schwarz, que agora era o campo de caça
do Dragã o de Fogo. Eles se espalharam para os á ridos pró ximos, riachos e
contrafortes.

Assim, a vida diá ria dos Elfos negros tornou-se uma fuga dos ataques do Dragã o.

Eles observavam o céu dia e noite, e até se acovardavam com a passagem dos
pá ssaros. Quando a buzina de ataque aéreo soou, tudo o que puderam fazer foi se
esconder em suas covas como toupeiras e tremer de medo.

No entanto, se eles fossem descuidados, o Dragã o de Fogo os pegaria.

Ele cuspiria fogo em suas tocas, as cavaria ou simplesmente derrubaria o teto em


cima deles.

Os mesmos amigos que eles cumprimentaram pela manhã seriam despedaçados,


mastigados e engolidos pelo Dragã o de Fogo à noite.

Eles tiveram que tapar os ouvidos e ignorar os gritos lamentá veis de seus
companheiros que os cercavam e seus lamentos enquanto esperavam o fim. Eles
deixaram seus amigos se sacrificarem para ganhar tempo para escapar e se mudaram
para lugares cada vez mais traiçoeiros ou vales mais profundos para se esconder.

Mas uma vida passada fugindo nã o era vida.

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Eles tinham que caçar para conseguir comida, mas as á reas de caça dos Elfos
também eram do Dragã o de Fogo.

Quando eles avistassem suas presas, o Dragã o estaria de olho neles. Quando eles
derrubassem sua presa, o Dragã o poderia reivindicá -las. Eles tentaram vá rios outros
meios para se alimentar.

Eles descascavam cascas de á rvores e ferviam, depois a comiam enquanto


bebiam á gua barrenta. Esta eram suas vidas.

Os recursos que trouxeram das regiõ es atingidas estavam se esgotando. Seus


estoques de alimentos estavam gradualmente acabando. Decididos a morrer, seus
jovens arqueiros se prepararam e se dirigiram para os campos de caça.

Havia vítimas todos os dias.

Nenhum dia passava sem o choro de crianças ó rfã s, ou o som de vozes


amaldiçoando o Dragã o de Chamas pela perda de seus filhos e parentes.

Claro, houve aqueles que pegaram o arco e a espada com raiva e desafiaram o
Dragã o.

No entanto, eles eram como ovos jogados em uma rocha. Todos os seus valentes
esforços realizados foram aumentando o nú mero de cadá veres no covil do dragã o.

A ajuda dos espíritos, suas pontas de flechas de mithril, sua armadura forte,
nenhum deles valeu contra o Dragã o de Chamas.

Eles pensaram que as espadas má gicas poderiam ajudar, mas nã o conseguiram


nem mesmo passar as pontas pelas escamas. As espadas má gicas apenas foram
adicionadas à coleçã o no covil do Dragã o de Chamas.

Os coraçõ es dos Elfos Negros estavam cheios de desespero e vazio.

Havia aqueles que acreditavam em Hardy e sentiam o chamado da vida apó s a


morte e iam para lá com gargalhadas desesperadas, como prisioneiros antes da
execuçã o. Espalhou-se como uma doença incurá vel pela tribo. Foram muitos os que
perderam a vontade de viver, deitaram e morreram.

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“Isso nã o pode continuar”, disse alguém.

“O Dragã o de Chamas deve ter uma fraqueza. A flecha saindo de seu olho é prova
disso.”

Um elfo que tinha se vingado do Dragã o de Chamas. O pensamento disso


reacendeu sua coragem.

“Deve haver alguma maneira de derrotar o Flame Dragon. Olhe para o braço
esquerdo que falta.” Ao mesmo tempo, as histó rias dos “Homens de Verde” chegaram
até eles.

Eles usaram um cajado má gico chamado “Rod of Steel” para destruir seu braço
esquerdo e salvaram uma vila humana da extinçã o. Esses contos eram a ú ltima e
melhor esperança para os Elfos Negros, que enfrentaram a extinçã o.

Depois disso, a tribo decidiu em uníssono enviar um mensageiro.

Aquele que seria enviado teria que carregar um fardo pesado.

O mensageiro precisaria escapar das garras do Dragã o de Chamas e encontrar os


homens de verde apenas pelos boatos. Ele precisaria de uma vontade de ferro, um
senso de dever e um forte instinto de sobrevivência.

O enviado carregaria a esperança da aldeia.

Teria de implorar ajuda aos homens de verde, por todos os meios necessá rios. O
fracasso significava a destruiçã o de sua tribo, seus camaradas, parentes e amigos.

Uma responsabilidade tã o grande nã o poderia ser assumida por uma pessoa


comum. Ele precisaria de grande habilidade e conhecimento de batalha, bem como
integridade para nã o desistir da missã o no meio do caminho e fugir com os tesouros
que lhes foram confiados.

Eles reuniram os jovens da tribo e começaram sua seleçã o. No final, sobraram


dois nomes. Um deles era Yao Ha Ducy.

Ela era uma espadachim habilidosa, sá bia e também perita em invocar os


espíritos.

Sua atitude direta, mas sincera, era bem conhecida em toda a aldeia. Eles tinham
certeza de que ela nã o desistiria de sua missã o no meio do caminho.

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Havia dois candidatos, ambos iguais em habilidade, talento e personalidade. No
entanto, a mulher Yao seria mais ú til. Isso porque sua beleza encantadora seria uma
arma poderosa nas negociaçõ es com o sexo oposto. Segundo os rumores, os homens
de verde eram comandados por um homem.

No entanto, as coisas nã o eram tã o simples. O chefe olhou para o rosto de Yao e


suspirou. Francamente falando, sua má sorte foi um ponto importante contra ela.

Ela caía em armadilhas com mais frequência do que os outros enquanto caçava e,
quando as á rvores eram derrubadas, elas caíam em cima de sua cabeça.

Chovia quando ela ia nadar e quando ia à cidade comprar coisas, as lojas


invariavelmente fechavam.

Seu amante foi seduzido por uma “boa amiga” e, quando ela finalmente estava
prestes a se casar com seu amigo de infâ ncia, apó s superar vá rios obstá culos, ele
morreu de causas naturais antes do dia do casamento.

Depois disso, durante o luto, um homem que havia confessado seu amor por Yao
antes de ela se casar caiu de um penhasco enquanto caçava e morreu. Depois disso,
nenhum homem ousou chegar perto dela.

Além disso, ela nã o teve sorte durante os sorteios, e a ú nica vez que ganhou algo
foi quando tirou o prêmio principal no casamento de um amigo.

Honestamente falando, foi o suficiente para apagar todos os seus méritos como
mulher. No entanto, embora sua sorte fosse ruim, ela continuou se esforçando para
continuar com a vida, apesar de seus infortú nios.

Todos concordaram com isso. Os anciã os nã o poderiam desqualificá -la apenas


com base em sua má sorte.

Nesse ponto, os anciã os contaram a Yao o motivo pelo qual a haviam escolhido.
Depois disso, perguntaram se ela estava disposta a oferecer seu corpo como
recompensa. Na verdade, essas palavras nã o eram necessá rias, e eles poderiam
esperar que ela recusasse.

Na verdade, Yao estava pensando se deveria ou nã o se recusar.

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No entanto, ela havia aceitado. Como ela nã o tinha sorte com os homens, se a
outra parte lhe pedisse para ser uma escrava, uma amante, uma prostituta ou uma
empregada, ela concordaria. No entanto, Yao nã o se venderia barato. Se o preço de
seu corpo fosse a cabeça de um Dragã o de Chamas, ela pagaria com orgulho.

Ainda preocupados com todo o assunto, os anciã os escolheram Yao como sua
mensageira.

Como isso dizia respeito à vida e à morte de toda a tribo, um pagamento


miserá vel nã o teria sentido. Portanto, eles confiaram a ela o tesouro mais valioso da
tribo.

E assim Yao começou sua jornada, e depois de superar a má sorte e as


dificuldades, ela finalmente parou diante de Arnus Hill.

******

O sono de Yao foi interrompido por um estrondo.

Ela se levantou e olhou em volta para ver o que estava acontecendo. Ela estava
em uma bela floresta cujo o dossel deixava a luz do sol entrar por pequenas frestas.

Ela havia percorrido todo esse caminho até a cidade de Arnus, mas entã o lhe
disseram que nã o havia mais quartos na estalagem. Já que era tarde da noite e ela só
poderia resolver seus negó cios no outro dia, entã o ela escolheu acampar na floresta
ao pé da colina de Arnus.

Yao teve uma boa noite de descanso. Talvez tenha sido graças aos espíritos
pró ximos, que lhe concederam as bênçã os da madeira, á gua, vento e á rvore.

Um par de espadas dançava no céu acima da floresta, e um trovã o seguiu seu


rastro.

Eles cortaram o ar e subiram alto com asas poderosas. Eram F-4 Phantoms.

Essas aeronaves prestes a serem aposentadas nã o estavam sujeitas à s mesmas


restriçõ es irritantes que estariam no Japã o. Quando decolaram, a torre de controle
disse a eles: “Os pá ssaros se foram, voem como quiserem, desde que nã o caiam”, o
que encheu os pilotos de alegria quando se viram livres das amarras.

Eram pilotos veteranos, com milhares de horas de voo. Porém, por terem mais de
40 anos, enquanto faziam os cursos de conversã o de F-15 e F-2, foram transferidos
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para uma unidade de treinamento por causa da idade e por decisã o pessoal. Eles
passariam o resto de suas carreiras pacificamente no chã o. Nã o havia planos para
remontar os caças que foram desmontados e enviados pelo Portal.

Tudo o que lhes restava era o céu. Nã o haviam aviõ es de passageiros pra que eles
tivessem que ceder também e nenhuma aeronave americana atravancando seu
espaço aéreo. O céu pertencia a eles e a liberdade de percorrê-lo como quisessem era
uma oportunidade pela qual qualquer aviador iria babar.

Apó s a decolagem, eles recolheram o trem de pouso e colocaram seus motores


em aceleraçã o má xima, subindo até 10.000 metros acima do nível do solo antes de
realizar um Immelmann.

Os aviõ es giravam 180 graus no ar e com as cabeças voltadas para a terra, meio
que rolavam e mergulhavam antes de subir novamente, em uma manobra Split-S.

Eles haviam ultrapassado Mach 1 durante suas acrobacias, mas nã o havia


nenhum conselho municipal aqui para reclamar do barulho de seu vô o supersô nico.
Dito isso, eles ainda tinham que ser atenciosos com a Guarniçã o e os membros da
cidade de Arnus, e como eles reagiriam aos constantes trovõ es no ar causados pela
quebra da barreira do som. Afinal, eles eram amigos. Eles aceleraram ao má ximo mais
uma vez e começaram um duelo simulado. Depois de decolar horizontalmente, eles se
nivelaram e em seguida, agarraram o manche com os joelhos e puxaram para trá s
para levantar o nariz do aviã o.

As forças G da virada repentina esmagaram seus corpos e até mesmo respirar


era impossível. Com um “hu” alto, eles despejaram sua força na cintura e usaram toda
a força da parte superior do corpo para estabilizar a aeronave.

No instante em que as forças G desapareceram, eles engasgaram com o ar em


seus pulmõ es e tomaram grandes goles de oxigênio. Eles estavam competindo para
ver quem conseguia segurar seus Gs por mais tempo.

O co-piloto disse: “Eles estã o atrá s de nó s!”

“Seus bastardos—!”

Ele imediatamente lançou seu aviã o em uma manobra de tesoura. O aviã o


balançou bruscamente, a fim de sacudir o inimigo imaginá rio preso a eles. O céu e a
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terra giravam e giravam no cockpit. Uma vez que eles tiraram o inimigo de seu rabo,
foi a vez deles de travá -los.

Enquanto voavam no Knife Edge, eles entraram em uma rolagem horizontal de


saca-rolhas... agora, eles até travariam em um F-22 para mostrar a todos como isso
era feito. Apenas manobrando sozinhos, eles já eram de padrã o mundial. No passado,
até conseguiram conduzir um abate simulado de um F-15 americano enquanto
pilotavam um antigo F-104.

Eles voaram pelo céu como se estivessem livres de seus grilhõ es, como crianças
inocentes brincando.
******

Eram espadas de prata, cortando o céu.

As espadas de prata pareciam estar jogando um jogo de pega-pega no ar.

Yao observou o céu em silêncio por um tempo e logo descobriu que eram objetos
feitos pelo homem. Os elfos tinham uma visã o excepcionalmente aguçada, e seu
campo de visã o podia ver os homens sentados nas lâ minas gigantes voando pelo céu.

Entã o, ela sorriu, mesmo enquanto suas lá grimas caíam. “Eles eram verdadeiros,
as histó rias eram verdadeiras…”

O Dragã o de Chamas voou pelo céu como se fosse seu dono, alimentando-se dos
indefesos habitantes da terra.

Mas agora, o céu nã o era mais governado pelo Flame Dragon. As espadas
voadoras eram mais rá pidas e afiadas, melhores que o Dragã o de Chamas em todos os
sentidos. Era natural que qualquer um que possuísse essas coisas também possuísse
as Varas de Aço que poderiam mastigar o braço do Dragã o das Chamas.

Para ser franca, Yao duvidava da veracidade das histó rias que ouvira. Afinal, as
histó rias tendiam a crescer em resposta à s esperanças das pessoas. Para nã o ter seu
coraçã o partido, ela constantemente pensava no que faria se elas fossem falsas.

Mas agora que ela viu as espadas voadoras dançando no céu, isso lhe disse que
sua jornada nã o foi desperdiçada e se tornou uma prova de suas esperanças.

Yao teve a sensaçã o de que sua tarefa terminaria em breve.

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Tudo o que ela precisava fazer era retornar à cidade de Arnus e encontrar o
representante dos homens de verde.

Pedir ajuda, por mais difícil que fosse, nã o poderia ser mais difícil do que a
estrada que ela havia percorrido até agora. Parecia que seus companheiros que
estavam em casa seriam finalmente salvos.

Com esses pensamentos em mente, Yao reuniu sua determinaçã o e partiu em


direçã o à cidade de Arnus mais uma vez.

À medida que os matagais davam lugar à grama, seus passos se tornavam mais
leves e rá pidos. Logo eles se tornaram uma corrida, como se ela nã o estivesse
disposta a andar todo o caminho, e no final ela começou uma corrida veloz que cortou
o vento.

******

Em Arnus, o 3º Recon, liderado por Itami, terminou suas verificaçõ es de


equipamentos e partiu.

De um lado, o 1LT Yanagida segurava sua prancheta enquanto fazia as


verificaçõ es finais do conteú do dos carrinhos de duas rodas.

“Seda, laca, cerâ mica, porcelana, pérolas, uau! Eles até têm saquê, e é de alta
classe também, 'Koshino Kanchubai'. Eu poderia ter uma garrafa?”

“Dá um tempo, Yanagida-san. Estas sã o as nossas muniçõ es.”

O homem que lhe respondeu era um diplomata de terno, chamado Todo. Ele
sabia que Yanagida estava brincando, mas sua resposta foi sincera.

“Realmente? Quer dizer que você nã o vai beber sozinho?”

“Você vai ter que confiar em nó s sobre isso.”

Com o conteú do da lista de inventá rio, eles poderiam abrir uma loja de
departamentos que vendia produtos famosos de todo o Japã o. Isso parecia mais um
suborno do que um simples presente.

Como muitos dos itens eram frá geis, eles precisavam ser embalados
adequadamente. Como eram muitos, eles se tornaram bagagens extremamente
volumosas.
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“Depois disso, caixas de moedas de ouro, moedas de prata e moedas de cobre.
Nó s verificamos dentro delas.”

Eles precisavam de fundos para fazer negó cios na Capital Imperial, e esses
fundos estavam naquelas caixas de madeira. O dinheiro era necessá rio para despesas
de atividades, instalaçã o de bases na Capital, bem como recrutamento e suborno de
informantes. Havia todo tipo de outras atividades e taxas a pagar, de modo que
muitas vezes ficavam sem dinheiro durante as operaçõ es.

“Mulheres, comida e bebida. É semelhante à maneira como as empresas aqui


recebem os hó spedes. Encontraremos nobres caídos ou pessoas insatisfeitas com o
regime atual e faremos com que espalhem boatos para dificultar o trabalho da
oposiçã o.”

Embora ainda estivesse aprendendo o idioma, um dos jovens diplomatas já havia


realizado vá rias missõ es na Regiã o Especial. Ele bateu em uma caixa de moedas de
ouro enquanto falava.

O governo japonês obteve essa moeda comprando-os da ALC.

A ALC recebia o iene japonês em troca da moeda, que usava para comprar todo
tipo de mercadoria japonesa.

“As pessoas nos governos dos países em desenvolvimento sã o muito diretas, elas
pedem subornos antecipadamente. É como quando está vamos negociando o negó cio
de Chunxiao com os diplomatas chineses, eles até nos ameaçaram com: “Oh, você nã o
se importa se enviarmos nossos navios entã o”. Eu estava com muita inveja de como
eles podiam fazer as coisas. Eu gostaria de poder dizer: “Faça se tiver coragem.
Veremos quem é mais forte.”

“Você quer dizer que nã o pode simplesmente dizer isso a eles? Quero dizer,
aqui.”

“Bem, é assim que a diplomacia funciona. Nã o estamos mais na era colonial.


Precisamos manter uma presença na Regiã o Especial e continuar construindo laços
estreitos com os locais, para evitar deixar as causas de conflito para trá s. Agora,
vamos nos concentrar apenas em fortalecer a facçã o pró -paz.”

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Enquanto ele dizia isso, um CH-47A Chinook pousou atrá s dele.

A corrente descendente dos rotores transformou a areia e a poeira em uma


tempestade.

Ao pousar, a quantidade de poeira que vomitou cegou todos os que estavam por
perto.

A rampa de carga traseira baixou e o 3º Recon embarcou no Chinook juntos por


ordem do sargento-mor Kuwabara. Yanagida e os diplomatas carregaram as carroças
pra dentro.

Eles prenderam com segurança a carga dentro do Chinook para garantir que ela
nã o se movesse durante o voo. Depois disso, todos se sentaram nas poltronas que
revestem o interior do helicó ptero e apertaram os cintos de segurança.

Depois de garantir que os diplomatas estivessem sentados, Yanagida falou com


Itami.

“Entã o, vou deixar o resto para você. Certifique-se de que eles cheguem ao seu
destino com segurança.”

Itami ergueu o polegar. Os rotores ganharam velocidade e a poeira voou


novamente.

Yanagida desceu da nave e a porta traseira se fechou. Entã o o Chinook decolou. E


assim, eles voaram em direçã o à capital.

Arnus estava há cerca de 10 dias da capital a cavalo. Em Chinook, levaria apenas


meio dia. No entanto, para evitar a atençã o das pessoas, eles nã o podiam pousar
muito perto da cidade. No final, optaram por pousar nos morros distantes da Capital,
e dali até a Capital levaria cerca de um dia e meio a pé.

******

Antes de entrar na cidade de Arnus, Yao ouviu o barulho e olhou para cima para ver
um barco passando sobre sua cabeça. Espadas voadoras dançando no céu, hastes de
aço e agora barcos voadores... com tudo isso tão perto, os homens de verde devem estar
aqui, Yao pensou ao entrar na cidade.

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A cabeça de Yao doía.

Ela se aproximou de todos vestindo roupas verdes ou verdes escuras e


perguntou: “Desculpe, posso fazer uma pergunta?”

Mas nenhum deles a entendeu

Eles eram todos iguais. Eles simplesmente sorriam rigidamente, ou davam um


risadinha, e seus rostos tinham expressõ es confusas. Ela nã o sabia dizer se eles a
entendiam ou nã o.

A julgar pelos olhares em seus rostos, eles nã o pareciam entendê-la. Ela tentou o
seu melhor, mas no final, ela ainda nã o conseguia se comunicar com eles.

Como ela estava atormentada pelo pensamento de que seus esforços foram em
vã o, ela esperava desesperadamente que houvesse alguém que pudesse falar sua
língua. Mas ela nã o teve escolha a nã o ser abordar aleatoriamente as pessoas na rua.

Depois de meio dia, ela só conseguiu falar com cerca de 20 a 30 pessoas.

No final, ela percebeu que nã o conseguia se comunicar com os homens de verde...


nã o. Embora ela nã o conseguisse entender o que queria dizer, eles podiam pelo
menos reconhecer frases individuais que ela dizia.

No final, até pessoas como essas começaram a aparecer. “Dark Elf-neechan, você
está procurando os homens de verde?”

Ela respondeu suavemente: “Existe uma maneira de falar com eles?” Afinal, o
homem que falava com ela nã o usava verde. Pela aparência dele, ele provavelmente
era um homem que entendia este país.

Ele parecia muito magro para ser um mercená rio. Ele provavelmente era um
comerciante ou um trabalhador contratado. O homem disse a Yao: “Eu sei onde estã o
os homens de verde, deixe-me levá -lo até lá .”

Yao ficou imensamente grata ao ouvir isso, entã o ela aceitou suas palavras gentis
sem pensar muito.

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Entã o, o homem a levou para longe das ruas movimentadas e para as profundezas
escuras da floresta.

“Onde estamos indo?”

"Por aqui. Os homens de verde estã o aqui.”

Yao podia sentir o suor na mã o que segurava a dela e ela se perguntou: "O que há
com esta mã o?"

Será que ele me confundiu com uma prostituta? ela pensou. Isto é mau. Enquanto ela
pensava sobre isso, ele a levou para um lugar isolado e disse: “Eu tenho dinheiro e
tenho contatos. Posso falar bem de você com os homens de verde ” e entã o ele tentou
forçar Yao.

“Nã o serei controlada por força ou dinheiro”, disse ela, e deu-lhe uma joelhada na
virilha. Nas profundezas da dor o homem percebeu que havia cometido um erro e
saiu correndo com o rosto contorcido.

Por que ele deixou cair sua bolsa de dinheiro, ela se perguntou, antes de resolver
devolvê-la.

Mulheres normais provavelmente gritariam: “Como você ousa!” e continuaria


perseguindo-o, elas podem bater nele. Mas Yao nã o fez isso. Ele era jovem e isso era
compreensível, entã o ela decidiu olhar para isso de um ponto de vista iluminado e
deixar para lá .

Yao estava bem ciente do efeito que ela tinha sobre os homens (especialmente
em sua armadura bondage). Se algo acontecesse, ela cuidaria disso sozinha. Afinal,
nã o era a primeira vez que esse tipo de coisa ocoria. Ela estava preocupada que isso
pudesse acabar se tornando um mau há bito.

Ela nã o era o tipo de mulher que seria comprada por dinheiro, á lcool ou força
bruta. No entanto, se alguém a abordasse com cortesia, ela consideraria isso
seriamente. No entanto, ela nunca conheceu esse tipo de pessoa, entã o ela nã o teve
escolha a nã o ser chutá -los na virilha.

No final, tudo o que ela fez foi perder tempo. Ela foi arrastada pela cidade.

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Mesmo agora, seus companheiros ainda estavam expostos à ameaça do Flame
Dragon. Seus sofrimentos nã o eram nada em comparaçã o com isso. Yao se motivou e
voltou à cidade para procurar pessoas.

No entanto, ela dificilmente poderia encontrar homens de verde na rua de trá s.

Em vez disso, o que ela encontrou foi uma fila de carrinhos cheios de carga,
enfileirados. Pela aparência das coisas, a rua dos fundos era algum tipo de distrito de
armazéns. Também havia armazéns em construçã o, e alguns deles tinham telhados
acabados, entã o os materiais de construçã o foram empilhados dentro. Eles foram
entã o cobertos por um pano grosso para proteger da chuva e da poeira.

Os trabalhadores aqui estavam transportando cargas das carroças para o


depó sito.

A maior parte da carga era carne seca e outros alimentos bá sicos. Havia gado em
gaiolas também. Depois de algum trabalho, provavelmente seriam vendidos na
cantina.

Haviam mercená rios de todos as estirpes descansando ao lado. Eles usavam


roupas de viajante manchadas e pareciam ter acabado de chegar à cidade. Seus
cavalos estavam recebendo á gua e comida.

Um dos mercená rios viu Yao, e ele decidiu ser um intrometido e dar um chegada.
“Yo ~ neechan, o que há ? Se você está entediada, por que nã o vem brincar conosco?
Pelo menos desta vez ele pediu com educaçã o e parecia mais forte do que o sujeito
rude agora. No entanto, ele ainda nã o tinha a atitude adequada e seu tom gotejava
com lascívia. Yao o encarou com um olhar frio e respondeu: "Hmph ~ seu
brinquedinho nã o poderia nem começar a me satisfazer."

E assim o homem fugiu, com uma expressã o magoada no rosto.

Parecia que as palavras de Yao tiveram um efeito esmagador naquele homem.


Talvez ele tivesse complexo de tamanho.

Ela sentiu que havia feito algo ruim e fugiu apressadamente do local. Depois de
um tempo, ela chegou a um lugar onde engradados e caixas estavam empilhados.

À sua frente, Yao viu comerciantes negociando preços. Havia caixas que
continham um tecido muito fino e muito brilhante. Até mesmo Yao poderia dizer à
primeira vista que eles eram caros.

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“O que é isso?”

Por curiosidade, ela perguntou qual era o tecido. Um comerciante pró ximo
explicou: “Este pano é chamado de ‘cetim’. Suas principais características sã o que é
brilhante e suave ao toque. Daria roupas muito bonitas.”

O comerciante tinha vindo a Arnus apenas para isso.

“Nã o estou aqui para comprar coisas.”

O homem, que parecia um supervisor, interrompeu a barganha.

Para nã o deixar muitas pessoas lotarem a cidade de Arnus, a ALC montou filiais
em Itá lica, a Capital, Lognan e Deiabis, que se concentravam nas vendas.

“Por favor, eu preciso disso, você poderia me ajudar?”

O comerciante obviamente tinha estado em todas as filiais, mas todos os lugares


que ele visitou estavam esgotados. Ele nã o conseguiu obter o tecido que queria. No
entanto, ele nã o desistiu. Ele nã o podia esperar sentado até que as mercadorias
chegassem. Para fazer as coisas, ele tinha que conseguir a seda por todos os meios
necessá rios.

O comerciante disse: “houve uma grande convulsã o entre os patrícios do


Império.”

As damas imperiais agora usavam vestidos justos em cores vibrantes e se


adornavam com acessó rios brilhantes de fios tingidos de ouro e prata.

As outras mulheres, com suas almas roubadas por esses itens frescos, novos e
brilhantes, perguntaram nervosamente: “De onde vieram esses itens?” Mas seus
donos simplesmente sorriram enigmaticamente e ficaram em silêncio.

“O que é esse lindo leque na sua mã o esquerda?”

A resposta: “Ah, isso? Nã o é nada demais. Ohohohohoho~” e entã o elas o


dobravam com um som de patapata.

“Entã o, esses acessó rios em sua pessoa, o que sã o essas lindas pérolas? Elas nã o
parecem pérolas normais…”

A resposta: “Ah, esses? Eles nã o sã o de alta classe ou algo assim. Ohohohohoho


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~” e entã o elas se moviam para que seu colar de pérolas fizesse um som de estalo e
exibissem seus brincos também de pérolas.

“Como seu corpo (traduçã o: seios) ficou assim?”

“Ah, nã o, nã o tenho ideia de como eles cresceram tanto.


Ohohohohohohohohohohohoho~”

“Vamos, me diga, de onde você tirou esses cosméticos?!”

“Do mesmo lugar que todos nó s. Se parece bonito, é porque a pessoa por baixo
era bonita para começar. Ohohohohohohohohohohohohohohohohohohohoho~ koff,
koff”

As mulheres nã o teriam ciú mes das outras por causa de sua inteligência ou
temperamento, mas, por sua vez, teriam ciú mes intensos de riqueza, beleza e outras
coisas semelhantes. Elas usariam esse ciú me para alimentar seus sentimentos de
superioridade. Portanto, elas se comparariam umas com as outras. Uma senhora
patrícia ficou com tanto ciú me que mordeu o lenço até ficar em pedaços.

E assim, essas nobres mulheres, movidas pelo ciú me, inveja e ó dio, fizeram de
seu desejo uma ponta de lança que apontava para a indú stria da moda da Capital
Imperial, que eram as tecelagens e alfaiatarias.

No entanto, as lojas e alfaiates só podiam dizer: “Nã o podemos fazer nada tã o


bom. Nã o podemos nem fazer fios de ouro. Se tivéssemos o material, seria possível...
entendeu?” Ou seja, sem as matérias-primas necessá rias, eles estavam indefesos.

Para elas, o que eles queriam dizer com “nada tã o bom” eram vestidos de
senhoras patrícias, uniformes de empregada ou roupas formais de padres. A
qualidade de tudo isso, por sua vez, era determinada pela qualidade do tecido, tintas,
bordados e costuras usados para produzi-los, e a diferença entre duas boas peças
podia ser muito tênue. Isso significava que, se o tecido que usavam fosse inferior, nã o
havia muito que pudessem fazer.

E assim, os comerciantes têxteis e costureiras começaram a correr por toda parte


para coletar informaçõ es.

Havia um alfaiate que fazia vestidos de materiais desconhecidos. Eles


começaram lá , olhando para aqueles alfaiates que entravam e saíam das casas nobres,
e quando o encontraram, arrancaram deles uma confissã o (sua filha disse mais tarde
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que originalmente ele nã o queria falar, mas foi forçado falar depois que ele começou a
temer por sua vida.)

Depois disso, todas as informaçõ es coletadas apontavam para “Arnus”.

E assim, todos os alfaiates e comerciantes têxteis lotaram as filiais da ALC para


garantir tecidos estampados, bordados nishijin e outros itens semelhantes, que eles
sugavam como aspiradores de pó .

No entanto, ao mesmo tempo, eles também viram amostras de outros produtos,


feitos de materiais como cetim brilhante, chiffon transparente e translú cido, tafetá
forte e resistente, veludo macio, elá sticos e assim por diante. As técnicas de
tingimento que eles usaram eram impressionantes e as cores que produziam eram
brilhantes e vibrantes. Mesmo a tinta roxa incrivelmente cara, reservada para a
família real, era vendida como qualquer outro produto.

Aliá s, os produtos costurados com materiais elá sticos eram as “camisetas”, que
absorviam bem o suor e eram populares apesar do alto preço. Haviam até indícios de
que usá -las poderia virar tendência.

“Depois de usarmos este tecido como material de base, o resto dependerá do


design.”

Os alfaiates, muito além do horizonte do desespero, cerraram os punhos com


força. De alguma forma, em algum lugar dos estoques da loja da filial da ALC na
Capital Imperial, eles encontraram um “livro de arte”, e usaram como referência.

Embora houvesse apenas uma có pia, colocada sozinha de lado, ela parecia atrair
as pessoas com sua arte extraordinariamente detalhada, que também continha
palavras escritas em letras de algum país.

Ninguém conseguia entender o texto, mas isso nã o era um problema. Para eles, o
importante eram os desenhos das roupas que usavam como referência. Alguns
designs eram muito sofisticados, mas isso significava apenas que eles precisavam
modificar do seu pró prio jeito. Quando eles pensavam: “Isso é muito bom...” eles
pegavam o recurso que encontravam e o ajustavam para usar em outros projetos.
Dessa forma, o livro de arte estrangeiro tornou-se um segredo entre os alfaiates da
Capital Imperial, sendo cuidadosamente preservado.

A propó sito, se um japonês lesse as palavras naquele livro, descobriria que as


palavras diziam “cosplay” ou “camada”. Quanto ao motivo de tal livro estar na Regiã o
Especial, provavelmente apenas um certo japonês com uma forte conexã o com o ALC
saberia.

******
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—Vá rias semanas atrá s.

“Alguém sabe para onde foi minha revista? Foi o especial internacional de
cosplay.”

“Nã o faço ideia. Nã o vi.”

“Onde você deixou?”

“Comandante, por favor, cuide de suas pró prias coisas.”

******

E assim, as tendências da moda da Capital Imperial foram dominadas por


vestidos brilhantemente feitos de origens duvidosas, ou novos vestidos
estranhamente desenhados feitos de materiais misteriosos, mas maravilhosos.

O comerciante continuou sua explicaçã o.

Uma certa debutante patrícia estava prestes a aparecer na cena social. O


comerciante havia sido solicitado a “me dar o melhor vestido possível” para aquele
evento. Se ele nã o o fizesse, seu pai nã o seria gentil com ele.

Portanto, para o bem de sua esposa e filhos, ele procurou em todos os lugares
pelo tecido e finalmente encontrou um material chamado “cetim”. O comerciante
disse que queria usá -lo para o vestido.

“No entanto…”

O homem no comando colocou as mã os na frente do peito e murmurou para si


mesmo. Antes de ser responsá vel pelos têxteis da ALC, ele também havia sido
comerciante de tecidos e estava muito familiarizado com os modos arrogantes dos
patrícios. Portanto, ele queria ajudar o comerciante diante de seus olhos. No entanto,
ele nã o poderia vender o tecido diretamente para ele. Aquele era o lugar das filiais.

Ao ver o par problemá tico, Yao disse: “Que tal isso…..”

De qualquer modo, o comerciante tinha de regressar à capital e o supervisor


têxtil tinha de enviar as suas mercadorias para a capital. Sendo assim, por que nã o
fazer um depó sito primeiro e depois esperar até que o tecido chegue à capital antes
de retirá -lo na loja da filial?
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Uma vez acertado o pagamento, mesmo que o comerciante decidisse que nã o
queria o tecido, tudo bem. Ele pagaria primeiro e receberia um recibo, e depois
trocaria o recibo pelas mercadorias que desejava. O ALC nã o perderia de forma
alguma. Ainda assim, seria do interesse do comerciante manter o acordo para facilitar
transaçõ es futuras. No entanto, se ele nã o pudesse esperar a chegada das
mercadorias, isso também poderia causar problemas.

Depois que o comerciante e o supervisor ouviram os pensamentos de Yao, eles


bateram com os punhos nas palmas das mã os.

“Entendo, assim tudo vai dar certo!”

“É um truque e tanto, organizar as coisas para que ninguém saia perdendo.


Entã o, novamente, tal sabedoria é esperada apenas dos Elfos Negros.”

“Ah, isso é verdade, como esperado de uma raça tã o astuta.”

A maneira como os dois olharam para Yao parecia dizer: “Que vilã o você é”.

Yao pensou: O quê, isso não é muito normal? e entã o ela saiu, como se seu
trabalho tivesse terminado.

******

Ela voltou à estrada principal mais uma vez, indo de loja em loja em busca dos
homens de verde.

Logo, ela viu uma empregada Catgirl falando com vá rios homens de verde.

Eles pareciam conversar. A garota sorriu e os rostos dos homens ficaram


vermelhos. Conforme ela os encorajava, eles compravam mais e mais coisas.

Ah, será que esses homens falam a nossa língua? Ao pensar nisso, ela percebeu que nã o
era o caso. Em vez disso, a empregada Catgirl estava falando com os homens na língua
verde.

Yao pensou. Por que ela poderia falar com os homens de verde? Ela nã o podia
deixar de perguntar. Quando ela conversou com a Catgirl, descobriu-se que era ela
quem estava bebendo ao lado de Yao.

A Catgirl perguntou maliciosamente: “Encontrou seu homem de verde ~nya?” e

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entã o ela respondeu honestamente à pergunta de Yao.

“Por causa disso ~nya”

Ela retirou um livro pequeno, mas habilmente feito.

Continha a linguagem que os homens de verde (segundo a Catgirl, era japones)


usavam. Era um livro de frases para conversas simples.

Editado pela Arnus Living Community / Supervisionado por Kato El Ardestan /


Impresso por Gakuon Publishing. Por causa da cor de sua capa, todos o chamavam de
“Livrinho Vermelho”.

“Poderia, você poderia vender isso para mim?”

A capa do livro vermelho tinha as seguintes palavras impressas em letras


douradas:

O conteú do deste livro é apenas para uso interno. Nã o use para fins nã o
educacionais. Apó s o uso, destrua queimando.

“Este livro é distribuído gratuitamente aos membros da ALC ou à s pessoas que


trabalham para eles. As pessoas que estudam idiomas também os têm ~nya. Nã o sei
como as pessoas de fora podem obtê-lo ~nya. Nunca pensei em vendê-lo, entã o nã o
sei quanto custa. Desculpe, mas nã o posso vendê-lo para você ~nya.”

“Será que nã o tem jeito? Como eu disse ontem à noite, tenho que encontrar os
homens de verde e fazê-los ajudar de qualquer maneira necessá ria. Desde esta
manhã , encontrei alguns, mas nã o consegui me comunicar com eles. Por favor, eu
estou te implorando…”

Já que ela havia chegado tã o longe, Yao estava preparada para isso. Ela curvou-se
profundamente para a Catgirl.

Se pudesse, a Catgirl teria gostado de dar o livro para Yao. No entanto, ela era
uma funcioná ria, entã o nã o poderia tomar essa decisã o levianamente.

Embora lhes fosse dado gratuitamente, os livros eram coisas muito valiosas
neste mundo. Quando ela recebeu este livro, ela estava disposta a pagar vá rios meses
de salá rio por ele. As coisas que ela precisava para o trabalho, como o uniforme de
empregada que usava agora, os mó veis de sua casa, suas contas de alimentaçã o e os
custos de outros gastos eram deduzidos de seu pagamento mensal, o que era algo

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natural neste mundo. No entanto, o livro era uma questã o diferente.

Ela recebeu itens essenciais. Ela tinha desconto na alimentaçã o (preço pra
funcioná rio). O albergue tinha instalaçõ es adequadas. Claro, se ela os danificasse por
brincadeira, teria que pagar pelos danos, mas o desgaste ao longo do uso adequado
era uma questã o diferente.

Essas eram condiçõ es de trabalho que ela nã o encontraria em outro lugar. Pode-
se até chamá -los de revolucioná rios. Quando ela viu seu contrato de trabalho, ela
quase disse: “O que é ‘férias pagas’, você pode comer ~nya?”

Por isso, eles levavam muito a sério aquele trabalho e tinham um forte senso de
dever, por medo de perder a confiança do ALC. Mesmo diante de mercená rios
temperamentais, eles sorriam e suportavam.

Se eles nã o fossem mais confiá veis, seriam mandados de volta. Isso também
significaria que jogariam lama na cara da Casa Formal, que os havia recomendado
para um local de trabalho tã o bom, e como resultado toda a sua tribo ficaria
envergonhada.

Ela entendia que a tribo de Elfos Negros de Yao estava em grave perigo, mas dar
a ela aquele livro colocaria em risco o modo de vida dos Catpeople. Suas casas
dependiam do dinheiro que eles mandavam de volta para eles.

Portanto, ela nã o poderia dizer algo como: “É só um livro, pegue”.

Normalmente, quando ela se depara com uma situaçã o difícil como essa, ela
perguntava a um de seus superiores “O que devo fazer ~nya?” Nesse caso, seus
superiores eram os anciã os que eram os gerentes do ALC, os sá bios ou o elfo. No
entanto, por sorte, todos eles estavam fora. Entã o ela pediu a Yao para esperar. No
entanto, Yao respondeu:

“Nã o posso esperar mais. Tem que ser agora.”

“Isso nã o pode ser feito ~nya!”

“Eu te imploro, por favor…”

“Mesmo se você abaixar a cabeça para mim, eu nã o posso fazer isso ~nya…”

“Entã o o que você quer de mim?”

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No momento em que a Mulher-Gato se angustiava sobre o que fazer, duas
pessoas do destacamento de segurança (Polícia Militar) entraram na loja. Eles
estavam vestidos com o uniforme da JGSDF, mas traziam uma braçadeira com a
inscriçã o “Polícia Militar/MP” no ombro direito.

Como MPs, eles faziam patrulhas regulares. Atualmente, eles iam em seu ritmo.

“O que há de errado, Meiya-chan? Ter problemas?” o MP perguntou com sotaque


de Kansai. Embora o japonês da Catgirl nã o fosse muito polido, ela nã o teve
problemas para respondê-lo.

Se ela dissesse a eles que estava preocupada com o pedido de Yao, os PMs
poderiam tratar Yao como uma pessoa suspeita e expulsá -la da loja. Mas se ela
ouvisse o motivo pelo qual Yao veio até Arnus e sentisse simpatia por ela, eles
provavelmente nã o fariam isso.

Só entã o, um dos MPs franziu as sobrancelhas depois de olhar para Yao. “Hum?
Esta elfa. Nã o é ela que está nos relató rios?

“Eu acho que é ela. Pele morena, cabelo prateado, orelhas de elfo, muito bonita,
vestindo armadura de couro… se você desse um chicote pra ela ficaria perfeito. Seu
turbante e cachecol sã o exatamente como aquela golpista de quem nos falaram.”

“Entã o, novamente, aquele que nos disse isso era um tipo obscuro, mas desde
que a encontremos, podemos muito bem perguntar a ela diretamente.”

Na verdade, os PMs receberam uma denú ncia de uma vítima. “Fui seduzido por
uma linda Dark Elf, ela me trouxe para a floresta e me chutou na virilha e depois
roubou minha bolsa de dinheiro!”

De acordo com a Lei Especial das Forças Expedicioná rias da Regiã o Especial
JSDF, os PMs tinham poderes para investigar crimes e prender criminosos em
qualquer territó rio da Regiã o Especial administrada pelas JSDF, a fim de manter a
segurança pú blica.

Os PMs disseram a Yao: “Desculpe, tenho algo para lhe perguntar”. Como se
tratava da lei e da ordem de Arnus, eles estavam tentando ao má ximo se comunicar
no idioma da Regiã o Especial. Definitivamente nã o era porque eles queriam bater um
papo com a Catgirl. Provavelmente.

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Um japonês que falasse a nossa língua?!

Yao ficou muito feliz. E ele até disse que tinha algo para perguntar a ela.

Desde a manhã até agora, ela se aproximou de inú meras pessoas. Por nã o poder
se comunicar com elas, ela mergulhou no desespero. Mas no final, alguém com quem
poderia conversar apareceu na sua frente. Ter um pouco de sorte finalmente a
encheu de felicidade.

Enquanto ela pensava sobre isso, suas lá grimas começaram a transbordar de


seus olhos. Ela até quis gritar de alegria.

“Desculpe, mas você poderia vir conosco um pouco? Temos algumas perguntas
para você.

“Sim Sim. Contanto que você me escute, irei aonde você quiser.”

E assim, Yao atendeu ao pedido dos PMs e os seguiu, como suspeita de ser uma
vigarista.

******

Este lugar ficava no meio da floresta.

Havia uma pequena nascente entre as á rvores. Uma grande pedra estava ao seu
lado, e um velho estava sentado naquela pedra.

Ele tinha seu cajado má gico em mã os e observou cuidadosamente a aluna que


havia criado.

Sua aluna era uma garota jovem o suficiente para ser sua neta e como um velho
sá bio e má gico, era seu trabalho observar como ela havia crescido. Ele permaneceu
imó vel como uma foto.

Lelei La Lelena ficou calmamente ao lado do pequeno lago. Ela agarrou seu
cajado e se preparou para fazer magia.

Os sons de chifre de sua garganta foram misturados com os sons de um coro de


um homem só .

「 Abru-main!」

Primeiro, ela precisaria criar a estrutura para a “Iniciaçã o”.

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O mundo regido pelo “princípio verdadeiro” seria expandido pelo “princípio
má gico”, e entã o seria criado uma “matiz” para acomodar o “princípio falso”.

O ar nã o foi movido pelo vento. Foi impulsionado pelo “ar falso” produzido pelo
“princípio falso”. Sob a influência de um usuá rio de magia, a turbulência do “princípio
má gico” bagunçou levemente seu cabelo.

Sua alma tocou o “princípio verdadeiro” no coraçã o de todas as coisas.

Um silêncio como o de um vá cuo se espalhou pela quieta floresta.

Um pequeno anel de plasma apareceu em sua mã o. Este anel de luz orbitava seu
pulso como uma pulseira.

O anel silenciosamente se dividiu em dois, depois em quatro, e o nú mero


aumentou constantemente. Nã o apenas isso, à medida que o nú mero de anéis
aumentava, seu tamanho também aumentava e eles gradualmente se espalhavam.

Os anéis de luz eram como um colar de pérolas e quando passaram por seu dedo,
haviam mais de 30 deles. Eles cresceram cada vez mais à medida que se espalharam
até que o diâ metro dos anéis anteriores eram agora o mesmo que sua pequena altura.

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「 Duge-main」

Lelei retirou o braço do anel no ar e estalou os dedos. Entã o —

— O menor anel de luz explodiu, seguido pelo pró ximo, em uma reaçã o em
cadeia.

As explosõ es ocorreram em rá pida sucessã o. As explosõ es desencadeadas


formavam uma coluna de luz violeta, como uma gigantesca trombeta de explosõ es.

O projétil de luz que criado era um bloco de calor condensado. Ao tocar a


superfície da nascente, ferveu uma grande quantidade de á gua em um instante,
criando um fenô meno que poderia ser chamado de explosã o de vapor.

E entã o, a á gua que explodiu no céu e caiu como chuva.

Banhado pela chuva repentina, Kato nã o conseguiu se mover por um momento.


Isso foi muito além dos resultados que ele esperava. Parecia congelar sua alma. Seja o
impacto, o vapor de alta temperatura ao redor deles ou a chuva gelada que caiu, todos
eram ruins para seu coraçã o.

Lelei manteve sua expressã o vazia enquanto a chuva caía e esperou pela
avaliaçã o de Kato.

“Hum~”

Kato jogou para trá s o cabelo ú mido e espremeu as gotas antes de falar.

“Lelei, você fez um trabalho maravilhoso. Nã o tenho nada a dizer. Você pode
explicar o” ‘princípio’ que acabou de mostrar?”

Lelei curvou-se silenciosamente e falou em um tom de voz erudito.

Os magos da escola de Lindon eram temidos por sua magia de combate, mas, na
verdade, a situaçã o nã o era o que parecia.

Por exemplo, o uso de magia em batalha era apenas usar magia para alterar o
“verdadeiro princípio” dos fenô menos naturais, para que pudessem ser usados para
fins de combate.

"É tipo isso."

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Lelei pegou uma pedrinha a deixou flutuar no ar, e a atirou contra um tronco
pró ximo como uma bala.

O “princípio falso” interferiu no “princípio verdadeiro” que fez a pedra disparar.


No entanto, balistas e catapultas também podiam fazer isso, e melhor, entã o ela teve
que treinar para superar a fraqueza do feitiço.

Desta vez, Lelei levantou cerca de 10 pedrinhas. As pedras flutuaram ao redor do


alvo e se encravam por todos os lados, deixando vá rios buracos no tronco.

Esta era uma técnica que balistas e catapultas nã o podiam duplicar. Era por isso
que a magia de combate era temida.

Mas falando praticamente, qual era a diferença entre olhar para isso do ponto de
vista mundano e do ponto de vista do má gico? A magia de fogo basicamente afogava o
alvo no fogo. Usar gravetos ou ó leo em chamas teria o mesmo efeito. Da mesma
forma, a magia da á gua de todos os tipos acabava encharcando o inimigo na á gua.

E tudo isso poderia ser replicado por má quinas e ferramentas. Além disso, o raio
do “falso princípio” era pequeno, enquanto a potência que ele poderia produzir era
facilmente excedida por grandes dispositivos.

Embora seja bom em pequenas batalhas, muitas batalhas recentemente foram


confrontos de poder em grande escala e portanto, a importâ ncia dos magos diminuiu.
Claro, eles nã o eram completamente inú teis. Eles eram indispensá veis como médicos
e por sua utilidade má gica. No entanto, a escola de Lindon, que se orgulhava da magia
de combate, nã o podia descansar sobre os louros assim. Era seu dever continuar a
pesquisa que seus antepassados transmitiram.

No entanto, perante as “armas” e “canhõ es” e outras armas potentes utilizadas


pelas JSDF, nem o esforço que vinham a fazendo até agora seria suficiente para
acompanhá -los.

Era um problema que nã o podia ser resolvido usando o “princípio falso” para
interferir no “princípio verdadeiro”. As aplicaçõ es prá ticas do “princípio verdadeiro”
eram mais eficazes, e o desenvolvimento tecnoló gico significava que eventualmente
alcançaria e superaria a magia.

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Isso significava que o país do outro lado do Portã o tinha uma compreensã o
muito mais profunda e ampla do “princípio verdadeiro” do que eles. Se eles usassem o
“princípio verdadeiro para fazer má gica”, eles poderiam produzir um feitiço que
superasse todos os outros em poder? Era isso que Lelei pretendia.

Por exemplo, a pesquisa sobre “chamas” do outro lado do Portã o.

Segundo essa pesquisa, a “chama” era um fenô meno criado pela combinaçã o de
“oxidantes” no ar com material “combustível”. Eles chamaram esse fenô meno de
“combustã o”.

Depois disso, “explosõ es” foram uma forma instantâ nea de “combustã o”. Era
semelhante a como um objeto selado explodiria apó s ser aquecido, mas diferente ao
mesmo tempo.

“Por que você nã o tenta provocar uma explosã o?” Lelei criou uma bola de luz no
ar.

Do outro lado do Portã o, o “oxidante” era chamado de “oxigênio”. Os


“combustíveis” eram objetos feitos de “carbono” ou “hidrogênio”. Agora ela usaria o
“princípio falso” para gerar e isolar uma quantidade de “oxidante” e “combustível”
para depois combiná -los. Depois disso, ela os selaria em um campo e os deixaria
flutuar no ar até atingir a densidade certa. Entã o, finalmente, os libertaria do
“princípio falso” de uma só vez.

Ela estalou os dedos e a bola de luz explodiu.

“Do outro lado do Portã o, existe uma substâ ncia chamada “pó lvora”. É
compará vel a esta bola de luz.”

“Ah, isso faz sentido. Você criou novas aplicaçõ es de magia, é verdade, essas
aplicaçõ es foram influenciadas por pesquisas do outro mundo, mas combiná -las com
magia e obter resultados dela a torna digna do título de 'Sá bio'."

Ao controlar o fenô meno até entã o incompreensível das explosõ es, o valor da
magia também foi aumentado. Se alguém pensasse sobre, isso teria muitas aplicaçõ es
ú teis em campos militares, industriais e outros, raciocinou Kato.

“No entanto, isso carece de poder.”


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Explosõ es por si só nã o eram muito destrutivas. Elas liberavam uma enorme
explosã o de luz, calor e som e terminavam. Para criar um efeito mais poderoso, seria
preciso reunir mais combustível, mas isso dificilmente seria eficiente, explicou Lelei.
Nesse ponto, Kato levantou a mã o para interrompê-la.

Entã o, depois de dizer a ela: “Parece que temos convidados”, ele olhou para trá s.
Lelei olhou na mesma direçã o que ele. Lá estava um PM do JSDF.

“Sinto muito, mas há algumas coisas difíceis que temos a dizer. Você poderia
ajudar a interpretar para nó s?”

Lelei suspirou suavemente, entã o se curvou para Kato antes de seguir o PM.

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O interior da sala de interrogató rio da PM parecia ter saído de um daqueles filme
de detetive.

Tinha aproximadamente quatro tatâ mis de tamanho. Havia uma mesa no centro
como um enfeite, com uma cadeira na frente e atrá s dela.

A cadeira perto da porta era para o “questionador”, enquanto a cadeira perto da


janela gradeada era para o “sujeito”.

Havia outra mesa no canto da sala perto da saída. Era ali que ficava o transcritor
e também onde ficava o telefone interno.

Yao baixou os ombros enquanto se sentava na cadeira do “sujeito”. Ela havia


conseguido nã o chorar até agora, mas era bastante traumá tico ser suspeita de um
crime que nã o havia cometido.

O parlamentar oposto a Yao estava folheando o Pequeno Livro Vermelho e um


dicioná rio muito usado, tentando ao má ximo se comunicar com ela. A cesta de lixo ao
lado dele estava cheia de pedaços de papel enrolados. Parece que foi uma experiência
muito difícil.

Como os PMs a estavam tratando como suspeita, eles deveriam falar com
severidade e aplicar níveis intimidadores de pressã o enquanto a interrogavam. O fato
de a bolsa da vítima também estar em sua posse foi um golpe contra ela. Em outras
palavras, ela foi pega em flagrante com provas do crime do qual era acusada.

Ainda assim, eles nã o foram tã o longe.

Isso porque o PM que era o oficial de investigaçã o (IO) estava ciente de que suas
habilidades linguísticas eram medíocres.

Quando alguém nã o compartilhava um idioma com outra pessoa, era preciso ter
muito cuidado ao tentar se comunicar. Ele anotou cuidadosamente cada palavra que
ela disse, traduziu e tentou juntar em frases, e entã o perguntou a Yao se
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foi o que ela disse. Depois de todo esse trabalho duro, ele finalmente pô de dizer:
“Ahh, entendi, nã o é de admirar, foi assim o tempo todo”.

O que ficou claro foi que nã o se tratava apenas de um simples roubo de bolsa. O
PM disse “Hein? Nã o foi nada disso que a vítima disse”, e começou a pensar.

Havia uma beleza élfica de pele marrom na frente dele. Além disso, ele encontrou
uma palavra no dicioná rio que poderia significar “foi atacado” ou “foi espancado”,
entã o ele nã o poderia simplesmente desconsiderar isso. Se ela realmente tivesse sido
abusada sexualmente, precisaria de terapia para isso.

O tom de voz severo do PM acabou dando lugar a um gentil “Mhm”, enquanto ele
a ouvia falar. Entã o ele amaldiçoou sua incapacidade de entrevistá -la adequadamente
antes de se voltar para seu subordinado.

“Bem, isso foi embaraçoso. eu nã o sabia dos detalhes. Ajude-me a conseguir


Lelei-san para ajudar com isso.”

O telefone na sala de interrogató rio tocou e o PM disse: “Por favor, aguarde”,


antes de pegar o fone.

“Oi, aqui é Kikuchi. Ah, sim, esperamos muito tempo. Traga-a para dentro.

Uma vez que Lelei entrou e ouviu falar de sua dificuldade, ela resolveu isso em
um instante. Depois de ouvir o testemunho de Yao, foi determinado que a acusaçã o de
extorsã o era falsa. O homem que fez a denú ncia falsa confessou apó s ser detido e foi
preso sob a acusaçã o de tentativa de estupro.

A forma como o crime era tratado na Regiã o Especial era que, se a vítima ou o
acusado fosse japonês, ou se o crime ocorresse na cidade de Arnus ou na Guarniçã o
de Arnus, o acusado seria levado a Tó quio para julgamento. Se o caso ocorresse fora
desses lugares e se o acusado e a vítima fossem ambos locais, eles seriam entregues a
uma autoridade judicial competente designada por Piñ a, que era a Casa Formal em
Italica. Os acusados seriam julgados de acordo com as leis da Regiã o Especial. Nesse
caso, como Yao e o homem eram da Regiã o Especial, ele seria enviado para Itá lica.

E assim, o caso em que Yao estava envolvida chegou ao fim. Para nã o perder essa
chance, Yao agarrou a mã o de Lelei quando ela estava saindo e contou-lhe tudo sobre
seu desejo de conhecer os homens de verde e pediu que ela traduzisse. Entã o ela
contou a ela sobre o Dragã o de Chamas.
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Mesmo Lelei nã o podia fingir que nã o tinha visto e ouvido nada depois de ouvir
sobre como a tribo Dark Elf havia sido atacada pelo Flame Dragon. Ela estava
confiante de que o Dragã o de que ela falava era o mesmo que havia atacado a Vila
Coda, e muitos dos amigos e familiares de Yao perderam suas vidas para ele.

“Quer dizer, você quer que eu peça ajuda aos japoneses em seu nome.”

“Sim. Pelo que vejo, você é uma pessoa generosa e compassiva. Por favor me
ajude.”

Naturalmente, Lelei nã o tinha motivos para recusar o pedido dela.

O sonho de Yao estava gradualmente se tornando realidade. Mas logo depois, ela
mergulhou nas profundezas do desespero mais uma vez.

******

Cantina de Arnus Town — mesas VIP

O ar aqui era o de um café recém-limpo, enquanto as mesas e cadeiras com boa


aparência estavam alinhadas em uma fileira, intercaladas com plantas e quadros
decorativos. Eles deram a este lugar uma sensaçã o de alta classe que era
completamente diferente da atmosfera caó tica das mesas regulares.

Embora ainda fosse muito cedo para o jantar, Bozes, Panache e as outras nobres
filhas do grupo de cavaleiros haviam ocupado os melhores lugares da casa.

Depois de empilhar vá rios livros sobre a mesa, elas se juntaram e sussurraram


uma para a outra. Um ouvinte cuidadoso pode ouvir trechos de conversas como “De
Risa-sama”, “Nova ediçã o”, “Dividindo as tarefas de traduçã o” e assim por diante.

"Senhoras. Temos novas folhas de chá hoje. Por favor, experimente-os.”

O garçom que os servia chamava-se “Shopkeep”. Ele nã o se esquivou de servir


essas elegantes e nobres damas, mas respondeu a elas de maneira direta.

Aparentemente, ele havia sido enviado por Yanagida para treinar em um certo
restaurante especializado em Ikebukuro.

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Como as pessoas normais eram proibidas de entrar na Regiã o Especial e
vendiam chá e café do Japã o a preços especiais para chefs e garçonetes locais, além de
treiná -los, o JSDF foi unâ nime em dizer: “Isso nã o deveria ser tratado pela Seçã o 2
(Inteligência)?”

Enquanto observavam o trabalhador subordinado de Yanagida, os vá rios oficiais


da JSDF comentaram: “Nã o foi ele quem foi para Ikebukuro para treinamento?”

Dito isto, ele ainda parecia um bom mordomo. “Ah, isso é bom! O que é essa
sobremesa?”

“Sim, milady. Este é um bolo de Napoleã o (mille-feuille). É feito com finas


camadas de biscoito de trigo para reduzir a doçura, que depois sã o cobertas por
camadas alternadas de creme de confeiteiro sabor conhaque e por fim, cobertas com
chocolate. Este prato especial foi feito por renomados confeiteiros de Kiyoyama.”

“Maravilhoso. E pensar que o país chamado Japã o transformou sobremesas como


essa em uma forma de arte.”

As nobres senhoras elogiaram em japonês. Já que elas vieram aqui para aprender
japonês, obviamente deveriam usar o japonês enquanto estivessem aqui.

“Tenho certeza de que os chefs ficariam felizes em receber elogios de clientes tã o


bem informadas.”

Ele cuidadosamente permaneceu em silêncio sobre o fato de que o bolo nã o


havia sido inventado no Japã o. Como garçom, ele era um servo de classe alta para
pessoas de classe alta... e provavelmente seria melhor nã o confrontá -las com
evidências de sua ignorâ ncia.

Além disso, seus olhos estavam trabalhando duro para coletar informaçõ es. No
entanto, depois que ele viu a verdadeira identidade dos livros sobre a mesa, seu
coraçã o se encheu de frustraçã o.

“Elas sã o fujoshis” ele murmurou. Essa palavra ilustrava claramente o que ele
estava pensando. Talvez fosse muito cedo para elas serem expostos a esse tipo de
cultura. Ele queria ficar de olho nos EEIs (Elementos Essenciais de Informaçã o), ou “O
que importava pra elas e quais açõ es elas fariam em prol disso”. Mas agora, como ele
iria preencher o relató rio?

P a g e 71 | 192
Do outro lado, Yao sentou-se em silêncio em outra mesa.

Ela estava olhando para o vazio, seus olhos nã o focando em nada. Ela era como
um robô desligado, sentado quieto ali.

Lelei sentou-se à sua frente. Ela observou Yao enquanto pensava. “Desculpe pelo
atraso.”

Delilah, a garota-propaganda do restaurante, serviu-lhes um bule de chá em uma


bandeja de prata.

Lelei gostava dos chá s de ervas do Japã o. Desta vez, ela havia encomendado erva
de Sã o Joã o, que era eficaz para a depressã o. Só para esclarecer, este chá foi para o
benefício de Yao, nã o de Lelei.

No entanto, Yao nã o reagiu ao chá . Como nã o havia como evitar, Lelei serviu uma
xícara de chá para Yao e a incentivou a beber.

“Pegue um pouco.”

“…”

A expressã o facial de Yao nã o mudou, mas ela mecanicamente levou o xicara à


boca.

Depois de um tempo…

…a xicara finalmente estava vazia.

Lelei encheu a xicara novamente e pediu a Yao que bebesse. “Beba mais um
pouco.”

“…”

Yao manteve uma expressã o estupefata quando mais uma vez trouxe
mecanicamente a xícara à boca.

Depois de terminar e colocar a xícara de volta na mesa, ela finalmente se


recompô s o suficiente para falar.
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“Parece um pesadelo. Nã o há nenhum indício de realidade nisso. Deve ser um
sonho.”

Lelei ficou em silêncio e Yao baixou os olhos para olhar em frente. Mais uma vez,
ela levou a xícara à boca.

Depois de olhar para o rosto sem emoçã o de Lelei, as lá grimas começaram a cair.

“Você nã o vai dizer nada?”

“Isto nã o é um sonho. O que você ouviu e o que viu, tudo isso é a realidade.”

“Isso, deve ser algum erro de traduçã o, certo?”

“A traduçã o estava correta.”

"Por favor. Diga que você entendeu errado.

“Mesmo se eu fizesse, nada mudaria.”

“Mas por quê? Por que nã o?”

“O General Hazama já nã o explicou suas razõ es?”

“Mas… se for assim. Entã o eu…”

“Esperamos que você possa nos ajudar a derrotar o Flame Dragon. Por favor nos
ajude.” Isso foi o que Yao perguntou ao general Hazama depois que Lelei concedeu seu
desejo de conhecer o líder dos Homens de Verde. Além disso, ela mostrou a ele o
diamante bruto que sua tribo lhe dera.

No entanto, Hazama estava em pânico desde o início. Ele abriu o mapa e depois de
confirmar a localização da aldeia natal de Yao na Floresta Schwarz, balançou a cabeça
e franziu a testa como se tivesse mordido um inseto.

“Fica muito longe. Sinto muito, mas não podemos ajudá-la.”

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Hazama continuou com sua explicação.

“Sua aldeia fica na Floresta Schwarz, que fica dentro das fronteiras do vizinho
Reino de Elba. Espero que você saiba o que significa para um exército cruzar uma
fronteira nacional?

Era um fato antigo e bem estabelecido que marchar com tropas pelas fronteiras de
um país era sinônimo de declarar guerra. Isso valia tanto na Região Especial quanto na
Terra. Mesmo sem cruzar fronteiras, apenas reunir tropas perto de uma já aumentaria
a tensão política.

“Então, que tal uma pequena força? Eu, eu ouvi que os homens de verde só
precisam de cerca de dez pessoas para afugentar o Dragão de Chamas. Um pequeno
geupo como esse não deveria contar como um exército, certo?”

“Eu não posso fazer isso. Enviar alguns homens para lutar contra uma criatura
perigosa como um Flame Dragon seria o mesmo que mandá-los para a morte. Não
posso dar essa ordem.

E entã o, Yao chorou. Era tudo o que ela podia fazer. Yao nunca havia chorado
assim antes em sua vida. Mesmo quando perdeu o homem que teria sido seu marido,
mesmo quando soube que seu amante havia morrido, ela esfregou o rosto, mas as
lá grimas rolaram em silêncio. Elas fluíram agora, pelas palmas das mã os e pelos
braços para escorrer pelos cotovelos.

“Kufu…”

Ela tentou silenciar o choro, mas vazou mesmo assim.

Os oficiais nas mesas ao redor estavam em silêncio há algum tempo, por causa do
clima pesado na sala.

Ouvir as risadas fracas das garotas que frequentavam as aulas de idiomas só as


fez sentir ainda mais por Yao.

******

“Foi como se ela nã o tivesse dormido a noite toda”, disse Delilah ao informar a
cozinheira sobre a situaçã o nas mesas VIP.
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“Você pode culpá -la? O General Hazama rejeitou o pedido da Dark Elf-nee-san
para eliminar o Flame Dragon”, disse o cozinheiro enquanto continuava preparando a
comida.

“Foi porque ela deixou Rory com raiva?”

“Isso nã o deveria ser o caso, certo? Talvez tenha algo a ver com o chefe Itami.

“Bem, isso é verdade. Entã o deve ser por causa de pessoas acima deles. Eu me
pergunto por que eles recusariam? Quero dizer, é raro que todos os seus
comandantes se reú nam. Ah, eu preciso aprender mais japonês…”

“Delilah, eu nã o me importo com o que você faz em seu tempo livre. No entanto,
por favor, concentre-se em seu trabalho. Nã o quero perder meu emprego aqui. Se
alguma coisa acontecer, eu vou te dedurar imediatamente.

“Entendi, entendi. Eu nã o vou estragar tudo.

Depois de juntar as mã os e abaixar a cabeça para a cozinheira-chefe, ela serviu


café quente nas xícaras.

*****

Os coronéis Kengun e Kamo, assim como os tenentes-coronéis Youga e Tsuge


estavam sentados em uma mesa a alguma distâ ncia de Lelei e Yao. Os quatro a
olharam enquanto ela chorava.

“Youga, nã o há realmente nada que possamos fazer?”

“Você sabe que nã o podemos. Além disso, a oposiçã o está perseguindo o Ichigaya
(Ministério da Defesa), nã o podemos nos meter em confusã o agora.”

Ltda. Tsuge, que estava ouvindo há algum tempo, decidiu interromper: “Entã o,
como exterminar o Dragã o de Chamas se torna muniçã o para os ataques da
oposiçã o?”

Youga respondeu: “O problema é que eles imediatamente atacarã o quaisquer


perdas sofridas, evitá veis ou nã o. O comandante no local vai conseguir com certeza,
mas o combate também será no territó rio do Império. Mesmo que seja para

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exterminar um Dragã o de Chamas, cruzar a fronteira causará muitos problemas.”

“E se tivéssemos uma testemunha? Alguém que nos convidou para lá ? O coronel


Kamo disse enquanto dava de ombros.

“Se fizéssemos isso, seria um motivo perfeito para pedir um voto de desconfiança
no gabinete. Embora tenhamos garantido a promessa da Câ mara dos Representantes
de ignorar quaisquer travessuras do Senado, o Gabinete ainda assim escolheu uma
doutrina fraca.”

Nesse momento, Delilah trouxe o café.

Enquanto ela os servia, a conversa parou. Assim que ela saiu, o coronel Kamo
sorriu.

“Ainda assim, você acha que ele pode realmente se safar? Eu estava rindo pra
caramba quando vi na TV. Ele foi repreendido por sua piada de resposta, mas foi
apenas uma formalidade. E pensar que ele só foi advertido para tomar cuidado com
suas palavras besteirentas na frente da Dieta... esse é o cará ter dele?

“Ele teve sorte porque as três garotas atrá s dele tiveram um impacto maior. É
apenas por causa do que elas disseram que tudo foi descartado como 'É apenas o
Itami'.”

“Na verdade, o estranho foi o que eles fizeram depois que trouxeram os
refugiados de volta. Claro, eles nã o podiam simplesmente abandonar as pessoas com
problemas, entã o uma resposta mais burocrá tica poderia ser porque eles nã o
queriam que as crianças ficassem inquietas. Itami nã o fez nada de errado ao dizer
'Tudo bem, deixe comigo'. Pelo que sabemos, é por isso que aquelas três garotas nos
apoiaram tanto”, disse Tsuge enquanto terminava seu café.

“Nã o é apenas derrotar o Dragã o de Fogo. Nosso objetivo original era derrotar o
Império e exigir reparaçõ es deles como demandantes. Desde quando eles nos
reduziram a apenas defender a á rea ao redor do Portã o e prevenir invasõ es? O que o
governo está pensando?”

“Provavelmente porque eles entendem amplamente a situaçã o política deste


mundo. Se derrotarmos o poder dominante aqui, o Império, todo este continente
provavelmente regredirá à guerra civil. Provavelmente é por isso. Afinal, no passado
o antigo Império Romano destruiu a Dá cia (atual Romênia) e acabou perdendo sua
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linha de defesa contra a invasã o das tribos bá rbaras orientais.”

Por exemplo, se os Estados Unidos caíssem agora, a China e a Rú ssia, agora livres
da influência estabilizadora dos EUA, provavelmente entrariam em guerra em vá rios
locais. Já se via o espectro desses conflitos no Tibete, entre os uigures, na Geó rgia (o
país) e assim por diante. Só um tolo pensaria que a guerra nã o aconteceria.

Da mesma forma, se o Império fosse destruído, as naçõ es mais fortes deste


mundo entrariam imediatamente em guerra umas contra as outras para tomar o
poder. Embora o JSDF do Japã o fosse invencível neste mundo, seu poder ainda tinha
limites. Portanto, para manter a paz aqui, eles tinham que garantir que nenhum lado
fosse derrotado.

Kengun suspirou profundamente e disse: “A paz é importante para o comércio e


a coleta de recursos. Prefiro as coisas assim.

Kamo colocou as mã os na mesa com um baque audível.

“Nesse caso, por que viemos até a Regiã o Especial? Se estivéssemos apenas
defendendo o Portã o, nã o precisaríamos de tanto poder de fogo.”

“Neste momento, muitas rodas estã o girando no Império. Queremos que eles
cedam a á rea ao redor do Portã o para nó s, paguem indenizaçõ es e assinem acordos
comerciais favorá veis. Entã o vamos negociar, e se o Império nã o aceitar, nó s
atacamos. Os planos estã o todos traçados, devemos ser capazes de tomar a Capital
Imperial dentro de 80 horas apó s a ordem ser dada.”

“E quando será isso?”

“Tenho certeza de que nã o será amanhã , mas tenho quase certeza de que as
negociaçõ es começarã o no pró ximo mês.”

Kamo olhou para o teto. “Nã o importa o que aconteça, isso é no futuro.”

“Na guerra moderna, uma vez que você vê seu alvo, isso significa que alguém está
caindo. Uma vez que começamos, nã o devemos parar. Dirija direto até o fim e termine
rapidamente. Isso é o importante”, disse Tsuge enquanto pedia um café a Delilah
depois de terminar sua xícara. “Bem, dizem que esperar faz parte do negó cio, mas
estou farto disso.”

“Como eu disse, nã o tem como evitar, certo?”


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“É por isso que devemos enviar um mínimo de tropas que nã o causem tumulto se
cruzarem a fronteira. Isso deve funcionar, certo?

“Um mínimo? Esse dragã o foi comparado a um tanque voador, você sabe.”

“Dito isso, há apenas um deles.”

“Isso é verdade, e também temos ativos JASDF. Nã o podemos matá -lo com
Phantoms?” Kamo empurrou seu corpo para a frente, “Como vamos acabar com isso?”

“Podemos fazê-lo descer em primeiro lugar?”

“O Dragã o tem armadura compará vel aos MBTs de 3ª geraçã o (Tanques de


Batalha Principal). Eu nã o acho que um canhã o de 20 mm vá cortá -lo. Que tal mísseis
ar-ar, eles poderiam derrubar um tanque?

“Hmm…”

“Ou seja, nã o podemos derrubá -lo sem poder de fogo suficiente. Hm, por que nã o
tentar uma abordagem diferente? ... Droga. ATMs (Anti Tank Missiles) nã o podem
atingir alvos voadores em alta velocidade. Os AAMs (Mísseis Antiaéreos) que podem
atingi-lo nã o têm uma ogiva grande o suficiente para perfurar a blindagem do tanque
de 3ª geraçã o. Como diabos o 3º Recon o atingiu com um LAM (110mm Anti-Tank
Rocket Launcher)?

<Nota de Tradução: LAM – Light Anti-Armor Missile, também conhecido como


Panzerfaust 3 alemão fabricado sob licença pelo Japão>

“Entã o, o que devemos fazer?”

“É por isso que, se você quer derrubar aquele Dragã o, tem que ser assim.”

Ltda. Youga abriu um caderno JSDF sobre a mesa e começou a esboçar um plano
de batalha. Primeiro, eles atacariam o alvo no ar com caças Phantom.

“Nó s já nã o estabelecemos que eles nã o poderiam derrubá -lo?”

“Eles nã o podem matá -lo, mas podem forçá -lo para baixo. O que significa que
estaremos atacando de um â ngulo de 20 ou 25 graus. Isso deve ser o suficiente para
empurrá -lo para o chã o.”

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Assim que o Dragã o descesse pró ximo ao nível do solo, seria a vez da artilharia
brilhar. Eles fariam chover projéteis de 155 mm e 203 mm na cabeça do Dragã o, nã o
dando tempo para respirar ou se recuperar enquanto o atacavam com ondas de
choque de explosõ es sequenciais. Ao final, eles poderiam desenhar uma imagem do
Monte Fuji no céu com seus projéteis ; nã o havia razã o para que eles nã o pudessem
fazer isso.

E entã o, quando eles o derrubassem no chã o, seus helicó pteros de ataque Cobra
pressionariam o ataque com mísseis TOW. Se possível, eles trariam tanques Tipo 74
disparando APFSDS para acabar com isso. No final, a infantaria se moveria para
verificar a morte.

<Nota de Tradução: APFSDS – Armor Piercing Fin Stabilized Discarding Sabot; um


tipo de ogiva anti-blindagem que é essencialmente uma flecha gigante de metal>

“Bem, provavelmente nã o teremos que nos preocupar se ele irá se regenerar ou


ressucitar de repente, como num mangá .”

“Ok, espere um pouco.”

Agora que eles terminaram, Kengun começou a totalizar a força de batalha


necessá ria.

“Como o Tipo 99 (obus autopropulsado de 155 mm) dispara seis tiros por
minuto, precisaremos de, pelo menos, dez deles. Como o alvo é mó vel, dobre para 20.
Quanto aos outros ativos, precisaremos de, pelo menos, uma companhia. Quatro
tanques Tipo 74. Dois caças JASDF Phantom. Dois helicó pteros Cobra. Helicó pteros
observadores. Depois, há os veículos de apoio também … caramba, sã o muitos ativos.”

“É por isso que eu disse que é impossível…”

Ao ouvirem o tenente. Youga falar, os outros três só podiam abaixar os ombros.

******

Yao estava chorando. No entanto, ela tinha plena consciência de que ninguém iria
ajudá -la, nã o importa o quanto ela chorasse. Ela já havia experimentado o que era
chorar e nã o ser consolada por ninguém.

Portanto, se levantaria. Ela teve que se levantar de onde havia caído e ajudar a si
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mesma.

Ela chorou. Ela estava machucada.

Ela enxugou as lá grimas com um lenço e umedeceu os lá bios com o chá frio.
Entã o ela estendeu as duas mã os. Dessa forma, ela resolveria os sentimentos em seu
coraçã o.

De repente, ela percebeu que Lelei, a tradutora, havia sumido. Ela havia deixado
um recado para a garçonete Bunnygirl (Coelhinha Guerreira): “Ainda tenho trabalho a
fazer. Se você está preocupada em nã o ter onde ficar, pode dormir no ALC.”

Na verdade, Yao nã o se importava de acampar. No entanto, ela estava


preocupada com a possibilidade de ser atacada novamente.

<Nota da tradução: COELHOS GUERREIROS – Soldados violentos e cruéis,


conhecidos por decapitar seus inimigos com os dentes e também por fazer Sir Robin
sujar sua armadura>

Ela havia recebido tanta ajuda de outra pessoa, mas nem sequer a agradeceu. Yao
fez uma nota para agradecer Lelei adequadamente quando a visse novamente e em
seguida, verificou a localizaçã o do ALC.

“De qualquer forma, ainda preciso descobrir como resolver esse problema.” Ela
tinha que encontrar uma maneira de salvar seus amigos e familiares.

Para começar, ela já havia confirmado que as pessoas chamadas de homens de


verde faziam parte do exército do país chamado Japã o. Ela também entendeu por que
eles nã o podiam violar as fronteiras do Reino do Elba. Ela aprendeu que derrotar
Flame Dragons nã o era impossível, mas tentar com pequenos grupos de pessoas era
arriscado.

Se seu comandante Hazama tivesse acabado de recusá -la por intençõ es egoístas,
isso tornaria as coisas mais simples.

Afinal, as pessoas que buscavam dinheiro podiam ser subornadas com o


diamante. As pessoas que buscavam a fama podiam ser tentadas pelo fato de serem
celebradas por derrotar o Dragã o de Chamas, que nem mesmo os heró is conseguiam
vencer. E se ela encontrasse um homem lascivo, ela estava confiante de que seu corpo
era superior ao de qualquer mulher humana, e seus 300 anos de técnicas eró ticas os
deixariam flá cidos e flexíveis.
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No entanto, Hazama nã o era uma pessoa que poderia ser seduzida por esses
métodos. Ele nã o recusou o pedido de Yao por motivos pessoais. Ele era um homem
que priorizou calmamente o futuro de sua naçã o e as regras militares. Tentar tentá -lo
seria uma perda de tempo.

Portanto, ela teria que convencer seus subordinados. Em um exército desse


tamanho, tinha que haver alguém que pudesse ser influenciado por riqueza ou
mulheres, ou ambos. Com isso em mente, Yao olhou ao redor.

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A naçã o hegemô nica chamada Império nã o tinha nome.

Os nomes eram ferramentas usadas para se diferenciar dos outros. Um


Imperador era aquele que governava todos os povos, todas as tribos, que dominava
todos os seus reinos aliados, um rei dos reis e senhor dos senhores. Ele era
incompará vel em seu domínio e poderio militar. Ele era uma existência singular e
insuperá vel. Por essa linha de pensamento arrogante, o Império nã o precisaria de
nome.

O rio que corria das geleiras para o mar era chamado de rio Ro. Levaria dois dias
para viajar a pé do mar até a Capital Imperial.

Os navios de transporte viajavam de um lado para o outro ao longo do rio Ro.

O Palá cio Imperial estava situado no lado mais oriental das cinco colinas da
Capital Imperial, e a colina chamada Sadela tinha uma extensã o de terreno plano em
uma de suas encostas. Havia um belo edifício de alabastro em cada um de seus lados,
e todos eles eram cercados por uma ampla extensã o de floresta. Esta bela cor verde
era o tom dominante em todo o Palá cio.

A mansã o na ala sul pertencia a Zorzal El Caesar, o filho mais velho do


imperador, e irmã o de Piñ a Co Lada de outra mã e.

Ele estava pressionando uma mulher em uma cama com véu de chiffon. Ele
agarrou seu pescoço por trá s e puxou-o para cima, apreciando a interaçã o de dor e
prazer em seu rosto, os grunhidos e gemidos dela se misturando enquanto ele se
perdia em seu êxtase.

“Meu, meu príncipe, por favor, por favor, me perdoe...”

“Hmph, isso é tudo que a rainha dos Coelhinhos Guerreiros pode aguentar? Hm,
tenho certeza que você pode fazer sons melhores do que isso. Geme para mim.”

No entanto, quando ele olhou para a Bunnygirl cujo corpo já estava se


contorcendo quando ela desmaiou, Zorzal deu um tapa em suas ná degas com um
“Hmph!” e jogou-a na cama como um brinquedo usado.
A mulher de pele branca rolou da cama como uma boneca quebrada. O impacto a

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trouxe de volta à consciência e seu corpo estremeceu.

Seu cabelo era branco como a neve, e duas orelhas enfeitadas com pele se
projetavam dos lados de sua cabeça. No entanto, seu corpo estava coberto de
hematomas, marcas de mordidas e muitos outros sinais de violência.

“Se você desmaiar por causa disso, nã o será capaz de me satisfazer…”

“Por favor, perdoe-me…” a mulher gemeu com uma voz trêmula e pequena. Seus
olhos vermelhos olharam para ele enquanto ela saía do frio chã o de pedra e voltava
para a cama.

“Tente mais, entã o. O destino do seu povo depende disso.”

“Por favor, mostre misericó rdia, meu príncipe, meu povo…”

“Já chega! Estou indo!”

Zorzal nem se deu ao trabalho de responder, virando o corpo musculoso e


ordenando aos criados que o vestissem.

Sua amante Warrior Bunny soluçou quando ela se levantou nua da cama e se
enrolou em seus lençó is. Entã o ela saiu mancando, apoiando-se contra a parede
enquanto saía do quarto do homem.

Zorzal estalou a língua. “Estou ficando enjoado desse brinquedo.” Ele se


perguntou se deveria se livrar dela.

Uma voz respondeu ao seu murmú rio.

"Sua Alteza, mesmo que seja por diversã o, você nã o deveria se acasalar com uma
mulher-fera imunda assim."

O orador foi o Conde Marx, do Ministério de Assuntos Internos.

“O que você quer dizer com isso? Eu sou um homem iluminado. Eu trato todas as
pessoas da mesma forma, independentemente da espécie. O corpo daquela Coelhinha
Guerreira está entre os melhores que já vi.”

“Mas, se ela engravidar…”


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“Isso seria bom também. Ela é a rainha dos Coelhinhos Guerreiros. Ter meu filho
como líder também é uma coisa boa.”

“Mas o reino que ela governou nã o foi destruído por muito tempo?”

“Shh, quieto… as orelhas de Tyuule sã o muito grandes. Ela pode ouvir você. Marx
balançou a cabeça.

Ela havia se sacrificado para proteger seu país e seu povo. Ela suportou esse
terrível abuso por três anos completos, mas sua casa foi destruída há muito tempo e
seu povo quase extinto. Os poucos sobreviventes que restaram foram espalhados por
toda a terra e viviam na miséria.

Pior, esses sobreviventes acreditaram erroneamente que ela havia traído seu
povo e juraram vingança contra ela. Isso foi cruel, mesmo para um homem-fera. A
ideia do que Zorzal faria quando se tornasse imperador causou um arrepio na
espinha.

“Falando nisso, Conde Marx. Por que você veio aqui hoje? Espiando? Ou você
quer Tyuule apesar de sua idade? Tudo bem também. Ela pode estar um pouco suja
agora, mas fica bonita depois de limpa.”

Depois que Zorzal se vestiu, seus assistentes deixaram a sala. Agora, apenas
Zorzal e o conde Marx ficaram na sala.

“Na verdade, tenho um assunto a relatar.”

“O que é? Desembucha.”

“Recentemente, houve alguns movimentos inquietantes entre os senadores.”

“E por inquietante você quer dizer…?

“Sim, meu príncipe. Reuniõ es noturnas, acordos comerciais secretos, esse tipo de
coisa. No início, havia apenas alguns deles fazendo isso, mas seus nú meros
aumentaram constantemente.”

“Hmph. Meu irmã o está tramando algo de novo? Ele deve estar incitando os
senadores. Parece que Diabo finalmente conseguiu pular todos os obstá culos em sua
candidatura ao trono.”
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“Nã o, nã o parece ser o caso. Os que se reuniram com os senadores parecem ser
as pessoas que reivindicaram Arnus ilegalmente.”

“O que, como isso poderia acontecer?” Zorzal disse enquanto balançava a cabeça
em descrença.

“Eles poderiam ser emissá rios? Afinal, estamos em guerra, ter enviados indo e
vindo é comum. Normalmente, o inimigo negocia com o Império a paz ou a rendiçã o.
Será que eles nã o podem mais lutar?”

“No entanto, parece que muitos dos senadores já foram comprados.”

“O que você disse?”

“Até agora, todos que foram à guerra contra eles morreram, mas parece que
algumas pessoas ainda vivem como prisioneiras. Esta reuniã o dos senadores deve ser
para negociar os termos de sua libertaçã o”.

“Como pode ser isso?”

Zorzal deu um soco na palma da mã o.

“Pensar que os senadores imperiais cederiam a esse tipo de intimidaçã o.”

“Usar o parentesco como arma parece algo que o inimigo desprezível faria.”

“Bem, nã o tem como evitar. Afinal, seus pró prios parentes estã o sendo mantidos
como reféns. Isso deve ter obscurecido o julgamento deles. Muito bem, eu sei o que
fazer. Devo informar os senadores sobre os métodos desprezíveis do inimigo e
acordá -los.”

“Se Vossa Alteza for pessoalmente, tenho certeza que conseguirá .”

“Ainda assim, conde Marx. Por que você nã o informou meu pai sobre isso, mas
eu?”

“Há muitas coisas a serem consideradas, e se esta notícia chegar aos ouvidos do
Imperador, temo que algo irreversível aconteça. Isso pode nã o ser uma coisa boa para
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o Império. Assim, reportei-me diretamente a você, como herdeiro do trono.”

“Bem, isso é verdade. Precisamos evitar conflitos entre o Senado e a família


imperial. Apenas Diabo se beneficiará com isso. Se for esse o caso, precisamos
resolvê-lo nó s mesmos. Entã o, onde eles estã o se encontrando?”

Marx disse a ele onde eles iriam se encontrar. “O que? Tã o perto de nó s?”
Zorzal franziu as sobrancelhas e depois disse aos jovens patrícios do lado de fora.

“Estamos saindo!”

Enquanto o conde Marx o observava sair, ele murmurou para si mesmo: “Seu
idiota. Vá tã o grandiosamente quanto quiser.

******

O nome para esse tipo de coisa seria “festa no jardim” ou “festival no jardim”. A
palavra evocava impressõ es de grandes tendas e carne assada. Localizava-se nos
arredores do Império, e muitas pessoas eram convidadas a desfrutá -lo juntos.

O jardim era tã o vasto que continha partes da floresta que pareciam se estender
até o horizonte, além de pequenas colinas, florestas em miniatura e até um riacho que
desembocava em uma piscina, além de pastagens suficientes para um campo de golfe
36 buracos. (nota do Tiulau: não, não dizer quanto é em campos de futebol )

Um grande dossel branco se estendia em um canto desse jardim. Abaixo disso,


chefs mestres assavam peixes e carne de animais em uma grande fogueira. Faziam
uso intensivo daquelas especiarias que eram raras no Império, e só o cheiro já era
suficiente para fazer as pessoas babarem.

Algumas das jovens em trajes de empregada nã o conseguiram se conter e


experimentaram alguns, pelos quais foram repreendidas assim que as empregradaw
mais velhas descobriram.

A pouca distâ ncia, um grupo de mú sicos tocava uma peça. Nã o era suficiente
para as pessoas considerá -lo um barulho, mas sua mú sica animou a cena.

As tortas recheadas com sopa exalavam um delicioso aroma de ervas. Ao lado


delas havia pilhas de frutas de vá rios países.

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Depois que os convidados enchiam a barriga, passavam para as sobremesas.

Eram guloseimas congeladas que ninguém jamais havia comido antes. As


pessoas aqui ficavam felizes o suficiente apenas para ter gelo picado regado com mel
e suco de frutas. No entanto, o prato que estreou foi chamado de “sorvete”, ele era
feito com leite.

No começo eles experimentaram o sorvete — que vinha embalado em copinhos


— por curiosidade, mas depois o pessoal começou a se juntar por causa do sabor
delicioso.

“Se você comer muita coisa gelada, vai ficar com dor de barriga”, repreendiam as
patrícias aos filhos de onde tomavam sol. No entanto, nã o foi muito convincente, visto
que elas também tinham copos de sorvete nas mã os. Portanto, as crianças apenas
cantaram “Kay ~” antes de correr e importunar a empregada encarregada do sorvete
por mais.

A empregada nã o tinha sorvete suficiente para as crianças que queriam a


terceira e a quarta porçõ es. No final, as crianças começaram a mostrar suas má s
atitudes e a dizer: “Você é tã o mesquinho!”

No entanto, quando a empregada respondeu calmamente: “Vou contar para suas


mã es”, as crianças desistiram. Em vez disso, eles apertaram as mã os e imploraram:
“Pu favoooooooo ~”. Pirralhos seriam pirralhos, nã o importa onde estivessem.

Nã o era apenas a comida que estava pronta.

Quando a noite chegou, um campo de tiro com arco foi montado.

Um patrício de meia-idade pressionou a barriga contra as costas da filha


enquanto a ensinava a mirar. No entanto, essa estranha pose serviu apenas para fazê-
la errar completamente, o que por sua vez o envergonhou e provocou risos.

Havia muitos outros curtindo jogos de bola e jogos de frisbee. As crianças


brincavam de pega-pega e suas mã es observavam enquanto elas se divertiam.

Carpas e peixinhos dourados nadavam na pequena piscina, enquanto os que


gostavam de pescar lançavam suas linhas. Provavelmente era uma forma de
entretenimento transformar suas capturas em refeiçõ es.

Enquanto Piñ a observava isso, ela tirou uma fruta de uma cesta e a mastigou.

“Sugawara-dono, convidar as famílias como um todo foi mais divertido do que eu


pensei que seria. Eu também gosto dessa sensaçã o. Talvez eventos futuros para o
grupo de cavaleiros possam ser assim também…”
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"É assim mesmo? Obrigado pelo seu elogio. No entanto, ter a empregada chefe
aqui ajudou muito. Também nã o pensei em contratar mú sicos.”

“Nã o, isso foi ideia da Casa Formal. Afinal, o tratado estipulava cooperaçã o total,
entã o eventos futuros como este nã o serã o um problema. Itá lica vai bem e dizem que
as finanças da Casa Formal estã o melhorando. A Câ mara foi bastante clara sobre isso
ser o resultado do comércio com vocês.

“No entanto, parece que eles só enviaram empregadas humanas…”

Para chegar a um acordo com a Casa Formal, ele os visitou no passado, e lá


conheceu pessoas de vá rias raças, como o Povo Gato e os Coelhinhos Guerreiros.
Eram sinais de que este mundo era diferente, mas ainda assim a empregada-chefe
trouxe apenas criadas humanas para a Capital. Parecia errado, de alguma forma.

“Bem, a Capital…”

A resposta de Piñ a nã o foi muito clara, mas ela transmitiu o significado a


Sugawara.

Depois de participar de festas organizadas por vá rios patrícios poderosos e


depois de visitar vá rias famílias patrícias, ele percebeu que eles só tinham
empregadas humanas. Parece que apenas a Casa Formal era uma exceçã o. As outras
famílias aceitaram, embora nã o gostassem, provavelmente porque o Conde Formal
anterior era um homem de mente aberta.

Piñ a e Sugawara se dirigiram ao jardim, onde todos estavam, para ver se alguém
estava entediado e se havia algum problema para resolver.

À s vezes, eles cumprimentavam convidados ou eram recebidos por convidados.

À s vezes, ele via um personagem interessante e perguntava “Quem é esse?” para


aprender sobre o nome e a família dessa pessoa. Esse trabalho exigia uma boa
memó ria.

Os olhos de Piñ a foram para um japonês que dava dicas aos mestres chefs sobre
como usar temperos. “Sugawara-dono, quem é esse homem?”

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“Ahh, ele é um dos homens de Itami, chamado Furuta. Ele costumava ser chef em
um restaurante de primeira linha antes de se alistar.”

“Entendo, é por isso que ele faz uma comida tã o deliciosa?”

Nã o se poderia fazer sabores tã o sublimes jogando especiarias aleatoriamente. O


nome dele é Fu-Ru-Ta, pensou Piñ a enquanto fazia uma anotaçã o mental dele.

“Sua Alteza, já faz um tempo.”

“Ah, Tuen-dono. Você está bem?”

“Sim, minha família também está bem.”

As apresentaçõ es que ele havia solicitado no início estavam acontecendo.

“Sugawara-dono, este é o terceiro filho da Casa Mare. O nome de seu irmã o mais
velho está na lista de prisioneiros a serem devolvidos.

E assim, Piñ a apresentou Sugawara a vá rios membros da nobreza.

Todos os convidados importantes aqui já conheciam Sugawara, e alguns até


trouxeram seus parentes, por exemplo, suas esposas e filhos. Para eles, Sugawara nã o
era um mensageiro de uma temível naçã o inimiga, mas um portador de presentes
maravilhosos de outra terra.

No meio das apresentaçõ es, uma jovem ousada correu e agarrou o braço de
Sugawara, pressionando seus seios em forma de provocaçã o.

“Sugawara-sama, eu vi as lindas joias dos meus primos e estou com ciú mes. Você
poderia me ajudar?"

Isso foi bastante rude, afinal, e por isso ela foi prontamente repreendida por seus
pais.

A garota que se agarrou a Sugawara tinha aproximadamente 11 ou 12 anos,


entã o ela provavelmente nã o estava agindo para maiores benefícios. Era meio
perturbador, mas ele nã o se livrou dela. No entanto, seria difícil ser diplomata sem
saber como lidar com situaçõ es como essas. Mas havia uma boa maneira de lidar com
crianças pequenas.

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Enquanto observava a mã e repreendendo a filha, Pinã sussurrou: “Ela é da
família Tueri e parente do Marquês César.”

Marquês César era o líder do Senado Imperial por acrécimo, toda a política
imperial. Para o governo japonês, isso significava que precisavam de canais para ele a
qualquer custo. Naturalmente, Sugawara imediatamente respondeu
apropriadamente.

Primeiro, ele se apresentou aos pais da menina, que estavam zangados com sua
grosseria, com uma expressã o cordial e pediu-lhes que gentilmente nã o a
repreendessem mais. Entã o, ele se lembrou do nome dela – Sherry – e prometeu dar a
ela um colar de pérolas. Dessa forma, eles formariam um vínculo e no futuro, ele
poderia pedir que o apresentassem a outras pessoas.

Foi isso que o superior dos diplomatas quis dizer quando disse: “Os presentes
sã o nossa muniçã o”. Nã o se podia permitir que benefícios pessoais entrassem em
conflito com o bem-estar de um país e à s vezes, as pessoas eram atacadas pela mídia
de massa. No entanto, por causa dos esforços diplomá ticos, eles nã o podiam ser
mesquinhos. Ser muito avarento pode levar ao rompimento das relaçõ es.

O que aconteceu foi que Sugawara adornou Sherry com um colar de uma caixa de
veludo, e ela prontamente saiu correndo como uma criança inocente para exibi-lo aos
primos.

Claro, depois de receber um presente como esse, era preciso retribuir de


maneira adequada. Era assim que faziam as coisas no Império. Logo, o reembolso
ocorreu – eles ajudaram a conectá -lo ao Marquês César.

Como um aparte, por causa desse arranjo, Sugawara, de quase 30 anos, estava
começando a gostar de Sherry, de 11 anos. Seus pais calculistas perceberam isso e
começaram a pressioná -los com entusiasmo, e a maneira como as coisas estavam se
desenvolvendo começou a preocupá -lo.

******

Piñ a sorriu amargamente para Sugawara em pâ nico e Sherry radiante, e entã o


deixou seus olhos vagarem ao redor.

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Por enquanto, era impossível monitorar totalmente as atividades de todos os
convidados.

Como anfitriã , ela nã o podia simplesmente brincar. Para ser preciso, como
anfitriã o, nã o se pode se divertir à custa dos convidados. Ainda assim, foi melhor
desta vez. Ela nã o precisava apresentar damas a cavalheiros e vice-versa.

Eventos como esse criavam uma oportunidade para que rapazes e moças se
misturassem. Embora fosse natural que os jovens patrícios flertassem uns com os
outros, fazê-lo do nada era muito rude. Precisava haver apresentaçõ es adequadas
primeiro e na maioria das vezes, o anfitriã o providenciava isso.

Piñ a era a líder de uma ordem de cavaleiros que continha muitos rapazes e
moças. Se ela tivesse que providenciar para que todos se encontrassem, ela estaria
ocupada demais para beber.

E esta festa contou com a presença de parentes de muitas famílias patrícias, bem
como de seus filhos que nã o haviam feito sua estreia social.

Diante dos olhos de seus pais, eles nã o podiam fazer nada além do limite. E se
eles gastassem tempo com apresentaçõ es, nã o teriam tempo para se divertir.

Por isso, a maioria dos convidados decidiu se divertir em família. Eles se


dividiram em dois grupos de homens e mulheres e festejaram sozinhos.

As senhoras obtiveram lindas roupas, cortesia de alguém relacionado a


Sugawara, e competiram para superar umas à s outras com exibiçõ es de seus vestidos
e joias de cores brilhantes.

Como os materiais e tecidos eram equivalentes, a ú nica maneira de competirem


era através do design e costura de seus vestidos, o que despertou seus respectivos
ciú mes e competitividade. Além disso, as mínimas diferenças de qualidade dos
acessó rios e enfeites em suas roupas as consumiam, por isso queriam manter bons
laços com Sugawara e seus colegas diplomatas, que ainda nã o haviam entrado em
cena.

Havia também algumas senhoras agrupadas em torno das sargentos Kuribayashi


e Kurokawa.
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Kuribayashi era muito ó bvia em seu uniforme feminino da JGSDF. No entanto,
semelhante à forma como Piñ a e suas cavaleiras subordinadas se vestiam, os
convidados podiam aceitar rapidamente seu status de soldado feminino.

Enquanto ela conversava com eles, Kuribayashi escolheu o sargento Tomita


como demonstrador para ensinar técnicas de autodefesa à s mulheres.

“Pegue o braço dele, dobre-o para dentro, assim.”

Como ela explicou, a pequena Kuribayashi trouxe o alto Tomita para o chã o por
meio de um kokyu-nage. Seu pú blico aplaudiu seus movimentos rá pidos e nítidos.
Além disso, algumas delas ficaram encantadas com Tomita, que parecia forte e feroz,
mas permaneceu calmo e reservado.

<Nota do tradutor: kokyu-nage é um movimento de aikido, “arremesso respiratório”>

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Do outro lado, Kurokawa exibia as formas como as japonesas usavam
maquiagem e se deliciava com os olhares de admiraçã o do pú blico. Como estudante
de enfermagem, ela estudou terapia de maquiagem e foi uma feliz coincidência que
pudesse ser usada aqui.

A terapia de maquiagem foi usada para ajudar na depressã o sofrida por pessoas
que sofrem de doenças crô nicas. Manter um humor feliz tinha um efeito positivo no
tratamento.

“Se você aplicar muita sombra, ficará muito escuro, entã o você precisa aplicar
uniformemente. Além disso, você precisa fechar os olhos pela metade para terminá -la
suavemente. Você também precisa ter cuidado com as linhas de suas sobrancelhas.
Uma pequena mudança pode produzir um grande efeito.”

Kurokawa escolheu vá rias mulheres para demonstrar suas habilidades, e suas


mã os fizeram uma grande mudança nelas. Embora nã o parecessem dez anos mais
jovens, isso trouxe à tona a fofura que deveriam ter na idade delas, ou talvez ela
apenas as tornasse mais bonitas, e as mulheres engasgaram de admiraçã o.

“Itami realmente tem uma série de pessoas talentosas sob seu comando!” Piñ a
disse em elogios.

Sugawara concordou que ele era um homem de sorte. O 3º Reconhecimento


havia chegado apenas alguns dias atrá s, e agora que havia mais equipes de
reconhecimento que podiam efetivamente usar o idioma da Regiã o Especial, era
muito mais conveniente para suas atividades. O 1st Recon, que havia sido chamado de
volta para Arnus, nã o era adequado para esse tipo de trabalho.

“As pessoas de antes eram muito rudes e sem humor.”

“Como esperado, foi por causa do comandante deles. Nã o, se Itami-san se


tornasse um soldado regular, estaríamos em apuros. Ele é um caso muito especial.”

“Eu entendo.”

Embora Piñ a nã o conhecesse os japoneses como Sugawara, ela pô de entender o


que ele queria dizer depois de ver sua aparência séria e digna. Em contraste, Itami era
um… preguiçoso? Maleá vel? Ou talvez um ser livre? No final, o que os salvou foi sua
natureza.

Nã o importa as circunstâ ncias, um homem normal ficaria ressentido depois de


ser espancado por um grupo de pessoas. No entanto, Itami sabia que Piñ a tinha uma
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dívida com ele que ela nã o poderia pagar, mas ainda assim ele nã o se aproveitou. Esse
foi um caso muito raro.

Seria bastante simples para Itami se vingar delas; simplesmente nã o permitir


que falassem com Risa seria vingança suficiente.

Para Piñ a, que tinha sede de “arte”, cortá -la de seus suprimentos quebraria seu
â nimo. Para evitar isso, ela teria que cultivar uma cultura de “artistas” no país, e o
primeiro passo para isso foram as aulas de idiomas. Agora, ela tinha que ficar do lado
de Itami, nã o importa o quê.

Piñ a estava preparado para fazer qualquer coisa para conseguir isso.

Ela já havia escolhido uma garota apropriada do grupo de cavaleiros e a enviou


até Arnus para aulas de idiomas. Embora ela ainda estivesse inativa, sob seu
comando, ela entraria em açã o.

Embora possa ser triste para a garota “sortuda”, Piñ a já havia jogado toda a
contençã o pela janela. Ela usaria qualquer meio, nã o importa o quã o sutil ou
arbitrá rio.

Depois de reafirmar sua determinaçã o, Piñ a acenou com a cabeça para si mesma
e perguntou a Sugawara: “Entã o, onde está Itami-dono?” Ela tinha que ter certeza de
que ele estava feliz.

“Ele está ali.”

Sugawara apontou para a praça principal, e especificamente para uma á rea


cercada por sacos de areia e proibida para as crianças.

******

Os convidados ali eram o seu principal objetivo... ou seja, eram os senadores, e os


jovens que se tornariam novos senadores. O JSDF montou um campo de tiro aqui para
eles experimentarem a sensaçã o de disparar armas de fogo. Além disso, eles também
entenderiam o terror das armas que o Japã o possuía. Esse foi o objetivo principal da
organizaçã o desta festa no jardim.

Para garantir que as balas nã o se extraviassem, eles colocaram alvos em frente a


uma grande pilha de sacos de areia. Os alvos em questã o eram potes baratos de argila
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cozida, comprados em grandes quantidades.

Atrá s deles havia bermas de terra. Isso era o que Itami e os outros estavam
preparando de antemã o.

Os senadores foram alinhados na linha de tiro e sob a supervisã o dos soldados


do 3º Reconhecimento, abriram fogo contra os alvos a 50 metros de distâ ncia, para
satisfaçã o de seus coraçõ es.

Os cerca de vinte senadores se revezaram para atirar.

Cícero estava em uma das posiçõ es de tiro. Ele seguiu as instruçõ es e segurou
firmemente o rifle, mirou e puxou o gatilho. O estrondo alto do disparo e o chute em
seus ombros fizeram seus olhos lacrimejarem.

Piñ a queria perguntar: “Entã o, como é uma arma, Lorde Cícero?” mas ela nã o o
fez. Se alguém lhe fizesse essa pergunta, ela pensaria que estavam tentando intimidá -
la. Portanto ficou quieta. Afinal, eles experimentaram e tiveram tempo suficiente para
pensar sobre isso.

O primeiro tiro o fez pular.

O segundo tiro o impressionou com seu poder.

O terceiro tiro o deixou sentir esse poder com seu corpo.

No quarto tiro, ele queria ser o dono da arma que tinha nas mã os.

E entã o, apó s dez rodadas, ele percebeu o que significava lutar contra um
exército totalmente equipado com elas.

Em seguida, eles demonstraram o Minimi (uma metralhadora leve). Depois de


verem uma linha de potes quebrarem em um instante, eles entenderam porque o
exército invasor que eles enviaram além do Portã o havia sido derrotado. Eles
também sabiam por que o Exército da Coalizã o que atacou Arnus havia sido
eliminado.

Depois disso, houve uma pergunta. “Como você faz essas coisas?”

Claro, eles nã o podiam ensinar os senadores a fazê-las. Entã o, novamente,


mesmo que contassem, eles podem nã o ser capazes de entender.

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O que os senadores podiam entender era que essas armas chamadas revó lveres
eram uma coleçã o de inú meras peças intrincadas. Eles eram o produto de uma
tecnologia mais avançada do que aquelas que produziram os presentes que Sugawara
deu.

E depois disso, a pergunta era: “Como podemos comprar isso?”

Mas eles nã o puderam dar-lhes a resposta que desejavam. Eles nã o poderiam.


Como alguém pode ser tã o estú pido a ponto de vender armas para seus inimigos no
meio de uma guerra? Os senadores também sabiam disso.

Na verdade, se eles tivessem concordado em vendê-las, os senadores teriam


suspeitado de algum tipo de golpe ou truque. Entã o por que eles perguntaram? Era
porque as armas possuíam um poder que nã o podia ser ignorado.

Para evitar o roubo, cada arma era presa por duas correntes e cada uma tinha
uma pessoa para supervisioná -las.

Os amá veis instrutores, que explicavam como carregar, como apontar e como
puxar o gatilho, nã o permitiam que sua vigilâ ncia diminuísse nem um pouco.

Entã o uma voz atrá s sugeriu: “Que tal compra todas?”… Mas, a julgar pela
maneira como eles falavam e suas açõ es, seria impossível. No final, eles tiveram que
terminar com "… Como se".

Cícero devolveu o fuzil ao soldado à sua frente e deixou o campo de tiro apó s
agradecer ao instrutor pelo tempo gato com ele.

Depois disso, começaram a demonstrar ainda mais coisas que assustavam os


senadores. “Ah ~ estamos começando a demonstraçã o do morteiro de 81 mm, por
favor, venha por aqui.” Itami levou os senadores a um novo campo de tiro.

A alguma distâ ncia, havia um objeto cilíndrico inclinado sobre duas pernas. O
cilindro parecia um tubo feito de metal. Este tubo apontava para o pasto à distâ ncia.

Quando o pú blico começou a se aglomerar, Itami gritou: "É muito perigoso, por
favor, fiquem para trá s!" e os senadores nã o tiveram escolha a nã o ser parar.

Com uma ordem de um comandante, a equipe de três homens iniciou suas


tarefas.

Um deles encaixou a unidade de mira e começou a alinhá -la com o horizonte em


uma mira vermelha e branca.
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Outra pessoa carregou o morteiro com seu estopim e sua carga propulsora.

Depois disso, a pessoa que estava atrá s dele pegou o projétil com as duas mã os e
deslizou metade dela para o cano do morteiro, mas nã o o soltou.

“Meia carga completa!”

O comandante cruzou os dedos enquanto fazia a contagem regressiva: “Cinco!


Quatro! Três! Dois!" "Fogo!" "Um!" as duas vozes soaram juntas.

O homem que segurava o morteiro largou e imediatamente abaixou a cabeça


para evitar ferimentos.

Depois disso, o projétil deslizou pelo cano ao ser puxado para baixo pela
gravidade.

A ponta da muniçã o estava carregada com uma carga de propelente. A distâ ncia
que de voo pode ser ajustada alterando a quantidade de propelente. Assim que a
carga atingiu o percussor na base do cano, desencadeou uma pequena explosã o. A
onda de choque produzida pelo propulsor detonando lança a bala do tubo.

Primeiro, uma língua de fogo jorrou da boca do morteiro e depois a bala voou
para fora. Esta foi uma coisa estranha; quase nã o havia espaço entre a muniçã o e o
cano, mas as chamas e a onda de choque surgiram primeiro.

Depois de ver isso, o pú blico se assustou com o estrondo, que foi muito mais alto
que o das armas. E entã o…

“Impacto~ agora!”

Depois disso, uma enorme nuvem de fumaça preta brotou do alvo, seguida um
segundo depois pelo som de uma explosã o. Para amplificar o efeito visual, eles
equiparam a muniçã o com um estopim de longa duraçã o, para que ela explodisse no
chã o. Isso criaria um spray de poeira e areia como nos filmes.

E entã o o morteiro continuou atirando.

As balas cavaram enormes pedaços da terra, e os sons das explosõ es rugiram


como trovõ es. Eles dispararam mais de dez tiros no total.
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Os senadores que viram isso também imaginaram sua cavalaria e infantaria
pesada sendo despedaçadas. Além disso, eles também imaginaram suas fortalezas e
castras engolfadas nessas explosõ es.

“Desculpe incomodá -lo, mas... qual é o alcance má ximo dessas armas?”

Itami fez alguns cá lculos mentais e respondeu: “Hmm, pelas medidas deste lugar,
eu diria que 3 léguas ou mais (1 légua = 1,6km).” Esta foi uma resposta conservadora;
nã o havia necessidade de descrever com precisã o suas armas para seus inimigos.

“Você disse três léguas?”

Na Regiã o Especial, nem mesmo os campos de batalha eram tã o grandes.

“Ah, eu tenho outra pergunta. Quantas dessas armas você tem?”

“Sinto muito, nã o posso lhe contar os detalhes exatos. Você pode supor que todo
homem tem um.

“T-todos?!”

Os senadores chegaram à mesma conclusã o. Nã o, na verdade, eles já sabiam disso.


Eles simplesmente nã o queriam admitir para si mesmos.

Se lutarmos contra eles, perderemos.

Eles haviam experimentado isso em primeira mã o. Os soldados do Império, as


armas do Império, as tá ticas do Império, nenhum deles poderia esperar derrotar o
Japã o.

Quem foi o idiota que sugeriu declarar guerra a um inimigo como este? Os
senadores se entreolharam com olhos odiosos, mas tudo o que viram foram as
expressõ es de dor nos rostos uns dos outros. Todos tinham a mesma coisa em mente.

Depois disso, eles viram Piñ a e Sugawara os observando. Os senadores


entenderam.

Eles sabiam por que Piñ a havia se oferecido com tanto entusiasmo para ser uma
mediadora. Na verdade, era pelo bem dos cativos... mas ela sabia, antes que todos
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descobrissem, que se o Império continuasse lutando, seria derrotado. Nã o, nã o
derrotado. Destruído.

Eles estavam cercados por mulheres e crianças que nada sabiam sobre o terrível
inimigo que enfrentavam. E havia muitos outros patrícios além deles. Nenhum deles
estava em guarda. Eles viviam no lazer. Antes desse dia, Piñ a achava que ela poderia
ser um deles.

Depois de trocarem olhares, Marquês Ducie e Lorde Cicero saíram do grupo.


Cícero forçou a pergunta.

“Sugawara-dono. Posso perguntar por que o Japã o quer a paz? É claro que,
enquanto lutarem, serã o vitoriosos.”

“Paz é exatamente o que meu país quer.”

O Marquês Ducie respondeu com uma voz que combinava com sua distinta
posiçã o.

“Paz… entendo. Que palavra agradá vel. Mas esta palavra tem muitos significados.
A paz alcançada pela vitó ria é doce, mas a paz de ser derrotado e deixado de lado é
amarga. Ambas sã o paz da mesma forma, mas este velho sabe que elas têm
significados completamente diferentes. Até hoje, este velho só experimentou a paz da
vitó ria.”

“Mas, Excelência, ainda há algum tempo antes que os exércitos do Japã o venham
atrá s de nó s.” Depois de ouvir as palavras de Cícero, o marquês assentiu.

“Você está certo. As conversaçõ es de paz sã o essenciais. No entanto, devemos


verificar as condiçõ es do tratado de paz com o Japã o.”

Sugawara assentiu e entã o declarou friamente as estipulaçõ es bá sicas:

Um: o Império deve admitir sua culpa em iniciar a guerra e entregar as


pessoas responsáveis para punição.

Dois: o Império deve pagar os danos apropriados ao Japão. Este montante é


de 500 milhões de suwanis.

Três: O Império deve ceder o território de 100 léguas ao redor do Portão


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para o Japão. Uma zona desmilitarizada existirá por 10 léguas ao redor desta
fronteira onde ambos os lados não estão autorizados a estacionar forças
militares.

Quatro: O Império deve assinar acordos comerciais com o Japão.

“Quinhentos… quinhentos milhõ es de suwanis?!”

“Nã o haveria tanto dinheiro no mundo mesmo se você juntasse tudo!”

“Pedir para punir os responsá veis, além de ceder territó rio, é pedir demais!”

“Exatamente. Você pretende destruir o Império?”

Depois de ver os senadores em pâ nico, Sugawara esclareceu apressadamente as


condiçõ es.

“Nã o há necessidade de pagar tudo de uma vez. Além disso, a quantia também
pode ser paga com direitos minerais.”

“Mesmo… mesmo assim… você nã o acha que é um pouco demais?”

“É , é impossível. Nã o conseguiremos convencer os outros senadores disso. “

“Como você pode dizer que deseja a paz quando diz isso?”

Piñ a também tremeu ao ouvir as condiçõ es do governo japonês.

E pensar que o processo de paz que ela presidia acabaria sendo uma sentença de
morte. As palavras de Sugawara sobre pagar em prestaçõ es e pagar em direitos
minerais entraram por um ouvido e saíram pelos outros.

Sugawara, que havia sido um diplomata simpá tico que estava construindo laços
com o Japã o, de repente se transformou em um monstro gigantesco diante dos olhos
de Piñ a. A força fugiu de seu corpo e no final, ela nã o conseguiu nem ficar de pé e se
sentou. Com a voz cheia de desespero, Piñ a perguntou:

“Sugawara-dono. Posso perguntar como isso é diferente de uma rendiçã o


incondicional? Em vez disso… nã o seria melhor simplesmente matar todos nó s e
economizar tempo?”

“De fato, 500 milhõ es de suwanis provavelmente foi um grande choque”, disse
Sugawara apó s uma breve pausa para pensar.

“Esse valor é basicamente o valor de um ano de nosso orçamento e um pouco


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mais.” Os senadores sentaram-se um a um.

Todos os objetos de ouro do continente... começando pelas coroas de seus reis


vassalos, seus tesouros, suas moedas... se você reunisse todos eles e os refizesse em
suwani, eles nã o poderiam cunhar nem perto de 500 milhõ es deles. E pensar que essa
enorme soma equivalia aproximadamente à s despesas de um ano para o inimigo.
Qual era o tamanho desse país chamado Japã o?

Quanto ao problema de pagamento, o governo japonês já havia verificado a


situaçã o econô mica da Regiã o Especial e identificado possíveis problemas antes de
fechar o acordo.

Por exemplo, a soma total de todo o ouro já extraído durante toda a existência
humana foi de cerca de 160.000 toneladas. É verdade que isso se deveu aos avanços
nos métodos de mineraçã o nos ú ltimos dois ou três séculos.

A julgar pelo nível tecnoló gico da Regiã o Especial, eles provavelmente ainda
extraíam ouro manualmente, usando picaretas e pá s. Mesmo com a ajuda de ogros e
duendes, dados seus métodos pouco desenvolvidos, a quantidade total de ouro
extraída seria em torno de 10.000 toneladas.

Além disso, nem mesmo o Império poderia administrar completamente toda a


Regiã o Especial.

E dentro de tudo isso, o suwani era a moeda mais valiosa do mundo.

Um suwani continha cerca de 60 gramas de ouro e era aproximadamente do


tamanho de uma moeda japonesa de 500 ienes. Era muito grosso e pesado. Além de
ser usado em circulaçã o, também era usado como forma de investimento, semelhante
à s moedas de ouro koban do Japã o do período Edo. Como resultado, muito poucos
foram feitos e quase nenhum deles apareceu no mercado.

Mil dessas moedas de ouro pesariam 60 quilos. Um milhã o (mil mil) delas
pesariam 60 toneladas. 500 milhõ es deles exigiriam 30.000 toneladas de ouro… ou
seja, era impossível pagar.

Depois, havia a moeda de ouro de maior circulaçã o no Império, a pia. Era um


pouco menor que o suwani e seu teor de ouro era ligeiramente inferior a dez gramas.
Como moeda comercial da Regiã o Especial, seu valor estava comumente sujeito a
flutuaçõ es dependendo das condiçõ es locais. Portanto, eles nã o poderiam
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simplesmente igualar 6 pias = 1 suwani apenas pelo teor de ouro.

As pias eram bastante valiosas por causa de sua conveniência no comércio.


Portanto, a taxa de câ mbio era de 5 pias para 1 suwani.

Se o Império recomprasse grandes quantias de moeda para saldar a dívida, isso


causaria hiperinflaçã o e dificultaria a compra. Isso também afetaria outras moedas.

O cidadã o comum usava dená rios de prata, e o pagamento diá rio de um soldado
era em soltas (um dia de pagamento para um soldado era uma solta). Se a moeda de
ouro acabasse, a importâ ncia da moeda de prata e cobre também aumentaria. Isso
levaria a uma inflaçã o explosiva e por fim, a uma interrupçã o em grande escala do
comércio.

Se eles pagassem essa quantia enorme, nã o seria apenas a economia do Império


que seria destruída, mas de toda a Regiã o Especial. Além disso, se eles tentassem
trazer tanto dinheiro de volta pelo Portal, os americanos, russos, chineses, franceses,
italianos e outras potências nucleares provavelmente ordenariam um ataque nuclear
ao Japã o também. Com o mercado de ouro em queda livre, toda a economia mundial
entraria em colapso também.

Portanto, realmente pagar 500 milhõ es de suwanis estava fora de questã o. Se


eles realmente pagassem, isso causaria muitas dores de cabeça. A circulaçã o de
moedas inferiores com menor teor de ouro também seria muito problemá tica. Essas
moedas pobres causariam uma queda no mercado se fossem usadas no Império.

Dito isto, eles nã o podiam realmente dizer a eles que o valor estava “sendo
decidido”.

Do lado do Japã o, eles estavam simplesmente seguindo o exemplo de seus


vizinhos apó s a batalha. Eles pediram 1,4 vezes seu orçamento nacional anual, entã o
o Japã o pediu seu orçamento anual.

Esses fundos seriam usados para indenizaçõ es pagas à s vítimas, vá rias outras
formas de compensaçã o, como a perda de renda causada pelo Incidente de Ginza,
além do custo de muniçã o, mã o de obra, combustível e assim por diante.

Sugawara tentou ao má ximo explicar esses detalhes aos senadores (é claro que
algumas coisas nã o podiam ser ditas) e apesar de seu domínio desajeitado da língua,
ele finalmente conseguiu fazer os senadores entenderem.

O importante era que as reparaçõ es que eles exigiam poderiam ser pagas de
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outras formas que nã o fossem em dinheiro.

Eles decidiriam sobre a puniçã o dos responsá veis mais tarde. Da mesma forma,
os detalhes dos acordos comerciais.

Em outras palavras, o que o Japã o queria era...

Eles queriam que o Império se desculpasse e dissesse: “Está vamos errados e


pedimos desculpas”. E entã o, queriam que alguém fosse punido. O Império teria que
pagar indenizaçõ es, tanto quanto podia.

Como nã o poderiam saldar toda a dívida de uma só vez, eles precisariam pagar
em prestaçõ es, e poderiam pagar com bens valiosos ou com os direitos de minerais
subterrâ neos.

Tudo ao redor do Portã o pertencia ao Japã o, e o Exército Imperial nã o podia se


aproximar dele.

E entã o o comércio. Ou melhor, poderiam ganhar mais dinheiro com o comércio.

...Esses eram os detalhes.

Esses termos eram bastante razoá veis para o perdedor. Além disso, eles nã o
precisariam se tornar um país vassalo e pagar tributos perpetuamente.

Na pior das hipó teses, depois de derrotado, todo o país seria conquistado. Seus
governantes e nobres seriam executados ou exilados, e depois que suas terras fossem
tomadas, o povo se tornaria escravo e havia uma chance de saques desenfreados nas
cidades e ruas.

Portanto, esse pedido de mera moeda foi incrivelmente brando, em certo


sentido.

Os senadores que entenderam esse ponto suspiraram de alívio. Seus ombros


estavam levantando, como se tivessem acabado de correr.

“Vamos, vamos discutir isso direito…”

“S-sim, é isso. Vamos sentar e conversar sobre. Principalmente as reparaçõ es. Se


soubermos da situaçã o um do outro, podemos encontrar uma soluçã o satisfató ria
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para ambos os lados.”

Embora nã o fosse exatamente o que Sugawara pretendia, parece que os


preparativos para as negociaçõ es iam bem. As datas, os participantes… tudo isso foi
acertado num piscar de olhos.

Nesse ponto, Piñ a desabou.

Talvez ela tivesse caído com o choque, porque ela se contorcia de vez em quando.
Itami pegou um galho e a cutucou, e entã o o corpo inteiro de Piñ a se contraiu.

“Ah, Piñ a-dono. Você está bem?”

Em seguida, ele deu um tapinha no rosto de Piñ a. Entã o, Piñ a de repente abriu os
olhos e agarrou a mã o de Itami.

“Itami-dono… eu… eu nã o acho que aguento mais. Entã o eu devo te dizer agora.
Sinto muito pelo que aconteceu naquela época. Por favor, por favor, eu rezo para que
você me perdoe!”

Naquela época? …Ah, o que aconteceu naquela época. Quando Bozes e as outras me
espancaram… Enquanto Itami se lembrava daquele incidente, ele gentilmente levantou
a parte superior do corpo de Piña.

“Ah, tudo bem. Humanos nã o morrem tã o facilmente.”

“Nã o, nã o posso… nã o vou conseguir… por favor. Por favor, perdoe-me, por
favor…”

“Entendi, eu te perdoo, eu te perdoo, entã o se controle – Waah!”


Piñ a abraçou Itami com força.

E entã o, ela murmurou “Sério? Você me perdoa… obrigado, muito obrigado…”


antes de começar a chorar.

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E assim, os diplomatas japoneses e o Senado Imperial puderam finalmente
iniciar os preparativos para as negociaçõ es de paz. Piñ a deu um grande suspiro de
alívio por ter superado um obstá culo difícil. Afinal, ela era apenas uma mediadora, e o
que aconteceria a seguir caberia aos japoneses e aos senadores.

A funçã o de Piñ a era garantir liberdade de movimento aos japoneses ou facilitar


esse movimento. Nã o era muito importante, o que significava que era um trabalho
com pouca responsabilidade. Agora ela poderia começar a limpar as sobras de
trabalho que o oficial que ela enviou para a Casa Formal e a estava incomodando, bem
como administrar a ordem dos cavaleiros. Ela também poderia passar o tempo lendo
sua amada “arte”.

Claro, como membro da família imperial, ela estava preocupada com o


andamento das negociaçõ es. No entanto, o verdadeiro problema eram os senadores
veteranos. Ela conhecia os fatos e nã o tinha nenhum papel no que estava por vir, mas
deveria ser bom esperar por algo.

Além disso, o erro de Bozes foi apagado pela garantia de misericó rdia de Itami,
junto com sua culpa, sua inquietaçã o e os sentimentos mistos de medo e
arrependimento em seu coraçã o. Por causa disso, ela sentiu que a tempestade havia
passado e o sol finalmente apareceu para ela.

Piñ a enxugou as bochechas manchadas de lá grimas com as costas da mã o e


sorriu, mais brilhante e feliz do que antes. Nã o muito tempo atrá s, ela estava nas
profundezas do desespero, mas agora seu â nimo estava subindo rapidamente, como
um míssil Patriot. Itami nã o era bom em lidar com mulheres, e ver o sorriso genuíno e
desprotegido de Piñ a o deixou nervoso.

O que tornava tudo pior era a sensaçã o de seus bicos gêmeos pressionados
firmemente contra ele, assim como sua suavidade, seu calor, sua fragrâ ncia floral,
tudo o que excitava seus sentidos. À medida que seu medidor de afeto aumentava,
nã o apenas 1 ponto, mas até 8 (10 pontos seria o má ximo), Itami corou vermelho
brilhante, como um tímido colegial.

“Ah, isso, isso, alteza. Nã o devemos continuar com isso, muitas pessoas estã o
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olhando.

Depois do assunto, uma vez que as pessoas começassem a dizer: “Entã o você
gosta assim” ou “Se divertindo, nã o é?” mesmo que ele tentasse protestar, pareceria
apenas que ele estava dando desculpas. Ou seja, para nã o ser provocado, ele teve que
voltar ao trabalho.

E claro, Piñ a como ela estava agora disse: “E quanto a isso?” Ela estava tã o feliz
que mal sabia o que estava dizendo. Mesmo que ela soubesse, ela provavelmente nã o
se importaria. Afinal, sua alegria brotava do fundo de seu coraçã o.

Esqueça, isso é apenas parte do trabalho, pensou Itami. Mas uma vez que ele
pensou em como seria repreendido quando voltasse, ele caiu em um estado de
pâ nico. Esses eram seus verdadeiros sentimentos. Só entã o, seu fone de ouvido tocou.

“Avenger, aqui é Archer. Por favor responda.”

Seu coraçã o batendo descontroladamente imediatamente voltou ao normal e seu


sangue e cérebro que pareciam fogo líquido imediatamente esfriaram. Ele apertou o
botã o de comunicaçã o e respondeu.

“Aqui é Avenger. O que está errado?”

“Desculpe interromper sua diversão. Um grupo de cavaleiros que não parecem


convidados acabaram de passar pela SSL (linha de segurança de vigilância) e estão
vindo em sua direção.

“Um momento.”

Depois que Itami terminou, ele se virou para Piñ a em seus braços.

“Sua Alteza, recebi um relató rio de que um grupo de cavaleiros está se


aproximando. Você sabe alguma coisa sobre isso?”

“Ah ~ eu nã o. Algo está errado?”

Um antigo texto médico oriental escreveu certa vez que o excesso de certas
emoçõ es teria efeitos negativos no corpo. Para a raiva, o sangue sobe para a cabeça e
expande os vasos sanguíneos, enquanto para o medo, o sangue corre para a parte
inferior do corpo, fazendo com que os mú sculos relaxem e levando à incontinência e
perda de força no diafragma. Da mesma forma, a alegria excessiva causaria um
relaxamento profundo em todo o corpo. Por causa de sua alegria, Piñ a agora estava
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excessivamente relaxada no sentido mental, entã o seus reflexos estavam
entorpecidos e ela era inú til para ele.

Também haviam algumas pessoas que pensavam melhor sob estresse. Piñ a
provavelmente era esse tipo de pessoa. Como nã o conseguiu obter dela nenhuma
informaçã o, teve que imaginar que eram bandidos ou gangsters, ou que eram
elementos das forças armadas do Império, e pensar em contra-medidas.

Se ele quisesse que o contingente “S” (Grupo de Forças Especiais) que estava
protegendo eles cuidasse disso, ele teria que se apressar, mas seria imprudente agir
sem saber quem era o inimigo. Se ele ordenasse que fossem trabalhar, isso significava
que cada um deles seria enterrado na escuridã o. Ele teve que considerar se suas
açõ es trariam problemas para Piñ a.

Se fossem ladrõ es ou bandidos, teriam que ser eliminados. O problema era se


eles eram membros do governo ou militares. Nesse caso, eles nã o poderiam ser
retirados a menos que houvesse grave perigo. No entanto, se eles vissem o JSDF aqui,
seria muito ruim, entã o ele teria que pensar em uma maneira de esconder todos.

Como o princípio bá sico de Itami era “fuga”, ele nã o ficou particularmente


preocupado com essa conclusã o.

“Tomita! Kurata! Katsumoto! Tirem os senadores daqui no HMV. Sugawara-san,


há um grupo de cavaleiros nã o identificados vindo para cá , entã o, por favor,
interrompa as negociaçõ es. Tire os VIPs daqui. Mas a festa no jardim nã o precisa
parar. Deixe seus familiares ficarem aqui.

Depois de remover os rifles e morteiros, os membros do JSDF correram


conforme as instruçõ es de Itami. Sugawara também reuniu rapidamente os
senadores e suas açõ es apressadas falaram da urgência da situaçã o.

Itami deu um tapinha no rosto de Piñ a com as duas mã os e disse: “Por favor,
controle-se. Recomponha-se.” antes que ela finalmente voltasse ao normal.

Os senadores que ouviram falar da situaçã o de Sugawara estavam muito cientes


de que nã o poderiam deixar que suas negociaçõ es com o Japã o fossem reveladas. Se
fosse descoberto que a facçã o pró -guerra estava se preparando para negociaçõ es de
paz, os radicais da facçã o poderiam mandar assassiná -los. Além disso, eles também
ouviram que o Ministério do Interior recorreria a meios sujos.

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Eles certamente concluiriam que “Senadores juntos = preparando as
negociaçõ es”, e depois de ouvir fragmentos dispersos de notícias e rumores, eles os
misturariam com seus pró prios pensamentos e chegariam a uma conclusã o
distorcida. A verdade seria perdida para sempre. Este nã o seria um incidente isolado.

Portanto, todos aprovaram a saída imediata. Mesmo que as pessoas que se


aproximassem fossem bandidos, nã o havia necessidade de se preocupar. Afinal, eles
haviam acabado de testemunhar o terrível poder das armas japonesas. Além disso,
eles queriam que suas famílias se divertissem, entã o nã o havia motivo para protestar
contra a evacuaçã o.

Como ambos os lados já haviam concordado com as negociaçõ es, os por menores
poderiam ser tratados por correspondência. Portanto, os senadores se apressaram
em partir.

Três HMVs levantaram cachos de areia enquanto paravam. Esses veículos foram
deixados para trá s pelo 1º Recon. Um total de seis soldados JSDF desmontou e ficou
diante dos senadores.

Depois ficarem chocados pelos fuzis e morteiros, eles ficaram mais uma vez
maravilhados com essas carroças que se moviam em alta velocidade sem serem
puxadas por um cavalo. Com isso, o Japã o poderia cruzar a distâ ncia daqui até Arnus
com um estalar de dedos. Ao mesmo tempo, demonstrou claramente a inutilidade da
barreira de distâ ncia com a qual o imperador contava.

“Vamos embarcar nisso?”

“Vamos levá -lo até as proximidades de um dos portõ es da capital. Ou seja, vamos
deixá -lo no portã o sudeste menos movimentado. Aproveite o passeio.

O portã o sudeste se abria para a floresta, e o pró prio portã o era pequeno. O
caminho que levava a ele era escuro e provavelmente ninguém andaria por ele. Os
lados leste e sul eram mal iluminados pelo sol por causa da parede, e as condiçõ es de
vida ali eram como um esgoto. Naturalmente, as ú nicas pessoas que viviam lá
estavam na base da corrida social, e também era chamado de Distrito dos Mendigos.
Também foi chamado Akusho por causa da falta de segurança lá . Pessoas normais nã o
chegariam perto dele sem um bom motivo.

No entanto, por esses motivos, era o melhor lugar para entrar e sair da capital
sem ser visto.
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Na verdade, o JSDF também usou o portã o sudeste. Além disso, eles já conheciam
o terreno ao redor e compraram os guardas com dinheiro e produtos japoneses. Eles
também conheceram e cumprimentaram os criminosos das Ruas Negras.

Com Kurata liderando o caminho, os vinte e poucos senadores embarcaram nos


HMVs.

Depois disso, os motores dos HMVs rugiram enquanto aceleravam, e todos


gritaram como se fosse a primeira vez que estivessem andando em uma montanha-
russa.

*******

Zorzal conduziu um grupo de seus homens ao parque florestal nos arredores da


capital, e os HMVs partiram na mesma hora. Foi por um fio. Se alguém ouvisse com
atençã o, poderia ouvir os sons dos motores HMV desaparecendo na floresta. Eles
poderiam nã o saber o que era, mas provavelmente poderiam dizer que estava se
afastando deles.

Agora, o que Zorzal via eram crianças e suas mã es desfrutando de comida,


bebida e jogando todo tipo de jogos, bem como nobres exibindo seus vestidos
berrantes umas para as outras. Tudo o que ele ouviu foi mú sica leve, e nã o as intrigas
sobre as quais o Conde Marx o havia alertado. Depois de ver a alegria deles, todo o
ó dio desapareceu dele, e nã o queria se preocupar com aquele barulho que se esvaía.

“O que é isso?”

Apesar de nã o ter sido convidado, ninguém impediu Zorzal de avançar. Todos


podiam sentir que Zorzal e seus comparsas lançavam olhares surpresos para eles.

Depois de examinar as mulheres aqui, ele percebeu que eram todas senhoras
patrícias ou herdeiras. Ele conhecia algumas delas dos tribunais.

Enquanto essas senhoras foram surpreendidas pelas pessoas que as invadiam,


ao perceberem que ele era o primeiro filho do imperador, elas pensaram
erroneamente: “até o príncipe foi convidado”, e entã o todos correram para recebê-lo.
Afinal, a organizadora dessa festa era a princesa Piñ a, entã o nã o era incomum ela
convidar também o irmã o mais velho. Ele era simplesmente um convidado de honra.

Zorzal e seus homens nã o podiam ser muito rudes com elas.


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Diante de pessoas que nã o tinham nada a ver com a política e eram de origem
patrícia, eles tinham que tratá -las com respeito. A maneira como eles tratavam as
crianças que corriam sob os pés era ó bvia. Seu desejo feroz de gritar “O que está
acontecendo?!” foi drenado. Depois de desmontar, Zorzal ordenou a seus homens que
descobrissem o que estava acontecendo.

“O que você está fazendo aqui?”

“Esta festa no jardim foi organizada por Piñ a-dono e Sugawara-dono. Nã o é uma
reuniã o oficial, apenas uma reuniã o de vá rias famílias nobres e seus filhos para se
divertirem juntos. Você também nã o foi convidado, Alteza?

Quem lhe respondeu foi a velha empregada chefe. Ela estava envelhecendo, mas
manteve-se ereta ao responder o príncipe. O fato de ela ter nomeado sua meia-irmã
Piñ a chamou sua atençã o, mas nã o mais do que o nome “Sugawara” que ele nunca
tinha ouvido antes.

As criadas ofereciam vinho e todo tipo de comida para Zorzal e seus homens. As
bandejas estavam cheias de vá rios tipos de guloseimas. Por exemplo, sucos de carne
ricos em colá geno que foram resfriados em blocos (com outros alimentos dentro) e
servidos como geleia. Depois havia a carne Ma Nuga e frutas, e em outro prato havia
pã o sírio feito de trigo, assim como todo tipo de vegetais e pratos de carne. Todas
essas coisas pareciam uma montanha na frente deles.

Zorzal e seus amigos pegaram nervosamente a comida desconhecida à sua frente


e a colocaram na boca. Depois disso, suas expressõ es mudaram.

"É bom!"

A geleia de carne saltou enquanto ele a mastigava e derretia na boca, e o sabor


lentamente se espalhou por sua língua. Como a bebida de um grande mixologista,
mesmo beijar mil garotas nã o se compara a isso. De fato, a sensaçã o em sua boca era
como a língua de uma amante em açã o. Tamanho, textura e sabor, tudo isso foi a
cristalizaçã o dos esforços de Furuta, produzindo a mais alta ordem culiná ria.

Em um piscar de olhos, a comida na frente deles desapareceu. Os homens de


Zorzal se espalharam para procurar mais.

"… Mmm."

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Em outro lugar, Zorzal inclinou a cabeça, incapaz de entender a situaçã o. O conde
Marx nã o deveria ter mentido para ele. Mesmo que ele mentisse para ele, isso nã o
seria bom para o seu ministério. Será que ele contou aquela mentira para me fazer vir
a esta festa? Mas deveria ter uma maneira melhor de colocar isso.

Pelo menos, este lugar parecia um festival, e nã o o local de alguma conspiraçã o


como o que o Conde Marx disse. Ele deve ter cometido um erro em algum ponto.
Talvez ele tenha entendido errado o local e encontrado um lugar como este enquanto
explorava.

Ao mesmo tempo, suas mã os alcançavam as raras comidas e bebidas. “Mmm…”


Zorzal estava acostumado com a comida do palá cio, mas nunca havia experimentado
isso antes.

A sopa era apenas uma simples fervura, mas seu sabor era surpreendentemente
profundo. Era de cor â mbar dourada e emanava um perfume cheiroso.

A carne de Ma Nuga parecia diferente quando ele a comia. Praticamente derreteu


em sua boca antes que seus dentes o tocassem. Isso deve ter sido produto de um
incrível controle de calor na culiná ria. E depois havia o uso há bil de sal e outros
sabores (especiarias). Foi a melhor carne de Ma Nuga que ele já comeu.

Zorzal comeu bocada apó s bocada da carne, saboreando os sucos gordurosos que
lhe escoavam pela boca. Entã o ele foi para a pró xima peça. Logo, todas as três
bandejas estavam vazias.

“Ani-sama!” Pina gritou. Zorzal jogou de lado o osso que terminara e olhou para
ela.

Ao ver Piñ a correndo, ele percebeu que ela nã o estava com seu pessoal da
brincadira de cavaleiros e disse “oh?” Entã o ele pensou que, se ela era a organizadora
do evento, o conde Marx devia ter feito algo errado em algum lugar.

“Ani-sama, o que você está fazendo aqui de repente?”

Zorzal respondeu: “O quê, nã o posso estar aqui?” enquanto ele pegava seu quarto
pedaço de carne de Ma Nuga.

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Piñ a certamente nã o o queria aqui, mas nessas circunstâ ncias ela nã o poderia
dizer isso diretamente. Em vez disso, ela respondeu: “Claro que nã o, como eu poderia
deixar meu irmã o mais velho sozinho? É que você nã o demonstra muito interesse por
esse tipo de coisa. Oh, vai ficar mais gostoso com isso. Ela entregou a ele um lote de
mostarda que Furuta h avia misturado especialmente para acompanhar a carne de
Ma Nuga.”

Zorzal franziu a testa ao ver a cor da mostarda e seu cheiro forte. Quando ele
mordeu a carne, o sabor intenso fez seus olhos lacrimejarem.

“Piñ a, quem fez esses pratos? Onde posso encontrá -lo?”

Ele segurava seu quinto pedaço de carne de Ma Nuga, desta vez regado com a
mostarda amarela. Ele parecia gostar muito disso.

Piñ a olhou para o pedaço de carne à sua frente, praticamente pintado de


amarelo, e nã o soube responder. Ela respondeu nervosamente: “Eu conheço essa
pessoa.” Embora o verdadeiro preparo da comida fosse dos chefs do palá cio, Furuta
do JSDF era quem temperava e dirigia a culiná ria.

“Faça com que ele prepare o jantar real da pró xima vez. Sua Majestade ficará
satisfeita.”

“Irmã o, mesmo que você pergunte pessoalmente, infelizmente nã o posso


garantir isso.”

Nos tribunais, um chef nã o tinha uma posiçã o elevada. Dificilmente alguém


contrataria um chef de baixo status. No entanto, Zorzal pensou que ninguém estava
olhando e deu de ombros, e entã o tentou pensar em uma maneira de contornar esse
problema.

“Isso nã o é nada, desde que ele nã o entre no palá cio, tudo bem, certo? Diremos
apenas que pegamos emprestado alguém de uma família nobre. Isso deve resolver o
problema do jantar.

Piñ a pensou por um momento que esta seria uma boa chance de deixar seu
irmã o conhecer um japonês. Mas entã o ela imediatamente descartou essa ideia.

Sim, seu irmã o achava que vivia em um mundo onde “tudo acontece de acordo
com a minha vontade”. Tudo de bom era para seu benefício no mundo que existia
apenas para satisfazê-lo. Ele descartaria qualquer coisa que negasse isso. Até a
verdade se tornaria sua inimiga… nã o. Foi precisamente porque era a verdade que
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era seu inimigo. Ao mesmo tempo, ele até acreditaria em mentiras, desde que elas o
agradassem.

Naturalmente, a maior fantasia que ele tinha era que o Império era o poder mais
forte deste mundo.

Zorzal nã o entenderia que havia um país muito mais pujante do que o Império do
outro lado do Portã o, que já havia lhes dado vá rias derrotas esmagadoras e que nã o
poderia ser derrotado. Nesse caso, ele transformaria a verdade em sua inimiga.

Portanto, Piñ a desistiu de mostrar a verdade a Zorzal.

O problema era por que seu irmã o tinha vindo aqui. Nã o poderia ter sido uma
coincidência. Ela decidiu perguntar a Zorzal, e a resposta que obteve foi:

“O Conde Marx me disse para vir aqui”.

“Ele disse isso, exatamente?”

“Nã o, apenas algo parecido.”

“Entã o, o que ele disse?”

Zorzal estalou a língua com as perguntas incessantes de Piñ a e respondeu: “Ele


disse que havia pessoas reunidas aqui para tramar e conspirar. Ele deve ter se
atrapalhado. Pensar nada disso!”

Depois disso, ele se juntou a seus comparsas para atacar as outras barracas de
comida. Eles até afugentaram as crianças reunidas em torno da sorveteira.

Enquanto Piñ a o observava sair, ela murmurou “Conde Marx” baixinho sem
parar.

******

Zorzal e os outros nã o apenas comeram até se fartar, mas levaram muita comida
embora.

Havia apenas comida suficiente para a festa no jardim, entã o, diante desses
intrusos gananciosos, uma escassez de comida se desenvolveu imediatamente.
Levaram todo o pote de sorvete (e quase a empregada também). Os rapazes e as
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moças começaram a circular sussurros sobre os maus modos do primeiro príncipe.

Por causa deles, Piñ a, Sugawara, Itami, os soldados da JSDF e as empregadas nã o


tinham o que comer. As criadas que beliscaram um pouco de comida tiveram sorte,
mas Itami e os mú sicos ficaram sem nada para encher a barriga.

Mesmo assim, eles continuaram sorrindo, enquanto observavam os patrícios e


suas famílias partirem, entã o, com os rostos marcados por uma determinaçã o
sombria, eles começaram a limpar.

Piñ a e Sugawara estavam em um canto do jardim da floresta, que estava quieto


novamente. Enquanto observavam Itami e os outros trabalhando, a velha criada
trouxe um pouco de chá de ervas para eles e algumas sobras da sobremesa de
espinha de peixe de Furuta (ela ficou surpresa por poder realmente ser comida
depois de temperada com sal e pimenta). e entã o eles começaram a discutir o motivo
da intrusã o de Zorzal.

“Devemos pensar nisso como um aviso do Conde Marx.”

“Poderia ser um grupo de reconhecimento? Porque ele nã o tinha certeza do que


está vamos fazendo, ele invadiu diretamente para ver nossa resposta?

“Nã o é impossível, mas o Ani-sama nã o usaria um grupo de reconhecimento ou


qualquer outra coisa. Ele e seus homens sã o cabeça quente e um ardil inteligente
destes está além dele.”

“Eles nã o têm ninguém que possa tomar decisõ es calmas e racionais entre eles,
entã o nã o significa que eles possam realizar um reconhecimento. Seria melhor tratar
suas açõ es como um aviso. No entanto, depois de considerar a posiçã o de seu irmã o,
ele pode estar se preparando para um ataque direto.

“Na verdade, se ele tivesse visto os senadores discutindo negó cios com
expressõ es furtivas em seus rostos, Ani-sama teria alegremente dispersado a festa e
capturado todos. Senadores se reunindo para discutir as coisas nã o é crime, entã o
mesmo que alguém quisesse denunciá -los por isso, nada aconteceria. Mas Ani-sama
nã o pensaria nessas coisas. É assim que ele é.

Como ele nã o poderia suprimi-los usando a lei, Zorzal prenderia abertamente os


senadores, acusá -los de traiçã o e acusá -los de conspirar contra o Império. Esses eram
os meios arbitrá rios que ele preferia.

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Naturalmente, os senadores se oporiam. Afinal, as açõ es de Zorzal eram muito
censurá veis. Além disso, esta nã o seria uma prisã o legal. E se os senadores fossem
acusados de traiçã o, o Senado ficaria impotente. Mesmo em tempo de guerra, era
natural manter comunicaçã o com representantes do inimigo. Caso contrá rio, a guerra
continuaria até que um lado fosse completamente destruído.

No entanto, independentemente da legitimidade da abordagem, os coraçõ es das


pessoas seriam mais facilmente influenciados por uma abordagem emocional.

Embora muitas vezes as pessoas dissessem: “Vamos conversar”, quando Zorzal


pintou as açõ es do senador com as palavras “traiçã o” e “derrotismo”, o sangue da
facçã o pró -guerra fervia de raiva.

Uma vez que isso acontecesse, tudo o que o Senado/facçã o pró -paz dissesse seria
abafado, e a influência do Imperador/facçã o pró -guerra aumentaria.

“Entendo, entã o era isso que o Conde Marx pretendia.” No entanto, isso nã o era
tudo.

A açã o apaixonada que Zorzal incitaria seria como se embriagar com vinho forte.
No dia seguinte, alguém acordaria e ficaria envergonhado por suas açõ es feias.
Mesmo que o Senado nã o se recuperasse tã o rapidamente quanto um homem de uma
noite de embriaguez, eles perceberiam o que haviam feito vá rios dias depois.

Depois de se acalmarem da agitaçã o, as vozes que condenavam a facçã o pró -paz,


que nã o havia feito nada de errado, se tornariam mais suaves. Ao mesmo tempo,
aumentaria o nú mero de vozes criticando Zorzal.

Muitas pessoas desaprovariam a perturbaçã o causada pelo tumulto de Zorzal.


Haveriam mais vozes pedindo a remoçã o de Zorzal da sucessã o e a passagem do
trono para seu irmã o Diabo. No entanto, mesmo que Zorzal fosse eliminado, Diabo
ainda fazia parte da facçã o do Senado, entã o isso nã o seria nada bom para o Conde
Marx.

Graças aos efeitos calmantes do chá de ervas, Piñ a conseguiu esfriar a cabeça e
começar a ligar os pontos. Os pontos de dados formaram uma bela linha, que ela
cuidadosamente teceu para evitar que tudo se quebrasse, até que finalmente
formaram uma imagem completa para ela ver.

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“De qualquer forma, o conde Marx nos descobriu. Tivemos sorte em evitar seu
esquema desta vez, mas quem sabe o que ele tentará depois disso?

“Se olharmos para isso da perspectiva de interromper o processo de paz, entã o o


curso de açã o mais eficaz seria assassinar as pessoas responsá veis. Se ele fosse pela
via legal, ele prenderia qualquer pessoa com opiniã o divergente, qualquer intelectual
que se opusesse a ele, assim como qualquer pessoa ligada à mídia, certo? Depois
disso, ele incitaria o espírito de luta do povo no debate, a fim de dar liberdade aos
militares para fazer as coisas.”

Os métodos mencionados por Sugawara tocaram o coraçã o de Piñ a.

“Prender todos eles?” (A propó sito, Piñ a nã o tinha ideia do que era a mídia, entã o
ela a ignorou.)

As palavras “alta traiçã o” vieram à mente. Enquanto ela pensava: “Nã o pode ser”,
ela começou a se sentir inquieta. Essas palavras nã o eram exatamente incomuns na
histó ria do Império.

“Você precisa lembrar os senadores de estarem atentos aos que estã o ao seu
redor.”

Se o conde Marx realmente planejava acusá -los do crime de alta traiçã o, entã o
nã o adiantava ficar vigilante. No entanto, o processo de prisã o, condenaçã o e puniçã o
exigiria uma certa quantidade de evidências e testemunhas, portanto, eles
precisariam garantir que nã o se incriminassem por meio do discurso normal.

Enquanto ela pensava sobre isso, tudo se encaixou. Ela ligou Zorzal à acusaçã o de
alta traiçã o.

“Se Ani-sama fosse atacado hoje, poderia ter se tornado o casus belli necessá rio
para um expurgo.”

Uma vez que a facçã o pró -guerra se enfurecesse, eles condenariam os senadores
pró -impeachment com acusaçõ es de alta traiçã o e eliminariam todos eles em um
movimento rá pido. Quando eles se acalmassem de sua sede de sangue, seria tarde
demais.

“Sua Alteza, você acha que o Conde Marx usará a acusaçã o de alta traiçã o para
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organizar um expurgo?”

Piñ a só conseguiu dar de ombros ao responder a Sugawara.

“Eu nã o acho. Os jurados seriam todos senadores. Mesmo a facçã o pró -


imperador nã o os consideraria culpados, desde que suas mentes estivessem claras. O
falso testemunho nã o pode resistir por muito tempo sob extensa investigaçã o e
debate. O plano do conde Marx precisa ser realizado antes que os senadores
recuperem a calma”, Piñ a murmurou enquanto coçava a cabeça.

“Sou apenas uma mediadora, por que tenho que me preocupar com tudo isso…”

Ela acabara de se livrar dos fardos que a pesavam, e agora mais deles
apareceram. A situaçã o problemá tica, a obstinada facçã o pró -imperador, o
conspirador Conde Marx e, em seguida, o facilmente usado Zorzal, a lista de fatores
odiosos estava cheia mais uma vez.

No entanto, isso dizia respeito ao futuro do país.

Foi precisamente porque Piñ a era membro da família imperial que ela levava tã o
a sério seu dever para com o Império. Se ela pudesse fazer algo sobre a situaçã o e nã o
o fizesse, ela seria culpada por inaçã o.

O estresse sobre ela acabara de ser aliviado, e agora a pressã o estava de volta. No
entanto, por causa disso, a mente de Piñ a começou a clarear.

“De qualquer forma, por hoje deve estar tudo bem. No entanto, se Marx
realmente planeja usar a acusaçã o de alta traiçã o para montar um expurgo, ele fará
outros movimentos. Precisamos evitá -los e nos preparar para o impeachment e as
negociaçõ es”, disse Piñ a a Sugawara.

“Neste momento, o mais importante é falar com o Marquês Casel. Depois disso,
precisamos fazer o Senado concordar com as negociaçõ es e conversaçõ es, para
amarrar as mã os do conde. No entanto, este nã o é um trabalho para mim como
mediadora, ou para você, Sugawara-dono, como um enviado do inimigo.”

“Entã o, quem devemos procurar?”

“Hm. Lorde Cícero deveria servir.


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Depois que Piñ a terminou, ela se levantou, destacando as belas curvas de seu
corpo.

*******

“O Zorzal mordeu a isca, mas nã o pegamos nenhum peixe. Que pena.”

O imperador, sentado em seu trono na sala de audiências, olhou para o conde


Marx. Ele notou a cabeça baixa do homem e suspirou.

“Bem, tudo bem. Teremos mais chances. Nã o há necessidade de ser apressado.”

“No entanto, se isso continuar, o Senado decidirá iniciar as negociaçõ es. Nã o


deveríamos fazer algo agora?”

“Nã o se engane, Conde Marx. Nã o tenho intençã o de impedir essas conversas. Se


eles quiserem falar, deixe-os falar, o quanto quiserem. Mas nã o lhes darei nem um fio
de cabelo em concessõ es.”

“No entanto, com as coisas como estã o, pode ser difícil seguir esse caminho.”

“Isso nã o é nada. Tudo o que precisamos fazer é garantir que eles nunca
cheguem a uma decisã o. Se eles querem tanto falar com o inimigo, deixe-os falar para
sempre. Eles precisam negociar para começar as negociaçõ es, eles têm que votar
quando as negociaçõ es vã o começar, eles têm que votar nas condiçõ es que eles têm e
assim por diante. Se eles tiverem que debater sobre cada pequeno detalhe, nã o farã o
nenhum progresso. Mais cedo ou mais tarde, o inimigo desistirá das negociaçõ es.”

“A sabedoria de Vossa Majestade é insondá vel e perspicaz. Seu servo está


impressionado com sua destreza.”

“Conde, proceda como achar melhor. No entanto, no final, devemos garantir uma
vitó ria militar. Se você perder, nã o vou te perdoar.”

“Sim. Teu servo o cumprirá com todas as suas forças”. Marx abaixou a cabeça
mais uma vez.

******

Residência do Primeiro-Ministro de Nagata-cho.

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“Primeiro-ministro. O relató rio de Sugawara na Regiã o Especial chegou.”

O secretá rio do Ministério dos Negó cios Estrangeiros entregou o documento ao


primeiro-ministro.

O primeiro-ministro Morita, sucessor de Motoi, ajeitou os ó culos ao receber o


documento antes de abri-lo e lê-lo.

“Eu vejo. As bases para as conversaçõ es de paz já foram lançadas. Agora


precisamos enviar o vice-ministro Shirayuro Reiko para a Regiã o Especial. O
Ministério das Relaçõ es Exteriores já escolheu as pessoas para fazer o trabalho?”

“Sim. No entanto, o relató rio também indicou que existem forças que se opõ em
à s negociaçõ es de paz. Estamos um pouco preocupados com o aspecto da segurança.”

“Oh?”

Morita folheou as pá ginas. Depois que fechou o relató rio, parecia que estava
falando de outra pessoa.

“Bem, deve ficar tudo bem. Deve haver uma maneira.”

“Isso está incorreto, senhor. O relató rio também menciona que as forças armadas
do Império estã o se movimentando.”

“Nã o foi por isso que enviamos o JSDF para lá ?”

“De fato, foi por isso.”

O homem do Ministério das Relaçõ es Exteriores recuou para os fundos do


gabinete do primeiro-ministro com os dentes cerrados, pensando o que você quer
dizer com isso deve estar bem? Morita era primeiro-ministro há apenas alguns meses
e já se perguntava se deveria ter sido confiado a ele para o cargo. A maneira como ele
falava sobre coisas como se nã o lhe interessassem era muito frustrante. Embora
esperasse que Morita fosse um homem sá bio e perspicaz, ele nã o teve essa impressã o
dele. Por exemplo:

“O problema deveria ser China, Rú ssia e América, certo?”

“E a UE, senhor.”

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“O assunto da Regiã o Especial deveria ter sido mencionado na reuniã o da
cú pula.”

“Eles já pediram para divulgarmos os detalhes da Regiã o Especial na ú ltima


reuniã o.”

“Entã o, por que nã o fazemos isso?”


“Hah? Você está falando sério?”

Se a Rú ssia, a América, a China ou a UE soubessem quais recursos existem na


Regiã o Especial, eles seriam ainda mais difíceis de administrar do que já eram.

Os recursos de um planeta seriam efetivamente ilimitados. Todos os países do


mundo abririam caminho para o Japã o, onde fica o Portã o, a fim de garantir esses
recursos.

E entã o, se eles tentassem evitar a pressã o diplomá tica mantendo os detalhes da


Regiã o Especial em segredo, seria um sinal claro de que o Japã o queria monopolizar o
Portã o para si. Tudo o que o Japã o podia fazer era manter a discriçã o e tentar manter
as naçõ es vizinhas calmas. Se descobrissem todos os tesouros além do Portã o, todos
exigiriam acesso gratuito ao Portã o.

O que esperava lá era pressã o e violência.

Na realidade, as açõ es aconteceram e em seguida, foram atribuídos significados a


elas. O ú ltimo recurso na realidade sempre foi a violência. Diante da violência
massiva, nenhum apelo à paz seria bem-sucedido.

Mesmo que de alguma forma sobrevivessem à aplicaçã o da força, o inimigo


reuniria ainda mais força para tomar o Portã o. Uma vez que isso acontecesse,
raciocínio e acordos internacionais nã o serviriam. Afinal, haviam coisas como Israel
constantemente oprimindo o povo da Palestina em desafio ao decreto da ONU e a
Coréia violando o Tratado de Sã o Francisco para ocupar ilegalmente as ilhas
japonesas de Takeshima. A ú nica maneira de resolver esses problemas era apoiar as
palavras com força. Dessa forma, ambas as partes poderiam fazer suas demandas com
confiança e o problema poderia ser resolvido.

Agora, parecia que o Japã o e as outras naçõ es estavam encenando algum tipo de
jogo.
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Outra naçã o (qualquer uma diria): “Oh, abra o portã o. Deixe-me ver. Me deixar
entrar!”

Japã o: “Nã o, o Portã o está aqui, é meu. Eu é que estou sofrendo ali!”

Outra naçã o: “Ah, cale a boca, nã o perdoo quem guarda coisas boas só para si!”

Japã o: “Nã o seja tã o infantil. Eu já disse que nã o queria ser o ú nico a reivindicá -
lo.

Outra naçã o: “Tudo bem, se é isso que você pensa, eu vou pegar à força!”

Japã o: “Se é isso que você pensa, daremos as coisas do Portal para nossos amigos
e claro, nossos inimigos nã o terã o nada. Onde estã o meus amigos~”

(América levanta a mã o) “Temos um tratado ~ (por favor, senhor, posso ter mais
alguns?)”

Se a UE visse isso, a maioria deles também levantaria a mã o.

Na verdade, quase todo mundo diria: “Eu também sou seu amigo, deixe-me
entrar, me dê um pouco”, entã o no final nã o haveria inimigos.

Japã o: “Como eu disse, sente-se e assista. Nã o sabemos exatamente o que há lá


dentro.” Em seguida, de volta ao topo, e repete desde o início.

O trabalho do Ministério das Relaçõ es Exteriores era evitar que as pessoas


dissessem “Ei, aquele cara quer tomar o Portã o para ele, vamos todos nos unir e
controlar juntos!” e evitar que coisas assim aconteçam.

Por causa disso, as informaçõ es sobre o Portal tiveram que ser mantidas em
segredo. Uma vez que muitas naçõ es assumiram o controle dela, nã o havia como
prever como a situaçã o continuaria. Assim, eles manteriam as coisas em segredo e
ocasionalmente vazariam um pouco de informaçã o para seus aliados, de modo a
mantê-los dó ceis na expectativa de mais guloseimas.

Eles disseram aos americanos que a naçã o chamada Império existia, assim como
o estado de seus países vassalos e vizinhos, entã o em vez de assumir o controle pelos
meios militares, eles deveriam assinar um tratado comercial, pois já haviam
identificado potenciais esconderijos de recursos e tinham concordado.

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Para a América, se assinassem um tratado com o Império, suas empresas com
filiais no Japã o poderiam realizar açõ es econô micas na Regiã o Especial, sem a
necessidade de garantir seus investimentos com uma ocupaçã o militar. Apenas lidar
com o Iraque e o Afeganistã o já era problemá tico o suficiente para o presidente
Darryl, entã o ela pensou seriamente na questã o da Regiã o Especial.

Na verdade, o Ministério da Defesa deles já havia previsto que uma invasã o


militar em grande escala através do Portã o – situado como estava em Ginza, propensa
a engarrafamentos – seria impossível.

O portã o nã o era muito grande. No má ximo caberia um caça ou três a quatro


grandes caminhõ es lado a lado.

O exército americano usava muitas armas, muniçõ es, alimentos e combustível


para montar uma campanha. Isso exigiria que eles fechassem completamente Tó quio
e convertessem suas estradas em linhas de abastecimento dedicadas. No entanto, as
dimensõ es do Portã o nã o podiam ser alteradas, seria como encher uma piscina
olímpica de 50 metros com uma torneira de cozinha; seria uma perda de tempo e
esforço. E depois havia a questã o do custo da campanha.

Além disso, veículos de transporte realmente grandes nã o conseguiriam passar


pelo portã o. Talvez funcionasse se fossem completamente desmontados para serem
transportados para o outro lado. No má ximo, eles só poderiam enviar tanques e
helicó pteros.

O que isso significava era que o JSDF havia tomado a decisã o certa ao esperar no
portã o. Depois de aumentar suas forças, eles atingiriam os objetivos importantes de
uma só vez. Esta foi a melhor maneira.

O governo japonês também estava agonizando com esse gargalo quando se


tratava de enviar recursos da Regiã o Especial para casa. Afinal, um distrito financeiro
como Ginza simplesmente nã o tinha estradas grandes o suficiente para acomodar o
fluxo de caminhõ es de transporte necessá rio.

Se eles decidissem construir passagens subterrâ neas e pontes suspensas,


precisariam decidir em quanto tempo essas obras seriam executadas, e isso causaria
outra rodada de problemas para as empresas de extraçã o de recursos.

Portanto, o secretá rio nã o havia aceitado o “Entã o por que nã o fazemos isso?” de
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Morita. como uma ordem séria. Ele olhou para Morita como se ele fosse um luná tico.

Só de pensar em Morita o irritava.

“Claro que nã o estou falando sério. Eu tenho pensado sobre isso, mas vou lidar
com isso objetivamente, entã o nã o se preocupe.

Isso foi o que o secretá rio pensou depois do fato, mas se as coisas corressem mal,
Morita poderia liberar informaçõ es casualmente porque eram problemá ticas.

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As atividades do JSDF na capital imperial haviam começado. A fim de dar a
Sugawara o apoio do povo comum, a Força Expedicioná ria da Regiã o Especial da JSDF
montou vá rias bases de operaçã o em toda a capital. Eram lugares como os armazéns
da filial da capital Imperial da ALC, ou o segundo andar de uma taverna, mas o que
tinham em comum era que eram lugares onde as pessoas podiam entrar e sair sem
serem notadas. A mais ó bvia delas era uma mansã o alugada perto do portã o sudeste
da capital.

Estava tecnicamente dentro dos limites da capital, mas havia todos os tipos de
diferentes raças e espécies aqui. Cidadã os comuns nunca chegariam perto deste lugar.

A cada poucos passos, um batedor de carteira tentava a sorte e, atrá s, havia


pessoas seguindo. Pode ser comparado ao distrito de Kowloon em Hong Kong.

Quase nenhuma das fileiras de lojas pertencia a empresas de verdade.

Eles vendiam todos os tipos de ferramentas obscenas, vá rias drogas e escravos


capturados de todo o continente.

Claro, as pessoas tinham que morar aqui, entã o também havia lojas que vendiam
comida e roupas. No entanto, tudo à venda aqui era estranho. As roupas à venda
podiam estar manchadas de sangue ou rasgadas por um corte, e as lojas vendiam até
grama da beira da estrada. Quanto aos açougueiros, era preciso sempre desconfiar de
suas compras, para nã o acabar comprando acidentalmente carne humana.

Porque este lugar se chamava Akusho, muitos dos homens aqui eram humanos
com lâ minas a mostra, homens-fera lobisomens que eram tã o ferozes e sanguiná rios
quanto as armas que carregavam, ou quatro braços. Pode-se também ver um
estranho Goblin ou Ogre à distâ ncia. Muitos dos remanescentes do Exército da
Coalizã o vieram para cá para serem ladrõ es, executores, mercená rios ou para fazer
algum tipo de trabalho violento. De qualquer forma, eles eram todos vilõ es.

Quanto à s mulheres, havia garotas que olhavam lascivamente ao redor, ou


aquelas que olhavam fixamente para longe como vegetais enquanto uma fumaça
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perfumada as envolvia. Nenhuma delas tinha um emprego adequado e a maioria eram
prostitutas.

As espécies presentes incluíam: Humanos, Coelhos Guerreiros, Catpeople,


Dogpeople, Lamias, vá rias espécies com chifres e espécies aladas como Harpias ou
Winged Men. Os homens nas ruas os olhavam lascivamente, enquanto as mulheres
respondiam com sorrisos encantadores e uma oferta tímida de “Quer brincar?”

Nesse lugar, os fortes se alimentavam dos fracos. Portanto, as pessoas aqui nã o


prestaram atençã o aos cadá veres na rua. Apareceu ontem? Hoje? Bem, mesmo que
acontecesse amanhã , ninguém se importaria, porque esse era um modo de vida das
pessoas daqui. Aqui nã o era Arnus. Esse lugar absorveu os piores elementos da
Capital Imperial e continuou apodrecendo na escuridã o.

O JSDF escolheu este lugar por um motivo simples: neste caldeirã o de pessoas,
ninguém notaria um ou dois companheiros estranhos a mais. Existiam outros portõ es
por onde muitas pessoas entravam e saíam, mas as pessoas de lá eram cidadã os
comuns e qualquer um que se destacasse chamaria muita atençã o. Este lugar, por
outro lado, era onde viviam as pessoas que faziam o trabalho sujo. Era importante
que essas pessoas estivessem aqui.

A coisa era, o que quer que acontecesse em Akusho nã o conseguiria sair do


distrito. Nesse sentido, era perfeito para o sigilo. No entanto, o outro lado disso era
que havia vá rios indivíduos notá veis em Akusho.

O JSDF era muito mais bem-educado do que as pessoas nas ruas e pagava bem.

Quando eles contratavam pessoas para serviços, eles sempre pagavam o dobro
dos chefes do crime locais. Eles governaram essas ruas desde o início e para esses
chefes do crime - Gonzori, Medusa, Paramounte e Bessara - o JSDF era monstruoso.

Essas pessoas do JSDF vieram de outro lugar, compraram uma casa e agiram em
segredo. Eles nem sabiam como cumprimentar adequadamente os patrõ es. Eles até
ousaram ignorar as regras da rua e o poder dos chefõ es. E como sempre pagaram
muito, as pessoas que tradicionalmente temiam os antigos chefes agora estavam se
rebelando. Eles eram realmente um bando de pessoas irritantes.

Todos esses pequenos aborrecimentos se acumularam e os chefes do distrito


ficaram com raiva.

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Uma delas — Bessara — começou a pensar: “Já que eles têm tanto dinheiro para
gastar, devem ter um grande estoque. Por que nã o damos uma passada e nos
servimos de um pouco? Entã o ele reuniu seus homens e marginais da rua para atacar
a base de operaçõ es da JSDF em Akusho.

E entã o, o que os recebeu foi um batismo de chumbo quente.

Os saqueados H&K MP7s e FN P90s fornecidos por Itami e amigos encontraram


um uso aqui. Naturalmente, os militares estavam muito bem equipados. Nesse tipo de
guerra nã o convencional, as regras eram muito simples: mate seu inimigo quando o
vir. Nada mais importava.

E assim, os bravos homens do 5º Recon que estavam na base receberam seus


atacantes com uma rajada de balas. Os homens de Bessara foram massacrados em
segundos e seus cadá veres empilhados.

Acabou depois da primeira rodada de disparos.

Bessara nã o apenas perdeu todos os seus homens, mas sua pró pria casa foi
explodida. Sem homens nem morada, Bessara perdera também o poder de luta para
se proteger e dar-lhe autoridade. E entã o, no momento seguinte, ele pagou por sua
vida de ilegalidade.

Os moradores de Akusho, muitos dos quais haviam perdido suas esposas, filhos e
outros parentes em suas atividades vis, o cercaram e o esfaquearam com facas e
espadas até que ele parecesse uma almofada de alfinetes, e entã o o jogaram em um
beco.

Depois de ver seus horríveis restos mortais, as pessoas nas ruas murmuraram
umas para as outras: “O JSDF é intocá vel”.

As famílias Gonzori, Medusa e Paramounte nã o se juntaram aos Bessaras em seu


ataque e foram poupados. Quando perceberam que o JSDF nã o pretendia reivindicar a
parte dos lucros dos Bessaras, ou seja, a renda de seus bordéis e seu dinheiro de
proteçã o, eles deram um suspiro de alívio e chegaram a um entendimento comum de
que ninguém deveria fazer um movimento contra o JSDF.

Embora fossem um bando de pessoas desagradá veis, eram bons homens de


negó cios e sabiam que problemas eram ruins para as atividades. Entã o eles mudaram
de ideia e procuraram o JSDF em busca de trabalho.
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O JSDF queria informaçõ es e peõ es que pudessem coletar essas informaçõ es. A
pedido do JSDF, os chefes do crime reuniram seus batedores de carteira e ladrõ es e os
fizeram espionar as açõ es dos patrícios. À s vezes, eles entravam em suas casas e
roubavam livros, e se protegiam mostrando seu valor e utilidade.

Simplificando, o JSDF foi tratado como conquistador. Era natural que os fortes
pudessem fazer o que quisessem em Akusho. As pessoas podem elogiar aqueles que
desafiam os fortes na superfície, mas em seus coraçõ es eles os amaldiçoam como
tolos, e essas pessoas nã o viveriam muito.

Além disso, quando as pessoas abordavam o JSDF com má s intençõ es, eles
mantinham a compostura e educadamente pediam que parassem.

Quando viam atividades ilegais, tinham expressõ es frustradas em seus rostos,


além de sentirem simpatia pela situaçã o dos outros.

Como resultado, os homens de Akusho eram, independentemente da espécie,


temerosos e respeitosos com o JSDF.

Em contraste, as mulheres tinham sentimentos contraditó rios sobre eles.


Simplificando, elas nã o poderiam gostar deles.

Nã o importando quais tentaçõ es elas usasem, os homens do JSDF permaneciam


impassíveis. Já que tinham tanto dinheiro, o que havia de errado em gastar pouco
com elas? Mas nã o importa o quanto agitassem seus cílios, ou que palavras sedutoras
falassem, os homens JSDF nã o responderam.

É verdade que os homens da rua ficaram mais ricos graças a eles e por sua vez, as
mulheres ganhavam mais. No entanto, as mulheres ainda queriam que o JSDF
gastasse dinheiro com elas, porque era assim que o coraçã o de uma mulher
funcionava.

Mas mesmo quando elas gritaram: “Vocês sã o realmente homens? Seus


bastardos impotentes!” tudo o que o JSDF fez foi encolher os ombros e se recusar
firmemente a morder a isca.

É por isso que elas pareciam doces na superfície, mas interiormente se


ressentiam deles.

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No entanto, o que mudou tudo foi a clínica administrada por uma enfermeira que
mudava a cada poucos dias. Oferecendo exames, testes de gravidez, bem como
informaçõ es e aconselhamento relacionados com a contracepçã o e outros assuntos
relacionados. Isso mudou o rumo de suas vidas.

Os anticoncepcionais e outros dispositivos semelhantes vendidos aqui eram uma


ajuda insubstituível para seus empregos.

“Oh, Kurokawa está de plantã o hoje à noite?”

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A mulher chamada Mizari, que estava cercada por uma nuvem de fumaça com
infusã o de maconha, entrou na sala de tratamento. Ao contrá rio do jeito que estava
nas ruas, ela baixou a guarda.

Afinal, este era o ú nico lugar seguro na rua, além de seu ninho. Nã o, ela nã o
conseguia nem relaxar em seu pró prio ninho. Este pode ser o ú nico lugar onde ela
poderia baixar a guarda. Afinal, quando uma certa família do crime fez um movimento
contra o JSDF, eles foram massacrados por sua audá cia.

Todos sabiam o que aconteceria quando o JSDF levantasse a mã o para atacar.

Kurokawa estava vestida com jeans confortá veis e um top tubinho. Ela pegou um
par de moedas de cobre da mulher com um par de asas saindo de suas costas (uma
Mulher Alada) e entregou a Mizari uma caixa de camisinhas. Eles aceitaram o
pagamento porque “isso nã o era uma instituiçã o de caridade”. As pessoas que viviam
em Akusho o faziam com orgulho, entã o o JSDF tinha que respeitar esse orgulho e sua
capacidade de ganhar dinheiro aceitando suas moedas.

Uma pessoa hipó crita pode pensar que isso é um comportamento facilitador,
mas, na verdade, esse tipo de coisa tinha um impacto social poderoso.

Quando alguém era pobre, nã o tinha tempo para se preocupar com belos ideais.
Em vez disso, a pessoa tinha que comer, e vender o pró prio corpo era uma forma
perfeitamente aceitá vel de ganhar a pró xima refeiçã o. Nã o era como se estivessem
incomodando os outros ao fazê-lo. Era muito bom tentar atacar seu modo de vida
com a ló gica, mas era preciso considerar a situaçã o em que eles estavam primeiro. O
que mais as incomodava em seu ofício eram as gravidezes acidentais. Dada a
tecnologia médica da Regiã o Especial, um aborto poderia muito bem resultar em
morte, entã o o risco para a saú de delas era muito alto.

Além disso, nã o estava claro se havia doenças sexualmente transmissíveis na


Regiã o Especial.

A razã o pela qual Kurokawa e suas companheiras de serviço estavam fazendo


isso era porque o Ministério da Saú de, Trabalho e Bem-Estar queria descobrir se elas
existiam.

Eles estavam preocupados que o pessoal do JSDF pudesse trazer uma doença
com eles da Regiã o Especial, assim como Colombo trouxe a sífilis de volta à Europa e
causou uma epidemia. Os militares do sexo masculino também foram estritamente
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avisados sobre isso.

“Kurokawa, você nã o vai me dizer para parar de fumar, vai?”

Os outros WACs (corpo do exército feminino) continuaram importunando Mizari


para parar. Isso porque o tabaco da Regiã o Especial era infundido com ervas
estranhas que faziam mal à pele e aos ó rgã os internos. Independentemente de ser
bom ou ruim, eles a importunavam de qualquer maneira.

No entanto, Kurokawa simplesmente deu de ombros. “Eu poderia, mas você


precisa, certo?”

“Ei, você entendeu? Você tem experiência com esse tipo de coisa?” Mizari estava
se referindo à prostituiçã o.

“Nã o, eu só estava pensando, eu nã o poderia fazer o seu trabalho se nã o pudesse


fumar.”

A boca bonita da Mulher Alada se curvou para baixo em uma carranca. “Cheh.
Odeio mulheres poderosas como você.

“Tudo bem, nã o estou aqui para ganhar um concurso de popularidade.”

Mizari franziu a testa para Kurokawa. Kurokawa, para nã o ficar atrá s, fez uma
careta para ela com os dedos. Depois de um tempo, a tensã o entre eles evaporou e
Mizari riu.

“Você é tã o infantil. Assim como eu.”

“Isso é verdade. Nã o me sinto muito diferente de ontem, entã o duvido que a eu


de vinte anos atrá s seja muito diferente de mim hoje.”

Isso fez Mizari rir e entã o ela se levantou. “Tudo bem, é melhor eu voltar a
ganhar dinheiro.” Entã o ela soprou uma nuvem de fumaça no rosto de Kurokawa.

Kurokawa acenou com a mã o para dispersar a fumaça. Foi claramente


deliberado. As duais viviam em mundos diferentes, entã o seria melhor se
mantivessem distâ ncia.

Entã o, de repente ela pensou em outra coisa e fez uma pergunta.


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"E se... e se eu te disser que existe uma maneira de você nã o ter que fumar isso,
ou trabalhar assim?"

No entanto, Mizari simplesmente olhou para Kurokawa como se ela fosse uma
idiota.

“Como alguém como eu pode fazer um trabalho tã o maravilhoso como esse?


Tudo o que sei fazer é abrir as pernas para os homens e mostrar minha bunda. Isto é
o que eu faço. Isso é tudo que sei fazer.

“Você já ouviu falar de um lugar chamado Arnus?”

“Ah, aquele lugar. Ouvi dizer que é como o céu. Mas você nã o precisa de uma
recomendaçã o para entrar? Além disso, nã o tenho nenhuma habilidade especial. Se
eu fosse lá , continuaria apenas fazendo o que faço agora.

E se eu te disser que posso te dar essa recomendação? Que tal? Essas palavras
começaram na garganta de Kurokawa. Mas quando ela estava prestes a abrir a boca,
ela se lembrou de Itami repreendendo-a: “O que você pode fazer?” Seu ressentimento
em relaçã o a Itami daquela época permaneceu em seu coraçã o, e quando Mizari disse:

“Eu nã o tenho nenhuma habilidade especial”, ela sentiu que haviam muitas
coisas que a Mulher Alada nã o estava dizendo.

Se ela pudesse encontrar um emprego adequado em Arnus, Mizari não precisaria


ficar no escuro à noite, Kurokawa pensou.

Mizari sorriu para a muda Kurokawa antes de se virar. Ela deu uma tragada e
voltou ao estilo de garota trabalhadora enquanto voltava para as ruas mais uma vez.

******

Quando Mizari visitou Kurokawa novamente, já passava da meia-noite.

Na maioria das vezes, a prostituta teria conseguido um ou dois, talvez até três
clientes agora. Os ú nicos que se moviam a essa hora da noite eram mulheres. Nã o
havia homens à vista.

Enquanto aquelas damas da noite que ainda nã o haviam feito nenhum negó cio se
jogavam nos homens, aquelas mulheres caídas que atingiram sua cota para a noite se
retirariam á suas casas para descansar. Em outras palavras, podia-se dizer qual das
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prostitutas conhecia bem seu ofício.
Foi nessa hora que Mizari trouxe suas colegas prostitutas para a base de
operaçõ es da JSDF, o que deixou Kurokawa momentaneamente em pâ nico. Afinal, o
ataque de Bessara tinha sido bastante recente.

Ela pegou sua arma de uma gaveta e enfiou-a em suas calças. Como militar, ela
estava muito familiarizada com seu uso.

“Kurokawa, temos algo para te dizer.”

Quando ela abriu a porta, ela viu um Mizari de aparência muito nervosa. Ela
parecia olhar ao redor, como se estivesse com medo de alguma coisa.

As prostitutas com ela também pareciam muito preocupadas. Kurokawa teve a


sensaçã o de que algo anormal estava acontecendo.

Kurokawa abriu a porta para deixá -los entrar. “Dentro. Rá pido.”

E assim, as damas da noite lotaram o porã o, cujo interior escuro como breu era
brilhantemente e iluminado por lâ mpadas fluorescentes alimentadas pelo gerador
portá til interno.

As meninas nã o podiam deixar de ter medo das luzes fluorescentes, tendo sido
expostas apenas à luz de velas ou lamparinas. Algumas delas olharam diretamente
para a luz e apertaram os olhos. No entanto, a luz tinha uma maneira de enxugar o
mal-estar. Mizari sorriu e disse: “Bem, isso é de grande ajuda para meus olhos de
pá ssaro.” As outras garotas conseguiram relaxar o suficiente para compartilhar seus
pensamentos sobre a situaçã o antes de se jogarem nas cadeiras e nas camas usadas
para tratamento, enquanto as que nã o conseguiam encontrar um espaço sentavam no
chã o ou encostadas nas paredes.

Depois que todos encontraram seus lugares, Kurokawa falou.

“Tudo bem, o que aconteceu? Por que todos vocês vieram aqui?” Mizari
respondeu em nome delas.

“Todos nó s podemos sentir o que vai acontecer nas ruas, nã o, na Capital. Mas o
truque é nã o contar, nã o perguntar e fingir que nada aconteceu. É assim que
sobrevivemos nessas ruas.”

As meninas assentiram como uma.

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“Entã o, com isso em mente, o nome desta criança é Tuwal. Por favor, ouça-a e
ajude-nos.”

Quando Mizari disse isso, ela trouxe Tuwal, que tinha asas como ela, mas era de
uma espécie diferente. Tuwal era uma Harpia. Os Homens Alados tinham asas nas
costas, mas as Harpias tinham asas no lugar dos braços.

“Por favor nos ajude.”

Kurokawa nã o conseguiu responder. Afinal, elas nã o explicaram nada.

Ela pediu que continuassem conversando sobre o que estava acontecendo.


Afinal, ela nã o poderia ajudá -las se nã o soubesse por onde começar.

No entanto, Mizari simplesmente pediu ajuda a Kurokawa novamente. Tudo o


que ela disse foi que esperava que Kurokawa pudesse ajudá -los.

“Ahhhh, que dor! Se você nos ajudar, faremos o que quiser no futuro!”

No final, Kurokawa desistiu. Ela percebeu que nã o conseguiria lidar com isso
sozinha, entã o subiu para acordar o sargento-mor Kuwabara.

******

Naquela noite, a Capital Imperial foi abalada por um terremoto.

Depois de ouvir um estrondo ao longe, a terra de repente começou a tremer


violentamente.

O problema era que a cidade nunca havia experimentado um terremoto antes e,


portanto, os prédios nã o estavam protegidos contra o violento abalo. Eram feitas de
pedras empilhadas umas sobre as outras, e assim os prédios mais frá geis desabaram.

Assim sendo, os alicerces das ruas da Capital nã o foram totalmente destruídos.


Mas o verdadeiro dano foi para os coraçõ es dos habitantes da cidade.

Como nã o tinham sismó grafo disponível, nã o foi possível obter nú meros exatos,
mas pela propagaçã o da destruiçã o, parecia ser um terremoto de magnitude 4 a 5.

O terremoto ocorreu no meio da noite, entã o pegou a Capital completamente de


surpresa.

Eles foram jogados para fora da cama enquanto dormiam profundamente e


estavam muito sonolentos para entrar em pâ nico no início. Vá rios objetos começaram
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a cair no chã o como chuva, incluindo coisas como prateleiras e objetos pendurados
no teto.

Quando os armá rios desabaram, os fragmentos pontiagudos de vasos quebrados


e panelas de cerâ mica foram suficientes para causar cortes. Os fragmentos cobriam o
chã o, entã o nã o havia lugar para ficar.

O povo da Capital acreditava que a terra nã o se moveria. Isso era o que


significava ser “só lido como uma rocha”.

A á gua fluía, o vento soprava, o fogo queimava, a madeira crescia. Mas a terra nã o
se movia. Esse era um princípio fundamental do mundo. Quando esse preconceito foi
quebrado, todos pensaram que o mundo ia acabar. Este terror ficou profundamente
gravado na alma das pessoas, deixando graves feridas espirituais.

Prever esse desastre teria sido difícil até mesmo para o Japã o cientificamente
avançado. Nã o era impossível, mas apenas um deus ou um ser com habilidades
sensoriais muito melhores do que um humano poderia ter feito isso.

Porém, na Regiã o Especial, haviam pessoas que se aproximavam dessas duas


categorias. Tiveram algumas pessoas que viram o desastre chegando.

A Harpia Tuwal sentiu um sú bito arrepio por todo o corpo quando se deitou com
seu segundo cliente.

A princípio, ela pensou que fosse um resfriado, pois seu corpo suava
profusamente.

Como o segundo homem tinha muita resistência, ela nem teve tempo de pegar o
dinheiro e se limpar. Ela quis se levantar algumas vezes, mas nã o conseguiu porque
nã o havia força em seu corpo e sua pele estava ficando cada vez mais fria. No entanto,
o tremor em seu corpo era ligeiramente diferente de um resfriado. Era como se
alguém estivesse puxando seu cabelo por trá s. E entã o, ela perdeu força na cintura e
nas pernas, como se estivesse com medo.

Entã o, ela se lembrou. Towal já havia experimentado algo assim antes.

No passado, ela e sua espécie viviam no sul, onde ficavam os vulcõ es. Ela havia se
sentido assim pouco antes da erupçã o dos vulcõ es. Sim, isso foi uma premoniçã o de
um “terremoto”.
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Mas mesmo que ela se sentisse assim, nã o havia vulcõ es perto da Capital
Imperial.

Ela nã o estava aqui há muito tempo, mas nunca tinha ouvido falar de um
terremoto ali antes. Portanto, ela se perguntou se havia entendido as coisas erradas.
No entanto, a crescente frustraçã o e medo em seu coraçã o nã o diminuíam. Portanto,
Tuwal procurou Mizari, sua mentora, para discutir as coisas.

O fato era que Mizari e as outras prostitutas também sentiam o mesmo medo
sem nome. Era um sentimento que lhes dizia que nã o podiam ficar ali, que
precisavam correr o mais rá pido possível.

No entanto, ela nunca havia experimentado ou ouvido falar de um terremoto


antes, entã o nã o entendia por que estava se sentindo inquieta e com medo.
Felizmente, ela entendeu por causa de Tuwal. Assim, foram imediatamente à procura
dos homens que habitualmente as protegiam. Normalmente, eles tiravam a camisa e
diziam: “Vou te proteger”. Essa atitude teria sido ú til agora.

No entanto, os homens apenas sentiram que as mulheres estavam sendo


irritantes e se recusaram a reconhecer seus medos. Suas reaçõ es foram do tipo:
“Terremoto? É melhor você voltar e ganhar mais dinheiro.” É claro que eles também
sentiam o mesmo medo, mas nã o conseguiam reconhecê-lo abertamente.

O mal-estar tornou-se cada vez mais forte nesse meio tempo. No final, elas
decidiram abandonar os homens inú teis e pediram ajuda a Kurokawa.

O comandante da Base de Operaçõ es JGSDF Akusho (como era comumente


conhecida), Major Nyutabara, recebeu os relató rios de Kurokawa e Kuwabara e
imediatamente teve uma dor de cabeça. Ele nã o tinha experiência em lidar com
relató rios de terremotos e de qualquer forma, duvidava da proveniência dos
relató rios.

No entanto, os ancestrais de Tuwal eram espécies de aves. Nyutabara estava


estacionado na Guarniçã o de Himeji e na Guarniçã o de Shibata em Niigata e ele
experimentou pessoalmente terremotos duas vezes. Por alguma razã o, a lembrança
de como os pá ssaros selvagens perto das bases haviam desaparecido pouco antes dos
terremotos se destacou em sua mente. Se eles pudessem falar com os pá ssaros, talvez
pudessem prever aqueles terremotos.

Os sentidos das meninas podem ser mais aguçados do que os humanos. Se


descobrissem que elAs estavam errados, eles poderiam rir disso como uma piada.
Portanto, fazia sentido tratar suas palavras como a verdade e adotar as
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contramedidas necessá rias. Ele pensou sobre isso e tomou sua decisã o.

Os preparativos nã o foram um grande problema para os militares que cresceram


em regiõ es propensas a terremotos. Eles aprenderam a lidar com esses problemas
desde muito jovens. Eles usaram o rá dio para se comunicar com seu pessoal
espalhado pela Capital e ordenaram que dessem seus pulos. Em seguida, eles
pegaram seus equipamentos, armas, alimentos e suprimentos médicos e se dirigiram
para uma á rea ampla e aberta, desconfiados de coisas que pudessem cair sobre suas
cabeças, além de tomarem cuidado para se manterem longe de grandes edifícios,
falésias e beira da á gua. .

Eram coisas muito simples, mas para pessoas que nunca haviam experimentado
terremotos antes, teriam dificuldade em pensar nisso.

******

Piñ a resmungou quando Sugawara a acordou para um passeio na floresta fora do


palá cio. Hamilton a seguiu meio adormecida. Afinal, seu trabalho como escriba era
muito cansativo.

Itami, Kuribayashi e Tomita foram designados como guardas de Sugawara, entã o,


depois de receberem a transmissã o sem fio de Nyutabara, eles trouxeram Piñ a e os
outros para um local seguro, apesar de duvidar dos relató rios. Além disso, Itami
estava de farda, enquanto Kuribayashi e Tomita estavam em seus uniformes de
combate e totalmente armados, com uma pistola extra cada.

As criadas e os guardas com tochas de Piñ a nã o conseguiam esconder sua


preocupaçã o. Eles só estavam os seguindo porque sabiam que tinham que seguir Piñ a
de qualquer maneira.

Mesmo que explicassem que a terra tremeria e o que aconteceria depois disso, as
criadas nã o seriam capazes de imaginar. Seria como tentar entender como seria cair
do céu.

Portanto, quando o terremoto veio, elas receberam um grande choque.

Primeiro, houve o tremor suave que marcou os está gios iniciais de um


terremoto.

“Ah, está chegando, está chegando…”


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A duraçã o desse período fez Itami dizer: “Parece que vai ser grande”.

Há uma correlaçã o entre a duraçã o do tremor inicial e a distâ ncia até o epicentro
do terremoto. Isso significava que, quando se calculava a distâ ncia até o epicentro,
quanto mais fortes fossem as primeiras vibraçõ es, maior seria o terremoto.

Depois disso, o verdadeiro tremor começou.

A terra tremeu como se tivesse sido golpeada com força.

Demorou cerca de 30 a 40 segundos antes que o terremoto diminuísse. No


entanto, para aquelas pessoas na Capital Imperial que encontraram um terremoto
pela primeira vez, parecia uma eternidade.

Piñ a lamentou. Ela pensou que o mundo estava desabando. Ao lado dela,
Sugawara e Itami disseram: “Ohh, realmente veio.”

Ao ver Itami, Kuribayashi e Tomita parados calmamente, os olhos de Piñ a se


encheram de destemor e determinaçã o de nã o perder para este terremoto. Ela
imaginou que eles provavelmente manteriam a calma mesmo que o chã o
desaparecesse sob seus pés.

Itami era um homem que procurava desculpas para relaxar quando estava
cansado de coisas irritantes. Ou isso, ou ele imediatamente fugiria deles. Ele nã o
parecia ter nenhuma das qualidades de um guerreiro. No entanto, neste momento, ele
parecia perfeitamente calmo e sereno.

As criadas e os soldados caíram de terror.

Os sons das á rvores enraizadas balançando e o som das folhas batendo contra o
vento soavam como os movimentos de um enorme monstro. As criadas choravam e
gritavam, enquanto os soldados gritavam em resposta. No entanto, eles, como Piñ a,
viram a mesma coisa; Itami, Tomita e Kuribayashi, olhando ao redor como se nada
estivesse acontecendo.

As formas firmes os lembravam dos deuses.

As criadas agarraram as pernas de Tomita e Kuribayashi uma apó s a outra,


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enquanto os soldados as olhavam com admiraçã o, como se fossem heró is invencíveis.

“Bem, se for apenas isso, nã o deve ser um problema. As partes mais fracas das
paredes podem desabar, mas o resto deve ficar bem. Nã o posso dizer o mesmo se
estivéssemos mais perto do epicentro, no entanto.”

O tremor parou depois de um tempo.

Piñ a ouviu a aná lise calma de Itami enquanto ela era deixada à deriva em um
silêncio distante, mas seus processos de pensamento estavam em espera, entã o ela só
podia acenar com a cabeça e responder “Mm”.

Quando os guardas ouviram Tomita e Kuribayashi perguntando: “Você está bem?


Alguém está ferido?” eles imediatamente se endireitaram ao ouvir as palavras de seus
heró is. Eles estavam atualmente em um estado de submissã o abjeta. Como
mencionado anteriormente, este foi o impacto psicoló gico de um terremoto em
pessoas que nunca o haviam experimentado antes.

******

Foi praticamente o mesmo em Akusho.

O tremor ocorreu enquanto eles conduziam as mulheres para fora do portã o


sudeste. Gritos e gritos de medo vieram de todas as ruas.

Como os caminhos em Akusho eram muito estreitos, todo tipo de coisa caía dos
telhados.

Nyutabara gritou, ordenando que todos se reunissem no centro da rua, entã o


Kuwabara e Kurokawa ecoaram o grito pela fila.

As mulheres se reuniram obedientemente no meio da rua, agarrando seus


cabelos e chorando enquanto o faziam. Depois disso, eles se ajoelharam um por um.

Kuwabara e os outros começaram a brincar: “Ohh, está começando.”


“Realmente? Parece que vai ser grande.” “Tuwal-san, você precisa conseguir um
emprego na Agência Meteoroló gica Japonesa”. Naturalmente, qualquer um pensaria
que eles eram confiá veis, entã o as mulheres abraçaram suas pernas.

Os homens riram enquanto as garotas se grudavam neles.

Em particular, Kurata estava tremendo de prazer, pensando meu corpo está feliz,
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minhas pernas também estão felizes quando um grupo de Mulheres-Besta o abraçou.

Kurokawa nã o estava particularmente interessada nesse tipo de coisa, mas ela


nã o se importava em ser agarrada, e gentilmente deu um tapinha em Mizari para
acalmá -la enquanto ela soluçava no peito de Kurokawa.

*****

Como Itami e os outros os protegeram e ajudaram a evacuá -los, o espírito de


Piñ a voltou rapidamente. Quando ela ouviu que poderia haver tremores secundá rios
apó s um grande terremoto, ela disse: “Preciso chegar a Sua Majestade.” Ela estava
preocupada com o pai, mas também preocupada com o estado do tribunal.

Já que Piñ a disse isso, Itami e companhia nã o tiveram objeçõ es. "É assim mesmo.
Entã o, tome cuidado quando você for.” Piñ a parecia ter visto o apocalipse ao ouvir
essas palavras, ou talvez fosse uma garota sendo rejeitada por seu amante. De
qualquer maneira, ela pressionou seu rosto pá lido contra Itami.

“Você nã o vai, você nã o vai comigo?”

“Nã o é isso, só estou dizendo, o Imperador... ir para o lado dele assim pode nã o
ser bom.”

Do ponto de vista de Piñ a, Itami e os outros eram soldados de uma naçã o


inimiga. Trazê-los para o lado do imperador seria como dar xeque-mate. Se este fosse
um jogo RTS, seria como pá ra-quedistas inimigos pousando em sua base.

No entanto, o fato é que Itami e companhia eram os guardas de Sugawara, entã o


algo como apontar uma arma para o Imperador era absolutamente proibido. No
entanto, as palavras do JSDF eram apenas palavras. Piñ a tinha que estar pronta para
tudo.

Ainda assim, Piñ a insistia que eles fossem com ela. Itami e Sugawara se
entreolharam, imaginando o que deveria ser feito.

“Itami-dono. Por favor, fique ao meu lado.”

Em outras palavras, o que ela quis dizer foi: “É assustador, entã o, por favor, vá
comigo”.

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Atrá s deles, Hamilton assentiu com o rosto pá lido. Elas estavam assustadas, e
entã o deveria haver um tremor secundá rio em cima disso. Nã o havia como evitar que
nenhum deles quisesse deixar Itami e os outros soldados JSDF. As criadas acenavam
atrá s deles, e os guardas formavam uma parede humana atrá s de Itami, sugerindo
que nã o queriam que ele fosse embora.

E assim, Piñ a trouxe seus guardas, as criadas, Itami e os outros para o Palá cio
Imperial.

******

O palá cio para o qual Piñ a os conduziu estava mergulhado no caos. Era possível
ver vá rios objetos e mó veis jogados ao chã o.

Nã o apenas os burocratas nã o haviam resolvido esse problema, mas estavam


soluçando no canto, enquanto os guardas pretorianos estavam parados em estado de
estupor. Outros estavam prostrados no chã o, orando aos deuses para salvá -los.
Naturalmente, nem Piñ a nem Sugawara foram questionados. Ninguém tentou impedi-
los enquanto orgulhosamente caminhavam pelo corredor.

Ao ver o triste estado em que o palá cio se encontrava, Piñ a levou as mã os à


cabeça e ordenou que seus guardas encontrassem os funcioná rios responsá veis pelo
tribunal para reuni-los para uma reuniã o informativa.

De qualquer forma, era preciso restaurar a ordem a esse caos. Para isso,
precisavam reunir as pessoas responsá veis.

“Hmm. A qualidade das tropas diminuiu”, suspirou Piñ a ao ver os soldados


congelados em praticamente todos os cantos que ela olhava.

Ela tinha experimentado isso em primeira mã o, entã o podia entender o terror


deles diante de um desastre natural que nunca haviam visto antes. No entanto, ela
ainda estava desapontada com o quã o desorganizados estavam os Guardaa Imperiais .

Eles haviam retirado muitos oficiais e sargentos da Guarda Imperial para


reconstituir as legiõ es. Os soldados que os substituíram eram mal treinados e
inexperientes. Os resultados negativos dessa abordagem estavam agora à vista.

E assim, Piñ a e os outros finalmente chegaram ao quarto do Imperador.

Enquanto olhavam ao redor, descobriram que, chocantemente, os guardas


encarregados de proteger o quarto do imperador haviam desaparecido. Eles devem
ter fugido ou desaparecido de alguma outra forma. Piñ a de repente sentiu a força
deixar seu corpo e respirou profundamente para recuperar seu â nimo.

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“Sugawara-dono. Eu apresentarei todos vocês ao imperador. Até entã o, vocês
poderiam ficar em silêncio?”

Já que essa era uma parte necessá ria da etiqueta da corte, Sugawara,
obviamente, obedeceria. Depois disso, Piñ a permitiu que as criadas abrissem a porta
do quarto do imperador.

“Oh? Eu pensei que o primeiro a chegar aqui seria Diabo ou Zorzal. Pensar que
seria você, Piñ a.”

O Imperador sentou-se em sua cama, com o rosto coberto de suor frio, enquanto
recebia Piñ a.

Parecia que ele queria ver qual de seus filhos chegaria primeiro nesse momento
de emergência.

Embora estivesse ligeiramente desapontado que a realidade nã o correspondesse


à s suas previsõ es, agora nã o era hora de relaxar.

“Sua Majestade. Por favor, se prepare.”

Piñ a ordenou a uma criada que vestisse o imperador. Depois disso, ela fez com
que seus guardas os cercassem para proteçã o enquanto acompanhava seu pai até a
sala de audiência.

O Imperador se levantou, embora ainda precisasse se apoiar no ombro de Piñ a


para se mover.

Ao entrar na sala de audiência, viram que os funcioná rios civis e militares lá


reunidos tinham expressõ es de pâ nico em seus rostos. Entã o, eles se aproximaram de
Piñ a e do Imperador para implorar por ajuda.

Piñ a ajudou o Imperador a se sentar em seu trono.

“Nã o entrem em pâ nico. Vocês, tragam os ministros e outros oficiais aqui.”

“Oficiais militares, controlem as tropas e preparem-se para a batalha. Defendam


o Palá cio. Também, façam as tropas encontrar os generais pela Capital e faça-os se
reportarem ao Palá cio.”

Ao ouvirem a voz de Piñ a, os vá rios oficiais se lembraram de suas funçõ es e


entraram em açã o. Depois de emergir de um vó rtice de caos, todos recuperaram a
disciplina e começaram a se mover na mesma direçã o.

Piñ a respirou aliviada, pois a corte finalmente retomou seu funcionamento


normal.
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No entanto, ao olhar cuidadosamente ao redor, ela viu que os castiçais e outros
objetos na câ mara de audiência estavam espalhados pelo chã o, e os restos quebrados
das molduras de quadros também jaziam no chã o. Ela conteve um suspiro ao ver o
estado lamentá vel da câ mara de audiência e ordenou à s empregadas que
arrumassem o lugar.

Organizar a câ mara de audiência deveria ser trabalho dos conselheiros mais


confiá veis do Imperador. Normalmente, Piñ a e as empregadas seriam proibidas de
estarem neste lugar. O que fizeram foi um desafio à s regras da corte. No entanto,
nestes tempos de emergência, somente ela e os outros poderiam agir normalmente,
entã o nã o havia o que fazer.

Em ocasiõ es como essas… nã o, era precisamente por causa de ocasiõ es como


essas que manter a dignidade era ainda mais importante. As pessoas em pâ nico
poderiam se acalmar ao ver a disciplina rigorosa da câ mara de audiência. Em
contraste, se a câ mara de audiência permanecesse uma bagunça, apenas intensificaria
a confusã o em seus coraçõ es.

Na primeira vez em que viu as decoraçõ es luxuosas da câ mara, ela resmungou


que eram adornos inú teis, mas agora ela viu o propó sito dessa grande exibiçã o. Ou
seja, sem essas decoraçõ es, a pró pria câ mara de audiência seria um adorno inú til.

Até recentemente, Piñ a e seus cavaleiros valorizavam a praticidade e


desdenhavam a extravagâ ncia dos mó veis do palá cio. Mas apó s assumir a tarefa de
ser intermediá ria nas relaçõ es diplomá ticas do Império com o Japã o, ela finalmente
entendeu o propó sito deles.

“Piñ a, você parece ter crescido.”

No entanto, Piñ a nã o entendeu o significado oculto nas palavras do Imperador e


respondeu: “Meu tamanho continua igual eu nã o notei nenhuma diferença”.

Entã o, a fachada séria do Imperador se desfez.

"Piñ a, há algum tempo há um grupo de pessoas desconhecidas ao seu lado. Como


ainda temos tempo antes dos generais se reunirem, por que você nã o os apresenta?"

Piñ a assentiu, e em seguida, falou baixo indicando Sugawara com um gesto de


mã o.
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“Permita-me apresentar o embaixador da terra do Japã o, Sugawara-dono.”

Sugawara deu um passo em direçã o ao Imperador com o peito erguido, entã o


abaixou a cabeça em respeito. Atrá s dele, Itami e os outros saudaram no mesmo ritmo
de Sugawara. A maneira como eles faziam as coisas era um pouco diferente da
etiqueta usual da corte.

“A terra do Japã o? Entendo, entã o você aceitou o papel de mediadora entre nosso
Império e o país deles. Mas por que você os trouxe aqui neste momento? Eles vieram
até aqui, mas ainda nã o os recebemos adequadamente.

"Perdoe me pai. Mas ouvi dizer que eles estavam informados sobre esse
terremoto e disseram que haveria outro. Portanto, eu os mantive ao meu lado para
me beneficiar de seus conselhos.”

Aquelas palavras fizeram o pai de Piñ a empalidecer.

“Você, você disse que haverá outro tremor de terra?”

“De fato, por isso pedi que eles viessem conosco.”

O Imperador enxugou o suor que de repente apareceu em seu nariz com a manga
de seu pijama.

“Muito bem. Embaixador-dono, seja bem-vindo.”

Sugawara, que havia sido apresentado por ú ltimo, pronunciou as palavras que
havia ensaiado em sua mente.

“Muito obrigado. Eu oro para que Vossa Majestade esteja bem.”

“Como eu poderia estar bem depois dessa catá strofe? No entanto, parece que
também me permitiu ver como minha filha cresceu. Devo agradecer-lhe por isso.”

“Nã o, Vossa Majestade. Tudo isso foi resultado do treinamento e refinamento de


Sua Alteza.”

“Eu sempre pensei que ela estivesse apenas divertindo-se com jogos de guerra.”

“Os tempos em que a Alteza brincava de jogos de guerra ficaram para trá s! Se Sua
Alteza fosse para a guerra agora, tenho certeza de que seria uma excelente
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comandante!”

A interrupçã o repentina veio de Hamilton.

Logo depois, Hamilton percebeu que havia interrompido rude e indevidamente


uma conversa entre o Imperador e um embaixador estrangeiro, entã o ela corou e
tentou se fazer o menor possível. No entanto, Sugawara e o Imperador a ignoraram.
Se nã o o fizessem, teriam que censurá -la por sua grosseria.

“Embaixador-dono. Lamentavelmente, estamos ocupados no momento. Em


qualquer outra hora, teríamos preparado um grande banquete para você. Perdoe
nossa pobre hospitalidade esta noite.”

“Claro, sua Majestade. Haverá muitas outras oportunidades para discutir o futuro
de nossas naçõ es.”

Sugawara fez mais uma reverência e depois recuou pra trá s de Piñ a. Ele havia
dito o que queria dizer. No entanto, o Imperador falou novamente com Sugawara.

“Falando nisso, o seu país do Japã o tem um rei?”

Essa pergunta foi feita para averiguar o que exatamente Sugawara sabia sobre o
Império. Assim como o Japã o estava coletando informaçõ es sobre o Império, o
Império também estava coletando informaçõ es sobre o Japã o.

Mas como ele havia feito isso? De repente, as perguntas surgiram em sua mente.

“Nã o. Nosso país nã o é governado por um rei, mas sim por um Imperador,
embora seja em grande parte uma posiçã o simbó lica.”

“Uma posiçã o decorativa, você diz? É difícil imaginar um país onde os ministros
que roubam o poder de seu governante possam ser fortes. O mundo além do Portã o é
realmente estranho. Por outro lado, deve haver alguém que governa você nesse
mundo, estou correto? Até este dia, eu nã o conheci alguém igual a mim, entã o nã o
tenho certeza de como proceder. Peço desculpas antecipadas por qualquer falta de
educaçã o acidental na comunicaçã o.”

Assim que ele estava falando, um grande som veio do corredor atrá s deles.

“Pai, pai, você está bem?!”

Zorzal entrou na câ mara de audiência como um cavalo selvagem.

Os lacaios dele estavam com as couraças ao contrá rio e as sandá lias nos pés
errados, e alguns deles tinham bainhas, mas sem espadas. Eles estavam claramente
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em pâ nico.

Zorzal tinha uma corrente na mã o e o outro lado estava preso a um monte de


coleiras, que estavam trancadas ao redor do pescoço de Tyuule e algumas outras
mulheres. A Guerreira Coelhinha Branca Tyuule havia sido arrastada nua até ali desde
a cama dela, e havia uma expressã o amarga em seu rosto. Ao lado dela estavam
outras meninas, com cabelos pretos, loiros e ruivos, e seus corpos estavam cobertos
de abrasõ es por causa de como foram arrastadas nuas. Sua condiçã o parecia bastante
grave.

Quando Itami, Tomita e Kuribayashi viram isso, ficaram chocados e sem


palavras.

Sugawara, o diplomata, permaneceu impassível, mas podia-se ouvi-lo clicando a


língua suavemente.

“Pai, você está machucado? Bom, vamos fugir juntos!”

“Para onde vamos correr?”

“De qualquer forma, precisamos sair daqui.”

Piñ a se virou para seu irmã o mais velho, que estava perturbando o Imperador, e
disse: “Ani-ue, agora mesmo ordenei aos generais que se relatassem ao Palá cio. Se
sairmos agora e os oficiais voltarem para nã o encontrar ninguém aqui, o palá cio será
jogado no caos.”

No entanto, Zorzal respondeu: “Nã o temos tempo para isso! Noriko já disse que
pode haver um segundo ou terceiro choque, entã o devemos sair daqui
imediatamente!”

Se isso continuasse, poderia ser visto como o Imperador abandonando seu trono.

Piñ a pensou, nã o importa o que aconteça, preciso acalmar o Ani-ue. Entã o ela
começou a pensar em um tó pico que pudesse chamar sua atençã o e, em seguida, falou
com ele novamente, com um tom para acalmá -lo.

“Ani-ue, eu nã o sabia que você sabia sobre as réplicas. Eu mesma acabei de saber
delas por essas pessoas.”

“Eu já te disse, nã o foi? Noriko disse.”

“E quem é essa Noriko?”


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Enquanto Piñ a fazia sua pergunta, Zorzal puxou a corrente que levava um dos
colares.

“Ah!” Tyuule e as outras mulheres gritaram.

"É essa garota de cabelos pretos, eu a peguei do outro lado do Portã o." Zorzal a
indicou com o queixo. Mas neste momento…

“Seu filho da puta! Eu vou te matar!”

Itami lançou um soco rá pido que atingiu o queixo de Zorzal.

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******

“Seu filho da puta! Eu vou te matar!”

Itami desferiu um soco rá pido como um relâ mpago que acertou o queixo de
Zorzal. O impacto o balançou para trá s e o homem alto caiu de bunda no chã o,
segurando o queixo enquanto amaldiçoava em voz alta.

“Você me bateu, seu bastardo! Você ousa me atacar, o primeiro príncipe do


Império?!” ele rosnou enquanto encarava Itami.

Itami sendo Itami, esfregou o punho direito. "Ai ai! Por que o rosto dele é tã o
duro? Eu nã o nasci para isso," ele gemeu enquanto uma lá grima escapava do canto do
seu olho.

“Seus tolos! Como vocês se atrevem a levantar a mã o contra Sua Alteza! Suas
famílias serã o exterminadas por isso!” Os lacaios de Zorzal sacaram suas espadas.

Normalmente, simplesmente sacar uma arma na frente do Imperador em corte


era uma grave ofensa, para nã o mencionar oferecer violência a um membro da família
Imperial. No entanto, a corte estava atualmente paralisada apó s o terremoto. Os
soldados imperiais que deveriam ter defendido o Imperador e sua casa estavam
ausentes. Como nã o havia ninguém para manter a ordem, a á rea diante do trono era
um mar de caos.

Tomita, observando do lado, mudou o seletor de fogo de seu Type 64 para レ


(fogo automá tico), enquanto Kuribayashi inspecionava Tyuule e a garota de cabelos
pretos no chã o.

“Você está bem?”

Ao ouvir alguém falar em seu japonês nativo, a garota de cabelos pretos levantou
a cabeça surpresa.

“Nó s somos da JSDF. Você é japonesa?”

Quando a garota ouviu aquelas palavras, suas lá grimas caíram como uma
cachoeira e entã o ela agarrou as mã os de Kuribayashi. Ela deve ter sofrido muito,
Kuribayashi pensou, e esse pensamento a encheu de força. Ela tirou sua faca de
sobrevivência e cortou a coleira da garota e de jogou o couro cortado fora.

“Você veio me resgatar?”


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“Sim. Vamos te levar para casa.”

Na verdade, o JSDF nã o sabia que garotas como essa haviam sido capturadas pelo
inimigo, entã o tecnicamente falando, Kuribayashi estava mentindo. No entanto, assim
que souberam que havia cidadã os japoneses sofrendo ali, eles nã o poderiam
simplesmente abandoná -los. Com uma ú nica mente, Itami e sua equipe se
prepararam para a batalha. Se alguém tentasse impedi-los, seriam eliminados. Eles se
prepararam para uma possível luta difícil.

Por outro lado, Sugawara suspirou ao perceber que seus esforços até agora
poderiam estar prestes a ir por á gua abaixo. Mas quando viu que uma garota
japonesa havia sido sequestrada e submetida a tamanha brutalidade, ele também nã o
conseguiu suprimir sua raiva. Ele sorriu amargamente para o imperador e entã o lhe
fez uma pergunta em um tom que soava educado, mas estava cheio de sarcasmo.

“Eu acredito que o príncipe mencionou que ele a capturou do outro lado do
Portã o. O que é isso, sua Majestade? E Piñ a-dono, você sabia disso desde o começo?”

“Su-Sugawara-dono?”

Piñ a nã o entendia por que Itami e Sugawara estavam fazendo isso. Mesmo assim,
ela tinha uma ideia do que estava acontecendo. Devia ser pela forma como tratavam
seus prisioneiros, porque ela sabia que os japoneses davam grande valor à vida
humana.

Mesmo assim, ela nã o achava que era o suficiente para comprometer o status das
negociaçõ es entre o Japã o e o Império. Eles deveriam ter sido capazes de separar seus
sentimentos pessoais do benefício da naçã o.

No entanto, Itami agora tinha sua arma apontada para Zorzal, um membro da
família imperial. Isso era algo que ela nã o poderia encobrir. Nã o, agora mesmo, até
mesmo Piñ a poderia estar em perigo por causa de suas açõ es.

Ela conhecia bem o poder das armas e pensou que, se algo acontecesse, teria que
proteger o Imperador com seu pró prio corpo e cair diante do trono. Ela decidiu tentar
acalmá -lo antes que um banho de sangue começasse.

“Itami-dono! Por favor, pare imediatamente! Todos, abaixem as suas armas. Por
mim, recuem!”

No entanto, os capangas de Zorzal ainda tinham suas armas prontas e estavam se


espalhando para cercar o grupo. Eram 15 ao todo, e para eles, tinham a vantagem
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numérica. Como tal, nã o pensaram muito sobre a situaçã o. Afinal, tudo o que tinham
que fazer era matar todos os inimigos para vencer.

Zorzal riu de onde estava no chã o, imaginando o homem que o atacou sendo
cortado em pedaços.

"Seus selvagens imundos, vocês acabaram de selar o destino de sua pá tria!


Vamos exterminar todos em seu país! Desde o seu rei até o seu povo, todos morrerã o!
Suas terras serã o nada além de cinzas! Tudo isso é culpa de vocês! Reflitam sobre
seus pecados enquanto morrem em agonia!"

A resposta de Itami foi: “Kuribayashi, Tomita. Ignorem ele. Disparem à vontade.”

Kuribayashi puxou sua baioneta da cintura e a fixou em seu rifle. Entã o ela
mudou o seletor de disparo para AUTOMÁ TICO antes de avançar.

“Nã o quebre sua arma de novo.”

Kuribayashi simplesmente sorriu em resposta a Tomita.

A dançarina: Kuribayashi. Seus parceiros: Itami e Tomita. A Dança Macabra


estava prestes a começar.

*** ***

Luta com baionetas (nã o deve ser confundida com jukendo) era uma arte de
combate ainda utilizada nos dias de hoje.

Assim como os canhõ es de aeronaves ainda eram ú teis na era dos mísseis
guiados, a luta com baionetas era uma parte fundamental do currículo de combate de
infantaria. Era essencial no combate corpo a corpo e nã o podia ser permitido que se
perdesse.

Na Guerra das Malvinas na América do Sul e nos conflitos no Iraque e


Afeganistã o, o uso de baionetas foram cruciais para acabar com o inimigo.

Além disso, ao contrá rio do kendo, que era mais um esporte, a luta com
baionetas era praticada para o combate real. Era uma habilidade projetada para a
guerra.

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Mesmo no mundo das artes marciais, onde possuir uma arma colocaria alguém
muitos níveis acima da oposiçã o desarmada, a luta de baioneta era excepcionalmente
ú til contra outras artes marciais como caratê e judô , independentemente de quã o
habilidosos fossem os praticantes das duas ú ltimas. Isso porque, se o oponente de um
lutador de baioneta fosse habilidoso em combate corpo a corpo, o lutador de baioneta
poderia simplesmente recuar e disparar seu rifle. Isso nã o era injusto - era uma
guerra e era diferente de competiçõ es julgadas.

O rifle Type 64 pesava 4,3 kg descarregado. Kuribayashi usou isso como uma
arma de concussã o, mesmo quando ela cortou e esfaqueou com a baioneta afiada,
antes de desviar um golpe de espada com o corpo de sua arma.

Eles nã o conseguiam acompanhar seu corpo á gil e movimentos graciosos. Sem


mencionar que os soldados deste mundo estavam acostumados a avançar em uma
parede de escudos, entã o eles foram pressionados para enfrentar Kuribayashi, que
estava pulando por todo o lugar.

Sua principal tá tica de batalha era entrar em contato com o inimigo, golpear com
seus escudos e cortar com suas espadas.

No entanto, Kuribayashi nã o os atacou.

Ela atirou nos inimigos com escudos, evitou rapidamente suas espadas que se
aproximavam e em seguida, enfiou sua baioneta nas axilas de seu oponente e em seus
coraçõ es. Se eles chegassem muito perto, ela os golpeava com a coronha de seu rifle e
cortava suas artérias caró tidas enquanto eles estavam atordoados.

Nã o importava quã o forte fosse um guerreiro ou quã o fina fosse sua lâ mina se
ele nã o pudesse atingir seu inimigo. Os lacaios de Zorzal se orgulhavam de sua força
bruta e treinaram intensamente para esse propó sito, mas Kuribayashi zombou deles
enquanto eles se debatiam inutilmente contra ela. A ú nica maneira de lutar contra ela
era sobrecarregando-a com o peso de seus nú meros.

No entanto, Kuribayashi foi coberta por Tomita.

Quando um inimigo começou a circular pra atrá s dela, Tomita puxou o gatilho
friamente. Um disparo de 7,62 mm foi poderoso o suficiente para penetrar 10 mm de
chapa de aço. Quando atingia um homem, perfurava o metal fino de sua couraça e
começava a se multiplicar no momento em que entrava no corpo. Entã o, ela virava de
ponta-cabeça enquanto se movia, rasgando seus ó rgã os internos antes de sair pelas
costas.

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Ao verem seu camarada cair apó s um ú nico tiro, os comparsas de Zorzal
desistiram de seu plano de flanquear Kuribayashi.

E entã o, na frente deles estava uma besta sem desenfreada.

Kuribayashi lambeu os lá bios depois de fazer seu oitavo cadá ver e zombou:
“Quem é o pró ximo?” enquanto olhava os lacaios de Zorzal. No entanto, nenhum deles
ousou dar um passo à frente.

“Bem, se você está desistindo, jogue suas armas no chã o!” Os lacaios de Zorzal
largaram suas armas ao mesmo tempo.

Kuribayashi parecia muito satisfeita com esta exibiçã o. Ela entã o acenou com a
cabeça e disse: “Muito bem”, antes de mandá -los sair da câ mara de audiência.

Os lacaios ficaram confusos por um momento e olharam para seu mestre, Zorzal.
No entanto, quando viram Kuribayashi puxando o ferrolho de seu rifle, eles se
espalharam em meio a um barulho de metal.

Os olhos de Zorzal estavam arregalados de descrença enquanto ele olhava para a


matança à sua frente e para a visã o de seus comparsas em fuga.

Seu corpo estremecia incontrolavelmente enquanto Itami apontava uma arma


misteriosa para ele. Cuspiria fogo como a coisa que matou seus lacaios? Cuspiria fogo
e o transformaria em um cadá ver como o que estava ao seu lado? Ele ia morrer? Por
que, por que tudo isso estava acontecendo com ele?

Ele foi o primeiro príncipe. Ele nã o devia estar sujeito a este tratamento
irracional.

Ele era o futuro Imperador do Império. Ninguém deveria ter ousado fazer isso
com ele. E entã o, Itami olhou para Zorzal pela mira de sua arma e falou.

“Tudo bem, primeiro príncipe-dono. Como você estava dizendo, essa garota era
uma das pessoas que você capturou no Portã o. Isso significa que você deve ter mais
prisioneiros, certo?”

“Hmph! Nã o preciso responder a perguntas desrespeitosas feitas por homens


desrespeitosos!”

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Zorzal disse isso em um esforço para restaurar os fragmentos esfarrapados de
sua dignidade. Se esse homem se ajoelhasse diante dele e pedisse desculpas, depois
implorasse respeitosamente um favor a ele, talvez Zorzal encontrasse coragem para
mostrar sua generosidade. Se nã o, entã o nã o havia nada a dizer. Ele poderia ir em
frente e matar Zorzal se quisesse. Mas se ele fizesse isso, o homem poderia esquecer
de ouvir a resposta. Zorzal e o conhecimento que ele tinha eram seus pró prios reféns.

No final, Itami sorriu amargamente e chamou seus subordinados.

“Kuribayashi. Faça-o falar.

“Entendido, capi-tã ooo ~♪”

Esta foi a primeira vez que Kuribayashi ficou tã o feliz em obedecer a uma ordem
dada por Itami.

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A cena a seguir é um tanto violenta e precisamos respeitar as limitaçõ es de idade
desta publicaçã o. Assim, a descreveremos apenas com som.

Pachi, gucha, dosun, gan, ban, goh, dosu, gucha...boki, algo assim. E, claro, Zorzal
estava gritando o tempo todo.

"Pare! Espere, pare! Pá ra! Ahhh dó i! Guheee! Abbah! Gwaaaaargh! Nã o, nã o


quebre meu dedo, deixe-me g-aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaagh!

Incapaz de suportar essa visã o, Piñ a e o imperador desviaram o olhar.

Claro, eles pensaram em impedi-la, mas estavam preocupados que, se falassem,


Itami e os outros voltariam sua raiva para eles.

Piñ a agradeceu sua experiência em Itá lica. Afinal, esta foi a primeira vez que um
membro da família imperial esteve em perigo tã o grave.

Hamilton e as empregadas estavam se abraçando parados perto da parede. Elas


tremiam como se o terremoto tivesse acontecido novamente.

Essa cena horrível finalmente chegou ao fim quando a porta da sala de


audiências se abriu. Os ministros, generais e os guardas reais que haviam recuperado
sua disciplina foram todos conduzidos aqui pelo conde Marx. No entanto, ao verem o
que havia diante do trono, eles congelaram.

A primeira coisa que viram foram cadá veres espalhados, seguidos por Zorzal,
que parecia ter aplicado sangue em si mesmo como maquiagem.

Os dentes quebrados de Zorzal estavam espalhados pelo chã o, junto com o que
pareciam molares. Sangue escorria de sua boca e nariz. Todos que o viram ficaram
assustados.

Itami olhou para os soldados que acabavam de chegar e voltou a apontar a arma
para Zorzal, como uma criança prestes a esmagar um inseto.

“Bem, Vossa Alteza o Primeiro Príncipe. Acredito que você pode responder à
minha pergunta agora.

Zorzal nã o respondeu. No entanto, isso aconteceu porque ele estava muito


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confuso para entender a pergunta de Itami. Itami entã o resolveu puxá -lo pelas lapelas
para chamar sua atençã o.

Porém, neste momento, Tyuule se interpô s entre os dois, abrindo os braços em


um gesto protetor.

Depois de ver aquele corpo coberto de cortes e hematomas, Itami estremeceu de


dor solidá ria antes que pudesse apreciar sua beleza. Seus ferimentos provavelmente
foram por ter sido arrastada.

“Por favor, nã o machuque o príncipe.”

Ela estava coberta de feridas causadas por este homem, e ainda assim estava
protegendo-o seu algoz. Seu espírito forte fez Itami parar.

Seu estado de espírito pode ser semelhante ao de crianças que foram abusadas
por seus pais. Ou pode ser uma forma de Síndrome de Estocolmo, onde os cativos
simpatizavam com seus captores.

Em deferência à vontade dela, Itami baixou a arma. Mas ele ainda estava
frustrado e despejou essa frustraçã o em suas pró ximas palavras.

"Sua Alteza. Acredito que você mencionou antes que esta mulher era uma das
pessoas que você capturou do outro lado do Portã o. Isso significa que você deve ter
outras pessoas em cativeiro, estou correto?

Zorzal nã o conseguia falar por causa da dor imensa e só conseguia acenar


fracamente enquanto choramingava em agonia. Entã o, ele rastejou atrá s de Tyuule.
Foi uma visã o vergonhosa.

“Hiroki! O que aconteceu com Hiroki? a garota chamada Noriko gemeu atrá s de
Kuribayashi. Parecia que eles haviam sido sequestrados juntos, entã o deveria haver
pelo menos mais uma pessoa aqui.”

“O homem foi enviado para os mercados de escravos. Nã o sei o que aconteceu


depois disso.” Zorzal cuspiu sangue ao responder e desmaiou devido ao esforço
excessivo.

Sugawara encarou o Imperador, sentado atrá s de Piñ a.

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"Sua Majestade. Espero que você reserve suas boas-vindas para depois de
devolver os cidadã os capturados de nosso país para nó s. Nã o sei que deuses você
adora, mas é melhor rezar a eles pela vida de nosso povo. Princesa Piñ a, vou deixar a
tarefa de encontrar essas pessoas para você. Aguardo sua resposta.”

Apó s dizer isso, Sugawara trocou olhares com Itami, e entã o fez mençã o de
deixar o local.

No entanto -

“Pare aí, escó ria bá rbara!”

Se eles permitissem esse tipo de violência contra seus líderes, o Império seria
totalmente desonrado. Sob o comando de um dos generais, os pretorianos
desembainharam suas espadas. Parecia que haveria outra batalha aqui esta noite.

"Esperem!"

No entanto, a voz do imperador os impediu de se mover. Isso porque o


Imperador estava plenamente ciente de que lutar contra o JSDF só acrescentaria mais
cadá veres aos que já estavam no chã o.

“Sugawara-dono. Admito que o exército do Japã o é poderoso. No entanto, ser


forte na batalha nã o equivale à vitó ria na guerra. Sua naçã o tem uma fraqueza grave”.

“E que fraqueza seria essa?”

“Seu país ama seu povo; talvez até demais. A retidã o excessiva o torna previsível.
Confiança excessiva leva a perdas massivas. Quando o inimigo é forte, nã o se deve
combatê-lo. A ponta da espada é muito afiada, mas o punho da espada é sua fraqueza.
Se a borda for afiada, basta quebrá -la. Mesmo um inimigo chamado invencível nã o
pode esperar escapar ileso quando estiver exausto e fugindo para salvar suas vidas.
Uma vez esgotado o poder nacional de um país, nã o importa o quã o civilizado ou
avançado ele seja, esse país será destruído pelos bá rbaros. Esse é um fato que já
aconteceu antes na histó ria”.

Sugawara respondeu: “De fato, nosso país tem essa fraqueza. Nosso JSDF treina
para defender nosso país. Você deseja testar a convicçã o deles?”

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“O que é isso, você pretende lutar até o fim? As negociaçõ es já nã o começaram?”

“Sua Majestade, estou plenamente ciente de que a paz é apenas o tempo de


preparaçã o para a pró xima guerra. Dito isto, as negociaçõ es de paz nã o sã o motivo
para parar de se preparar para a luta. Meu país, na verdade, todo o meu mundo foi
além da mentalidade do Império depois de séculos de histó ria encharcada de sangue.
Espero que esta Capital Imperial nã o desapareça durante as negociaçõ es de paz.”

Ele parecia estar insinuando que uma certa naçã o estava tentando prolongar as
negociaçõ es de paz para ganhar tempo.

As palavras de Sugawara eram uma ameaça. Mesmo tendo cessado todas as


operaçõ es de combate durante este cessar-fogo, se o Japã o se decidisse a isso, eles
poderiam retomar as hostilidades a qualquer momento. E desta vez o campo de
batalha seria a Capital Imperial.

O imperador estalou a língua baixinho e falou.

“Você diz isso, mas isso nã o é o mesmo que rejeitar a paz que se aproxima?”

“De fato é. Entã o, por favor, esteja preparado para as terríveis consequências que
resultarã o se você mentir.”

“Oh, tudo bem, eu acredito em você. É natural acreditar em seu país. Mas você
acha que pode sair intacto? ”

Enquanto o imperador dizia isso, um tremor ocorreu.

A terra tremeu mais uma vez e flocos de tinta do teto rachado caíram como
poeira.

O imperador empalideceu de medo, os generais, ministros e guardas caíram de


joelhos enquanto se agarravam desesperadamente à s paredes.

“Tudo bem vamos lá !”

Deixando esses rostos patéticos para trá s, Itami orgulhosamente liderou seu
povo, Sugawara e a garota chamada Noriko, passando pela guarda trêmula e deixando
a câ mara de audiência.
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À frente do grupo estavam Sugawara e Itami, seguidos por Kuribayashi e a
sequestrada Noriko, com Tomita cuidando da retaguarda. Itami ofereceu a Noriko o
casaco de seu uniforme para cobrir sua nudez.

Todo mundo ficou em silêncio.

Depois de dez a vinte minutos de caminhada, eles saíram do palá cio. Enquanto
Itami suspirava, ele gemia: “Merda. Minha mã o se moveu sozinha e eu bati nele.”

Sugawara assentiu.

“Sim, isso foi uma grande merda. Como vamos relatar isso?”

O fluxo de sangue para seus cérebros havia diminuído. Itami e Sugawara


começaram a se preocupar com a desculpa que dariam para isso.

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“Ouso perguntar como Vossa Majestade pretende lidar com essa desgraça e
destruiçã o sem precedentes?”

O senador que também era patrício, Marquês Casel, dirigiu essas palavras sem
açú car ao imperador Molt Sol Augustus, sentado em seu trono em meio aos
escombros do prédio do Senado.

Uma vez, este lugar era um salã o escuro, mas agora era um anfiteatro ao ar livre.

Era difícil dizer se o drama representado era uma comédia ou uma tragédia. Os
pedaços maiores de entulho já haviam sumido, entã o agora parecia uma obra-prima
da arte moderna ou a tentativa de um amador enlouquecido em um cená rio de teatro.
De qualquer maneira, parecia um monte de lixo.

Um vento suave agitava as togas dos senadores.

Alguns deles espirraram porque seus narizes estavam irritados e uma poeira fina
sujou suas mangas.

A noite foi escura e cheia de terrores; eles foram sacudidos da cama e seu sono
arruinado pelo terremoto, e entã o os tremores secundá rios os assustaram ainda mais.
Mesmo uma luz fraca poderia aliviar um pouco seu desconforto, mas ninguém
conseguiu dormir antes que o sol nascesse novamente.

E assim, depois de algum tempo sem dormir, o céu a leste começou a clarear. A
Capital Imperial amanheceu e seu povo finalmente pô de respirar aliviado.

Nesse momento, quase como se tivessem chegado com o nascer do sol, um


grande estrondo acompanhou os primeiros raios da aurora.

Foi um relató rio estrondoso que parecia que iria estourar os tímpanos de
qualquer um que o ouvisse.

Duas espadas gigantescas cortaram o céu, despejando quatro objetos atrá s delas.
Esses quatro objetos voaram infalivelmente para o prédio do Senado, empoleirado
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em uma das colinas da Capital Imperial, e a robusta estrutura foi assim demolida com
perfeiçã o.

O prédio do Senado, símbolo do poder do Império, foi destruído em um instante.

Claro, esta foi uma missã o de bombardeio de precisã o conduzida por tropas JSDF
escondidas na capital com designadores a laser. No entanto, as pessoas que nã o
sabiam disso simplesmente pensaram que era uma demonstraçã o da ira dos deuses
apó s o terremoto. Dominado pelo medo, o povo começou a circular silenciosamente o
boato de que o imperador deve ter feito algo para ofender os deuses.

A elite intelectual do Império, os senadores, nã o achava que era a ira dos deuses, mas
um fenô meno criado pelo homem. No entanto, mesmo deduzir isso só foi possível por
causa de suas posiçõ es.

Dito isto, os senadores ainda foram esmagados pela destruiçã o do edifício que
simbolizava sua autoridade.

Por outro lado, era preciso considerar que, se isso nã o foi feito pelos deuses, mas
pelos homens, entã o era nessesario se perguntar o quã o poderosos esses homens
eram, que podiam reduzir paredes de pedra resistentes tã o grossas quanto os braços
estendidos de um homem adulto em pedaços caídos em ruínas.

As cadeiras dos senadores, objetos diversos, baixos-relevos esculpidos,


homenagens de vá rios países, troféus, assim como as enormes está tuas de
divindades, tudo isso agora eram estilhaços arruinados no chã o.

Todos que pensaram nisso nã o puderam deixar de tremer.

E se o Senado estivesse em sessão quando isso ocorreu?

Ou, e se o inimigo usasse esse poder para conduzir ataques indiscriminados à


Capital Imperial?

Como o pó dio do orador e os anéis dos assentos haviam sumido, os senadores


nã o tiveram escolha a nã o ser se sentar em blocos de pedra convenientes ou
diretamente no chã o. Algumas pessoas até ouviram as palavras do Marquês Casel
ajoelhadas.

“E outra coisa. Tudo isso porque nossos homens capturaram alguns dos
residentes do outro mundo para aprender sobre eles. Quando o embaixador inimigo
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descobriu, ficou muito zangado, aparentemente o príncipe herdeiro Zorzal estava
envolvido neste assunto e foi brutalmente espancado diante dos olhos de sua
majestade. Eu entendi alguma parte disso errado?”

O príncipe herdeiro em questã o estava sentado ao lado do imperador, com o


rosto inchado e gemendo de dor.

O fato de ele ter sido “brutalmente espancado” era evidente para qualquer
pessoa com olhos ativos.

Embora parecesse ter sido brutalmente atacado por um grupo a julgar por esses
ferimentos, os senadores ficaram chocados ao saber que tudo isso havia sido infligido
a ele por uma ú nica mulher soldado.

As pessoas ouviram que o soldado era “feminina” e presumiram que ela


provavelmente era uma gigante, ogra ou algum tipo de troll. Mas a verdade era que
ela era meramente humana, e uma mulher de corpo pequeno. Era quase inacreditá vel
que alguém como ela pudesse derrotar Zorzal em seu estado atual. Assim como um
esquilo derrotando um urso, se a notícia se espalhasse, Zorzal seria motivo de
chacota.

Portanto, Zorzal nã o poderia dar nenhuma verdade a esses rumores.

“Essas lesõ es nã o foram causadas por uma pessoa. Eu caí da escada durante o
terremoto.”

“Poderia tudo isso ter sido causado por uma queda da escada?”

“Eram escadas longas e eu caí de cima para baixo.”

Sem os dois dentes da frente, cada palavra que ele falava era acompanhada por
um assobio irritante, mas ele ainda tentava inventar desculpas.

Verdade seja dita, uma vez que ele admitisse que havia sido espancado tanto por
uma garota, ele nã o teria onde esconder o rosto. Quando as pessoas diriam o nome
“Zorzal”, o significado por trá s disso seria “o cara que levou uma surra de uma
garota”, entã o toda vez que seu nome fosse mencionado, seria como zombar dele.

Claro, Zorzal nã o podia permitir que isso acontecesse. Caso contrá rio, ele
perderia toda a sua autoridade como futuro imperador. Entã o ele negou esses
eventos com todas as suas forças. Os eventos da câ mara de audiência seriam pintados
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como uma batalha contra o embaixador japonês, que estava tentando salvar seu povo,
enquanto Zorzal estava apenas tentando defender os escravos que possuía.

Suas tentativas desesperadas de salvar a cara fizeram o Marquês Casel olhar com
desdém para Zorzal. Eles finalmente obtiveram um trunfo na forma de violência
contra um membro da família imperial, mas por ser alguém tentando se salvar, eles
nã o puderam fazer suas jogadas. Ao proteger seus interesses pessoais enquanto
sacrificava o bem-estar da naçã o, Zorzal apenas agravou seu fracasso. Mais
importante, ele ainda era estú pido demais para perceber seu erro. Era quase risível.

“Ouvi dizer que o embaixador inimigo visitou vá rias vezes o senhor Cícero para
falar com o Império. Para tanto, foram feitos amplos preparativos e realizadas
diversas reuniõ es. Sinceramente falando, eu também fui apresentado a ele, e planos
foram feitos para uma reuniã o em um futuro pró ximo. Mas o que aconteceu aqui? Por
que eles ficariam tã o zangados com uma mera escrava? Nã o era como se ela fosse um
membro da realeza. Alguém sabe o que eles estã o pensando? Em se sim, explique
detalhadamente.”

Todos olharam para o chã o depois de ouvir a pergunta de Casel.

Ninguém aqui conhecia o quadro completo. Lord Cicero e Marquis Ducie


entenderam a natureza dos emissá rios japoneses, até certo ponto. Mas eles nã o
sabiam o que havia causado a explosã o da noite anterior.

Como responsá vel pelo processo, o conde Marx estava muito bem informado. No
entanto, nem mesmo ele sabia nada sobre o Japã o ou seus emissá rios.

O nome de Piñ a, que conhecia os dois lados, foi mencionado.

E entã o, Piñ a foi convocada para discursar no Senado pela primeira vez em sua
vida.

Piñ a ficou nervosa sob o peso de 300 pares de olhos. Que pareciam julgá -la.

Ela estava preocupada em como expiar o pecado de trazer soldados do inimigo


ao imperador, mas o Senado nã o tocou no assunto. Em vez disso, pediram a Piñ a que
compartilhasse o que sabia sobre o Japã o e seu povo.

“Eu, eu desejo permissã o para me dirigir ao Senado e falar sobre o que sei.” O
presidente do Senado assentiu, dando-lhe permissã o para falar.

Piñ a tossiu duas vezes e depois recomeçou do início, ou quando conheceu o JSDF.

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“Eu os conheci em Itá lica.”

E enquanto ela falava, os políticos lentamente perceberam o tipo de pessoa com


quem estavam em guerra.

As armas do inimigo podiam atacar de mais longe do que um arco, e eles


massacravam soldados com poder esmagador. E entã o eles até colocaram lâ minas
nelas. Diante dessas armas, os soldados imperiais foram destruídos onde fizeram
contato com o JSDF.

Isso também ilustrou as razõ es por trá s da derrota dos Exércitos Imperial e da
Coalizã o.

Vá rios senadores começaram a ficar desconfiados enquanto Piñ a narrava sua


histó ria fantasiosa. No entanto, Cícero, o Marquês Ducie e os outros senadores que
compareceram à festa no jardim sabiam que o que ela falava era a verdade. Afinal,
eles dispararam essas mesmas armas pessoalmente e poderiam dissipar as suspeitas
de seus colegas senadores.

Piñ a continuou falando. Ela falou da cena infernal quando os pégasos de ferro do
JSDF exterminaram os bandidos que se contorciam abaixo deles como vermes.

Sentados como estavam dentro da carcaça do prédio do Senado, eles nã o podiam


duvidar de sua histó ria.

“O inimigo é um país chamado Japã o. Eles vêm de além do Portã o, de uma terra
que supera o Império em todos os sentidos, em um mundo feito de torres que
arranham o céu. Essas torres se estendem até onde a vista alcança e se estendem até
o céu. As profundezas escuras da terra, onde enterramos nossos mortos, sã o ruas
iluminadas em seu mundo, e as pessoas vivem lá . Sua sociedade é ordeira e limpa, ao
mesmo tempo repleta de arte e ampla literatura.”

E entã o, Piñ a mencionou a lista de prisioneiros de guerra que o governo japonês


lhe deu quando ela aceitou o cargo de intermediá ria.

“Perdoe-me por esconder isso de vocês até agora, mas este livro lista os nomes
de todos os cativos levados pelo Japã o que ainda estã o vivos.”

Os senadores imediatamente brigaram pelo livro que Piñ a trouxe. “Veja, Norris!
É o nome do seu filho!!”

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“O nome de Derkins também está aqui. Você disse que todas essas pessoas ainda
estã o vivas? Piñ a-dono? É verdade que estã o todos vivos?”

“Meu filho ainda está vivo! Isso é maravilhoso!”

O prédio do Senado ressoou com gritos de alegria. Mas, ao mesmo tempo, havia
aqueles que nã o conseguiam encontrar seus parentes e voltavam ao desespero. Essas
cenas alternadas de alegria e tristeza lançaram o Senado no caos.

“As pessoas neste livro sã o agora prisioneiras do Japã o. Parte do pagamento por
assumir o cargo de mediador é o direito de selecionar cerca de dez pessoas dessa lista
para serem devolvidas incondicionalmente ao Império. Naturalmente, escolhi a
família de Lord Cicero e Lord Ducie, devido à assistência prestada na facilitaçã o das
negociaçõ es.”

“Isso é muito injusto, Alteza! E o resto de nó s? Devemos roer as unhas


impotentes?”

Era natural que aquelas pessoas cujos parentes nã o foram escolhidos por Piñ a se
sentissem assim. No entanto, ela queria oferecer um incentivo à s pessoas para iniciar
as negociaçõ es de paz rapidamente, entã o ela teve que dar prioridade aos senadores
cooperativos.

Claro, se ela realmente dissesse isso, o Senado, cheio de senadores pró -guerra,
explodiria em interferência e todos os tipos de ataques. Como resultado, para garantir
o sucesso das negociaçõ es, ela teve que escolher cuidadosamente seus aliados, e
todos os presentes entenderam isso. Além disso, se as negociaçõ es fossem bem-
sucedidas, eles também poderiam negociar a libertaçã o de outros prisioneiros. Entã o,
nesse sentido, as escolhas de Piñ a eram de se esperar.

No entanto, agora que a situaçã o estava nesse está gio, havia a necessidade de
discutir como trazer de volta o resto dos cativos. Mas quanto dinheiro de resgate eles
exigiriam para isso?

“Os representantes do Japã o disseram que seu país nã o pratica o resgate de


cativos. Eles também garantirã o a segurança dos prisioneiros, quer o resgate seja
pago ou nã o. Se o Império tiver prisioneiros do Japã o, eles providenciarã o uma troca
mú tua. Caso contrá rio, algo pode ser decidido em negociaçõ es futuras”.

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“Eles nã o praticam a escravidã o? Eles nã o aceitam resgates?

“Hmph, bem, se eles vã o resolver algo em negociaçõ es futuras, isso é tã o bom


quanto um resgate, certo? Nosso pessoal faria uma boa alavancagem nesses
negó cios.”

“Dito isso, é uma pena que eles nã o sejam vendidos como escravos. Precisamos
libertá -los rapidamente!”

Depois que os senadores terminaram de falar, Piñ a continuou.

“Sinto que sei por que o embaixador do Japã o estava tã o furioso.” Os senadores a
incitaram a elaborar.

“O país deles nã o levou nossos filhos e irmã os patrícios como escravos, e eles
foram bem tratados como cativos. Eles nã o fazem isso por nenhum ganho específico,
mas porque é sua natureza. Eu sinto que isso é o que sua majestade viu, seu amor por
seu povo. Se eles soubessem dos maus tratos de seu pró prio povo como escravos...
bem, eu acredito que você sabe o que acontece se você roubar um filhote de grifo?”

Piñ a abriu os braços para enfatizar seu argumento.

Eles estavam cercados pelos restos do prédio do Senado. As paredes e pilares


tinham sido pulverizados e tombados, e escombros estavam por toda parte. O teto
explodiu e eles podiam ver as nuvens flutuando acima.

******

Sem lugar no Senado, Zorzal retirou-se discretamente do prédio. E em pouco


tempo, ele estava de volta em seu pró prio quarto.

Seu rosto estava coberto de hematomas e nã o eram apenas os lá bios que


estavam inchados. Havia caroços em todo o seu corpo e marcas onde ele havia sido
espancado. Seus lá bios inchados e dentes faltando o faziam ofegar a cada respiraçã o,
o que privou sua voz de autoridade.

Ele era a imagem de um soldado derrotado.

Ao passar pela porta, ele ficou sem forças e desmaiou. Seus escravos e
subordinados o levantaram apressadamente.
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Sem perder uma segundo, Tyuule emprestou-lhe o ombro e ajudou a colocá -lo na
cama. Ela esfriou seu corpo e rosto com cubos de gelo raros e preciosos.

“Parece que os amantes da paz vã o formar a maioria do Senado. O problema é


que eles vã o acabar se rendendo incondicionalmente nas negociaçõ es. Precisamos
fazer algo… uma vitó ria militar soa bem, você nã o acha?”

O orador era um jovem de pé na varanda. Ele observava Zorzal ser carregado


para a cama.

Ao perceber, Zorzal virou o rosto inchado para olhá -lo. À primeira vista, o jovem
parecia ser de origem patrícia. Em vez da brutalidade de Zorzal, ele tinha um ar de
refinamento e um olhar inteligente.

“Diabo.”

“Ani-sama. Bem, você é uma visã o lamentá vel. Nã o se esforce demais.”

O jovem chamado Diabo entrou no quarto de Zorzal e olhou para o rosto do


irmã o mais velho deitado na cama.

“Hmph. Exibido.”

“Eu poderia dizer o mesmo.”

Zorzal deu um tapinha no rosto inchado e disse: “Isso foi obra minha”.

“Eu invejo essa sua mentalidade ingênua. Sinceramente, nã o consigo imaginar


como alguém tã o orgulhoso quanto você ainda está vivo. Papai matou o homem que
era nosso primo mais velho, você sabe.”

“Papai era jovem na época. É por isso que ele acolheu o ó rfã o do imperador
anterior. Mas agora, papai está envelhecendo. Ele deve estar pensando em um
sucessor agora, e somos nó s que carregamos o sangue dele.”

"Entã o você esta planejando assumir o trono enquanto eu faço papel de bobo?"

“Ani-sama, foi por causa do seu ato idiota na frente do Pai que eu pude agir

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livremente. Devo agradecê-lo por isso.

Por causa disso, ele teria a chance de assumir o trono. No entanto, Zorzal
apontou para o encolher de ombros de Diabo e indicou sua ingenuidade.

“Aquele que será o pró ximo imperador nã o é você, mas eu.”

Diabo nã o conseguia imaginar seu irmã o mais velho como “Sua Majestade”.
Parecia falar com outra pessoa.

“E daí? Ani-sama, você tem como se manter no trono? Eu acho que nã o."

“É por isso que você acha que pode facilmente ganhar o trono? Quando esta
guerra terminar, o Imperador renunciará com ela. Mas ele nã o vai parar de mexer os
pauzinhos assim que descer. Ele vai dar o trono a um sabe-nada como eu, para que ele
possa me manipular como uma marionete e manter o verdadeiro poder por trá s do
país. Isso é provavelmente o que ele está pensando. Você mostrou muito do seu
talento. O Imperador já sabe o que você está fazendo.

Os olhos de Diabo se arregalaram.

“Mas entã o, o que vai acontecer se o pai morrer? Seria muito irresponsá vel
deixar o Império para você.

“Ó homens de pouca fé. Você realmente acha que eu sou tã o inú til?

Esconder suas presas e garras na frente do Imperador por muitos anos foi uma
tarefa difícil. Zorzal estava insinuando que um homem inú til nã o poderia fazer tanto.

“Tyuule, onde estã o as outras pessoas do Japã o que capturamos junto com
Noriko?”

Ao ouvir a pergunta, Tyuule curvou-se profundamente e mudou para sua


expressã o suave e impotente, com um sorriso cheio de sabedoria e poder.

“Sim. Há mais duas pessoas. Eles foram vendidos para as minas como escravos, e
sabemos a localizaçã o deles. O primeiro se chamava Nogami Hiroki, mas infelizmente
ele morreu no colapso de um poço de mina. O outro se chama Matsui Fukui.
Atualmente ela está viva e trabalhando na mesma mina. Se você me ordenar, eu

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imediatamente a trarei de volta e a protegerei. O que devo fazer?”

“Traga-a de volta imediatamente. Foi bom eu nã o ter vendido Noriko. Bem, foi
em grande parte devido ao meu interesse por ela de qualquer maneira, mas se eu
soubesse antes, talvez eu devesse ter sido mais legal com ela?

Zorzal conseguiu sorrir, apesar de todo o seu corpo ser uma massa de dor.

“Nã o, meu príncipe, o que você fez foi bom. Afinal, ela era uma mulher
inexperiente. Se você a tivesse vendido, ela só teria ido a um bordel para atender
inú meros homens. Foi uma honra para ela receber as atençõ es do pró ximo
imperador.”

Diabo assistia de lado, incapaz de falar, com a boca aberta em estado de choque.

Ele havia escondido suas garras até agora. Será que eles só poderiam brilhar por
tã o pouco tempo antes que a situaçã o fosse decidida? De fato, o imperador
provavelmente seria obrigado a renunciar apó s o início das negociaçõ es de paz, mas o
Senado nã o aceitaria Zorzal como sucessor, certo?

“Ah, entã o esse é o objetivo do povo do Japã o. Eles querem que Zorzal encontre
os escravos antes de entrarem... fomos enganados!”

Escravizar cativos era uma prá tica comum no Império. Negar esse aspecto da
vida seria muito tolo. Se eles conseguissem encontrar um cativo e devolvê -lo com
sucesso ao Japã o, seria um sucesso para a facçã o pró -paz. Agora que a facçã o pró -paz
compunha a maioria do Senado, este pode muito bem ser o caminho mais curto para
o trono.

“Como o imperador decidiu desocupar seu cargo durante as negociaçõ es, agora
deve ser a hora de considerar seus sucessores. Pela forma como Piñ a cresceu
inesperadamente, ela também é uma inimiga. Embora ela seja muito pró xima
daquelas pessoas do Japã o… ah, bem. Lidar com o Japã o será importante no futuro,
pode muito bem deixá -la a cargo disso.”

“Entã o, Ani-sama, e essa guerra? Se assim continuar, as conversaçõ es acabarã o


por ser uma rendiçã o…”

“O que há para ter medo do inimigo? Eles destruíram o prédio do Senado, mas o
fizeram de madrugada, quando nã o havia ningué m por perto. Se nã o pudermos
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vencê -los em uma luta justa, teremos que lutar injustamente. O imperador
provavelmente estava pensando muito nisso.”

“Diabo, você deveria parar de tentar me desafiar e pensar de que lado você quer
ficar.”

Depois que Zorzal terminou, ele chamou Tyuule para sua cama e ordenou que
Diabo fosse embora. Ele piscou ao perceber que nã o havia ninguém ao seu redor. Os
subordinados e mulheres de Zorzal já haviam partido.

“Entã o, Alteza, por favor, cuide do seu corpo.”

"Como você se importa... embora eu gostaria de poder esquecer essa dor…"

“Sua Alteza, nã o tem o que fazer, ah…”

******

O grande helicó ptero de transporte, um CH-47A Chinook, voltou para Arnus Hill.

Mochizuki Noriko olhou para fora das janelas de visualizaçã o do helicó ptero e
sentiu um aperto no peito.

Depois de deixar a Capital Imperial, o cená rio mudou de pomares e fazendas


para pastagens e desertos estéreis, ou à s vezes um mar de á rvores, e entã o ao longe
ela podia ver um aeroporto, junto com um grupo de prédios de concreto cercados.
por um forte em forma de uma estrela de seis pontas.

Aquele lugar parecia o Japã o.

“Estou em casa…”

Ela ficou tã o emocionada que as lá grimas escorreram livremente por seu rosto.

Desde a noite passada, ela chorou vá rias vezes. Claro, ela estava preocupada com
seu amante Hiroki, mas, ao mesmo tempo, estava feliz por poder voltar para casa. Ela
acreditava que o JSDF que a resgatou também seria capaz de resgatar seu amante.

Ela queria conhecer seus pais o mais rá pido possível.

Sentados em ambos os lados de Noriko estavam Kurokawa e Kuribayashi, que


cuidaram muito bem dela. Ela recebeu roupas para vestir, comida para comer,
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bebidas para beber, entre outras coisas. A sensaçã o de chocolate e outras sobremesas
familiares em sua boca a deixou tã o nostá lgica que ela chorou de novo.

Itami e os outros nã o perguntaram a ela sobre seu tempo em cativeiro. Eles


deixariam isso de lado por enquanto, para que Noriko pudesse esquecer aqueles dias
dolorosos e se alegrar por finalmente poder ir para casa.

Apó s receber os relató rios de Sugawara e Itami, o General Hazama, comandante


supremo da Força Expedicioná ria da Regiã o Especial, ordenou que eles retornassem
com a sequestrada para Arnus imediatamente. Além disso, ele solicitou dois F-4
Phantoms para uma missã o de bombardeio para causar medo no coraçã o do
imperador e de seus oficiais.

O que isso significava, é claro, era “Traga-a de volta imediatamente”. O método


que eles escolheram foi semelhante a como alguém trataria um animal ou uma
criança; ao descobrir má conduta, aplique imediatamente puniçã o e uma repreensã o.
Assim, enquanto ponderavam a liçã o de um golpe curto e certeiro no Império, eles
consideraram alvos em potencial.

O ministro da Defesa aprovou o ataque aéreo, desde que as baixas civis fossem
mínimas.

Quando o gabinete de Morita ligou para Natsume do Ministério da Defesa, a


resposta fria de sempre foi: “Vá em frente. Mas certifique-se de fazer isso direito e
fazer um bom show.”

Depois de receber o relató rio de Natsume, o primeiro-ministro Morita franziu as


sobrancelhas e disse: “Que dor de cabeça, mas como ele já fez isso, nã o podemos
ignorar.” Seu tom parecia mais brilhante e fresco do que agora.

O Chinook pousou em um heliporto nas profundezas de Arnus Garrison.

Kurokawa e Kuribayashi ajudaram Noriko a se levantar e a levaram para as


instalaçõ es médicas onde os médicos a esperavam. Arnus foi equipada com um centro
de tratamento de campo para pessoas feridas durante o combate.

Enquanto Noriko estava lá , ela passou por uma bateria de testes; interna,
externa, reprodutiva, ginecoló gica, psicoló gica e muitas outras. Além disso, foram
realizadas algumas entrevistas para nã o aumentar sua carga emocional, como as

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circunstâ ncias em que foi sequestrada. Ela também recebeu um conselheiro com
experiência em ajudar vítimas de crimes para ajudá -la a superar suas feridas
emocionais.

Depois disso, o 3º Recon retirou uma enorme pilha de caixas de papelã o


contendo todos os tipos de espécimes do Chinook.

Como esperado do país que dominava o continente, a Capital Imperial continha


itens, mercadorias comerciais e informaçõ es de vá rias outras naçõ es. Por causa disso,
eles tinham uma boa compreensã o dos minérios da Regiã o Especial e onde eles
estavam localizados.

As pessoas da Regiã o Especial nã o conheciam as terras raras, entã o o JSDF teve


que procurá -las por conta pró pria. O povo da Regiã o Especial só conhecia depó sitos
de ferro, estanho, chumbo, ouro, prata, cobre, platina e outros metais relacionados.
Para investigar mais, eles obtiveram amostras do solo de comerciantes em seu local
de destino. Além disso, havia rumores de algo estranho que queimava enquanto fluía,
portanto, em futuras negociaçõ es com o governo do Império, os pedidos de direito de
extraçã o desses recursos seriam um tó pico muito importante.

Por outro lado, alguém havia feito um DVD contendo vídeos das vá rias espécies e
raças encontradas no caldeirã o das Ruas Negras. A maioria deles foi feita pelo
sargento Sasagawa, cujo hobby era filmar, enquanto o resto foi feito por outros
membros da equipe, que pareciam gostar de filmar as mulheres com mais frequência
do que o normal. Além disso, também havia muitas espécies e semi-humanos em suas
roupas nativas, que foram todas coletadas como material.

Eles compararam essas informaçõ es com os relató rios feitos pelos soldados
capturados no Incidente de Ginza, bem como com os relató rios dos fazendeiros e
comerciantes encontrados ao redor de Arnus.

O 1º Recon e o 5º Recon fizeram algumas coletas de informaçõ es por conta pró pria.
Eles registraram principalmente informaçõ es sobre as plantas ao redor da Capital
Imperial e coletaram extensas amostras de sementes e folhas, além de insetos, rastros
de animais e solo.

Em contraste, sob a influência de Itami, o 3º Recon tirou fotos principalmente


das prá ticas e cultura dos demi-humanos (feitas por Sasagawa) ou dos vá rios
alimentos da regiã o (feitas por Furuta). Todas essas coisas eram temas quentes na
televisã o e nas revistas semanais.
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Destaca-se o fato de que o interesse da mídia pelos moradores da Regiã o
Especial (principalmente as mulheres) disparou desde o depoimento perante a Dieta
Nacional. As emissoras de TV e os jornais fizeram uma torrente interminá vel de
pedidos para realizar suas atividades na regiã o especial, e continuaram emboscando
os responsá veis dia e noite, a ponto de estes quererem entrar em greve. Para
amenizar essa pressã o, o Ministério da Defesa permitiu uma pequena divulgaçã o das
informaçõ es coletadas por Itami e sua equipe.

Elas foram manchetes em revistas de fotografia, sob o título de “Garotas da


Regiã o Especial”.

Continha vá rias fotos da garota gó tica da Regiã o Especial, da garota elfa de


cabelos loiros, da garota má gica de cabelos prateados, da atendente da loja PX com
orelhas de gato, da garota-propaganda com orelhas de coelho da taverna, entre
muitas outras. Logo se tornou um grande sucesso nas lojas de Akihabara.

Em outras palavras, todos esses dados eram importantes. Itami estava fazendo
as verificaçõ es finais no material antes de enviá -lo quando Yanagida se aproximou.

“Ei, Itami, você voltou. O que você aprontou desta vez?”

Embora quisesse dizer algo, Itami acabou estalando a língua e agarrando sua
cabeça. Nã o importa como ele tentasse expressar isso, ele instigou impensadamente
um incidente na frente do líder inimigo. Nã o havia como isso nã o ser visto como um
problema.

Um exemplo mais concreto seria imaginar uma reuniã o de cú pula convocada por um
general da metade norte de uma determinada península. No meio do caminho, o
guarda-costas do primeiro-ministro de repente saca uma arma e aponta para o filho
do general enquanto exige: “Devolva as pessoas que você sequestrou”. Embora agir
assim possa aliviar algum estresse, seria um desastre diplomá tico com a confiança da
outra parte abalada. Isso nã o levou em consideraçã o os efeitos desastrosos de
espancar o primogênito do imperador até a morte.

“Sou eu que quero pegar minha cabeça. Sua situaçã o é bem divertida. Bem, nã o
importa o que aconteceu, você ainda conseguiu resgatar com sucesso um de nossos
sequestrados. Francamente falando, nã o tenho certeza se devo puni-lo ou elogiá -lo.”

“Entã o, o que vai acontecer?”


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“Corte salarial de 40%. No entanto, o governo vai dar muita importâ ncia ao fato
de você ter resgatado alguém. Dessa forma, o suporte do Gabinete para nó s deve
aumentar um pouco mais. Por causa disso, o alto escalã o decidiu que você nã o
deveria ser punido com muita força.”

“E quanto ao General Hazama?”

“A mesma velha cara azeda de sempre.”

Itami virou o rosto na direçã o-geral de Hazama antes de juntar as mã os e dizer:


“Desculpe pelo problema”. Como sempre, ele parecia um homem que nã o estava
preocupado consigo mesmo. Para Itami, que nã o tinha ambiçõ es de gló ria, poder
manter o emprego foi uma dá diva de Deus.

“Nã o me diga, você quer que eu faça uma apariçã o pú blica?”

Na verdade, foi por isso que Yanagida veio procurar por Itami. Seja cortando seu
salá rio ou outras coisas, havia muitas coisas pelas quais ele queria repreendê-lo. No
entanto, Yanagida acenou com as duas mã os em negaçã o.

“Bem, é tarde demais por hoje. Os chefõ es estã o debatendo sobre como lidar com
essa coisa de sequestro. O fato é que nã o conseguimos entrar em contato com a
família dela, embora tenhamos conseguido seus registros na polícia. Depois disso,
soubemos que toda a família dela foi a Ginza para distribuir folhetos “Você viu minha
filha?” Eles também o fizeram naquele dia fatídico.”

Esse foi o dia em que Itami estava indo para o Summer Comiket, enquanto
esperava a linha Yurikamome. Naquele dia, naquela hora, Ginza estava pintada de
vermelho vivo com sangue. Muitas pessoas morreram. O nú mero de pessoas que
Itami conseguiu salvar naquela época era muito pequeno em comparaçã o com o
nú mero de vítimas.

“Serio?” Itami choramingou.

“Estamos mantendo isso em segredo dela por enquanto. No mínimo, vamos


esperar até que os médicos e especialistas a classifiquem como pronta antes de
contarmos a ela. Eu vim para ajudar a preparar o 4º Recon para sua expediçã o à
Capital Imperial e para despachá -los. Parece que está na hora. Além disso, gostaria de
saber se devo falar sobre as condiçõ es atuais pessoalmente ou por meio de um
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relató rio. Mas ficar parado e conversar também nã o é bom. Encontre-me em Arnus
Town mais tarde para uma bebida.”

Itami escondeu sua aversã o por ter sido convidado por Yanagida. Porque eu
tenho que ir com você, ele pensou.

Em vez de olhar para o rosto sinistro de Yanagida, ele preferia beber com Rory
ou Tuka (Lelei ainda era menor de idade no Japã o, entã o ela só podia pedir a comida
de lá ). Bem, eles ou Delilah, a garota-propaganda do Coelhinha Guerreira. Kurata e
Tomita também serviam.

“Ah, nã o me olhe assim. Também tenho muitas coisas interessantes para falar.
Encontre-me à s 19 h.

No entanto, provavelmente seria melhor nã o pensar em coisas inú teis, já que ele
recebeu um cartã o amarelo de Yanagida. Ele nã o parecia ser do tipo que se deixa
intimidar por expressõ es faciais desagradá veis e atitudes evasivas. Sendo assim, ele
deveria aceitar a guloseima de Yanagida. Itami poderia aguentar isso melhor.

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******

Kurokawa e Kuribayashi ficaram perto da sequestrada, Mochizuki Noriko. Suas


coisas foram deixadas ao lado do helicó ptero. Os outros membros da equipe se
ocuparam em arrumar as coisas, carregar bagagens, preparar suas armas para serem
devolvidas ao arsenal, separar seus itens pessoais e assim por diante. Embora Itami
fosse o comandante, ele se sentiu mal por dizer a Kurokawa e Kuribayashi para pegar
suas coisas.

E assim, no final, ele persuadiu o sargento-mor Kuwabara a levá -los com ele.

A primeira coisa a fazer era chegar ao centro médico, eles caminharam até lá
carregando as pesadas malas das meninas. Por fim, chegaram a um prédio de
concreto que parecia uma prisã o. Tinha 300 leitos, em preparaçã o para baixas de
batalha em grande escala, bem como uma sala de procedimentos, uma sala de cirurgia
e 20 á reas de tratamento separadas para pacientes em estado crítico.

No entanto, eles nã o tiveram pacientes até agora. Afinal, nã o houve luta e o


pessoal do JSDF nã o se machucou.

Por ser muito chato, as enfermeiras e os médicos designados para lá no início


voltaram para seus respectivos centros de tratamento e continuaram suas tarefas
regulares.

Se houvesse um nú mero inesperado de vítimas que estivessem além da


capacidade dos oito médicos residentes, eles recrutariam mais pessoas para ajudar.
Isso só era possível porque o portã o se abriu para Ginza.

E assim, menos de dez leitos estavam em uso. Atualmente, haviam quatro


pacientes na residência.

Militares infelizes que se machucaram durante o treinamento, que bateram a


cabeça, cortaram os dedos, pegaram um resfriado ou ficaram com dor de estô mago
por beber a á gua da Regiã o Especial, quase nenhum deles precisou de internaçã o no
centro de tratamento.

Em contraste, as pessoas que precisaram ficar no centro de tratamento para


feridas críticas eram todas da Regiã o Especial.

As pessoas atualmente no centro de tratamento incluíam um dos aprendizes que


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trabalhava em um canteiro de obras em Arnus, que sofreu um ferimento na cabeça de
seu mestre, bem como um dos guardas mercená rios contratados pelo ALC, que foi
ferido em batalha com um ladrã o. Entã o, havia um velho à beira da morte, que o 4º
Reconhecimento havia encontrado em um convento pró ximo.

À primeira vista, ele parecia ter cerca de 60 a 70 anos. Seu braço esquerdo foi
cortado perto do ombro, enquanto sua perna esquerda foi cortada no meio da coxa.
Ele também sofria de sepse, mas se recuperou rapidamente apó s a administraçã o de
antibió ticos. Ele estava atualmente em reabilitaçã o para se acostumar com seus
membros protéticos. O problema era que ele se recusava a dizer qualquer coisa sobre
si mesmo além de seu nome. Por causa disso, ele nã o teria para onde ir quando
recebesse alta.

Os médicos levantaram a hipó tese de que ele poderia ter sido um comandante
sênior do Exército da Coalizã o. Dado que ele estava sob a proteçã o de um convento,
ele poderia muito bem ter sido algum tipo de nobre. E devia estar calado porque tinha
medo de ser feito prisioneiro.

Este era o ar que pairava sobre o centro de tratamento quase vazio.

Itami sentiu que ver apenas uma ou duas enfermeiras de plantã o preenchendo
relató rios dentro de uma gigantesca enfermaria era uma visã o surreal. Ele perguntou
a uma das enfermeiras vestidas de branco onde seus subordinados estavam neste
vasto hospital.

Entã o, ele se dirigiu para o quarto de Noriko. Uma enfermaria grande como a
dela custaria 10.000 ienes por dia se fosse em um hospital da cidade. Itami
murmurou: "Qual é o sentido de fazer os quartos tã o grandes?" enquanto caminhava
pelo longo corredor.

Ele pode causar problemas se simplesmente invadir o quarto de uma paciente


(ela pode ter tirado a roupa para um banho de esponja). Portanto, Itami ficou no
corredor e gritou para Kurokawa e Kuribayashi: “Eu trouxe suas coisas, meninas.”

Kurokawa abriu a porta no momento em que o médico começou a tirar sangue


de um braço. Itami ficou surpreso com a visã o de uma agulha perfurando a carne
macia. Kuribayashi estava de pé ao lado e ela desviou o olhar como se fosse ela a ser
espetada pela agulha. Itami também era do tipo que desviava o olhar durante as
injeçõ es. Ele nã o queria assistir, mas…

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Havia tubos de sangue suficientes na placa de rim para fazê-lo se perguntar
quantos CCs de sangue eles precisavam para os testes.

Ele podia entender por que eles precisavam fazer tantos testes; afinal, eles
tinham que proteger contra infecçõ es, parasitas, todos os tipos de venenos e muitos
outros perigos desconhecidos. No entanto, se eles tomassem tanto sangue, ele nã o
poderia deixar de pensar que mesmo pessoas saudá veis ficariam com anemia.

Era preciso um pouco de força física para suportar os exames médicos. Seria uma
piada de mau gosto se as pessoas se machucassem durante um exame médico. Itami
notou que o rosto de Noriko estava pá lido mesmo quando ela estava deitada na cama.

Itami disse: “Sente-se melhor?” para Noriko enquanto entregava as coisas de


Kurokawa e Kuribayashi a seus donos. A atitude indiferente de Itami acalmou Noriko,
e ela respondeu: “Eu me sinto bem”.

Para Noriko, Itami era seu favorito dos três soldados JSDF que a resgataram.

“Kurokawa, Mochizuki-san vai ficar aqui?”

“Sim ela vai. Mesmo no ritmo mais rá pido, os testes ainda levarã o algumas
semanas para serem concluídos, entã o é melhor você estar preparada para isso.”
Kurokawa respondeu ao ver a enfermeira vestida de branco pegar o prato de rim.

Entre esses testes estavam exames de sangue, exames da química do sangue,


exames de raios-X, exames de urina, exames de Papanicolaou, endoscopias, exames
de EEG, exames de ECG, exames de ultrassom, testes de gravidez e assim por diante.
Embora um teste simples pudesse ser concluído em menos de um dia, a grande
quantidade de testes realizados significava que seria necessá rio esperar até duas
semanas para que os resultados chegassem.

“É mesmo… Bem, você veio até aqui, entã o está quase em casa de qualquer
maneira. Apenas vá com calma e espere.”

“Nã o me importo com isso… mas gostaria de ligar para meus pais e dizer que
estou bem.”

Itami viu que Kuribayashi estava pegando seu celular. Ele a interrompeu com um
olhar e disse em voz alta: “Ah, desculpe por isso. Eles ainda nã o estabeleceram linhas
civis. Além disso, eles precisarã o fazer muitos testes em você antes de passar pelo
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portã o e voltar para Ginza, entã o você precisará esperar um pouco antes de poder
ligar para casa. Além disso, se pessoas severas como nó s entrarem em contato com
seus pais, eles podem ficar com medo. Entã o deixe os engravatados – isto é, Sugawara
e seu pessoal – lidar com isso.”

Itami juntou as mã os com um olhar de desculpas no rosto.

Já que Itami estava implorando seu perdã o assim, tudo o que ela podia fazer era
sorrir e aguentar.

Entã o, a enfermeira pegou um copo de papel e disse: “O pró ximo teste é…” e
entã o Noriko foi para o banheiro. Itami aproveitou a oportunidade para arrastar
Kuribayashi e Kurokawa para os corredores e explicar o que tinha ouvido sobre a
família de Noriko.

“...Portanto, você só pode deixá -la contatar sua família quando os médicos e
conselheiros derem luz verde. Entendido?"

Kurokawa tinha uma expressã o de dor no rosto e nã o conseguia falar.


Kuribayashi deu um tapinha no bolso com o celular e sussurrou: “Isso foi por
pouco…”

“Sim, isso me assustou também. Tudo por causa do seu telefone.

Depois de um tempo, a enfermeira trouxe Noriko para fora de sua enfermaria.


Noriko caminhou pelo corredor em seus chinelos do centro de tratamento.

Itami disse: “Entã o, passaremos por aqui se algo acontecer.” Claro, isso estava
apenas sendo educado. Como enfermeira, Kurokawa teve a chance de continuar
cuidando de Mochizuki, mas Itami e Kuribayashi provavelmente nã o a veriam
novamente depois disso. Noriko entendeu isso, mas ela ainda se curvou para eles.

“Muito obrigado.”

Era fá cil dizer que ela foi bem-criada por pais amorosos e nã o se envergonhava
em nenhum lugar aonde fosse.

******
Depois que o trabalho do dia terminou, a bandeira da base foi baixada e o clarim
para essa cerimô nia disse aos soldados JSDF para parar o que quer que estivessem
fazendo.
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Qualquer um que pudesse ver a bandeira tinha que saudá -la. Qualquer um que
nã o o fizesse teria que ficar em posiçã o de sentido onde estava. Depois que a corneta
terminou de tocar, eles retornaram à s suas atividades.

A essa altura, muita gente levava as bacias e produtos de banho ao balneá rio
(infelizmente nã o havia chuveiros na Regiã o Especial) para tomar banho, ou iam
jantar na cantina. Outros engraxavam as botas, lavavam e passavam as roupas,
consertavam buracos nos uniformes, liam livros ou coisas do gênero para passar o
tempo.

Basicamente, eles eram livres para fazer o que quisessem até a hora do apagar
das luzes. Itami dirigiu-se à cantina de Arnus Town, tendo sido convidado para uma
bebida por Yanagida.

Estiveram ausentes apenas alguns dias, mas houve uma grande mudança na
cantina do ALC.

O teto foi estendido para fora, entã o um pouco de chuva nã o seria um problema.
E colocaram mais mesas. A quantidade de funcioná rios dentro e fora da cozinha
aumentou para atender os clientes adicionais.

O ambiente caseiro do local atraia cada vez mais clientes.

Ainda assim, quando Delilah viu Itami, ela correu e o cumprimentou


alegremente. “Ei, chefe, bem-vindo de volta!” Ao ouvi-la dizer isso, os outros
residentes que conheciam Itami também o cumprimentaram e contaram a seus
amigos que nã o conheciam Itami sobre ele.

“Bem-vindo de volta, chefe Itami!”

As pessoas aqui eram legais. O contraste entre a hostilidade constante de Akusho


tornava a atmosfera animada de Arnus muito mais acolhedora.

“Ei, porque é que tem tanta gente aqui?”

Yanagida parecia aborrecido. Mas por que ele nã o seria? Afinal, ele estava
olhando para todo o 3º Recon atrá s de Itami.

“Tenente Yanagida, acredito que você disse que era por sua conta?”

Depois que o 3º Recon pegou duas mesas para si, Itami gritou: “Ei, onee-chan! 12
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cervejas, por favor!” ao qual a resposta foi “~Kay!” Entã o todos começaram a comer e
beber.

“Oi, oi, oi, Itami, o que é isso?”

“Como esperado do primeiro-tenente Yanagida, que generoso de sua parte.


Pessoal, pega leve com ele!”

“Dá um tempo,” Yanagida murmurou enquanto pegava sua carteira e checava o


nú mero de pessoas presentes.

Mesmo que as coisas na Regiã o Especial fossem baratas, a cerveja para 12 ainda
custaria um bom dinheiro. Kuwabara e Nishina sorriram amargamente ao ver os mais
jovens pedindo bebidas caras.

O velho Anã o na mesa ao lado ria grosseiramente enquanto batia na cabeça da


pessoa ao lado dele, enquanto as garotas da loja PX conversavam alegremente.

Todo mundo estava comendo, bebendo ou conversando em meio a essa


comoçã o. Entã o, Yanagida começou a ouvir Itami falar sobre o que nã o estava escrito
em seu relató rio.

Depois que ele terminou, houve uma breve pausa. Entã o foi a vez de Yanagida
falar.

“Itami, enquanto você estava fora, uma pessoa interessante passou por aqui.”

“Procurando por mim?”

“Seu time sã o os Homens de Verde, certo? E você é o líder deles.”

Itami sabia das histó rias que os refugiados da vila de Coda espalharam e se
beneficiou muito com elas. O fato é que todos nesta rua tinham muito respeito por
Itami, nã o apenas por causa de sua posiçã o, mas por causa dessas histó rias.

“Entã o, para que eles me queriam?”

“Eles querem que você mate um Dragã o de Chamas.”

“Ehhh… um dragã o? Isso é impossível, certo? Nã o podemos enfrentar um


monstro como esse.”

“Bem, o fato é que nã o podemos fazer nada por causa da localizaçã o do local, mas
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também há muitos outros motivos pelos quais nã o podemos ajudar.”

Yanagida passou a descrever como a garota chamada Yao se encontrou com o


General Hazama para solicitar que ele ajudasse a exterminar o Dragã o de Fogo, e
como Hazama recusou sua ajuda porque o Dragã o nã o estava em territó rio Imperial.
Entã o como Yao foi até todos os outros oficiais do JSDF e implorou em lá grimas que
salvassem sua casa e seu povo.

“Bem, isso é uma pena.”

"É isso que você acha?"

“Mas se o chefe disse que nã o podemos, entã o nã o podemos, certo?”

“Bem, isso é verdade. Mas o Reino de Elba fica ao sul, e eles parecem ter petró leo
bruto lá . E a garota chamada Yao tinha um enorme diamante bruto com ela. Essa foi
uma visã o bonita.”

As mã os de Yanagida em concha no ar como se ele estivesse segurando uma


melancia invisível, para mostrar o tamanho do diamante.

Algo parecia errado sobre o assunto. Itami se concentrou e ficou em guarda. “E?”
Por que ele estava o estava procurando? O que ele tinha em mente?

“por que você nã o vai dar uma olhada? Como eu disse antes, se você for como
batedor, poderá se movimentar livremente. Entã o, quando você encontra esses
recursos, já está do outro lado da fronteira. Entã o você encontra o Flame Dragon,
entã o você tem que agir. Nã o deve ser um problema.”

“Isso é um problema! Um grande!”

Itami bateu na mesa ao se levantar.

“Nã o fale sobre essa batalha tã o levianamente! Aquele dragã o é muito


assustador, você sabe!

Enquanto Itami gritava, todos ficaram quietos. As pessoas na cantina se


perguntavam o que estava acontecendo.

“O que há de errado, el-tee?”

Itami baixou a voz enquanto respondia a Kurata.

“O que ele quer dizer é que quer que derrubemos o Dragão.”

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Os membros do 3º Recon não conseguiam falar. Eles haviam derrotado o Dragão de
Fogo uma vez, mas não achavam que poderiam fazer isso uma segunda vez.

“E se preparássemos 100 LAMs e os disparássemos com uma saraivada?”

Itami ignorou a piada de Katsumoto e olhou diretamente para Yanagida.

“Você está basicamente dizendo a metade deles para ir e morrer, assim como os
refugiados.”

Houve muitas vítimas quando o Flame Dragon atacou as pessoas que fugiam da Vila
Coda.

A razão pela qual o 3º Recon não sofreu perdas naquela época foi porque os refugiados
chamaram a atenção do Dragão. Eles poderiam facilmente imaginar o que aconteceria se eles
pegassem o Dragão de Fogo de frente.

“Se for uma ordem, vou obedecer. Mas se eu puder recusar, eu o farei. Eu não quero
morrer e também não quero que eles morram.”

Yanagida deu de ombros e respondeu: “Sério agora?”, como se não valesse a pena ouvir
as palavras de Itami.

“Ainda assim, eu sei que você vai fazer isso. Eu posso prever. Não se preocupe, vou
cuidar da papelada para você.”

“Por que eu tenho que ir?”

"Quem sabe?" Yanagida disse: “Bem, então” e pegou a conta.

“Não tem o que fazer. Esta noite é o meu deleite. Bem, pense nisso como um pedido de
desculpas.”

“Desculpas?”

Yanagida levantou a mã o direita para o surpreso Itami e saiu. Mas antes de sair,
ele disse mais uma coisa.

“Vá checar a garota elfa loira.”

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Quero agradecer a todos que leram GATE: Assim, que o JSDF lutou aqui, vol. 2:
Dragã o de Chamas (1ª metade). Além disso, dou as boas-vindas a todos os novos
leitores. De qualquer forma, permita-me presumir que todos aqui leram o primeiro
volume antes de prosseguir com este posfá cio.

Como todos encontraram a primeira metade do arco Flame Dragon?

A infeliz Dark Elf garota Yao fez sua estreia. A vida de Itami certamente se
tornará mais interessante agora. Quando eu estava planejando Gate, as ú nicas garotas
que eu tinha em mente que poderiam tornar a vida de Itami miserá vel eram Tuka e
Yao.

Minha primeira concepçã o foi que Itami viajaria pelo mundo com um par de Elfas
com cabelos dourados e prateados e viveria muitas aventuras. Mais tarde, quando
comecei a planejar Yao, sua personalidade era tã o escura quanto sua pele, sendo
gananciosa e cruel, o que daria dores de cabeça a Itami. Sua arma preferida era um
chicote.

Mas quando comecei a escrever, nã o consegui. Yao disse: “Eu nã o sou uma
mulher má ! Eu nã o quero isso! Por favor, nã o me faça desempenhar esse papel!”
entã o eu respondi:

Yanai: “Você é uma Dark Elf, certo? Já que você tem mais ou menos a mesma
idade de Tuka, dar a você uma personalidade perversa a deixaria mais charmosa.”

Yao: “Mas a impressã o dos Elfos Negros como malignos está errada para
começar! Somos apenas um pouco mais calculistas e implacá veis quando se trata de
alcançar nossos objetivos. E eu sou uma garota honesta para começar... *soluço*”

Bem, quando ela chorou assim, nã o pude deixar de me emocionar.

Yanai: “Tudo bem, vou mudar o roteiro. Mas isso significa que, nã o importa o
papel que você vai desempenhar, você nã o pode reclamar. Uma grande mudança
como essa nã o é fá cil de fazer.”

Yao: Desde que eu nã o interprete um personagem maligno que rouba, trapaceia,


estupra e mata. Eu vou ficar bem."
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Talvez essas palavras tenham sido um erro fatal. Depois disso, o personagem que
escrevi foi a Dark Elf do tipo onee-san, Yao Ha Ducy.

Yanai: “Bem, o que há de errado? É verdade que você ainda tem a pele escura,
mas o que há de errado com o papel?”

Yao: “A cor é a mesma, mas por que sou tã o azaradoa? Meu amigo até me deu um
NTR!”

Yanai: “Bem, você disse que nã o queria ser um vilã o, entã o eu fiz de você uma
vítima. Ou a maneira original teria sido melhor?”

Yao: “.”

Bem, é um pouco triste. Ela é uma boa menina, entã o todos, por favor, apoiem-na.

Yanai Takumi.

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