Você está na página 1de 4

PSICOLOGIA TURMA 0126-A4

MÁRCIA DOS SANTOS NUNES


MARIA APARECIDA DE SOUSA MOTA
KAMILLA GONÇALVES SILVA
PATRÍCIA B. V. BORDIN

Tarefa do 2º Bloco de Matriz em Psi.


Humanista Existencial do curso de Bacharel
Psicologia da Faculdade Evangélica de
Goianésia – FACEG – Apresentada a Profa.
Sara Cristina Izidório Machado.

Goianésia, 15 de abril de 2024


Faça uma síntese a partir do filme Homem Irracional e a Logoterapia.

Homem Irracional é a história do existencialista e professor de filosofia, Abe Lucas, um


homem ainda com amargura do seu passado, que parece usá-las como desculpa para evitar
viver. Num estado decadente, entregue à bebida e à beira do colapso, Abe vai a uma
universidade para leccionar em filosofia. A sua reputação de pensador inspirado, com vários
trabalhos publicados fazem dele uma pequena atração entre colegas e alunos.
A personagem Rita, que apesar de casada, vê em Abe um passaporte para outra vida,
assediando-o com a sua sexualidade, quando Abe nem nisso consegue ter interesse. Jill,
estudante brilhante, e namorada de Roy, se torna amiga de Abe, e se deixar fascinar com a sua
intelectualidade e sofrimento.
Para Abe, o clique dá-se quando ouve uma conversa sobre um juiz corrupto que está a
estragar a vida de uma mulher. Abe decide que o mundo ficaria melhor sem tal juiz, e
concorda que, mais que escrever sobre mudanças e revoluções de pensamento, há que agir
com gestos concretos. Assim assume como missão matar o juiz, o que consegue,
envenenando-o de modo engenhoso. Volta a ganhar gosto pela vida e aceita Jill como sua
amante.
Mas engenhosa é também Jill, que brincando com teorias sobre a misteriosa morte, vai
acabar por concluir aquilo que mais ninguém no mundo poderia provar, que Abe foi o
assassino. Tal leva-a a romper com Abe, aceitando não o denunciar, algo que terá de mudar
quando alguém é incriminado erradamente. Só que Abe, que antes justificara as suas decisões
com a lógica fria da sua superioridade moral, não consegue agora racionalizar que deve
entregar-se, e vê como única solução matar Jill, mas se torna ele próprio, vítima do seu plano.
Uma história centrada num neurótico existencialista, que refuta a vida à sua volta, imerso
nos sofrimentos pessoais, por vezes forjados por si próprio como uma forma de alienação,
onde um tutor, mais velho, e intelectualmente estimulante, acaba por conquistar uma menina
nova, e pronta para ser moldada por ele. Temos o regresso do papel do acaso, tanto discutido
pelos personagens em quase todos os diálogos, como evidente no argumento.
Homem Irracional torna-se assim, uma história de moralidade ou falta dela, quer do ponto
de vista exterior (as convenções humanas sobre o certo e o errado, tanto as do bom senso
como as intelectuais), quer do interior (o modo como essas decisões condicionam uma
pessoa). Abe planeia o crime perfeito, aquele em que ninguém o poderá ligar ao morto, confia
2
num universo amoral, onde o acaso pode jogar a seu favor. Deixa que o medo de ser apanhado
seja a sua perdição, numa espécie de castigo proverbial, implacável onde a moral individual e
a justiça humana falham.
A ideia do crime perfeito, descorrelacionado da vítima, a forma como Jill constrói a
verdade a partir de um puro jogo de especulação e, por fim, o divertimento pessoal de Abe,
assistindo à incapacidade de todos para o descobrirem, enquanto se sente moralmente
superior. Temos, portanto, uma história de crime, com ou sem castigo, onde a moralidade é
matéria de debate, a superioridade de quem se julga conseguir libertar de grilhões humanos
tem resultados ambíguos, e consequências moral e filosoficamente distintas para todos os
personagens em seu redor. Portanto, o filme “Homem Irracional” explora temas existenciais,
moralidade, procura pelo significado da vida, e as consequências de nossas escolhas;
apresenta a caminhada de Abe Lucas, um professor de filosofia existencialista, com uma
personalidade sombria, depressivo, amargurado, um alcoólatra, onde ele não vê mais sentido
na vida, nem mesmo nos textos que escreve ou que lê.
O professor decide cometer um assassinato como forma de fazer algo de útil ao seu
semelhante, dessa forma, o assassinato devolve-lhe o prazer em estar vivo, e começa a
produzir intelectualmente, como também sua vida sexual volta à ativa. A logoterapia nos
enfatiza a busca de sentido como a principal motivação humana, sugere que até mesmo em
situações de tristeza, sofrimento e desespero, podemos encontrar significado na vida, ou seja,
somos capazes de encontrar um propósito para superar o vazio e desesperança.
O filósofo Abe Lucas poderia ter buscado maneiras de encontrar significado da vida em
seu trabalho acadêmico, ou em suas próprias experiências pessoais, trabalhos voluntários,
conexões interpessoais. Em vez de buscar significado através do assassinato do juiz, agregado
a ações extremas e moralmente questionáveis, justificando tal ato em prol em ajudar alguém,
baseando no poder fazer a diferença na humanidade ao se livrar de ser tão desprezível,
esquecendo dos códigos morais que regem uma sociedade civilizada.

3
REFERÊNCIAS:

AUGUSTINHO, Aline M. N. Matrizes do Pensamento IV: Fenomenologia, Existencial e


Humanista. [et al]. Porto Alegre, 2022. Páginas 13-111.

HOMEM Irracional. Direção de Woody Allen. EUA: Gravier Productions, 2015.

Você também pode gostar