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DEPARTAMENTO DAS CIÊNCIAS EXACTAS E CIÊNCIAS DAS ENGENHARIAS

IV JORNADA CIENTÍFICA ‐ TÉCNICA

TRATAMENTO DE EFLUENTE DOMÉSTICO
Eng.ª Emanuela Lima
Mestre em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos
A expansão demográfica desordenada e sem planejamento, gera um aumento de resíduos
líquidos e sólidos.
Problemas de saúde pública e meio ambiente.
Investimentos em medidas estruturais, como por exemplo, estação de tratamento de 
esgoto sanitário.
Grandes sistemas de tratamento
Sistemas de tratamento descentralizados, possibilitam uma satisfatória qualidade dos 
efluentes tratados, e que possam cumprir os padrões vigentes no local, a serem 
empregados.
Principais problemas relacionados com a água

• Quantidade – distribuição
• Qualidade – poluição

Poluição das águas superficiais
Poluição das águas subterrâneas
Eutrofização
Eutrofização
Padrões de Qualidade
Padrões são teores máximos de impurezas permitidos na água,
estabelecidos em função dos seus usos. São fixados por entidades
públicas, de acordo com uma legislação, com o objectivo de garantir
que a água a ser utilizada para um determinado fim não contenha
impurezas que venham a prejudicá‐lo.
Há 3 tipos de padrões de interesse directo dentro da Tecnologia Ambiental referentes
a qualidade da água:
• Padrões de lançamento no corpo receptor;
• Padrões de qualidade do corpo receptor;
• Padrões de qualidade para determinado uso imediato (ex.: padrões de 
potabilidade, balneabilidade, irrigação)
Estimativa da Poluição
• Poluição orgânica → acarreta grande consumo de oxigénio;
• Estimativa da poluição → CBO5 e CQO
• CBO5 → corresponde à quantidade de oxigénio necessária para que
as bactérias possam oxidar a matéria orgânica (biodegradável):
– Águas limpas → CBO5 na ordem de 2 a 4 mg/l;
– Águas poluídas → várias dezenas de miligramas;
– Esgoto domés co → chega a 300 mg/l;

• CQO → representa a quantidade de oxigénio dissolvido, cedido por
via química para oxidação de matéria orgânica biodegradável e não 
biodegradável.
Processo de autodepuração
Produção de Efluente Doméstico
Concentração da Matéria Orgânica
Características do Esgoto Bruto
Contribuição per capita 
Concentração
Parâmetros (g/hab.d)
Faixa Típico Unidade Faixa Típico
Sólidos Totais 120‐220 180 mg/l 700‐1350 1100
Em Suspensão 37‐70 60 mg/l 200‐450 400
Fixos 7‐14 10 mg/l 40‐100 80
Voláteis 25‐60 50 mg/l 165‐350 320
Dissolvidos 85‐150 120 mg/l 500‐900 700
Fixos 50‐90 70 mg/l 300‐550 400
Voláteis 35‐60 50 mg/l 200‐350 300
Sedimentáveis ‐ ‐ mg/l 10‐20 15
Matéria Orgânica 
Determinação 
indirecta
CBO5 40‐60 50 mg/l 200‐500 350
CQO 80‐130 100 mg/l 400‐800 700
CBO última 60‐90 75 mg/l 350‐600 500
Determinação directa
COT 30‐60 45 mg/l 170‐350 250
Nitrogénio total  6,0‐112,0 8,0 mgN/l 35‐70 50
Nitrogénio orgânico 2,5‐5,0 3,5 mgN/l 15‐30 20
Amónia 3,5‐7,0 4,5 mgNH3‐N/l 20‐40 30
Nitrito 0 0 mgNO2‐N/l 0 0
Nitrato 0,0‐0,5 mgNO3‐N/l 0‐2 0
Fósforo 1,0‐4,5 2,5 mgP/l 5‐25 14
Fósforo orgânico 0,3‐1,5 0,8 mgP/l 2‐8 4
Fosforo inorgânico 0,7‐3,0 1,7 mgP/l 4‐17 10
pH ‐ ‐ ‐ 6,7‐7,5 7,0
Alcalinidade 20‐30 25 mgCaCO3/l 110‐170 140
Cloretos 4‐8 6 mg/l 20‐50 35
Óleos e Graxas 10‐30 20 mg/l 55‐170 110
Fontes: Arceivala (1981), Pessoa e Jordão (1982),Oasim (1985), Metcalf &Eddy (1991)
Poluição Orgânica
Resultante do lançamento de esgotos domésticos e
industriais ricos em matéria orgânica, leva a morte do corpo de água receptor, isso
acontece quando o volume lançado é superior a capacidade de oxigenação do corpo
de água.
Esse tipo de poluição é causada por matérias orgânicas
susceptíveis de degradação bacteriana:

• Digestão aeróbia → água rica em oxigénio dissolvido e


matéria orgânica pouco abundante (formam‐se gás carbónico,
água e nitratos);
• Digestão anaeróbia → água não contém oxigénio suficiente
(produção de gás carbónico, metano, amónia, ácidos graxos,
etc.).
Tratamento das Águas Residuais
•Tratamento preliminar: consiste numa série de processos físicos (crivagem, peneiração, desarenação)
com vista à remoção dos sólidos com maiores dimensões presentes na água que entra na estação. Deste
processo resulta água com uma componente significativa de gorduras e de sólidos em suspensão;
•Tratamento primário: a água é conduzida para decantadores, onde são eliminados cerca de 50% a 60%
dos materiais em suspensão do efluente e são decantados sob a forma de lamas (lamas primárias).
Pode‐se recorrer também a um processo químico de coagulação. Deste processo resulta água contendo
partículas coloidais ou suspensas de reduzidas dimensões e muita matéria orgânica dissolvida;
•Tratamento secundário: principal fase do processo de tratamento de um efluente urbano. Consiste na
utilização de um reactor biológico e posterior decantação. Nesta fase, as substâncias orgânicas,
coloidais e dissolvidas são oxidadas pela acção dos microrganismos presentes no reactor biológico.
Deste processo resulta as lamas secundárias;
•Tratamento terciário ou avançado: consiste num conjunto de processos complexos que visa a remoção
de nutriente, poluentes específicos, bactérias, etc., de modo que as características finais do efluente
tratado estejam de acordo com os parâmetros pretendidos antes de este ser lançado no meio
ambiente.
Estimativa da eficiência esperada nos diversos 
níveis de tratamento incorporados numa ETE

Matéria 
Sólidos em  Nutrientes
Tipo de  orgânica Bactérias
suspensão (% remoção 
tratamento (% remoção de  (% remoção)
(% remoção SS) nutrientes)
DBO)
Preliminar 5 – 10 5 –20 Não remove 10 – 20
Primário 25 –50 40 –70 Não remove 25 –75
Secundário 80 –95 65 –95 Pode remover 70 – 99
Terciário 40 ‐ 99 80 – 99 Até 99 Até 99,999
Alguns tipos de reactores ou sistemas 
usados para tratamento de efluentes
Disposição no solo Sistema de lagoas tipo australiano

Lagoas Facultativas  Lagoa Aerada + Lagoa de Sedimentação


Alguns tipos de reactores ou sistemas 
usados para tratamento de efluentes
Lodos activados convencionais Lodos activados (Aeração Prolongada)

Valas de Oxidação Lodos activados em reactor do tipo 
batelada (batch) 
Tipo Processo predominante
Disposição no solo Aeróbio e anaeróbio
Aeróbio e anaeróbio
Lagoas facultativas 

Aeróbio e anaeróbio
Sistema de lagoas tipo australiano

Aeróbio e anaeróbio
Lagoa aerada + lagoa de sedimentação

Aeróbio
Lodos activados convencionais

Aeróbio
Lodos activados (aeração prolongada)

Aeróbio
Valas de oxidação

Lodos activados em reactor do tipo batelada 
Aeróbio 
(batch) 
Poço profundo aerado (Deep Shaft)  Aeróbio
Filtro biológico aeróbio  Aeróbio
Reactor aeróbio de leito fluidificado  Aeróbio
Filtro Anaeróbio Anaeróbio
Reactor anaeróbio por batelada  Anaeróbio
Decanto – digestor  Anaeróbio
Decanto – digestor + filtro anaeróbio Anaeróbio
Reactor anaeróbio de manta de lodo   Anaeróbio
Reactor anaeróbio compartimentado Anaeróbio

Reactor anaeróbio de leito fluidificado /expandido Anaeróbio

Anaeróbio e aeróbio 
Combinações de processos anaeróbios – aeróbios 
Anaeróbio + físico – químico
e biológico – físico – químicos 
Aeróbio + físico – químico
OBRIGADO PELA ATENÇÃO

Emanuela Lima
Engenheira Civil
Mestre em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos
E‐mail: emanuela.lima@bdm.co.ao

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