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Por Rafaela Baestero

3 de dezembro de 2018

O que mudou no PBQP-H 2018


Este ano, o PBQP-H/SiAC recebeu alterações em seu segundo
ano consecutivo. Vamos apresentar um overview do PBQP-H
2018 e como ele ficou com o alinhamento com a ISO
9001:2015.

O que tem neste conteúdo:

o Overview do PBQP-H
o Os 3 sistemas distintos do PBQP-H
o PBQP-H SiAC 2018: Os 4 pontos de atenção às mudanças
 Alinhamento com a ISO 9001:2015
 Requisitos do PQO (Plano de Qualidade da Obra)
 Controle Operacional da Obra
 Prazos para transição do PBQP-H 2018
o A melhor forma de implementar o PBQP-H 2018

Overview do PBQP-H
Em Janeiro de 2017, o Ministério das Cidades, havia anunciado
alterações no PBQP-H/SiAC, que incluía:

 Alinhamento com a Norma de Desempenho (NBR


15.575:2013);
 Inclusão do PDE – Perfil de Desempenho das Edificações;
 Inclusão do Plano de Controle Tecnológico.

Agora em Junho de 2018 outras novidades surgiram, a nova


versão nos traz muitos direcionamentos, inclusive Notas
explicativaS. As construtoras terão que se adequar para
atendimento aos novos requisitos, como o próprio regimento
menciona no parágrafo abaixo:

CAPITULO XI

Art. 39. Certificados emitidos segundo o Regimento Geral do


SiAC – Portaria no 13 de 06 de janeiro de 2017, durante o
prazo de transição de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias,
em qualquer dos níveis de certificação, terão como data de
validade máxima a correspondente a 365 (trezentos e sessenta
e cinco) dias contados da data de emissão.

Se sua empresa já foi certificado na versão 2017 do PBQP-


H, não se preocupe, ele terá sua validade respeitada.

Quando nos referimos às modificações feitas no PBQP-H, não


podemos afirmar que foi o PBQP-H que alterou por completo.
Na verdade, o PBQP-H é dividido em três sistemas distintos
com normas e requisitos específicos para cada tipo de agente
na cadeia construtiva.

Os 3 sistemas distintos do PBQP-H


 SiAC – Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas
de Serviços e Obras;
 SIMAC – Sistema de qualificação de empresas de materiais,
componentes e sistemas construtivos;
 SINAT – Sistema nacional de avaliação técnica de produtos
inovadores e sistemas convencionais.
O que realmente foi revisado em 2018 foi o SiAC. Trata-se de
um sistema dentro do PBQP-H que tem por objetivo promover
a evolução dos patamares de qualidade do setor, com foco nas
especialidades técnicas de obras, serviços especializados de
execução de obras, gerenciamento de obras e
empreendimentos e elaboração de projetos.

As 4 mudanças importantes no PBQP-H


SiAC 2018
 Alinhamento com a ISO 9001:2015;
 Requisitos do PQO;
 Controle Operacional da Obra.
 Prazos para transição;

#1 – Alinhamento com a ISO 9001:2015

Esta alteração já era esperada na versão 2017, porém não


aconteceu! Agora, a versão 2018 contempla uma sincronia
maior com a ISO 9001:2015. Ou seja, com estes ajustes as
construtoras poderão promover:

 Direcionamento estratégico do sistema de gestão com a


realidade da construtora;
 Entendimento dos processos e as relações de entrada e saída
de cada um deles;
 Gestão da empresa com base nos riscos e oportunidades;
 Maior comprometimento da liderança com o sistema;
 Gestão do conhecimento organizacional para garantir as
saídas conformes;

Vale salientar que alguns documentos continuam sendo


obrigatórios mesmo com esta aproximação com a ISO
9001:2015, como por exemplo:

 Manual da Qualidade;
 Plano da Qualidade de Obra;
 Perfil de Desempenho da Edificação.

#2 – Requisitos do PQO (Plano de Qualidade da Obra)

Tomada a ISO 9001:2015 como base, outros requisitos


também precisaram ser revistos. Entre um deles foi o PQO. O
Plano de Qualidade da Obra, PQO, é um documento que
contempla os principais pontos de uma obra. Ou seja, não
existe um PQO igual ao outro, pois cada obra contém suas
particularidades e especificidades.

Nele deve conter informações, como: estrutura organizacional


da obra; relação de materiais e serviços controlados; plano de
controle tecnológico; destinação dos resíduos; identificação dos
equipamentos críticos para obra e entre outros pontos.

As inclusões feitas na última revisão, contemplam:

 Identificação e seleção dos processos do sistema de gestão


da qualidade que são aplicáveis à obra;
 Inclusão da definição dos destinos adequados dados aos
resíduos líquidos produzidos pela obra (esgotos, águas
servidas), anteriormente não continham os resíduos líquidos;
 Definição dos meios para assegurar um ambiente de trabalho
saudável e seguro, evidenciado pela apresentação de outros
documentos e medidas (quando aplicável), como:
comunicação prévia de início de obra à delegacia Regional do
Ministério do Trabalho; PCMAT; PPRA; PCMSO; IPA;
 Projeto atualizado do canteiro de obras, para verificar
questões logísticas, produção e áreas de vivência e convívio
dos colaboradores em obra.
Outra tópico relevante sobre o Plano de Qualidade da Obra é
que agora em caso de obras de edificações habitacionais, o
PQO deve considerar os requisitos de desempenho da ABNT
NBR 15.575 definidos em projeto.

Você deve estar se perguntando: Como fazemos isto?

A norma pede para incluir os seguintes elementos:

1. a) identificação das Fichas de Avaliação de Desempenho


(FAD) de sistemas convencionais consideradas nos projetos;
2. b) identificação dos produtos inovadores especificados nos
projetos com Documento de Avaliação Técnica (DATec).

Tanto a FADs quanto a DATecs são facilmente encontradas no


site do Ministério das Cidades. O principal benefício é que
estes documentos servirão como entrada para os projetos
construtivos, possibilitando a demonstração dos níveis de
desempenho que serão atendidos na obra.

Observação: Para maiores detalhes, acessar o site


http://app.cidades.gov.br. É necessário realizar um cadastro e
todas as fichas são disponibilizadas gratuitamente.

Ao comprovar em seu sistema construtivo que usufrui destes


materiais, automaticamente sua organização é dispensada da
realização de ensaios técnicos dos materiais existentes nestes
formulários.

#3 Controle Operacional da Obra

Anteriormente, na versão 2017, existia um requisito que exigia


o planejamento operacional da Obra, onde eram considerados
questões, como etapas, prazos e entre outros elementos do
projeto.
A partir desta versão, além do planejamento as construtoras
irão precisar demonstrar como controla o andamento deste
planejamento.

Controle traz a ideia de medir as etapas, verificar se os prazos


estão sendo cumpridos, se há falta de recursos para operar as
rotinas dos colaboradores e etc.

Confira o que diz a norma na íntegra:

A empresa construtora deve determinar e conservar


informação documentada na extensão necessária para:

1. ter confiança em que os processos tenham sido conduzidos


como planejado;
2. demonstrar a conformidade de obras e serviços com seus
requisitos.

A norma pede para as empresas controlarem as mudanças


planejadas e analisar criticamente as consequências de
mudanças não planejadas, pois só assim é possível
estabelecer planos de ações para reagir aos efeitos
indesejados.

Prazos para transição do PBQP-H 2018!

Sem dúvida, a primeira inquietação com toda alteração é


quanto ao prazo para migração e adequação ao regimento.
Para isto, alguns esclarecimentos:

1. O regimento foi publicado em Junho de 2018, sendo assim o


período de transição tem o prazo de 365 dias (01 ano) a
contar da data da publicação.
2. Os certificados emitidos com base na antiga versão do seu
Regimento Geral (Portaria nº 13/ 2017), antes da data de
publicação desta versão (Portaria nº 383/2018), terão sua
validade respeitada.
3. A partir de 15 de junho de 2019, as auditorias e a emissão de
certificados poderão ser feitas somente de acordo com o
novo regimento do SiAC.
4. Os certificados emitidos segundo a antiga versão do
Regimento Geral do SiAC, durante o prazo de transição de
365 dias, terão como data de validade máxima a
correspondente a 365 dias contados da data de emissão.

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