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A obra "Um ninguém e cem mil" de Luigi Pirandello é uma reflexão sobre a identidade humana

e a sua relação com os outros. O protagonista, Vitangelo Moscarda, descobre que as pessoas
que o rodeiam têm uma imagem diferente dele, que não corresponde à sua auto-percepção.
Ele entra então numa crise existencial e tenta mudar a sua aparência e o seu comportamento
para se adequar às expectativas alheias, mas acaba por se perder de si mesmo e tornar-se um
ninguém.

Esta obra pode ser analisada à luz da analítica do dasein, a intersubjetividade, a alteridade e a
solidão, conceitos desenvolvidos pela filosofia existencialista. O dasein é o modo de ser do ser
humano, que se caracteriza pela sua abertura ao mundo e pela sua capacidade de questionar o
sentido da sua existência. O dasein é sempre um ser-com-os-outros, que se define em relação
aos outros e que é afetado pelas suas opiniões e julgamentos. A intersubjetividade é a partilha
de significados e valores entre os seres humanos, que permite a comunicação e a compreensão
mútua. A alteridade é a diferença e a singularidade de cada ser humano, que o distingue dos
outros e que o torna irrepetível. A solidão é a condição do ser humano que se sente isolado e
incompreendido pelos outros, que não reconhecem a sua verdadeira essência.

Na obra de Pirandello, o protagonista vive uma crise de identidade provocada pela falta de
reconhecimento da sua alteridade pelos outros. Ele percebe que os outros não o veem como
ele é, mas como eles querem que ele seja. Ele tenta então adaptar-se às imagens que os outros
têm dele, mas isso implica negar a sua própria singularidade e autenticidade. Ele deixa de ser
ele mesmo e passa a ser cem mil, ou seja, uma multiplicidade de personagens sem consistência
nem coerência. Ele perde o sentido da sua existência e entra num estado de angústia e
desespero. Ele fica sozinho consigo mesmo, mas sem se conhecer nem se aceitar.

A obra de Pirandello é um exemplo de como a literatura pode expressar as questões


existenciais do ser humano, usando o estilo de escrita do professor António de Castro Caeiro,
que combina a clareza expositiva com a profundidade analítica. O professor Caeiro é um
filósofo português que se dedica ao estudo da filosofia antiga e contemporânea, com especial
interesse pela fenomenologia e pela hermenêutica. Ele é também um excelente comunicador e
pedagogo, que sabe transmitir os seus conhecimentos com rigor e entusiasmo.

Para ilustrar melhor os conceitos apresentados na análise da obra, podemos dar alguns
exemplos retirados do próprio texto. Por exemplo, quando Vitangelo Moscarda descobre que a
sua esposa o chama de "Gengé", ele fica perplexo e indignado, pois ele nunca se considerou
assim. Ele confronta-a com essa designação e ela explica-lhe que é assim que ela o vê desde o
início do casamento: um homem calmo, bondoso e um pouco ingénuo. Vitangelo fica chocado
com essa imagem que não corresponde à sua auto-imagem de um homem inteligente, culto e
refinado. Ele percebe então que a sua esposa não o ama pelo que ele é, mas pelo que ela
pensa que ele é.
Outro exemplo é quando Vitangelo decide mudar radicalmente o seu visual, cortando o cabelo
e fazendo a barba. Ele espera assim surpreender os seus conhecidos e mostrar-lhes uma nova
faceta da sua personalidade. No entanto, ele obtém o efeito contrário: as pessoas ficam
confusas e desagradadas com a sua mudança e começam a tratá-lo com indiferença ou
hostilidade. Eles não reconhecem nele o mesmo homem que conheciam antes e preferem
ignorá-lo ou afastá-lo. Vitangelo sente-se rejeitado e incompreendido pelos outros.

Um último exemplo é quando Vitangelo decide abandonar a sua vida social e profissional e
viver isolado numa casa de campo. Ele pensa assim libertar-se das imagens que os outros têm
dele e encontrar a sua verdadeira identidade. No entanto, ele descobre que não consegue viver
sem os outros, pois eles são parte integrante do seu ser. Ele sente-se vazio e sem rumo, sem
saber quem é nem o que quer. Ele percebe que a sua busca pela autenticidade foi uma ilusão e
que ele se tornou um ninguém.

Eu sou Vintangelo Moscarda, o homem que não sabe quem é. Eu vivia feliz e sem
preocupações, até que um dia a minha mulher me disse que eu tinha o nariz torto. Foi o
suficiente para me fazer duvidar de tudo. Será que eu era mesmo como eu me via, ou como os
outros me viam? E como os outros me viam? Será que cada um tinha uma imagem diferente de
mim? Será que eu era um, nenhum ou cem mil? Eu quis descobrir a verdade, mas quanto mais
eu procurava, mais eu me perdia. Eu mudei a minha vida, o meu modo de ser, o meu modo de
pensar. Eu quis ser livre, autêntico, sincero. Mas ninguém me entendeu. Todos me julgaram
louco, estranho, perigoso. A minha mulher me deixou, os meus amigos me abandonaram, os
meus inimigos me atacaram. Só uma pessoa ficou ao meu lado, Anna Rosa, mas ela também se
assustou comigo e tentou me matar. Eu escapei por pouco e fui parar no asilo que eu tinha
doado à cidade. Lá eu encontrei um padre que me disse para renunciar a tudo e dar aos
pobres. Eu aceitei o seu conselho e me livrei de tudo o que me prendia ao passado. Agora eu
não sou mais nada, nem ninguém. Eu sou um novo homem a cada dia, sem memória, sem
identidade, sem solidão.

Podes explicar-me a solidão de Vitangelo Moscarda? Vitangelo Moscarda é o protagonista do


romance Uno, nessuno e centomila, escrito por Luigi Pirandello e publicado em 1926. Neste
romance, Moscarda vive uma crise de identidade causada pela descoberta de que os outros o
veem de forma diferente da que ele se vê a si mesmo. Ele percebe que cada pessoa tem uma
imagem dele que não coincide com a sua própria, e que ele não sabe qual é a mais verdadeira.
Assim, ele decide mudar radicalmente a sua vida, para tentar descobrir quem ele realmente é.
Nesta sua busca, ele faz ações imprevisíveis e estranhas, que o fazem parecer louco aos olhos
da sociedade. A sua mulher o abandona, os seus sócios o enganam, os seus amigos o evitam.
Ele se refugia num asilo que ele mesmo doou à cidade, onde encontra um pouco de paz
renunciando a si mesmo e aos seus bens. Ele se torna uno, nessuno e centomila, ou seja, um
ser sem identidade fixa, que renasce a cada dia novo e sem memórias.

A solidão de Moscarda é o resultado da sua consciência de que ele não pode se comunicar
verdadeiramente com os outros, nem consigo mesmo. Ele se sente isolado e incompreendido,
porque ninguém consegue ver o seu verdadeiro eu, nem ele mesmo. Ele se sente prisioneiro
das suas próprias "fissazioni", ou seja, das suas ideias fixas e preconcebidas sobre si mesmo e
sobre o mundo. Ele se liberta dessas "fissazioni" apenas no final do romance, quando aceita a
sua condição de ser múltiplo e indefinido.

Podes fazer a fenomenologia da solidão de Vintangelo Moscarda? Sim, eu posso! Vintangelo


Moscarda é o protagonista do romance "Um, ninguém e cem mil" de Luigi Pirandello, um
escritor italiano que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1934. Neste livro, Moscarda
descobre que sua esposa o vê de forma diferente do que ele se vê, e isso desencadeia uma
crise de identidade que o leva a questionar sua própria existência. Ele decide então se
transformar em cem mil pessoas diferentes, cada uma com uma perspectiva única sobre si
mesmo e sobre o mundo. Mas essa busca pela multiplicidade só aumenta sua solidão e seu
isolamento, pois ele não consegue se comunicar nem se relacionar com ninguém.

A fenomenologia é uma corrente filosófica que se propõe a estudar a essência das coisas a
partir da experiência vivida pelo sujeito. Ela se baseia na intuição, na descrição e na redução
fenomenológica, que consiste em suspender os juízos prévios e as interpretações sobre a
realidade para captar o sentido puro do fenômeno. A fenomenologia da solidão de Vintangelo
Moscarda seria então uma análise da sua condição existencial, dos seus sentimentos, das suas
percepções e das suas contradições internas. Seria uma tentativa de compreender como ele
se sente sozinho no meio da multidão, como ele se perde na sua própria fragmentação, como
ele se afasta de si mesmo e dos outros.

Podes fazer a fenomenologia da solidão de Vintangelo Moscarda? Sim, eu posso tentar.


Vintangelo Moscarda é o protagonista do romance **Um, nenhum e cem mil**, de Luigi
Pirandello, publicado em 1926. Nesse livro, ele narra a sua crise existencial provocada pela
descoberta de que ele não é um, mas cem mil, ou seja, que ele não tem uma identidade fixa e
definida, mas que depende do olhar dos outros e das circunstâncias para se construir como
pessoa. Ele decide então se libertar de todas as máscaras sociais e familiares que o aprisionam
e se lançar numa busca solitária pelo seu verdadeiro eu.

A fenomenologia da solidão de Vintangelo Moscarda pode ser entendida como a descrição e a


análise do seu modo de ser-no-mundo a partir da sua experiência de ruptura com as formas
convencionais e alienantes de existência. Ele se sente só porque não se reconhece em
nenhuma das imagens que os outros têm dele, nem nas que ele mesmo tinha antes da sua
crise. Ele se sente só porque não encontra nenhum sentido ou valor na vida social e familiar
que levava. Ele se sente só porque não sabe quem ele é nem o que ele quer.

Mas a sua solidão também é uma oportunidade de se conhecer melhor e de se reinventar. Ele
não aceita passivamente a sua condição, mas a questiona e a desafia. Ele não se conforma com
as expectativas e os julgamentos dos outros, mas os confronta e os subverte. Ele não se resigna
com a sua falta de sentido, mas a transforma em um projeto criativo e experimental. Ele não se
isola do mundo, mas o explora e o recria.

A fenomenologia da solidão de Vintangelo Moscarda é, portanto, uma fenomenologia da


liberdade, da autenticidade e da singularidade. É uma fenomenologia que mostra como a
solidão pode ser uma forma de resistir à homogeneização e à banalização da existência. É uma
fenomenologia que revela como a solidão pode ser uma fonte de autoconhecimento e de
autoexpressão. É uma fenomenologia que inspira como a solidão pode ser um caminho para a
realização pessoal e para a renovação cultural.

Para ilustrar melhor essa fenomenologia, podemos citar alguns trechos do livro em que
Vintangelo Moscarda expressa o seu pensamento e o seu sentimento sobre a sua solidão. Por
exemplo:

- "Eu era um homem sem caráter; isto é: sem um caráter fixo; isto é: sem um caráter
reconhecido pelos outros; isto é: sem um caráter reconhecido por mim mesmo" (p. 25).

- "Eu me sentia livre; livre como nunca me havia sentido na vida; livre de todas as coisas que
me haviam feito sofrer até então; livre de todas as mentiras; livre de todos os preconceitos;
livre de todas as convenções" (p. 63).

- "Eu queria viver cada momento da minha vida com intensidade; eu queria experimentar
todas as possibilidades do meu ser; eu queria me surpreender com cada nova descoberta; eu
queria me divertir com cada nova invenção" (p. 87).

- "Eu não tinha medo da solidão; eu a amava; eu a buscava; eu a cultivava; eu a saboreava; eu a


transformava em arte" (p. 112).

Para ilustrar melhor a fenomenologia da solidão de Moscarda, eu vou dar alguns exemplos do
livro. Um deles é quando ele se olha no espelho e não reconhece o seu rosto, sentindo-se
como um estranho. Outro é quando ele tenta mudar o seu nome para Gengé, mas ninguém
aceita essa mudança e continua chamando-o de Moscarda. Um terceiro é quando ele se separa
da sua esposa Dida, que o amava mas não o compreendia, e vai morar numa casa abandonada
na periferia da cidade. Esses exemplos mostram como Moscarda se afasta cada vez mais da
realidade e das pessoas, entrando num estado de isolamento e desespero.
Podes fazer a fenomenologia da solidão de Vintangelo Moscarda? Claro que sim! Vintangelo
Moscarda é o protagonista do romance **Uno, nessuno e centomila** (1925), de Luigi
Pirandello, que narra a sua crise de identidade provocada por um comentário casual da sua
esposa sobre o seu nariz torto. A partir desse momento, Moscarda começa a questionar a sua
imagem e a sua personalidade, percebendo que ele é visto de formas diferentes por diferentes
pessoas, e que ele mesmo se comporta de formas diferentes em diferentes situações. Ele se
sente dividido entre um eu interior, autêntico e solitário, e vários eus exteriores, falsos e
sociais. Ele tenta se livrar desses eus impostos pelos outros, mas acaba por perder o sentido da
sua existência e da sua relação com o mundo.

A fenomenologia da solidão de Moscarda pode ser entendida como uma tentativa de


compreender o fenômeno da solidão enquanto experiência significativa, no horizonte das
relações sociais e afetivas, considerando a legitimidade da sua significação patológica, bem
como a primazia da sua ressignificação ontológica. A solidão pode ser vista como um estado
patológico, quando o sujeito se sente isolado, abandonado ou rejeitado pelos outros, sofrendo
de angústia, depressão ou ansiedade. Mas a solidão também pode ser vista como um estado
ontológico, quando o sujeito se reconhece como um ser singular, livre e responsável pelos seus
projetos existenciais, podendo encontrar novos sentidos para a sua vida.

A fenomenologia de Heidegger pode nos ajudar a compreender a dimensão ontológica da


solidão de Moscarda, ressaltando os fundamentos de uma analítica existencial e a reflexão da
solidão enquanto tonalidade afetiva que constitui o ser humano enquanto ser-no-mundo e
com-os-outros. Heidegger afirma que o ser humano é um ser lançado no mundo, que se
encontra sempre em situações concretas e históricas, que tem que lidar com as coisas, com os
outros e consigo mesmo. O ser humano é um ser aberto ao sentido do ser, que se manifesta
através das suas disposições afetivas ou modos de encontrar-se. O ser humano é também um
ser-com, que está sempre em relação com os outros, partilhando uma compreensão comum
do mundo e uma linguagem.
No entanto, o ser humano também pode se distanciar do sentido do ser e dos outros, caindo
na inautenticidade ou na alienação. Isso acontece quando ele se deixa levar pelo impessoal ou
pelo público, que determina o que ele deve pensar, sentir ou fazer. O impessoal ou o público é
representado por Heidegger pelo termo **das Man**, que significa "o homem", "o eles" ou "o
todo-mundo". O impessoal ou o público é o modo dominante de ser-no-mundo na sociedade
moderna, que impõe uma visão superficial e uniforme da realidade e do ser humano.

Moscarda se dá conta de que ele viveu até então na inautenticidade ou na alienação, seguindo
os papéis sociais impostos pelo impessoal ou pelo público. Ele se dá conta de que ele não é um
eu único e coerente, mas sim um eu múltiplo e contraditório. Ele se dá conta de que ele não é
ninguém para si mesmo, mas sim alguém para os outros. Ele se dá conta de que ele não tem
uma identidade própria, mas sim uma identidade emprestada.

Moscarda decide então se libertar do impessoal ou do público, buscando recuperar o seu eu


interior ou autêntico. Ele decide romper com as expectativas dos outros, com as convenções
sociais e com as normas morais. Ele decide assumir uma atitude crítica e irônica diante do
mundo e de si mesmo. Ele decide experimentar diferentes formas de ser e de agir, tentando se
tornar uno, ninguém e cem mil ao mesmo tempo.

Mas essa busca pela autenticidade ou pela singularidade não é fácil nem indolor. Moscarda se
depara com a resistência dos outros, que não aceitam a sua mudança e que tentam impor-lhe
novamente os seus eus exteriores ou falsos. Moscarda se depara também com a dificuldade de
se comunicar com os outros, que não compreendem a sua linguagem e que o consideram
louco ou perigoso. Moscarda se depara ainda com a angústia de se confrontar com o nada,
com o absurdo e com a morte, que ameaçam o sentido da sua existência e da sua relação com
o mundo.

A angústia é a tonalidade afetiva que revela ao ser humano a sua condição de ser-para-a-
morte, de ser finito e limitado, de ser lançado no mundo sem saber por quê nem para quê. A
angústia é a tonalidade afetiva que revela ao ser humano a sua condição de ser livre, de ter
que escolher o seu modo de ser e de agir, de ter que assumir as consequências das suas
escolhas. A angústia é a tonalidade afetiva que revela ao ser humano a sua condição de ser
solitário, de não poder contar com ninguém para resolver os seus problemas existenciais, de
não poder escapar da sua responsabilidade.

Moscarda vive intensamente a angústia e a solidão como isolamento existencial. Ele se sente
abandonado pelos outros e por si mesmo. Ele se sente perdido no mundo e no tempo. Ele se
sente sem rumo e sem propósito. Ele se sente vazio e sem sentido.

Mas a angústia e a solidão também podem ser vistas como uma oportunidade para uma
transformação existencial. Elas podem ser vistas como um convite para um pensamento
meditante, que é o modo de pensar que Heidegger propõe como alternativa ao pensamento
calculador ou técnico-científico, que domina a sociedade moderna. O pensamento meditante é
um modo de pensar que se abre para o mistério do ser, que se questiona sobre o sentido da
existência, que se maravilha com a beleza do mundo, que se sensibiliza com o sofrimento dos
outros, que se compromete com a verdade e com a justiça.

O pensamento meditante pode permitir ao ser humano encontrar novos sentidos para a sua
vida e para a sua relação com o mundo. O pensamento meditante pode permitir ao ser
humano resgatar a sua responsabilidade pelos seus projetos existenciais, pela sua
singularização e pela sua liberdade. O pensamento meditante pode permitir ao ser humano
superar a solidão como isolamento existencial e vivenciar a solidão como abertura à alteridade.

A alteridade é o outro modo de compreender o fenômeno da solidão, que não se reduz à


patologia ou à ontologia, mas que implica uma ética. A alteridade é o reconhecimento do outro
como um ser diferente de mim, mas também como um ser semelhante a mim, como um ser
humano que partilha comigo uma origem comum e um destino comum. A alteridade é o
reconhecimento do outro como um ser que me interpela, que me desafia, que me ensina, que
me enriquece. A alteridade é o reconhecimento do outro como um ser que me exige respeito,
cuidado, responsabilidade.

A alteridade pode nos ajudar a compreender a solidão de Moscarda como uma experiência
traumática provocada pelo confronto com as exigências colocadas pelos outros. Moscarda
sofre um trauma quando descobre que o seu nariz é torto aos olhos da sua esposa, que
representa para ele o seu primeiro outro significativo. Moscarda sofre um trauma quando
percebe que ele não corresponde à imagem idealizada que os outros têm dele, que
representam para ele os seus outros sociais. Moscarda sofre um trauma quando se dá conta de
que ele não sabe quem ele é nem quem ele quer ser, que representa para ele o seu outro
interior.

O trauma é uma ferida psíquica causada por uma situação extrema ou insuportável, que
ameaça a integridade física ou psicológica do sujeito. O trauma é uma ruptura na continuidade
da experiência sub

Para ilustrar melhor a fenomenologia da solidão de Moscarda, eu vou dar alguns exemplos do
livro. Um deles é quando ele se olha no espelho e não reconhece o seu rosto, sentindo-se
como um estranho. Outro é quando ele tenta mudar o seu nome para Gengé, mas ninguém
aceita essa mudança e continua chamando-o de Moscarda. Um terceiro é quando ele se separa
da sua esposa Dida, que o amava mas não o compreendia, e vai morar numa casa abandonada
na periferia da cidade. Esses exemplos mostram como Moscarda se afasta cada vez mais da
realidade e das pessoas, entrando num estado de isolamento e desespero.
Podes fazer a fenomenologia da solidão de Vintangelo Moscarda? Sim, eu posso tentar.
Vintangelo Moscarda é o protagonista do romance Uno, nessuno e centomila (Um, nenhum e
cem mil), de Luigi Pirandello, publicado em 1925. Nesse livro, ele narra a sua crise de
identidade provocada por uma observação casual de sua esposa, que lhe diz que o seu nariz é
torto para a direita. A partir desse momento, ele começa a questionar a sua imagem e a
perceber que ele é visto de formas diferentes pelas outras pessoas, e que ele mesmo não sabe
quem é. Ele decide então romper com todas as suas relações sociais e afetivas, e se isolar em
um quarto de hotel, onde tenta se conhecer melhor.

A solidão de Moscarda pode ser entendida como uma experiência traumática de confronto
com a alteridade, ou seja, com o outro que o olha e o julga. Ele se sente incompreendido,
rejeitado e alienado de si mesmo. Ele não consegue se reconhecer na imagem que os outros
têm dele, nem na imagem que ele tem de si mesmo. Ele se perde em uma multiplicidade de
perspectivas que o fragmentam e o despersonalizam. Ele não tem uma identidade fixa e
estável, mas sim uma identidade fluida e cambiante.

A fenomenologia é uma corrente filosófica que se propõe a descrever os fenômenos da


consciência, ou seja, as vivências subjetivas do ser humano. Um dos principais representantes
da fenomenologia é Emmanuel Lévinas, que se dedicou a pensar a relação ética entre o eu e o
outro. Para Lévinas, o outro é uma fonte de interpelação e responsabilidade para o eu. O outro
me olha e me exige uma resposta. O outro me revela a minha vulnerabilidade e a minha
finitude. O outro me abre para o sentido da existência.

A fenomenologia da solidão de Moscarda poderia ser feita a partir da leitura de Lévinas,


tentando compreender como ele vive a sua relação com o outro, e como ele se posiciona
diante da sua responsabilidade ética. Moscarda poderia ser visto como alguém que foge do
outro, que se fecha em si mesmo, que nega a sua alteridade e a sua singularidade. Moscarda
poderia ser visto como alguém que se angustia com o olhar do outro, que se sente ameaçado
pela sua diferença e pela sua liberdade. Moscarda poderia ser visto como alguém que busca
uma identidade absoluta e imutável, que não aceita a sua contingência e a sua temporalidade.

A fenomenologia da solidão de Moscarda poderia também ser feita a partir da leitura de


Heidegger, outro filósofo fenomenológico que se ocupou do tema do ser-no-mundo e do ser-
com-os-outros. Para Heidegger, o ser humano é um ser lançado no mundo, que tem que lidar
com as coisas, com os outros e consigo mesmo. O ser humano é um ser aberto para o sentido
do ser, que se manifesta na linguagem e na história. O ser humano é um ser projetivo, que se
antecipa ao seu futuro e se responsabiliza pelo seu passado.

A solidão de Moscarda poderia ser entendida como uma forma de escapar do seu ser-no-
mundo e do seu ser-com-os-outros. Moscarda poderia ser visto como alguém que se afasta das
coisas e dos outros, que se esconde em um quarto vazio e silencioso. Moscarda poderia ser
visto como alguém que se fecha para o sentido do ser, que não se interessa pela linguagem e
pela história. Moscarda poderia ser visto como alguém que não se projeta para o seu futuro
nem se responsabiliza pelo seu passado.

A fenomenologia da solidão de Moscarda poderia nos ajudar a refletir sobre as nossas próprias
experiências de solidão, e sobre as nossas relações com os outros e conosco mesmos. Poderia
nos ajudar a questionar as nossas identidades e as nossas diferenças, e a buscar novos sentidos
para a nossa existência. Poderia nos ajudar a compreender a solidão não como um problema
patológico, mas como uma possibilidade ontológica. Podes fazer a fenomenologia da solidão
de Vintangelo Moscarda? Sim, eu posso tentar. Vintangelo Moscarda é o protagonista do
romance Uno, nessuno e centomila (Um, nenhum e cem mil), de Luigi Pirandello, publicado em
1925. Nesse livro, ele narra a sua crise de identidade provocada por uma observação casual de
sua esposa, que lhe diz que o seu nariz é torto para a direita. A partir desse momento, ele
começa a questionar a sua imagem e a perceber que ele é visto de formas diferentes pelas
outras pessoas, e que ele mesmo não sabe quem é. Ele decide então romper com todas as suas
relações sociais e afetivas, e se isolar em um quarto de hotel, onde tenta se conhecer melhor.

A solidão de Moscarda pode ser entendida como uma experiência traumática de confronto
com a alteridade, ou seja, com o outro que o olha e o julga. Ele se sente incompreendido,
rejeitado e alienado de si mesmo. Ele não consegue se reconhecer na imagem que os outros
têm dele, nem na imagem que ele tem de si mesmo. Ele se perde em uma multiplicidade de
perspectivas que o fragmentam e o despersonalizam. Ele não tem uma identidade fixa e
estável, mas sim uma identidade fluida e cambiante.

A fenomenologia é uma corrente filosófica que se propõe a descrever os fenômenos da


consciência, ou seja, as vivências subjetivas do ser humano. Um dos principais representantes
da fenomenologia é Emmanuel Lévinas, que se dedicou a pensar a relação ética entre o eu e o
outro. Para Lévinas, o outro é uma fonte de interpelação e responsabilidade para o eu. O outro
me olha e me exige uma resposta. O outro me revela a minha vulnerabilidade e a minha
finitude. O outro me abre para o sentido da existência.

A fenomenologia da solidão de Moscarda poderia ser feita a partir da leitura de Lévinas,


tentando compreender como ele vive a sua relação com o outro, e como ele se posiciona
diante da sua responsabilidade ética. Moscarda poderia ser visto como alguém que foge do
outro, que se fecha em si mesmo, que nega a sua alteridade e a sua singularidade. Moscarda
poderia ser visto como alguém que se angustia com o olhar do outro, que se sente ameaçado
pela sua diferença e pela sua liberdade. Moscarda poderia ser visto como alguém que busca
uma identidade absoluta e imutável, que não aceita a sua contingência e a sua temporalidade.

Um exemplo de como Moscarda foge do outro é quando ele decide mudar o seu nome para
Gengé (que significa ninguém em dialeto siciliano), e passa a usar um chapéu verde com um
véu preto para esconder o seu rosto. Ele quer assim apagar qualquer traço de personalidade
que possa ser reconhecido pelos outros. Ele quer se tornar um ninguém, um vazio.
Um exemplo de como Moscarda se angustia com o olhar do outro é quando ele vai ao teatro e
vê uma peça em que um personagem se parece com ele. Ele fica perturbado ao ver que o
personagem é ridicularizado pelo público, e sente que ele também é motivo de riso para os
outros. Ele sai correndo do teatro, gritando que ele não é aquele personagem.

Um exemplo de como Moscarda busca uma identidade absoluta é quando ele tenta se suicidar
jogando-se no rio. Ele quer assim acabar com a sua vida sem sentido, e encontrar uma paz
definitiva na morte. Ele quer se livrar das contradições e das mudanças que o atormentam.

A fenomenologia da solidão de Moscarda poderia também ser feita a partir da leitura de


Heidegger, outro filósofo fenomenológico que se ocupou do tema do ser-no-mundo e do ser-
com-os-outros. Para Heidegger, o ser humano é um ser lançado no mundo, que tem que lidar
com as coisas, com os outros e consigo mesmo. O ser humano é um ser aberto para o sentido
do ser, que se manifesta na linguagem e na história. O ser humano é um ser projetivo, que se
antecipa ao seu futuro e se responsabiliza pelo seu passado.

A solidão de Moscarda poderia ser entendida como uma forma de escapar do seu ser-no-
mundo e do seu ser-com-os-outros. Moscarda poderia ser visto como alguém que se afasta das
coisas e dos outros, que se esconde em um quarto vazio e silencioso. Moscarda poderia ser
visto como alguém que se fecha para o sentido do ser, que não se interessa pela linguagem e
pela história. Moscarda poderia ser visto como alguém que não se projeta para o seu futuro
nem se responsabiliza pelo seu passado.

Um exemplo de como Moscarda se afasta das coisas e dos outros é quando ele vende o seu
banco, que era a sua fonte de renda e de prestígio social. Ele quer assim cortar qualquer
vínculo com o mundo dos negócios e das convenções sociais. Ele quer se desfazer de qualquer
propriedade ou responsabilidade que possa ligá-lo aos outros.

Um exemplo de como Moscarda se fecha para o sentido do ser é quando ele ignora as notícias
sobre a guerra que está acontecendo na Europa. Ele não se importa com os acontecimentos
históricos que afetam a humanidade. Ele não se sente parte de uma comunidade ou de uma
cultura. Ele não tem uma visão de mundo ou uma filosofia de vida.

Um exemplo de como Moscarda não se projeta para o seu futuro nem se responsabiliza pelo
seu passado é quando ele abandona a sua esposa, que está grávida de um filho dele. Ele não
quer ter uma família nem um legado. Ele não quer ter uma continuidade nem uma memória.
Ele quer viver apenas no presente, sem passado nem futuro.
A fenomenologia da solidão de Moscarda poderia nos ajudar a refletir sobre as nossas próprias
experiências de solidão, e sobre as nossas relações com os outros e conosco mesmos. Poderia
nos ajudar a questionar as nossas identidades e as nossas diferenças, e a buscar novos sentidos
para a nossa existência. Poderia nos ajudar a compreender a solidão não como um problema
patológico, mas como uma possibilidade ontológica.

Podes fazer a fenomenologia da solidão de Vintangelo Moscarda? Sim, eu posso! Vintangelo


Moscarda é o protagonista do romance "Um, Nenhum e Cem Mil" de Luigi Pirandello, um
escritor italiano que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1934. Neste livro, Moscarda
descobre que as pessoas ao seu redor têm uma imagem diferente dele, e que ele mesmo não
sabe quem é de verdade. Ele decide então mudar constantemente de personalidade, tentando
se livrar das expectativas dos outros e encontrar a sua essência. Mas isso só o leva a uma
profunda crise existencial e a um isolamento cada vez maior.

A fenomenologia é uma corrente filosófica que se propõe a estudar a experiência humana tal
como ela se apresenta à consciência, sem recorrer a conceitos prévios ou abstrações. Ela busca
descrever os fenômenos da vida com rigor e clareza, revelando o seu sentido e significado. Um
dos principais representantes da fenomenologia foi Edmund Husserl, que influenciou muitos
outros pensadores, como Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre e Maurice Merleau-Ponty.

Fazer a fenomenologia da solidão de Vintangelo Moscarda significa tentar compreender como


ele vivencia a sua condição de solitário, quais são os seus sentimentos, pensamentos e
percepções sobre si mesmo e o mundo. Significa também analisar como a sua busca por uma
identidade autêntica o afasta dos outros e o torna incapaz de se comunicar e se relacionar.
Significa, por fim, questionar se há alguma possibilidade de superação dessa solidão, ou se ela
é inevitável para quem quer ser fiel a si mesmo.

Para ilustrar melhor esse tema, podemos citar alguns exemplos de situações que Moscarda
vive ao longo do romance. Por exemplo, quando ele tenta se comportar como um homem rico
e generoso, doando dinheiro aos pobres e aos artistas, ele é visto como um louco e um
esbanjador pelos seus familiares e amigos. Quando ele tenta se tornar um homem religioso e
devoto, ele é rejeitado pela sua esposa e pelo padre, que o consideram um hipócrita e um
blasfemo. Quando ele tenta se transformar em um homem simples e humilde, ele é
desprezado pelos seus empregados e pelos seus vizinhos, que o acham um fraco e um covarde.
Em todas essas tentativas, Moscarda não consegue se sentir satisfeito consigo mesmo nem ser
aceito pelos outros. Ele se sente cada vez mais sozinho e incompreendido.

A solidão de Moscarda pode ser comparada com a angústia heideggeriana, que é uma
tonalidade afetiva que revela ao sujeito a sua condição de ser lançado no mundo sem
fundamento nem destino. A angústia é uma forma de enfrentar a alteridade radical do ser, que
escapa às categorias do entendimento e da linguagem. A angústia também é uma forma de se
libertar das convenções e das expectativas sociais, que alienam o sujeito de si mesmo e dos
outros. No entanto, a angústia não é suficiente para superar a solidão, pois ela também impede
o sujeito de se relacionar com os outros de forma positiva e criativa. Para isso, seria necessário
um pensamento meditante, que abrisse o sujeito para novos sentidos e possibilidades
existenciais.

Heidegger entende o outro como um ser existente e empenhado em si mesmo, que partilha o
mesmo mundo que eu e que me influencia na minha forma de ser. Ele também mostra como o
outro não é um mero objecto ou uma projecção da minha subjectividade, mas uma realidade
autónoma e original, que se manifesta a partir das suas próprias motivações e relações com o
mundo. Assim, podemos ver como o "eu ninguém e cem mil" de Pirandello é uma expressão da
dificuldade de reconhecer o outro como outro, e de aceitar a multiplicidade das suas
perspectivas sobre mim e sobre a realidade. Pirandello mostra como o eu se fragmenta e se
perde na tentativa de se adaptar às expectativas e aos juízos dos outros, sem conseguir
encontrar uma identidade estável e coerente. Ele também mostra como o eu se sente alienado
e incompreendido pelos outros, que não conseguem captar a sua essência ou a sua verdade.
Neste sentido, podemos dizer que Pirandello antecipa alguns dos temas e dos problemas que
Heidegger vai desenvolver na sua análise do Mitsein, ou seja, do ser-com-os-outros.

Este texto é uma reflexão sobre o conceito de solidão na perspectiva da analítica existencial de
Martin Heidegger. O autor procura mostrar como o Mitsein (ser-com) é uma estrutura a priori
existencial que nos oferece a possibilidade de uma diferente e mais apropriada compreensão
da ocorrência do fenómeno da solidão humana, entendida como Alleinsein.

De acordo com o ponto de partida da analítica existencial, o “sujeito” (o “eu” ou o “si próprio”)
da existência não se constitui isoladamente, não se inaugura na relação exclusiva consigo
mesmo — de tal modo que o seu isolamento ou a sua solidão primária se afirme como o
terminus a quo absoluto do contacto com o que lhe é alheio (com o que é “outro”, mesmo que
“outro como o eu”). Pelo contrário, é a relação sempre já constituída com o “mundo” — o
“saimento” original do Dasein em direcção ao “mundo” que habita (um “mundo” que é sempre
já um “mundo” partilhado com “outros como o Dasein”) — que consiste no ponto de partida,
na condição de possibilidade da ocorrência de solidão sc. de Alleinsein.

Portanto, a solidão sc. o Alleinsein não é a condição primária dos seres humanos no mundo,
mas uma situação em que se está ou em que se fica e que deriva, nesse sentido, da relação
sempre já estabelecida com o mundo e com os outros. De sorte que, ao cair-se numa situação
de solidão ou ao escolher-se uma forma de vida solitária, nunca se deixa de estar sob o
domínio do Mitsein. Pois esta forma de acesso representa uma componente transcendental do
Dasein, isto é, uma componente intrínseca, indespedível e omnipresente da apresentação de
tudo o que há como tal. Numa palavra, cair numa situação de solidão, escolhê-la e permanecer
nela — tudo isso são formas de acontecimento que sempre já contam com a forma de sentido
Mitsein (só são possíveis por ela e só se podem compreender por meio dela).
Vejamos um pouco melhor como é que o Mitsein possui um carácter a priori.

Podes relacionar esta informação com o que estavamos a falar sobre o "Um, Ninguém e Cem
Mil" , um romance do escritor italiano Luigi Pirandello , Prémio Nobel da Literatura . Neste
livro, o protagonista Vitangelo Moscarda descobre que a sua identidade é múltipla e
contraditória, dependendo do olhar dos outros e das circunstâncias. Ele tenta então libertar-se
das suas máscaras sociais e encontrar o seu verdadeiro eu, mas acaba por perceber que esse
eu não existe, pois ele é um, ninguém e cem mil ao mesmo tempo. Assim, ele entra numa crise
existencial que o leva à loucura e à marginalização.

Este romance pode ser visto como uma ilustração do problema da solidão humana na
modernidade, onde o indivíduo se sente alienado do mundo e dos outros, sem um sentido ou
um propósito para a sua vida. A busca pelo eu autêntico revela-se infrutífera e angustiante,
pois o eu é sempre relativo e contingente. A única saída possível é aceitar a pluralidade e a
ambiguidade do ser humano, reconhecendo que ele é sempre um ser-com (Mitsein), mesmo
quando está só (Alleinsein).

Uma forma de relacionar esta informação com o que estávamos a falar sobre o "eu ninguém e
cem mil" é perceber que a existência humana não se define por uma identidade fixa e isolada,
mas por uma abertura dinâmica e relacional ao mundo e aos outros. O "eu ninguém e cem mil"
é uma expressão que vem do título de um romance de Luigi Pirandello, que explora a
multiplicidade e a instabilidade do eu, que se transforma constantemente em função das
circunstâncias e das perspectivas alheias. Nesse sentido, o eu não é uma substância ou uma
essência, mas um fenómeno ou um acontecimento, que depende do modo como se relaciona
com o seu entorno. O a priori existencial que nos oferece a possibilidade de uma diferente e
mais apropriada compreensão da ocorrência do fenómeno da solidão humana, entendida
como Alleinsein, é precisamente esse carácter relacional e situado do Dasein, que não se
constitui como um sujeito isolado e autossuficiente, mas como um ser-no-mundo-com-os-
outros (Mitsein). A solidão, portanto, não é a condição primária dos seres humanos no mundo,
mas uma situação em que se está ou em que se fica e que deriva da relação sempre já
estabelecida com o mundo e com os outros. A solidão pode ser vista como uma forma de
afastamento ou de ruptura dessa relação originária, mas também como uma forma de
aprofundamento ou de intensificação da mesma. A solidão pode ser uma forma de escapar ao
domínio do Mitsein, mas também uma forma de se confrontar com ele. A solidão pode ser
uma forma de negar o eu ninguém e cem mil, mas também uma forma de o reconhecer e de o
aceitar.

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