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FORMAÇÃO

ID EN TIDA D E

Maturidade: quem foge do relacionamento não cresce


TE RÇ A-FE IRA, 8 DE ABRIL DE 2008, 0H 00
M ODIF IC A DO: S E X TA-F E IRA , 21 DE J ULHO DE 2017, 8H51

A maturidade acontece quando a pessoa não foge dos relacionamentos


Quando fugimos da vida e dos relacionamentos, escondendo-nos em máscaras, vícios e inverdades,
criamos ilusões que nos impedem de nos construirmos e enfrentarmos a vida como ela é. Retiramos do
existir a autenticidade, instaurando assim, no coração, a frustração. A maturidade vem quando a pessoa
não foge do relacionamento.

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com


Nossa sociedade é marcada pela criação de múltiplas maneiras de camuflar a vida, destituindo-a de seu
significado. Em nosso cotidiano, é comum a muitos gastarem inúmeras horas diante de um computador,
um tempo que, se não for bem utilizado, pode lhes roubar do dever-desafio de se afirmarem como pessoas
e os fazer substituir os relacionamentos com pessoas no mundo real, pois a virtualidade lhes imprime uma
falsa segurança, a qual lhes permite ocultar suas fraquezas, revelando de si apenas uma imagem irreal. A
virtualidade lhes imprime uma falsa segurança, que lhes permite ocultar suas fraquezas, revelando de si
apenas uma imagem irreal.

A sua identidade por detrás do mundo virtual

Para além do virtual também é possível esconder-se na fabricação de uma falsa imagem, a qual, por sua
vez, nos impedirá de sermos amados e conhecidos naquilo que somos. O relacionar-se é uma realidade que
nos caracteriza como humanos; e à medida que nos relacionamos com mais qualidade, mais gente nos
tornamos. Quem se relaciona, envolve-se: Ama e é amado, decepciona-se e faz decepcionar, perde e
ganha. Enfim, está sujeito às contrariedades que compõem o envolver-se, mas nem por isso tem o direito
de fugir por medo de sofrer. É fácil e conveniente evitar o relacionamento com os outros, principalmente
se nos causam problemas. Contudo, se fizermos isso, estaremos nos esquivando das respostas exigidas
pela vida; dessa forma, trilharemos um caminho que desembocará na angústia e na solidão.

É no relacionar-se que somos moldados e nos tornamos melhores; por isso, fugir da convivência com
outros é eliminar da vida a possibilidade de crescer. Para que adquiramos a devida maturidade, nosso
amor não pode ser superficial, fazendo-nos desistir daqueles que não compreendemos e que não nos
agradam. Quem ama não desiste do outro, mas acredita nele, mesmo sem o compreender em plenitude.
Amar é doar-se, é assumir o outro com suas consequências e circunstâncias, independentemente das
dificuldades contidas nessa opção.

Leia mais:

:: Um escudo para os nossos relacionamentos (https://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-


sexualidade/castidade/um-escudo-para-os-nossos-relacionamentos/)
:: Aprenda a construir um relacionamento saudável
(https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/aprenda-construir-um-relacionamento-saudavel/)
:: Adultério virtual: quando a internet se torna um perigo no relacionamento
(https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/casamento/adulterio-virtual-quando-a-internet-se-
torna-um-perigo-no-relacionamento/)

Não existe vida sem envolvimento e, consequentemente, sem os conflitos próprios da relação. A vida é
movimento, e para entender alguém é preciso ter a delicadeza para compreender as transformações que
acompanham essa pessoa. Cada pessoa é dinâmica, é movimento. Ninguém conversa com a mesma pessoa
duas vezes, pois, a cada minuto novas experiências operam no ser uma constante transformação, fazendo
com que a pessoa de hoje não seja a mesma amanhã. Para construir sólidos relacionamentos, é necessário
estar disposto a descobrir novamente o outro a cada dia.

Quem ama tem a ternura necessária para não exigir que o outro seja o mesmo todos os dias, pois deposita
em suas mãos a liberdade de se construir a cada segundo, buscando compreender suas cotidianas
transformações e ampliando, assim, a maneira de enxergá-lo e assimilá-lo. Amar é redescobrir a quem se
ama todos os dias, permitindo que o ser se renove como as águas de um riacho, pois ninguém mergulha no
mesmo riacho duas vezes em virtude do constante movimento das águas.

Alguém é sempre mais do que possamos definir ou conceituar, e assim precisa estar livre para se revelar
no que é, sem ser encarcerado em exigências infantis.

Nossos relacionamentos, em todos os níveis e graus, serão libertadores e gerarão vida à medida que
tivermos a delicadeza para enfrentar cada um em sua realidade, acolhendo a sua verdade e amando
verdadeiramente o que encontrarmos. Assim, descobriremos, no concreto da vida, a linguagem que nos
fará ser presença e acompanhar o outro com mais qualidade e inteireza, deixando-nos a possibilidade de
assim também sermos encontrados e acompanhados.

(htt //f
Padre Adriano Zandoná
Padre Adriano Zandoná é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em Filosofia e
Teologia, tem quatro livros (https://goo.gl/zwvJk6) publicados pela Editora Canção Nova e
participação em dois CDs de oração e apresenta o programa “Pra ser Feliz”
(https://tv.cancaonova.com/programa/pra-ser-feliz/)na TV Canção Nova.

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