PARA ENTENDER UM TUBO DE RAIOS
CATÓDICOS: ASPECTOS EXPLICATIVOS E
DESCRITIVOS
Ane Vitória Vieira Mendes, Thais dos Reis Bezerra e Matheus
Fontinele de Araújo
Dr. João Batista Aguiar (JBA)
RESUMO Wendel Ricardo de Souza Rêgo, Alex Matos Alves
O presente estudo tem por objetivo explicar o comportamento dos raios
catódicos, bem como explicar fenômenos físicos que envolvem a dinâmica. A
metodologia proposta envolve um estudo básico e explicativo sobre o
experimento dos raios catódicos. A pesquisa foi baseada em dados secundários a
partir de livros, ambiente eletrônico e artigo científico. A partir da literatura
consultada e o uso de um simulador percebe-se o comportamento dos raios
catódicos e as aplicações decorrentes do experimento.
JUSTIFICATIVA
Sabe-se que desde da Grécia antiga com Tales de Mileto, no Século VI antes de
Cristo, o homem passou a descobrir fenômenos físicos da eletricidade [1] que
desencadeou progresso científico e social. No entanto, na ampliação do
conhecimento sobre a eletricidade e a estrutura da matéria, em um certo
momento histórico, descobriu-se experimentalmente que os raios catódicos eram
feixes de partículas carregadas e que se determinou a relação carga/massa [1,2].
Dada a relevância do assunto para a história da Física e falta de condições
materiais para realizar um experimento de baixo custo sobre os raios catódicos
na escola, o presente projeto foi motivado pelas discussões de aulas sobre
eletrostática e introdução a eletrodinâmica na disciplina de Física (Ensino Médio)
da escola Dr. João Batista Aguiar. O estudo é relevante na área do conhecimento
básico sobre teorias atômicas e tecnologias. O projeto traz benefícios para
ampliação do conhecimento sobre o assunto.
OBJETIVOS
Explicar o comportamento dos raios catódicos, bem como descrever os
fenômenos físicos que envolvem dinâmica.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa básica, descritiva e explicativa sobre os raios
catódicos. De acordo com Gil [3], a pesquisa descritiva envolve a descrição do
objeto do estudo, enquanto que a explicativa identifica fatores essenciais para a
determinação dos fenômenos.
Os materiais do estudo para contextualização do assunto foram: bibliografia
básica sobre os raios catódicos, vídeos, smartphone com internet. No entanto,
para produção textual foram usados como fontes: livros, artigos científicos e
texto de site. Para conhecimento foi usado um simulador de raios catódicos em
flash [4]. Para a execução do projeto, inicialmente, realizou-se uma revisão do
tema e o conhecimento do método experimental da descoberta dos raios
catódicos. Em seguida, foi contextualizada o comportamento dos raios catódicos,
bem como identificação de fenômenos físicos. A pesquisa não apresentou risco
biofísico e/ou social pois envolveu apenas dados secundários de domínio público.
RESULTADOS E CONCLUSÕES
Muitos físicos no Século XIX realizaram experiências para explicar o
comportamento da eletricidade nos gases. As experiências eram realizadas em
um tubo e vidro contendo na extremidade do tubo placas metálicas denominadas
ânodo e cátodo e ligadas a uma tensão [5].
Em 1875, William Crookes (1832-1919) estudou em profundidade sobre o tema e
realizou um experimento com a ampola e fazendo um vácuo nela. Ao aplicar uma
diferença de potencial entre o ânodo e o cátodo, foi observado uma
luminescência esverdeada e foi encontrado na experimentação que a
luminescência era causada pela radiação emitida pelo cátodo [5].
Figura 1- representação da ampola de Crookes
Fonte: Elaboração própria. Arquivo pessoal da pesquisa.
Nota: (a) ampola; (b) Cátodo (-); (c) ânodo (+); (d) bomba de vácuo; (e) luminescência
esverdeada
Em 1876, Eugen Goldstein demonstrou que os feixes luminosos se propagavam
em linha reta após incluir um anteparo no interior do tubo e se formou uma
sombra no tubo. O feixe constituído por radiações foi denominado de raios
catódicos [6].
Figura 2- Experiências que começaram a mostrar a natureza dos raios catódicos
Fonte: Oliveira e Fernandes[6]
Nota: na figura (a) tem-se um anteparo dentro da ampola e a projeção da sombra
dele. (b) uma ventoinha colocada para verificar um movimento dela.
Posteriormente, J.J. Thomson esclareceu que a natureza dos raios catódicos era
constituída por partícula negativa baseado no experimento realizado por ele [5].
Figura 3- desenho do tubo experimental
Fonte: Thomson, J. J. Cathode Rays. Phil. Mag. S. 5. vol. 44, n° 269, oct., 1897. Disponível
em:<http://physics.princeton.edu/~mcdonald/examples/EP/thomson_pm_44_293_97.pdf>
Acesso em: 06, ago., 2017.
Os elétrons saem do cátodo em C, são acelerados pela diferença de potencial,
passam pela fenda A e B (ânodos) e passam entre as duas placas D e E. [1][7].
O experimento de Thomson [7] permitiu verificar que os raios eram desviados ao
carregar a placa D ou E com carga elétrica positiva. O resultado desse
experimento por Thomson permitiu estabelecer relação carga elétrica do elétron-
massa.
Em síntese, os raios catódicos apresentam algumas propriedades tais como [2]:
a) apresentam luminescência ao chocar nos corpos; b) alta velocidade mas
inferior ao da luz; c) em geral se propagam em linha reta; d) capacidade de
atravessar pequenas espessuras de materiais; e) são constituídos de partículas
com energia cinética; f) são desviados por campo elétrico ou magnéticos.
REFERÊNCIAS
1. GASPAR, Alberto. Compreendendo a física: eletromagnetismo. São Paulo: Ática,
2013.
2. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-USP. Centro de Ensino e pesquisa aplicada. e-
Física: raios catódicos. Disponível em:<http://efisica.if.usp.br/moderna/conducao-
gas/cap1_08/> Acesso em: 15, jul., 2017.
3.GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas,
2002.
4. REGO, Wendel Ricardo de Souza. Simulação computacional em flash de
fenômenos físicos da eletrostática. 2017, 68p. Projeto de Pesquisa (Mestrado
Nacional Profissional no Ensino de Física), Programa de Pós-graduação,
Universidade Federal do Acre, Rio Branco, 2017.
5. LUZ, Antonio Máximo Ribeiro; ALVARO, Beatriz Alvarenga. Física: ensino médio.
v3. São Paulo: Scipione, 2006.
6. OLIVEIRA, Ótom Anselmo de; FERNANDES, Joana D'arc Gomes. Arquitetura
atômica e Molecular: evolução dos modelos atômicos de Leucipo a Rutherford .
Natal: EDUFRN-Editora da UFRN, 2006.
7. Thomson, J. J. Phil. Mag. S. 5. vol. 44, n° 269, oct., 1897. Disponível
em:<http://physics.princeton.edu/~mcdonald/examples/EP/thomson_pm_44_293_97.p
df> Acesso em: 06, ago., 2017.
AGRADECIMENTOS
Alex Matos Alves (UFAC/JBA), Coordenação da escola Dr. João Batista Aguiar,
em especial ao aluno Matheus Fontinele de Araújo.