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Resumo Neste experimento procuramos entender as relações entre campo elétrico e potencial

elétrico através das linhas de força e superfícies equipotenciais....

1.Discussão teórica e Objetivos


O objetivo fundamental deste experimento é entender as relações existentes entre campo
eletrico, potencial eletrico, linhas de força e superfícies equipotenciais. Do ponto de vista
teórico, campo elétrico e diferença de potencial elétrico se relacionam através de uma função
gradiente.

dV dV dV
E  (V )  i j k
dx dy dz

Ou seja, o campo elétrico E devido a uma configuração de cargas no espaço é igual ao


negativo do gradiente do potencial elétrico V no ponto onde esta sendo medido. Uma
propriedade importante da função gradiente é a de que, quando imaginada como um vetor, o
vetor gradiente  (V ) , é normal às superfícies de nível da função que é seu argumento, no
caso a função V . Cada superfície de nível possuí o mesmo valor do potencial elétrico e,
portanto, é dita ser uma superfície equipotencial.

No caso bídimensional (2D), quando consideramos campos e potenciais sobre um plano, os


analogos às superficies equipotenciais do caso em 3D tornam-se curvas ou linhas
equipotenciais neste plano. Como nosso aparto experimental será em fundamental um plano
(cuba com agua), este é um ponto importante a se mencionar. Assim, não estaremos
trabalhando com superficies equipotenciais em última instância, mas sim, curvas.

A partir da propriedade de perpendicularidade entre E e  (V ) , agora imaginados como


vetores 2D, podemos obter a configuração das linhas de campo elétrico traçando-as de tal
modo que sejam perpendiculares às curvas equipotenciais. É importante notar que os
multimteros não medem diretamente campos elétricos, e devemos obter estas grandeza a
partir da medida dos potenciais.

2.O experimento: cuba eletrônica


Em uma cuba com fundo transparente (ver Fig.1) foi depositado um volume de água raso e foi
fixado um papel milimetrado como sistema de coordenadas retangular. Dois condutores de
metal ligados à fonte de tensão foram mergulhados na água, de tal modo que apenas suas
extremidades estivessem em contato direto com o líquido.

Embora o aparato experimental nos coloque dentro da área da eletrodinâmica, pois envolve a
passagem de corrente eletrica contínua pelos condutores, apenas nos concetramos em
analizar os efeitos eletrostáticos e modela-los como tais. Além disso, embora o campo gerado
pelos condutores afetem todo o espaço ao seu redor, focamos nossa analise apenas no plano
definido pela cuba com água. Assim, o que fundamentalmente estamos observando aqui são
campos e potenciais elétricos gerados por (A) pontos carregados, (B) segmentos de linhas
carregados e, por fim, uma configuração de segmentos e um anel carregados, em (C).

Fig01: Esquema dos tres procedimentos experimentais. (A) Configuração de Carga pontual. (B) Cargas em forma de
placas pararelas. (C) Configuração de placas pararelas e cilindro central.

2.1. Primeira configuração: Pontos Carregados.


No primeiro procedimento experimental realizado (Fig.1A), configuramos a fonte de tensão
para uma diferença de potencial V  10volts entre os dois contudores pontuais e os
separamos por uma distância de 10 cm, isto é, um deles colocado sobre o ponto P( +5 , 0 ) e o
outro em Q( -5 , 0 ). Em seguida, introduzimos a ponteira medidora em algum ponto da agua e
verificamos o potencial naquele ponto através do múltimetro.

Com a ponteira ainda em àgua, percorremos aleatóriamente até encontrar outros pontos com
o mesmo potencial anteriormente medido. Uma quantidade suficiente de pontos medidas
com o mesmo potencial nos permitira modelar uma curva equipotencial para aquele potencial
elétrico específico. Os valores iniciais de potencial escolhidos foram:

8 volts
x y
-6,0
-4,0
-2,0
0,0
+2,0
+4,0
+6,0
+8,0
6 volts
x y
-8,0 -6,0
-6,5 -4,0
-5,5 -2,0
-5,0 0,0
-5,5 +2,0
-6,5 +4,0
-8,0 +6,0
-9,5 +8,0

5,4 volts
x y
-0,0
-0,0
-0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0

4 volts
x y
-8,0 -6,0
-6,5 -4,0
-5,5 -2,0
-5,0 0,0
-5,5 +2,0
-6,5 +4,0
-8,0 +6,0
-9,5 +8,0

3 volts
x y
-8,0 -6,0
-6,5 -4,0
-5,5 -2,0
-5,0 0,0
-5,5 +2,0
-6,5 +4,0
-8,0 +6,0
-9,5 +8,0
2.2. Segunda configuração: Placas pararelas.
No segundo procedimento experimental realizado (Fig.1B), usamos a mesma diferença de
potencial V  10volts entre os dois contudores. Fixamos duas placas metalicas, uma em cada
ponta do condutor de metal, de tal forma que as placas estivessem mergulhadas em água. O
centro das placas estão localizados nos pontos, P( +5 , 0 ) e Q( -5 , 0 ) e separadas por uma
distância de 10cm. Em seguida, introduzimos a ponteira medidora em agua e procedemos
como descrito anteriormente:

Com a ponteira ainda em àgua, percorremos aleatóriamente até encontrar outros pontos com
o mesmo potencial anteriormente medido. Uma quantidade suficiente de pontos com o
mesmo potencial nos permitirá modelar uma curva equipotencial para aquele potencial
elétrico específico. Fizemos isso para os seguintes valores de potencial: 3V, 4V, 5.4V, 6V e 8V.

8,5 volts
x y
-6,0
-4,0
-2,0
0,0
+2,0
+4,0
+6,0
+8,0

6 volts
x y
-6,0
-4,0
-2,0
0,0
+2,0
+4,0
+6,0
+8,0

5,15 volts
x y
-6,0
-4,0
-2,0
0,0
+2,0
+4,0
+6,0
+8,0
4 volts
x y
-6,0
-4,0
-2,0
0,0
+2,0
+4,0
+6,0
+8,0

2 volts
x y
-6,0
-4,0
-2,0
0,0
+2,0
+4,0
+6,0
+8,0

2.2. Terceira configuração: Placas pararelas e cilindro central.


No terceiro procedimento experimental (Fig.1C), usamos tambem a mesma diferença de
potencial V  10volts , as duas placas metalicas, uma em cada ponta do condutor, com
centros em P( +5 , 0 ) e Q( -5 , 0 ), adicionando um cilindro de metal na origem O(0,0) do
sistema retangular. Procedemos do mesmo modo para encontrar os pontos de mesmo
potencial.

X. Análise dos dados.


X.1 Primeira configuração: Pontos Carregados.
De posse dos dados da primeiro configuração, plotamos os pontos encontrados no gráfico
abaixo. Cada uma das curvas poligonais em cores representa uma curva equipotencial em seu
respectivo valor de potencial. Resaltamos que tais curvas são apenas aproximações devido a
quantidade de pontos medida.
Do ponto de vista teórico, o potencial eletrico devido duas cargas pontuais de sinais contrários
é dado por

q rn  rp
V ( )
4 0 rn rp

Onde q é o valor absoluto das cargas, rn a distancia do ponto medido ate a carga negativa e rp
a distância do mesmo ponto até a carga positiva. A partir desta fórmula e selecionando alguns
valores constantes para o potencial desta configuração de cargas, obtemos um padrão de
curvas como as da figura abaixo. Comparando este padrão com nosso gráfico podemos
observar como as curvas da figura parecem seguir o mesmo padrão geométrico do gráfico,
mesmo que, em última analise, apenas qualitativamente.

B
Na Figura B sobrepomos a construção da figura A no gráfico para uma melhor visualização.
Observa-se que as retas verticais coincidem completamente, além de as bordas, em vermelho
e verde em nosso gráfico, sugerirem o padrão da borda círcular. Embora haja pontas em nosso
gráfico, parece haver um valor máximo, um ponto mais distânte da origem para aquele
potencial (ou para aquela curva equipotencial). Talvez similaridades maiores seriam percebidas
se um conjunto de pontos grande o suficiente fosse medido para cada potencial. Mas
infelizmente o tempo não nos favoreceu, assim como os imprevistos que geralmente ocorrem
em um primeiro contato com o experimento real.

X.1 Segunda configuração: Placas pararelas.


De posse dos dados da segunda configuração, plotamos os pontos encontrados no gráfico
abaixo. Cada uma das curvas poligonais em cores representa uma curva equipotencial em seu
respectivo valor de potencial.

Em nosso modelo teórico, iremos modelar o sistema de placas como segmentos de reta, dado
que nossa analise se refere ao plano da cuba com agua. Não iremos mencionar aqui a fórmula
do potencial elétrico entre duas placas com cargas contrárias, mas apenas observar que as
curvas equipotenciais teóricas tem um padrão geometrico como os da FigX.
As semelhanças, quando observamos o grafico, são evidentes: duas retas que se curvam em
“lentamente” para fora e outras duas curva lembrando a borda de uma elipse, com um valor
máximo para aquela curva equipotencial. Assim, julgamos estar de acordo os dados medidos
com a previsão teórica, mesmo que a partir de uma analise qualitativa entre padrões.

X.1 Segunda configuração: Placas pararelas.


De posse dos dados da terceira configuração, plotamos os pontos no gráfico abaixo. Cada uma
das curvas poligonais representa uma curva equipotencial naquele potencial. potencial.
A figura abaixo se refere

X. Considerações finais.
Antes de tudo, vale resaltar o fato de que fizemos algumas simplificações para poder introduzir
a parte teórica. O campo produzido no primeiro procedimento experimental, por exemplo, se
distribui por todo o espaço. Mas apenas medimos a “parcela” que esta restrita ao plano em
que a agua estava. Abaixo sugerímos um esquema geometrico de como as superfícies
equipotencias pareceriam se tomassemos o espaço trimensional como nosso modelo, algo que
deixamos por investigar.

Contudo, atraves do aparato experimental usado não seria possível medir pontos do espaço
fora do plano da agua, sendo necessário a construção de algum outro aparato experimental.
Mesmo assim, poderia haver alguma deformação nas superfícies equiopotenciais em relação
ao esquema acima. Isto poderia acontecer devido a diferença de densidade entre os meios
água e ar. Assim, se algum outro aparato experimental fosse construido para ter o espaço
tridimensional como modelo matematico, deveria levar-se em conta a homogeniedade do
meio.

[ ] Jearl Walker, David Halliday, Robert Resnick. Fundamentos da Física, Volume 3;

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