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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

UNOESC – CAMPUS XANXERÊ

CURSO DE EDUCAÇÃO FISICA

HANDEBOL

Prof. Deonilde Balduíno Munaretti


Xanxerê

2005

INTRODUÇÃO

Temos no esporte um aliado muito forte no que tange ás contribuições sociais e pessoais
que podem ser efetivadas.

Por meio do handebol fomenta-se inúmera possibilidade de ganho sócio-educativo, quando


da sua prática orientada e estimulada por pessoas comprometidas.

A elaboração deste material, objetiva ser um dos recursos empregados com os


acadêmicos para que futuramente possa ser aplicado o ensino do Handebol de maneira
sistematizado e com uma didática adequada a clientela a que se destinar.

A interelação teoria/prática será uma constante em todo processo.

Levando-se em consideração o exíguo tempo que teremos para desenvolver os conteúdos,


daremos ênfase nas áreas teóricas, práticas, metodológicas, técnicas e táticas do handebol
escolar, já que é o ponto de destaque na ementa do curso.

As regras do handebol deverão ser assimiladas de maneira que qualquer acadêmico


esteja em condições de realizar uma arbitragem regular, já que são elas que limitam os
movimentos e possibilidades das ações dos jogadores. O handebol de competição será
contemplado ainda que de superficialmente.

O preenchimento da súmula de jogo também deverá ser dominado pelos acadêmicos.

HISTÓRICO

A história do surgimento do handebol não é precisa; fundamenta-se em interesses de


nações que objetivam ter reconhecido o seu direito de criação. Embora a Alemanha receba
a preferência dos historiadores como a criadora deste esporte, na realidade, outras nações se
dizem precursoras da modalidade. Uruguaios e dinamarqueses, entre outros, colocam-se
também como paises que fundamentam os seus primeiros rumos.

Uma das versões diz que o profº de Educação Física, o alemão Karl Schelenz em visita
ao Uruguai viu um jogo chamado “BALON” e na volta ao seu país comentou com seu
colega Max Heiser, que por sua vez observara na Dinamarca uma atividade semelhante
chamada HANDBALL DANÉS, que era utilizada como complemento para as aulas de
ginástica.
Ambos estudaram e publicaram suas regras em 1917. Na época, o que mais se desenvolveu
foi o handebol de campo com 11 jogadores, porém, na Suécia, em função do rigor do
inverno, em 1924 surgiu o Handebol de Salão.

O HANDEBOL NO BRASIL

No Brasil, a historia também não é muito clara. Entre especulações e fatos, surgem
algumas datas, que, a priori, não poderiam descartar sua veracidade, nem tampouco admiti-
las como verdade absoluta.

Algumas fontes apontam que o handebol de campo surgiu no Brasil por volta de 1930 e
1932, introduzido pela colonização alemã em São Paulo.

Existem indícios de que a pratica do handebol de salão tenha começado por volta de
1950, mas curioso é o fato de que a primeira federação registrada surgiu cerca de dez anos
antes: o registro da Federação Paulista aconteceu em 26 de fevereiro de 1940.

O Handebol passou a ser conhecido e praticado no Brasil todo, quando passou a ser
inserido nos Jogos Universitários Brasileiro em 1971 e nos Jogos Escolares Brasileiro em
1972.

POSIÇÃO DOS JOGADORES NA QUADRA DE JOGO TOMANDO COMO


REFERÊNCIA O SISTEMA DE DEFESA POR ZONA 6:0

ATAQUE POSICIONAL 5:1

FUNDAMENTOS

Fundamentos técnicos são os elementos que compõem as ações necessárias para o


desenvolvimento de uma modalidade ou, ainda, das habilidades motoras específicas desta
modalidade. Eles se dividem em ações de ataque e de defesa, embora algumas
movimentações sejam comuns aos princípios defensivos e ofensivos, como é o caso das
corridas e dos saltos.

Cada modalidade tem sua especificidade quanto à dinâmica, levando em consideração as


ações motoras e valências físicas intervenientes na sua prática. Dependendo do nível de
atuação da categoria da equipe (iniciante, aperfeiçoamento ou alto rendimento), as
capacidades motoras e físicas poderão ser solicitadas diferentemente. Cabem aos técnicos
e/ou professores selecionar estímulos compatíveis com os seus atletas.

Como fundamentos de ataque, incluímos ações que são resultados da combinação de


outros princípios que tem uma grande importância na dinâmica do jogo. Por exemplo,
como falar de ataque sem o engajamento? Como falar em movimentações ofensivas sem os
cruzamentos e os bloqueios?

ATAQUE

As ações do ataque se desenvolvem em função da posse da bola. Uma vez recuperando-


a, a equipe deve ter mecanismos de ação para chegar à meta adversária. Tais mecanismos
estão condicionados aos fundamentos técnicos que efetivam as ações ofensivas.

Passaremos a abordar alguns dos fundamentos com algumas variáveis de execução.

POSIÇÃO BASE

Posição inicial que permite ao jogador, de uma forma equilibrada e estruturada realizar
os movimentos básicos do jogo, como os passes, as fintas, as progressões e os arremessos.

Posição adequada – afastamento das pernas à largura dos ombros; uma das pernas deverá
estar um pouco á frente (perna contrária à mão que irá realizar o passe, por exemplo), todas
as articulações, começando pelos tornozelos deverão estar semi-flexionadas.

APREENSÃO DA BOLA

É a maneira correta de segurar a bola quando vamos realizar um passe ou um arremesso.

Execução – devemos segurar a bola bem firme, utilizando os dedos mínimos e polegar para
dar uma segurança lateral e os dedos indicadores, médios e anelares para exercerem o
trabalho de direção e força na bola, no momento de passar ou arremessar. O contato da mão
na bola deverá ser feito do inicio ao final dos dedos, evitando que a palma da mão toque na
bola.

PASSE

Passagem da bola entre os jogadores durante o jogo visando atingir seus objetivos.
Durante sua execução devemos dar atenção privilegiada na TÉCNICA, na PRECISÃO e na
VELOCIDADE, fatores estes que determinarão o êxito do mesmo.
ALGUMAS FORMAS DE PASSAR A BOLA

QUANTO A DISTÂNCIA: curto, médio e longo.

QUANTO A TRAJETÓRIA (percurso): reto, picado e parabólico.

QUANTO A NATUREZA: parado, saltando e em movimento.

QUANTO A DIREÇÃO: cruzado, diagonal e em profundidade.

CLASSIFICAÇAO DOS PASSES

Podemos distinguir vários tipos de passes no handebol, porém, os classificamos em


simples e especiais.

Passe de ombro ou básico (simples)

É o mais utilizado durante a partida.Sua técnica estabelece os seguintes princípios: após


receber a bola, o jogador irá segura-la com uma das mãos, elevando-a, formando dois
ângulos de aproximadamente 90º entre o braço e o antebraço e entre o braço e o tronco.
Realizar o movimento de braço de acordo com a distancia do passe. Normalmente
realizamos uma flexão do punho para frente no passe curto; rotação interna do ombro e
flexão do punho ara frente no passe longo. Após estes movimentos devemos trazer a mão
rapidamente para trás.

Principais erros de execução:

• Ângulos menores que 90º


• Cotovelos abaixo dos ombros
• Pé correspondente ao braço que tem a bola á frente;
• Falta de direcionamento da bola, pela ausência de finalização dos movimentos de
flexão de punho e extensão dos dedos.

Este mesmo passe também é freqüentemente feito em movimento, como passadas


rítmicas e com salto. Quando realizado com um salto, porém, a alavanca final ocorre em
fase aérea.

As outras etapas ocorrem idênticas às descritas anteriormente.

Passes especiais
São outras formas utilizadas para se passar a bola ao companheiro.São considerados
especiais, pois suas ocorrências são condicionadas a algumas situações pouco
convencionais. Trata-se de uma situação onde se busca acelerar o jogo e/ou surpreender os
adversários.

Apesar de sua importância fundamental na dinâmica do jogo, não se deve utiliza-lo


simplesmente pela plasticidade do gesto, mas sim se for o mais recomendado para a
situação. Sempre que for possível efetuar um passe de ombro, ele deverá ser priorizado,
pois devemos sempre optar pela eficiência.

Existe uma diversidade de passes especiais, porém, aqui faremos a descrição de alguns
deles:

Passe pronado ou de pronação

Posição e execução: segurar a bola á frente do peito ou do quadril com os cotovelos


flexionados, em seguida realizar uma rotação do antebraço, a abdução do ombro até a
palma da mão ficar de frente para a lateral, finalizando com uma flexão do punho.

Erros mais comuns

• Falta de percepção no momento de soltar a bola;


• Pé correspondente ao braço que tem a bola à frente;
• Falta de direcionamento da bola, pela ausência de finalização dos movimentos de
flexão de punho e extensão dos dedos.

O passe pronado ou lateral como alguns o chamam auxilia na aceleração do jogo, pois
a bola geralmente parte da posição onde foi recebida. Todavia, o excesso de utilização pode
provocar vicio e ainda favorecer a defesa. Isto porque, estando com o braço nesta posição,
não irá permitir um arremesso de surpresa, caso surja esta possibilidade, pois o atleta terá
que refazer seu movimento, dando oportunidade ao defensor de se recompor.

Passe por baixo

É um passe executado com a mão abaixo da cintura. É realizado em curta distância,


quando o receptor está geralmente à frente e há um adversário entre ele e o passador.

Posição e execução: sua execução deve ser rápida, quando se abaixa a mão que está
segurando a bola, afastando o braço atrás e imediatamente estendendo-o à frente – como
um pêndulo. A perna contrária deve ser colocada à frente no momento da execução. No
instante da soltura da bola, os dedos se direcionam para o receptor.

Passe servido (ou de anca)

É realizado geralmente após um cruzamento.

Execução: a dinâmica de execução é similar ao do passe por baixo, mas é ainda mais curto
e acontece após uma leve flexão na articulação do braço que tem a bola.

Passe em reversão

É utilizado quando se quer direcionar a atenção do adversário para o lado oposto ao que
se quer passar. O executante direciona sua ação para um lado e executa o movimento de
passe para outra direção.

Posição e execução: na execução a perna contrária ao braço de execução deverá estar à


frente em direção diagonal. A bola deverá estar segura pelas duas mãos, quando será
direcionada para a mão contrária à perna que está á frente. Ocorre uma rotação do tronco
para o lado contrário e o braço que tem a bola se estende e segue a rotação, até ocorrer a
limitação anatômica proporcionada pelo tronco. A mão em posição invertida conduz a bola
até a direção em que se deseja soltá-la. A perna correspondente ao braço que segura a bola
é direcionada para o mesmo lado.

Principais erros de execução

• Rotação excessiva
• Dar pistas ao adversário que executará este movimento facilitando o roubo de bola
• Perder o tempo de corrida do receptor.

Passe pelas costas

Embora a estrutura de execução seja próxima à do passe em reversão, o movimento não


exige a rotação. Simplesmente ocorre um movimento de alavanca circular do braço que
segura a bola por trás do corpo, mas a perna não segue o movimento, permanecendo em
apoio.

Passe de costas ou para trás

É realizado quando se está de costas para o receptor. Trata-se de um passe arriscado,


pois não se tem como controlar o deslocamento do receptor nem do adversário. Através
dele pode-se realizar uma mudança de direção da trajetória da bola, surpreendendo os
adversários.

Posição e execução: segurar a bola á frente do peito. Este passe pode ser realizado de duas
formas: 1)levar a bola à altura do quadril e realizar um movimento de extensão do ombro e
do cotovelo no sentido Antero-posterior, soltando a bola ao companheiro que está atrás; 2)
levar a bola ao lado e a altura da cabeça e realizar uma extensão ou flexão do punho para
trás.

Principais erros de execução

• Perder a direção do passe


• Perder a referencia de altura
• Dar pistas ao adversário que executará este movimento, facilitando o roubo da bola.

Passe empurrado

É também de aceleração, utilizando o braço e o pulso, mas sua aplicação se dá quando


se está sendo marcado de perto ou diante do contato físico com o adversário e não há
espaço para armar o passe de ombro. Geralmente é utilizado depois de uma tentativa de
finta.

Posição e execução: segurar a bola à frente ou ao lado do ombro com o cotovelo


flexionado. Conforme o objetivo do passe realizar simplesmente uma extensão completa do
cotovelo para frente ou para a lateral, finalizando com uma flexão do punho.

Passe por trás da cabeça ou sobre os ombros

É utilizado em curta distância e também tem um efeito de surpresa sobre o adversário.


Portanto é um passe que necessita de execução rápida, pois a bola passa próxima ou no
campo de ação do adversário.

Posição e execução: o jogador direciona sua atenção para o lado do braço que está em posse
da bola. O braço faz uma rápida extensão lateral à altura do ombro e, imediatamente,
executa uma flexão do antebraço sobre o braço, trazendo a bola em direção à nuca. Ela é
solta no momento em que o pé contrário ao braço de arremesso está chegando ao solo.

A palma da mão estará direcionada para cima e ocorre uma leve rotação do tronco em
direção ao braço de lançamento.

Principais erros de execução

• Perder a direção do passe;


• Dar pistas ao adversário de que executará este movimento, facilitando o roubo de
bola.

Passe quicado

É bastante simples e pode ser útil em diversos momentos. Geralmente, a atenção e a


possibilidade de reação dos adversários estão voltadas para as bolas altas. Daí, os passes
quicados tornam-se uma boa estratégia de ação perante a defesa.
A sua forma de execução estabelece praticamente os mesmos princípios dos passes de
ombro. Todavia, na fase final do movimento, os braços são direcionados para baixo em
extensão, buscando soltar a bola na possibilidade de projeção com o receptor.

Principais erros de execução

Não controlar a distancia entre o contato da bola com o solo e o receptor;

Não ter domínio da força necessária;

Perder a direção do passe;

Perder a referencia de altura.

Passes com efeitos

Podem partir de diversas combinações de movimentos, visando favorecer a chegada da


bola ate o receptor. São passes como: de rosca, de rotação contraria, de toque sem recepção,
entre outros. Alguns dele podem ocorrer sem uma programação prévia, aproveitando a
oportunidade momentânea.

Passes com salto

Praticamente todos os tipos de passes podem ser realizados através de um salto, que é
fundamental na dinâmica do jogo, porque faz os adversários acreditarem ser uma tentativa
de arremesso a gol. A partir desta expectativa, busca-se passar a bola a um companheiro
que esteja numa posição privilegiada.

Os passes efetuados quando o passador está em fase aérea, geralmente, desestabilizam o


comportamento defensivo dos adversários. Os passes especiais tornam o jogo mais plástico
e atrativo, porem, é preferível optar pela eficiência a uma atitude de risco.

RECEPÇÃO

É a forma como o jogador entra em posse de bola, podendo ser realizada desde um
simples movimento de apanhar a bola do solo até uma interceptação de um passe do
adversário. Normalmente fazemos a recepção da bola a partir de um passe do companheiro.

As recepções classificam-se em:

1. Recepção alta
2. Recepção média
3. Recepção baixa
4. Recepção lateral
5. Recepção com uma só mão
Algumas orientações para uma boa execução:

• Estar com o corpo bem equilibrado na posição base;


• Antes de receber, já antever uma futura jogada;
• Procurar receber a bola sempre em movimento;
• Olhar sempre para a bola;
• Usar preferencialmente as duas mãos para fazer a recepção;
• Levar os antebraços estendidos ao encontro da bola;
• Após o contato com a bola, flexionar os cotovelos trazendo a bola junto ao peito;
• Deixar as mãos bem soltas e em forma de concha;
• Se o passe for muito forte, dar um passo para trás.
• Nas recepções acima do quadril a posição das mãos deverá ser a seguinte: deixar a
ponta dos dedos voltados para cima. Nas recepções abaixo do quadril a posição das
mãos devera ser a seguinte: deixar a ponta do9s dedos voltados para baixo.

ARREMESSO OU TIRO A GOL

Trata-se da finalização na meta do adversário, ou seja, a realização do gol que é o


principal objetivo do jogo.

Pode ser classificado mediante dois aspectos: 1) a forma de ação preparatória; e 2) a forma
de finalização da ação. Portanto um tiro a gol pode ser classificado sobre estes dois
critérios, por exemplo: um tiro em suspensão pode ser finalizado com arremesso por
cobertura, ou por arremesso em rosca.

Tiro a gol em apoio

Trata-se de um arremesso que parte do movimento utilizado para o passe básico (de
ombro). O que cara caracteriza este elemento, porem, é o fato do jogador estar em contato
com o solo no momento final da execução. É um tiro a gol realizado de frente, quando se
percebe um espaço proporcionado pela defesa ou por uma pista emitida pelo deslocamento
antecipado do goleiro buscando pegá-lo em contrapé. Realiza-se o arremesso em passadas
curtas e em uma ação rápida.

Tiro a gol em progressão

Trata-se de um arremesso realizado mediante um deslocamento com passadas frontais,


seguindo as determinações de contato estabelecidas pelas regras oficiais. Geralmente é
utilizado quando não se tem adversário à frente em uma situação de contra-ataque. Após
receber a bola, o atleta executa o deslocamento, iniciando as passadas com a perna contraria
ao braço que irá executar o arremesso, para finalizar aproveitando a alavanca
proporcionada pela força resultante da coordenação do movimento. Não necessariamente o
arremesso tem que ser efetuado na terceira passada; pode acontecer no primeiro e até no
segundo passo, mesmo que desprezando a alavanca. Neste caso pode ser útil para
surpreender o goleiro.

Tiro a gol em suspensão

É caracterizado pelo fato de o arremesso acontecer na fase aérea do movimento; ou seja,


quando o jogador atinge o ponto mais alto do salto. Na sua execução, há uma combinação
de elementos técnicos: recepção, passadas rítmicas, finalizando com o arremesso. As
passadas devem ser progressivas, aumentando a velocidade, pois favorecem a impulsão
final.

O tiro a gol em suspensão oferece algumas vantagens, tais como: aumento da potencia,
diminuição da distancia de arremesso, estar em altura superior à defesa adversária. Este
pode ser realizado visando distancia ou visando altura.

Principais erros de execução

• Executar o salto sobre os adversários causando falta de ataque


• Saltar elevando os joelhos à frente;
• Não coordenar as passadas com a subida da bola;
• Manter a bola embaixo durante a subida;
• Perder o ritmo.

Tiro a gol com queda

É utilizado quando se busca um arremesso nas proximidades da linha de 6 metros e se


quer ganhar espaço. Mas a queda também tem a função de proteção após um arremesso em
que o atleta se joga, buscando um melhor ângulo.

A queda pose ser realizada de varias formas, mas as mais freqüentes são aquelas em
deslizes frontais e laterais e em rolamentos.

Tiro a gol “com efeito”

São diversas as possibilidades de efeitos que se pode utilizar na conclusão de um tiro a


gol. Todos eles podem ser executados a partir de tiros já descritos anteriormente. Ou seja,
de um tiro em suspensão pode se realizar outros tipos de definição, tais como: arremessos
de rosca, por cobertura (vaselina) e em rotação contrária.

DRIBLE

O drible é muito útil na fase inicial de preparação do atleta, pois através da combinação
deste elemento com outros fundamentos se pode realizar um repertório excelente de
atividades nas sessões de treinamento. Não se deve deixar o atleta viciar no drible quando
há outra opção mais vantajosa para aquela situação.
A aplicação do drible será útil quando:

• Se quiser realizar uma finta que ira favorecer um arremesso;


• Se estiver pressionado;
• Se quiser diminuir o ritmo do jogo;
• Precisar manter a posse da bola;
• Se já tiver executado as passadas permitidas e não houver como se desfazer da bola;
e,
• For para o contra-ataque direto.

A execução do drible estabelece os seguintes princípios:

• A mão que entra em contato com a bola devera estar aberta:


• A força que impulsiona a bola vem do movimento de pulso e braço;
• A bola deve ser dominada sem que se realize a condução desviando a bola da
trajetória estabelecida pelo movimento;
• A altura do quicar da bola não deve ultrapassar a altura do peito.

Erros mais freqüentes ao iniciante:

• Bater na bola;
• Só conseguir driblar com uma das mãos;
• Conduzir a bola forçando seu desvio de trajetória;
• Ficar de cabeça baixa olhando para a bola.
• Perder o ritmo da ação;

FINTA

São ações realizadas com o corpo em posse ou não da bola, visando ludibriar os
adversários.

As fintas de deslocamento – ou sem bola – buscam sair de uma marcação ou se


posicionar em um local que facilite as ações subseqüentes. São ações rápidas de cortes, de
mudanças de direções, de giros e de paradas bruscas.

Já as fintas com bola são utilizadas para passar pelo adversário, facilitando uma ação de
finalização.
Fatores importantes para realizar uma finta

• Distancia em relação ao adversário a ser fintado (80 cm. a 1m. aproximadamente).


• Equilíbrio do corpo (preferencialmente com os dois pés)
• Velocidade do movimento.

CRUZAMENTO

O cruzamento é a passagem de um jogador por trás do outro em condição de recepção


da bola. Trata-se de uma combinação de ação em frente aos adversários para desarticula-los
de suas funções defensivas, confundindo-os na correlação de marcação e favorecendo as
atitudes do ataque.

Esta ação pode ser simples – quando apenas dois atletas participam da jogada - ou
duplo, com mais de dois.

Em geral, estas ações se estabelecem entre os atletas que estão próximos, mas podem
ainda acontecer entre qualquer correlação de jogadores, como, por exemplo, entre um ponta
e um armador central.

Fatores importantes para fazer um bom cruzamento

• O jogador que inicia o cruzamento deve estar de posse de bola;


• A entrega da bola deve coincidir com o cruzamento;
• A ação dos jogadores no cruzamento deve ser simultânea;
• Quem inicia não deve parar no momento de realizar o passe;
• Ao defensor é conveniente que acompanhe o atacante que inicia como também o
finalizador;
• Ao jogador que inicia o cruzamento, é reservada a opção de após passar a bola, cair
como segundo pivô, voltar para uma nova jogada de ataque ou fazer o equilíbrio
defensivo.

BLOQUEIO

É uma atitude destinada a favorecer a ação do companheiro, evitando que o adversário


atrapalhe suas movimentações, ou seja, busca-se reduzir o raio de ação de um ou mais
defensores.

Ao executar um bloqueio o jogador deve observar os seguintes princípios:

• Estar equilibrado;
• Não utilizar os braços contra os adversários;
• Posicionar-se no local antes dos adversários.
Este fundamento pode ser realizado de três formas: de costas, de frente ou de lado.

• De costas para o adversário

É quando o jogador que o executa fica de costas para o oponente. A vantagem deste
bloqueio esta no fato de que, nesta posição, ele continua observando a circulação da bola,
podendo, inclusive, ser opção de passe, caso não obtenha êxito na articulação pretendida.

• Frontal ao adversário

Este bloqueio ocorre quando o tempo de execução não for suficiente para alcançar outra
posição. Sua desvantagem está no fato de que, estando de frente para o defensor, não se
pode observar o que está acontecendo no jogo.

• De lado para o adversário

Também chamado de bloqueio para infiltração. O jogador se posiciona em um dos lados


do adversário, criando espaço para a infiltração do seu companheiro. Geralmente, é uma
atitude freqüente ao jogo do pivô, que busca abertura para a passagem dos armadores e dos
jogadores das pontas.

• Falso bloqueio

O principio desta ação é praticamente o mesmo que se realiza para bloqueio. O jogador
bloqueia o marcador do seu companheiro e, quando este se desvencilha, o executante se
dirige para o espaço atrás do adversário, ficando livre para receber a bola.

CORTINA

É a passagem de um ou mais jogadores à frente dos marcadores atrapalhando suas coes


defensivas. Difere do bloqueio pelo fato de ser uma ação em deslocamento sem fixação do
local, uma vez que o bloqueio tem uma apropriação de espaço relacionada ao tempo. A
cortina é dinâmica, enquanto bloqueio é estático.

MOVIMENTAÇÕES OFENSIVAS

• Passadas rítmicas trifásicas

É um deslocamento frontal em direção ao gol, com a posse de bola, utilizando os


contatos permitidos pela regra: os três passos. O jogador desloca-se para a realização de um
arremesso em progressão com apoio ou em suspensão.

• Duplas passadas rítmicas trifásicas


É a mesma ação anterior repetida, porem, intercalada com um - ou mais – dribles, que
pode ser realizado ainda, após um salto proveniente da impulsão da última passada da
primeira fase, retornando ao solo e dando seqüência a mais três passos.

• O engajamento

É uma movimentação ofensiva frontal buscando desestruturar a defesa adversária,


através de passes precisos e coordenados. O objetivo é acelerar o ritmo e criar situações que
favoreçam a infiltração ou o tiro a gol, sem estar pressionado pelo oponente.

Tipos de engajamento

O engajamento pode ser realizado de duas formas: 1) de fixação, realizado quando se


quer fixar a posição do adversário, evitando que ele se desloque da localização por ele
estabelecida, e 2) o engajamento de deslocamento, cujo objetivo é retirar do espaço que
ocupa ou ainda fazer com que dois oponentes se preocupem com um único atacante,
buscando uma superioridade numérica em alguma das posições.

O engajamento geralmente, é iniciado por um dos jogadores que ocupam a extremidade


da equipe, porém, não necessariamente.

Deve se desenvolver a habilidade de um bom engajamento dos dois lados do ataque.

Erros mais freqüentes na realização do engajamento

• Executar a movimentação lateral, ao invés de desenvolve-la frontalmente;


• Movimentar-se sem objetivo;
• Ignorar os espaços favoráveis à realização de um arremesso.

DEFESA

A defesa deve movimentar-se constantemente e em velocidade, independente do sistema


que seja empregado.

Para a defesa de sua meta, os jogadores devem apresentar uma participação coletiva,
tendo a preocupação de jamais estar em inferioridade numérica em relação ao ataque.

A defesa deve “atacar” permanentemente o jogador atacante que estiver em posse de


bola, por ser no momento o adversário mais perigoso. O que deve ser característica a
qualquer defesa é a sua constante movimentação; o jogador que fica parado na defesa não
pode ser um defensivo, embora a iniciativa pertença em regra geral ao atacante.

A defesa não pode ser limitada apenas à composição de uma barreira de atletas em uma
determinada zona da quadra; envolve varias atitudes que, em conjunto, compõem o
mecanismo de posturas defensivas que devem ser utilizadas. Durante todo tempo que for
possível, o defensor tem que prejudicar o adversário, desarticulando suas intenções.
TECNICA DEFENSIVA

Entendemos por técnica defensiva, todos os movimentos ou gestos que o jogador faz
para defender sua meta. O jogador pode defender utilizando a técnica defensiva para
DEFESA INDIVIDUAL ou a técnica defensiva para DEFESA POR ZONA.

Regras básicas de defesa

o no seu deslocamento estar em uma linha imaginaria entre o atacante e o gol;


o A movimentação para frente deverá ser com decisão e rapidez, a fim de
dificultar um arremesso ou um passe;
o O defensor somente devera tentar interceptar um passe, quando estiver certo
do êxito;
o o jogador de posse da bola devera ser sempre marcado;
o O defensor deve bloquear o ângulo de arremesso, e orientar o ataque para as
laterais da quadra, dificultando a finta com seu corpo;
o O centro da área de gol deve ser mais fortalecido;
o A bola arremessada deve ser interceptada. O jogador de defesa é um
obstáculo natural de todas as bolas arremessadas ao gol;
o Nenhum defensor deve abandonar o seu setor de marcação, enquanto o
adversário estiver em posse de bola.

FUNDAMENTOS DE DEFESA

Posicionamento básico de defesa

Diante de cada situação, o defensor deve adotar posturas que o auxiliem no


cumprimento de sua função. Daí, a posição de expectativa ser fundamental para se realizar
uma boa intervenção defensiva.

Postura básica ou fundamental:

O defensor deve se posicionar de forma natural, com um dos pés à frente – um pouco
mais afastado do que a distancia dos ombros - com uma leve flexão frontal do tronco, de tal
forma que facilite o seu deslocamento em qualquer direção. Ele deve estar sempre de frente
para as ações com bola do adversário – exceto se lhe foi destinada uma outra tarefa.

Na proximidade da linha de 6 metros – área restritiva do goleiro -, ele tem que manter os
braços elevados à altura dos ombros com uma flexão de aproximadamente 90º nas duas
articulações (ombros e cotovelos), auxiliando na orientação do goleiro. Esta postura se
relaciona, principalmente, aos jogadores do meio da defesa.

Movimentações de defesa

São deslocamentos realizados mediante a necessidade momentânea, tais como corridas


frontais, de costas, em diagonais, laterais, e saltos. A recuperação de um espaço é definida
pelas ações ofensivas, que se desenvolvem naquele instante, indicando qual a melhor
atitude a ser tomada.

Combate ao jogador que tem a bola

Diante de um jogador em posse de bola, o defensor devera buscar uma atitude de


neutralização das intenções do atacante.

A posição de combate relaciona-se ao equilíbrio e a possibilidade de acompanhar os


movimentos ofensivos. Entretanto, se ele estiver no raio de ação, deve manter uma mão na
sua cintura e outra na proximidade da articulação do ombro do braço que tem a bola,
evitando que o atacante efetue um arremesso. O corpo deve se aproximar diminuindo o
campo de ação do adversário.

Blocagem da bola

É a interrupção do deslocamento da bola: o defensor entra em contato com ela, após a


realização do tiro ao gol adversário, evitando que chegue até a meta ou ao goleiro.

Para cada tipo de tiro ao gol, há uma atitude defensiva, podendo ser uma ação lateral ou um
salto vertical.

Formas de marcação

Refere a atitude adotada pelo jogador diante de uma necessidade de combate aos
atacantes, principalmente em uma defesa mista ou por zona. A forma de atuação dos
defensores está condicionada a alguns fatores, tais como: a proximidade do atacante em
relação à meta, o adversário estar em posse da bola; a capacidade de atuação do oponente,
etc.

Há três formas de marcação:

a. Marcação por observação – acompanha as ações do adversário quando ele


não está em local que ofereça perigo à meta. O marcador deve observar a
bola para saber a atitude que pode tomar em relação ao adversário: de
distanciamento ou de aproximação. À medida que a bola e/ou atacante
aproxima da sua zona de marcação, o oponente deve ter uma marcação mais
efetiva.
b. Marcação de interceptação – é a atitude de se colocar de forma
surpreendente entre o adversário que tem a bola e o possível receptor; ou
seja, posiciona-se na trajetória esperada do passe. A complicação desta
marcação está no fato de que, caso não consiga interceptar o passe, o
adversário que o receber terá mais espaço para a penetração.
c. Marcação ativa ou apertada – é a marcação utilizada quando o atacante
encontra-se em posse da bola em local que pode obter êxito. Nesta situação,
deve ser bastante efetiva, utilizando os princípios da marcação individual.
Contra-bloqueio

É a atuação da defesa tentando anular o bloqueio do ataque, ou seja, um outro jogador


da defesa se aproxima para auxiliar o seu companheiro que está sendo bloqueado.

Tipos de defesa

São três os tipos de defesa, geralmente, confundidos com o sistema de marcação.


Embora sejam situações inter-relacionadas, são conceitos distintos.

• Defesa individual

É o mesmo que defesa homem a homem, onde cada jogador torna-se responsável pela
marcação de um adversário pré-estabelecido, tentando anular as ações pretendidas pelo
oponente.

• Defesa por zona

Neste tipo de defesa o território é dividido em partes, e cada defensor fica responsável
por uma delas. O tamanho do território não é, todavia, definido por espaços iguais; pode ser
igual ou maior dependendo da situação momentânea do jogo. A marcação não é exercida
sobre um adversário especifico, mas sim sobre uma determinada área de atuação. Caso seja
necessário, sempre que uma zona estiver vulnerável, o marcador da zona vizinha deve atuar
sobre ela.

Portanto, apesar de cada defensor ficar responsável por uma parte da quadra, a defesa
geral é responsabilidade da equipe.

• Defesa mista

Trata-se da união de princípios da defesa individual com os da defesa por zona: parte da
equipe efetua a primeira marcação e outra exerce a segunda.

Geralmente, praticamente todas as equipes apresentam atletas que se destacam como


mais efetivos em termos ofensivos. Para estas equipes que se apresentam heterogêneas
ofensivamente, a defesa deve buscar a neutralização dos ataques adversários. Uma
marcação por zona pode não ser eficaz, da mesma forma que uma defesa individual para
todos os adversários. Neste caso, a defesa mista busca solucionar a situação, combinando os
dois princípios.

Cada um destes tipos de defesa tem a sua aplicabilidade. Geralmente, durante uma
partida, ocorrem os três tipos de intervenção defensiva, de acordo com o desenrolar das
ações.

SISTEMA DE ATAQUE
Refere-se ao posicionamento de atuação dos jogadores quando estão estrategicamente
colocados para realizar os ataques. São quatro os sistemas ofensivos conhecidos (3:3);
(4:2); (2:4); e (5:1), porém, este ultimo não é freqüentemente utilizado.

Sistema ofensivo 3:3

Este sistema é caracterizado pela utilização de três jogadores na 1ª linha ofensiva


(laterais e central) e três na segunda (extremas e pivô), apresentando três possibilidades de
atuação:

1. Posicional

Trata-se de uma possibilidade de atuação do sistema 3:3, no qual os jogadores exercem


suas ações nas posições preestabelecidas: não saem de seus espaços.

No handebol moderno, este sistema perdeu espaço para ações mais dinâmicas, pois o
ataque posicional facilita a atuação defensiva, oferecendo pouca surpresa.

2. Com circulação dos jogadores nas extremas e pivô

Ocorrem circulações coordenadas dos jogadores frontais (pivô e extremas), trocando de


posição durante as movimentações ofensivas da equipe. Nessa variação do sistema, as
ações desenvolvidas pelos atletas da frente buscam facilitar as infiltrações e o tiro a gol dos
atacantes armadores.

3. Com troca de posição generalizada

Durante as ações ofensivas, os atletas estabelecem trocas de posições em função de

Jogadas pré-determinadas. Todavia, para se utilizar esta dinâmica é fundamental que a


equipe tenha jogadores polivalentes, que correspondam às necessidades técnicas solicitadas
em cada posição que forem ocupar. Ou seja, não adianta uma troca de posicionamento,
mesmo que temporal, se o extrema mudar de local com o armador e não for capaz de
realizar uma satisfatória distribuição de bola e/ou arremessos de media distancia.

Composição da equipe: A -Lateral esquerdo (armador)

B -Central (armador)

C -Lateral direito (armador)

D -Extremo direito (ponta)

E -Pivô
F -Extremo esquerdo (ponta)

Figura 01- Esquema de posic. dos jog. no sist.ofensivo 3 : 3

Sistema ofensivo 4:2

É um sistema no qual não se tem a presença do armador central e as funções de


armação cabem aos armadores laterais. O armador central passa a atuar como um outro
pivô ou, caso não tenha condições de jogar nesta função, deixa a quadra para que outro
ocupe esta posição. Trata-se de um sistema em que se quer manter a segurança dos lances,
fazendo com que os dois jogadores das extremas passem a atuar como pontas armadores,
aproximando-se dos armadores laterais, quando a bola estiver com este, a fim de facilitar e
diminuir a distancia dos passes.

Fig.02- esq. de posic. dos jog. no sist.ofens. 4:2

Sistema ofensivo 2:4

Este sistema é formado por dois armadores laterais, dois jogadores pelas extremas e dois
pivôs. A armação fica distribuída entre dois armadores laterais, uma vez que o central não
se encontra em quadra.

É um sistema que aproxima os atletas do campo adversário, pois a defesa não pode ter
uma atuação muita avançada, devido ao excesso de jogadores próximos a área. São
necessários dois armadores laterais capazes de realização de tiro a gol à distância, pois a
defesa, geralmente, encontra-se recuada, devido ao posicionamento dos atacantes que
ocupam a 2ª linha ofensiva. Os armadores devem apresentar ainda bons recursos técnicos
de passe e de recepção para a manutenção da posse de bola, pois os demais jogadores estão
muito próximos aos adversários, o que dificulta a chegada da bola.

Fig.03- esq. de posic. dos jog. no sist.ofens.2:4

SISTEMA DE DEFESA

Referem-se à disposição dos jogadores no espaço de defesa, mas somente isto não será
determinante na efetividade defensiva. De modo geral, seja qual for o sistema adotado pela
equipe, a forma de marcação deve ser definida em função das características dos
defensores, e os objetivos que se pretende alcançar.

O sistema defensivo só terá êxito se, diante de sua aplicação, for observado o trabalho de
equipe, bem como as funções individuais determinadas para cada componente.Um defensor
que fugir ao pré-estabelecido pode comprometer toda a coletividade.

Os jogadores devem ser utilizados nas posições em que podem aproveitar todas as suas
potencialidades ou direcionados para onde suas falhas fiquem menos perceptíveis aos
atacantes e dirigentes adversários. Preferencialmente, o mais alto tem que ocupar as
posições centrais para auxiliar o goleiro, inibindo arremessos frontais ou ainda bloqueando
a passagem da bola.

Os sistemas se relacionam aos tipos de defesa, em que a composição se estabelece


mediante a aplicação dos princípios que fundamentam cada um deles.

SISTEMAS DE DEFESA POR ZONA

Na defesa Por zona, não há um jogador especifico a se marcar, mas sim a atuação do
defensor no espaço que lhe foi determinado. Nem sempre esta disposição se conserva
durante as ações. Dependendo da característica do atacante, o defensor de uma determinada
zona tem que ter uma atitude diferenciada, mas sem perder a noção do coletivo.

A) Sistema defensivo por zona 6:0


Pode apresentar três formas distintas de aplicação:

1) Sistema 6:0 na base – A defesa se posiciona na proximidade da linha de 6 metros. É


aplicável quando a equipe contraria não tem arremessos de longa e media distancia
eficientes, utilizando como atitudes freqüentes as infiltrações.

Fig. nº 04 Sist. Defens.6:0 na base.

2) Sistema 6:0 avançado – os jogadores estabelecem uma distancia maior entre os atacantes
e a linha de 6 metros, que pode variar entre 7e8 metros. Aplicável quando a equipe joga
com ataque posicional sem um eficiente poder de infiltração, utilizando arremessos de
média e longa distâncias.

Fig. Nº 05. sist. defens.6:0 avançado.

3) Sistema 6 : 0 com flutuação – Os jogadores vão à frente combater o adversário na sua


respectiva zona defensiva e recuando à base, quando a bola está na proximidade de outra
área. Aplicável quando a equipe contraria se apresenta com capacidade de infiltração e
arremessos de médias e longas distâncias. A flutuação busca dificultar as ações ofensivas,
neutralizando os chutes de média distância e auxiliar o defensor vizinho quando o
adversário busca a infiltração.

Fig. Nº 06 – esquema dos jogadores no Sistema defens. 6 : 0 com flutuação

B) Sistema defensivo por zona 5 : 1

Este sistema utiliza cinco jogadores posicionados nas proximidades da linha de 6 metros
(linha de base) e um defensor avançado, posicionado de frente aos demais, na região de
armação da equipe contraria.

Há duas possibilidades de atuação, que são:

1) Sistema 5 : 1 tradicional – quando o jogador avançado se coloca à frente do


defensor do meio da linha de base, buscando dificultar a atuação do armador central e
armadores laterais adversários;e

2) Sistema 5 : 1 lateral – quando o jogador que se encontra avançado para uma das
armações laterais, buscando neutralizar as ações de um jogador destaque da equipe
atacante. No entanto, não se exerce uma marcação individual, mas sim uma frente
defensiva mais ampla.

Fig. Nº 07 – esquema dos jogadores no Sistema defensivo 5 : 1

A principal função deste sistema está em evitar os tiros a gols frontais e ainda bloquear
as ações de armação próximas à linha de 9 metros.

C) Sistema defensivo 4 : 2

A distribuição dos atletas na zona defensiva ocorre da seguinte forma: quatro jogadores
próximos à linha de 6 metros e outros dois à frente próximos aos 8 metros.

A função dos atletas da linha de 6 metros é neutralizar as infiltrações, auxiliando na


cobertura dos jogadores avançados. Estes últimos buscam bloquear as ações ofensivas (tiros
a gol e armações) dos armadores da equipe adversária.

Os benefícios deste sistema são os de aumentar a distância dos tiros a gol e ainda a
possibilidade que dois defensores possam formar uma frente defensiva, na qual um efetua o
combate ao jogador que esta em posse de bola, e o outro fica na iminência da interceptação
dos passes.

A principal desvantagem refere-se a vulnerabilidade nas extremidades da quadra,


sobrecarregando os marcadores destas posições.

Fig. Nº 08 – esquema dos jog.no sist. defens. 4 :

C) Sistema defensivo por zona 3 : 2 : 1

Neste sistema, os defensores são dispostos em três linhas, nas quais três jogadores
formam a linha de base (próximos a linha dos 6 metros), dois a linha intermediaria
(próximos aos 8 metros), e um jogador marca na posição frontal avançada (pouco à frente
da linha de 9 metros).

Os defensores laterais da linha de base (da esquerda e da direita) devem utilizar a


marcação sob pressão dos adversários correspondentes, buscando neutralizar a sua
circulação. O defensor central da linha de base se movimenta em função da posição da bola
e do jogador pivô.

Os defensores posicionados na linha intermediária (laterais direito e esquerdo) buscam


impedir as progressões e tiro a gols dos armadores correspondentes. Todavia, quando a bola
está sendo jogada do lado oposto à sua movimentação, deve retornar à base (próximo a
linha de 6 metros), auxiliando no processo de cobertura, dificultando a circulação oponente
e ainda melhorando sua visão da defesa.

Já o defensor avançado tem como função dificultar os tiros a gols frontais e a


movimentação dos armadores. Ele deve formar os blocos defensivos com os jogadores da
linha intermediária, combatendo o atacante em posse de bola e atrapalhando seus passes.

As vantagens deste sistema são as de evitar os tiros a gol frontais de média distância e a
possibilidade de combate de mais de um defensor sobre o adversário em posse de bola. A
desvantagem mais perceptível é a vulnerabilidade nas extremidades.

Fig. Nº 09-Esquema dos jog. no sist. defensivo 3 : 2 : 1

D) Sistema defensivo por zona 3 : 3

Utiliza duas linhas formadas por três defensores cada. Estruturalmente, ficam dispostas
uma atrás da outra, mas, na dinâmica de ação, a configuração fica alterada em função da
movimentação adversária.

A linha de base fica nas proximidades dos 7 metros e a linha frontal, aos 9 metros,
evitando os arremessos de frente. Entretanto, diante de uma circulação dos atacantes, a
defesa deve de modificar estruturalmente até que eles retornem aos seus postos.

A movimentação dos jogadores da primeira linha defensiva deve ser lateral, enquanto os
da segunda linha se movem em distintas direções, tais como diagonal e frontal.

Fig. Nº 10 – Sist.defens. 3 : 3

SISTEMA DE DEFESA MISTO (OU COMBINADO)

Busca unir as vantagens da defesa por zona com as da individual. Algumas equipes
podem exigir uma defesa diferenciada, com princípios combinados de atuação. Neste caso,
deve-se buscar um sistema que consiga neutralizar as possibilidades ofensivas do
adversário.

a. Sistema defensivo misto 5 + 1

Neste sistema, cinco jogadores obedecem a princípios de uma defesa por zona e um
jogador exerce uma marcação individual.

É aplicado quando a equipe adversária apresenta um atleta com destacado poder de


atuação, seja na conclusão das ações, seja na possibilidade de armação das jogadas para
seus companheiros.

Fig. Nº 11 – sist.defens.misto 5 + 1

b. Sistema defensivo misto 4 + 2

Neste sistema quatro jogadores formam uma base defensiva nas proximidades da linha
de 6 metros, e os outros dois atuam em marcação individual.

Trata-se de um sistema aplicável quando a equipe adversária desenvolve suas ações


através dos recursos técnicos de dois jogadores principalmente. Neste caso, a defesa busca
neutralizar as ações de tais atletas, deixando que os demais participem mais efetivamente
do jogo.

Fig. Nº 12- sist. defens.misto 4 + 2

c. Sistema defensivo misto 3 + 3

O sistema misto defensivo 3 + 3 estabelece que três jogadores atuem nos


princípios de uma defesa por zona e que os outros três utilizem os princípios da
marcação individual.

É de difícil aplicação por exigir uma interação intensa entre todos os


defensores.para utilizar este sistema, todos os jogadores devem apresentar uma
excelente consistência defensiva, pois os espaços ficam muito ampliados devido ao
deslocamento dos atacantes.

Fig nº 13 – sist. defens.misto 3 + 3

TÁTICAS
São ações individuais, de grupo e de equipe, que podem ser utilizadas para neutralizar as
movimentações ofensivas dos adversários, bem como estabelecer os princípios de atuação
ofensivos da nossa equipe.

Tática individual – Trata-se da capacidade do jogador em responder pelas atitudes


fundamentais para um bom desempenho durante o jogo, como deslocamentos, mudanças de
direção, formas de marcação, posicionamento e movimento técnico apropriado, entre
outros.

A tática individual relaciona-se ao preparo físico, técnico e mental. Se o jogador está


bem preparado, as suas intervenções táticas serão facilitadas.

Tática de grupo – é uma ação que ocorre com a união de alguns jogadores visando buscar
soluções para uma situação momentânea.

No handebol, as táticas de grupo são freqüentemente utilizadas, pois é através delas que
põem em ação os mecanismos defensivos (ajuda ao companheiro, cobertura, apoio, etc.) e
ofensivas (cruzamentos, bloqueios e disponibilidade para o passe, entre outros). As
combinações entre dois, três e quatro jogadores são freqüentes e fundamentais para o êxito
de uma equipe.

Tática de equipe – É a combinação de ações que envolvem praticamente toda a equipe.

A tática de equipe relacionada à defesa ocorre quando todos os jogadores se mobilizam


para impedir um progresso ofensivo; ou seja, enquanto alguns executam o combate direto
ao jogador em posse da bola, os outros se posicionam na expectativa de um bloqueio, de
um roubo da bola, ou em obstruir a movimentação de alguns adversários.

AÇOES TÁTICAS

São diversas as possibilidades de aplicações táticas durante um jogo. Porém, algumas


ações devem estar presentes na rotina de treinamento de uma equipe, pois são freqüentes
em praticamente todas as partidas.

Algumas situações comuns durante um jogo, as quais devem ser treinadas diariamente
com as equipes:

O balanço defensivo – Trata-se de uma atitude de preocupação diante de uma tática


preestabelecida. A partir de uma ação ofensiva, alguns jogadores se colocam em posições
que favoreçam um rápido retorno e a efetiva ação defensiva, caso o planejado não tenha
obtido êxito.
Diante de uma ação desenvolvida pelo lado direito, por exemplo, os jogadores que estão
posicionados á esquerda se preparam para o retorno à defesa, colocando-se um pouco atrás
para diminuir o espaço de deslocamento e dificultando os lançamentos para o contra-
ataque.

O tiro livre nas proximidades da linha de 9 metros – Diante de uma situação bastante viável
de se obter o gol, é imperioso que se busque alternativas para obtenção de maior êxito na
jogada; seja para um tiro a gol a partir do primeiro passe ou ainda de situações coletivas de
penetrações.

Ações para liberação de um jogador que recebe uma marcação individual – muitas ações
simples podem sanar este comprometimento que se da pela marcação individual como, por
exemplo, através de ações de bloqueio, de quebra de engajamento e de passes especiais,
poderão liberar os jogadores para atitudes rápidas , provocando uma desestabilidade
defensiva pela necessidade de troca de marcação.

Ações ofensivas em superioridade numérica – Varias combinações podem ser colocadas em


pratica visando sobrecarga em uma determinada zona defensiva, provocando duvidas entre
os defensores.

Pode-se criar combinações de bloqueios e cruzamentos, facilitando os tiros a media


distância, bem como ações de circulações coordenadas.

O contra-ataque – é uma movimentação ofensiva para chegar rápido à meta adversária e


conseguir um gol, pois nesta situação a equipe adversária não se encontra estruturada para
as suas ações defensivas.

São dois os tipos de contra-ataque: direto e indireto; subdivididos entre si:

*Contra-ataque direto

Pode ocorrer em função de três situações:

• Roubo de bola – realizado pelo defensor a partir de uma recuperação da bola,


quando se utiliza o drible até chegar a meta adversária e efetuar a conclusão;
• Lançamento do goleiro – quando o goleiro recupera uma bola que foi arremessada à
sua meta, seja através de uma defesa, após o contato com a blocagem, de
arremessos na trave ou para fora, realizando o lançamento para um companheiro
que irá recebe-la indo diretamente ao gol; e
• Cobrança rápida de um tiro livre ou de um arremesso lateral – após uma violação à
regra cometida pelo adversário ou de um tiro lateral, quando o jogador que o
executa o faz de forma direta para o jogador que irá receber e concluir a ação.

*Contra-ataque indireto
Este tipo de contra-ataque pode ocorrer de duas formas:

• Com câmbio – quando o goleiro recupera a posse de bola e faz um passe para um

outro companheiro que faz a distribuição dela para outro jogador á frente, ou seja, o goleiro
passa para outro jogador a função de lançamento da bola. É um contra-ataque em dois
tempos, no qual a distância dos passes é encurtada, e que deve ser utilizado quando o
goleiro não tem um bom domínio do fundamento passe. No momento em que ele está com
a bola, dois jogadores abrem lateralmente, para receberem-na e realizar o passe final, e

• Sustentado – dois ou mais jogadores, após recuperarem a posse de bola, saem

trocando passes laterais até chegar a meta adversária. A prioridade do arremesso deverá ser
dada ao jogador que se encontra em melhor situação para o tiro a gol.

A aplicação do tipo de contra-ataque depende inicialmente da oportunidade


momentânea. No entanto deve-se priorizar algumas situações:

• O jogador que estiver à frente deve ser preferido no memento do passe;


• Os passes curtos são mais seguros;
• Não se deve fintar ou driblar se existe a possibilidade de passe;
• Outros jogadores devem acompanhar a tentativa de contra-ataque do companheiro;
• O fato de se chegar rápido á frente não implica em uma necessidade de finalização
rápida, se não há uma possibilidade real de conclusão;
• Como na maioria das vezes o tiro a gol é à curta distancia, deve-se esperar as pistas
oferecidas pelo goleiro e não precipitar a conclusão.

REFERÊNCIAS

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técnica de handebol. FPH, 1982.

CAMARGO NETTO, F. Handebol, Prodil, Porto Alegre. 1982.

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FRANÇA, J. G. O andebol no mundo. Lisboa: Desporto. 1987.

GRECO, Pablo. Apostila de handebol alto nivel. Curitiba: CETEPAR. 1991.

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LAGUNA, M. A formação de jogadores. Treinador de seleções nacionais de jovens,
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MARTINI, K. O andebol – técnica – tática – metodologia. Lisboa: Europa-America.


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ZAMBERLAN, Elói. Handebol. Escolar e de Iniciação. 1ª edição. Londrina. Pr.


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