OSHO – A VIDA do REAL solitário ..

A sociedade, a multidão, aqueles que não são os escolhidos, aqueles que estão constantemente
necessitando ser necessários — "eles"... Se eles lhe dizem...— e eles lhe dirão, porque eles não deixam
ninguém ser um solitário. Eles o perseguirão, eles tentarão pressioná-lo a voltar para o seio da
sociedade. Eles vão querer que você volte para a prisão — eles não podem acreditar como você
escapou. E eles se sentirão desconfortáveis com você, se você se tornar um solitário. Por quê? Porque
sua própria presença os faz duvidar da existência deles mesmos... — eis o desconforto.
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Ser sozinho é muito difícil, muito incomum, extraordinário. Por que essa Ânsia? Porque sempre que
você está sozinho, toda a sua importância desaparece. Saia e compre alguma coisa na loja: pelo
menos, o vendedor lhe dará importância... Eles se comportam como se dependessem de você — e
você sabe perfeitamente bem que isso é apenas uma fachada... seu sorriso é apenas um sorriso
pintado — ele sorri pra todo mundo, não é nada particular para você. Mas você nunca olha para essas
coisas. Você está, por todo lado, em busca de olhos que possam lhe dar alguma importância.
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Quem é "o solitário"? Alguém cuja necessidade de ser necessário caiu; alguém que fique
completamente contente consigo mesmo, assim como ele é; alguém que não precise de ninguém para
dizer "você significa muito para mim". Sua significância está dentro dele mesmo. Agora, sua
importância não vem dos outros... — ele já não precisa mendigar por isso, não mais clama por isso —
sua importância vem do seupróprio ser. Ele não é um mendigo e pode viver consigo mesmo.
Você não pode viver consigo mesmo. Sempre que fica sozinho, você fica inquieto: imediatamente
você sente um incômodo, um desconforto, uma profunda ansiedade. O que fazer? Aonde ir? Vá ao
clube, vá à igreja ou ao teatro... — mas vá a algum lugar, encontre o outro. Ou simplesmente vá às
compras. Para as pessoas que são ricas, ir às compras é apenas um jogo, o único esporte: elas vão
comprando... Se você for pobre, não precisa entrar na loja, simplesmente ande pela rua, olhando as
vitrines. Mas vá!
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Quem é um solitário? Aquele cuja necessidade de ser necessário desapareceu, que não pede
nenhuma significância vinda de você, dos seus olhos, das suas respostas. Não! Se você lhe der o seu
amor, ele lhe será grato, mas se você não dá, não há reclamação : se você não dá, ele fica tão bem
quanto sempre. Se você for visitá-lo, ele ficará feliz, mas, se você não vai, ele ficará feliz do mesmo
jeito. Quando ele anda no meio das pessoas, ele desfruta, mas, se ele viver num eremitério, ele
desfrutará também. Você não pode fazer um solitário infeliz, porque ele aprendeu a viver com ele
mesmo e ser feliz com ele mesmo. Sozinho ele é suficiente. Eis porque as pessoas que estão num
relacionamento, nunca gostam que o outro seja religioso: se o marido começa a se mover na direção
da meditação, a esposa se sente perturbada. Por quê? Ela pode nem estar ciente do que está
acontecendo, ou de porque ela se sente perturbada. Se a esposa começa a orar, começa a se mover na
direção da religião e de Deus, o marido se sente perturbado. Por quê?
Um medo inconsciente vem para o consciente. O medo é o de que ela ou ele esteja tentando se tornar
suficiente em si mesmo, ou em si mesma: este é o medo.
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Um solitário significa aquele que é suficiente em si mesmo, que não precisa de ninguém, que de modo
algum é dependente. E isso dá medo: então, você se torna inútil. Toda a sua existência gira em torno
da necessidade do outro, de que o outro precisava de você. Sem você ele não era nada, sem você a
vida dele era inútil, um deserto — somente com você ele floresceu. Mas se você vem a saber que ele
pode florescer estando solitário, então, haverá perturbação, porque seu ego ficará ferido.
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O solitário é o eleito. O que o solitário escolheu? Ele escolheu somente seu próprio ser. E, quando você
escolhe seu próprio ser, você escolheu o ser de todo o Universo — porque seu ser e o ser universal
não são duas coisas. Quando você escolhe a si mesmo, você escolheu Deus e, quando você escolhe
Deus, Deus escolhe você — você se tornou eleito.
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Um solitário se torna um eleito: ele é o escolhido, o escolhido de Deus. Por quê? Porque um solitário
jamais deseja nada desse mundo. Ele não precisa desejar, ele aprendeu tudo o que era para aprender
neste mundo; esta escola acabou, ele já passou por ela, transcendeu-a. Ele se tornou como um pico
alto que permanece sozinho no céu — ele se tornou eleito, o Everest. Um Buda, um Jesus são picos
elevados, picos solitários. Essa é a beleza deles: eles existem sós.