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RESUMO
Na indústria atual são exigidos elevados índices de produtividade e qualidade, os
quais são diretamente influenciados pelas estratégias de manutenção adotadas.
Este artigo aborda um estudo de caso da implantação de planejamento de
manutenção (PCM) em uma indústria de tratamento de efluentes localizada no
estado do Ceará.
2.1) Manutenção
Quando se busca o significado teórico do que seria manutenção industrial,
encontram-se referências do tipo: ato ou ação de manter, gerir e administrar uma
planta industrial.
3) Objeto de estudo
O referido projeto foi implantado em uma estação de tratamento de esgoto
(efluente) localizada em Fortaleza, no estado do Ceará. Construída em 1994, a
planta faz parte de uma rede de 240 unidades de tratamento de esgoto, sendo
esta a responsável por realizar a última intervenção de tratamento antes de
descartar o efluente no mar. A planta possuía 25 funcionários alocados na
operação e manutenção com funcionamento integral.
Com as metas definidas foi decidido dividir o projeto de PCM em duas etapas, a
primeira sendo o projeto de base, na qual seria preparada uma estrutura sólida de
informações e organização para possibilitar a etapa seguinte, a qual foi
denominada de projeto de campo, que focaria na implantação dos processos de
manutenção propriamente ditos.
4.1.2) Implantação de 5S
(1) Engenheiro Mecatrônico; Integral Agroindustrial; Analista de PCM. 6
De acordo com Lapa et al., (1998), o 5S ou Programa 5S como também é
conhecido, é um conjunto de cinco sensos simples (senso de utilização, senso de
organização, senso de limpeza, senso de padronização / saúde e senso de
disciplina) que, ao serem praticados, são capazes de modificar o seu humor, o seu
ambiente de trabalho, a maneira de conduzir suas atividades rotineiras e as suas
atitudes. Seguem algumas diretrizes de 5S que foram adotadas na planta:
Foi adotado o padrão AAANNNXXXX para os códigos, onde AAA se refere ao tipo
de equipamento, NNN é o código da unidade, visto que havia um plano de
expansão do projeto para outras plantas da empresa, e XXXX é a ordem de
cadastro do equipamento. Ex: MEL0040004 se refere ao quarto motor elétrico
(MEL) a ser cadastrado na planta (cadastrada com 004).
ITENS DE VERIFICAÇÃO
VALOR E EQUILÍBRIO
CABOS DE COMANDO
CONDIÇÕES GERAIS
EQUIPAMENTOS DE
EQUIPAMENTOS DE
EQUIPAMENTOS DE
CABOS DE FORÇA
DE INTEGRIDADE
EQUILÍBRIO DAS
CONEXÕES DOS
INTENSIDADE E
CONEXÕES DOS
CONDIÇÕES DE
DAS TENSÕES
CORRENTES
OPERAÇÃO
PROTEÇÃO
COMANDO
LIMPEZA
LEITURA
CONJUNTO POSIÇÃO
CBV - 01 MOTOR - 01
Figura VIII - Ficha de inspeção elétrica da posição MOTOR 01 do conjunto CBV 01 da fase BEFGR
(Fonte: Dados obtidos do objeto de estudo, 2013)
(1) Engenheiro Mecatrônico; Integral Agroindustrial; Analista de PCM. 11
Segue explicação dos itens de avaliação elétrica:
Equipamentos de leitura: Verificar a instrumentação do equipamento, como
sensores de leitura, display de saída de informação, manômetros
eletrônicos, entre outros.
Equipamentos de comando: Verificar o estado físico dos contatores
elétricos, botoeiras, chaves fim de curso e qualquer componente
relacionado ao circuito de comando (conexões elétricas ganharam tópico
detalhado).
Equipamento de proteção: Verificar estado físico dos fusíveis, relés
térmicos e de estado sólido, botões de emergência e qualquer outro
componente relacionado ao circuito de proteção do equipamento.
Conexões dos cabos de comando: Verificar o aperto do cabeamento do
circuito de comando (eventualmente a câmera termográfica é usada como
ferramenta).
Conexões dos cabos de força: Verificar o aperto do cabeamento do circuito
de força (eventualmente a câmera termográfica é usada como ferramenta).
Valor e equilíbrio das tensões: Efetuar medição das tensões de operação
do equipamento e checar equilíbrio entre as fases, além de comparar os
valores medidos com os dados da folha de especificação do respectivo
equipamento.
Intensidade e equilíbrio das correntes: Efetuar medição das correntes de
operação do equipamento e comparar os valores medidos com os dados da
folha de especificação do respectivo equipamento.
Limpeza: Checar limpeza do equipamento, dando prioridade ao quadro de
comando e força.
Condições gerais de integridade: Este item avalia de maneira geral o
estado físico do equipamento, sua isolação, fixação, organização e estado
de segurança.
Condições de operação: Avalia o estado de operacionalidade do
equipamento, como resposta positiva de acionamento à distância, facilidade
de uso oferecido aos operadores, sinalização, entre outros.
Figura IX - Ficha de inspeção mecânica da posição MOTOR 01 do conjunto CBV 01 da fase BEFGR
(Fonte: Dados obtidos do objeto de estudo, 2013)
Segue explicação dos itens de avaliação mecânica:
Solicitação de serviços
Código: Requisitante: Data:
Descrição do serviço e/ou defeito constatado
Liderança de manutenção
Data recebimento: Status: Eliminada(E) Aberta(A) Encerrada(EN)
Número da ordem de manutenção gerada:
Figura XII - Modelo de solicitação de serviço (SS).
(Fonte: Dados obtidos do objeto de estudo, 2013)
Especialidades HH
1 2
Figura XIII - Modelo de ordem de serviço (OS).
(Fonte: Dados obtidos do objeto de estudo, 2013)
4.2.6.2.1) Apontamentos da OS
Alguns dados devem ser apontados na OS durante seu ciclo de vida. Abaixo
definem-se estes itens de acordo com o que é observado na Figura (XIII), anexada
acima deste tópico:
(1) Engenheiro Mecatrônico; Integral Agroindustrial; Analista de PCM. 16
Descrição das tarefas: Neste campo, as tarefas a serem executadas devem
ser detalhadas para que os executantes tenham clareza sobre quais
atividades devem desenvolver.
Materiais utilizados: Todos os materiais utilizados para a execução da OS
devem ser informados.
Equipamentos de segurança utilizados: Todos os equipamentos de
proteção utilizados devem ser mencionados neste campo.
Especialidades: A qualificação dos executantes é inserida neste campo.
HH: Sigla para Homem Hora, onde é inserido o tempo de trabalho (em
horas) que cada executante dedicará ao serviço.
Sintomas: Campo onde são detalhados os problemas apresentados pelo
equipamento.
Intervenção: Neste campo são registradas as atividades a serem realizadas
para o cumprimento do serviço.
Histórico da ordem: Onde os tempos de início e término de trabalho de
cada executante da OS são registrados.
Relatório de serviços realizados: Onde o executante relata toda sua rotina
de manutenção durante a execução da OS (atividades realizadas,
imprevistos, materiais adicionais, entre outros).
(1)
Este indicador pode ser mensurado para a unidade (Objeto de estudo), para suas
fases, conjuntos e o próprio equipamento. Quanto maior o TMEF melhor, visto que
o tempo entre duas falhas seguidas aumenta, operando por mais horas e
aumentando o desempenho da unidade/equipamento.
(2)
(1) Engenheiro Mecatrônico; Integral Agroindustrial; Analista de PCM. 18
Este indicador pode ser mensurado para a unidade (Objeto de estudo), para suas
fases, conjuntos e o próprio equipamento. Quanto menor o TMPR melhor,
significando que o departamento de manutenção esta efetuando as intervenções
de forma mais rápida.
(3)
Este indicador pode ser mensurado para a unidade (Objeto de estudo), para suas
fases, conjuntos e o próprio equipamento. Quanto menor o índice de corretivas
melhor, significando que temos mais ações de prevenção que de correção.
(4)
Este indicador pode ser mensurado para a unidade (Objeto de estudo), para suas
fases, conjuntos e o próprio equipamento. Quanto maior o índice de preventivas
melhor e este indicador, por consequência matemática, acaba sendo o
complemento do índice de corretivas:
(5)
5) Conclusões
A implantação de gestão de manutenção modificou totalmente a estrutura de
gestão da unidade, trazendo um melhor controle de processo e conforto
administrativo. No Quadro 3, encontra-se o antes e depois do projeto:
Agradecimentos
Agradeço a todas as pessoas envolvidas neste projeto, em especial às que me
forneceram conhecimentos de assuntos do qual eu não tinha domínio, sendo uma
experiência incrível que me moldou e me ajudou a ser hoje um profissional da
área de gestão de manutenção.
Referências