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-Teorias acerca do problema do livre-arbítrio

• Determinismo radical (incompatibilismo)


• Indeterminismo
• Determinismo moderado (compatibilismo)
• Libertarismo

Determinismo moderado (compatibilismo)

• Parte do conceito comum de liberdade e aceita a


convicção de que poderíamos ter feito outra coisa se
o tivéssemos escolhido.
• No mundo todos os fenómenos são causalmente
relacionados.
• A vontade humana, igualmente determinada, é
livre quando não for obrigada a escolher sob ameaça
(de uma arma, por exemplo).
• Tudo no mundo natural é determinado, mas as
ações humanas são livres, por serem determinadas
mas não constrangidas.
O determinismo moderado defende a
compatibilidade entre o determinismo e a liberdade.
-Juízos de facto e juízos de valor

Há dois tipos de abordagem de um acontecimento:


• Imparcial - quando descrevemos o
acontecimento sem qualquer apreciação emitimos,
juízos de facto.

Descrevem a realidade.

São: Descrições neutras e impessoais, Objetivos,


Verificáveis, Suscetíveis de serem verdadeiros ou
falsos.

Exemplos:
Miguel Ângelo é autor da Pietá
Picasso pintou Guernica
Platão é um filósofo grego
Lisboa é a capital de Portugal

• Apreciativa - quando manifestando as nossas


preferências e apreciações emitimos juízos de valor.
Indicam uma valoração

São:
• Interpretações parciais e subjetivas
• Relativos
• Discutíveis
• Expressam emoções
Exemplos
Pietá é uma das mais belas esculturas
renascentistas.
Guernica é uma bela pintura.
O amor é belo .
Lisboa é uma cidade encantadora.
O problema do livre arbítrio – liberdade

O agente é um ser racional, livre e responsável. O


livre arbítrio corresponde a uma vontade livre e
responsável de um agente racional.

Determinismo – doutrina que defende que os


acontecimentos em geral ocorrem segundo um plano
previamente fixado (ou por uma potência
sobrenatural ou pelas leis da natureza); do ponto de
vista filosófico, designa o pressuposto segundo o
qual todo o fenómeno é rigorosamente determinado
pelos fenómenos que o antecedem, sendo a sua
ocorrência necessária (não aleatória).

Teorias:

Determinismo radical: o livre arbítrio é incompatível


com o mundo regido pelo princípio da causalidade
necessária.

Determinismo moderado: o mundo é regido por leis


causais mas a acção humana, embora sujeita aos
princípios naturais, não é constrangida.

Libertismo: não há acaso nem causalidade que


possam afectar a acção humana. As escolhas são
produto de deliberação raciona
Ao negar a liberdade, o determinismo afirma que
todas as acções são inevitáveis e, portanto, ninguém
pode ser responsabilizado.
Determinismo
1.2. CONSEQUÊNCIAS IMPLICADAS NA DEFESA
DESTA TESE
1.2.1. As acções humanas são inevitáveis;

1.2.2. As acções humanas são meros efeitos de


causas que não controlamos;

1.2.3. Não podemos ser responsabilizados


pelas acções;

1.2.4. Se não podemos ser responsabilizados


pelas nossas acções, então a noção de justiça e
as ideias de Bem e Mal não fazem sentido;

Distinguir juízos de valor de juízos de facto

Juízos de facto correspondem a afirmações que


tendem a ser descritivas e objectivas.
Descrevem a realidade, são objectivos e claros
(ou seja não dependem da preferência ou
apreciação do sujeito), são empiricamente
verificáveis, são neutros, impessoais e
imparciais, podem ser verdadeiros ou falsos, e
quando verdadeiros é possível o seu
reconhecimento por todos.
Juízos de valor são enunciados exprimem as
preferências do sujeito. Pretendem avaliar a
realidade, são subjectivos (resultam da
apreciação e valoração do sujeito), não são
empiricamente verificáveis, não são falsos nem
verdadeiros e muitas vezes não são
consensuais.

Por isso, por isso factos e valores são faces


distintas da realidade humana.

Se os factos e os valores se confundissem


estaríamos a assumir que os valores eram
objectivos e a esperar que toda a gente os
entendesse da mesma maneira

Determinismo

É a vertente filosófica que defende que todos


os acontecimentos estão relacionados em
“causa-efeito”.

Por ex:
Causa – força da gravidade; efeito – queda dos
corpos.

Uma causa, é assim, o que faz o efeito ser, o


que por si só não seria.

Pode-se dizer então que, segundo o


determinismo todos os acontecimentos
imagináveis estão associados numa relação
causa-efeito, submetidas às leis naturais de
carácter causal.

Segundo esta vertente, considerando todas as


acções do homem inevitáveis, não pode haver
a culpabilização do sujeito, visto que este pode
desculpar-se com a inevitabilidade da sua
acção.

Concluindo; um determinado sujeito, face a


uma situação, apenas tem uma alternativa de
acção, segundo as leis naturais, e não pode
então, tomar a liberdade de escolher não o
fazer, ou fazê-lo de maneira diferente
Compatibilismo ou determinismo moderado
Na perspectiva do compatibilismo, mesmo que
as nossas acções sejam causadas, podemos
sempre agir de outro modo, se assim o
escolhermos. Assim, as nossas acções terão de
ser responsabilizadas.

Ex: uma pessoa decide levantar o braço para


acenar a alguém conhecido. Esse levantar do
braço é totalmente determinado por causa
neurofisiológicas; ou seja, existem causas e
mecanismos nervosos que determinam o
levantar do braço. Todavia, o indivíduo não foi
forçado a levantá-lo, isto é, era também
possível não levantar o braço.

Este vertente é denominada como


compatibilismo, porque, como o nome sugere,
compatibiliza. Compatibiliza a vontade livre e o
determinismo, no sentido em que, apesar de,
todas as acções no mundo estarem
determinadas, algumas acções humanas, face
a esses acontecimentos, são livres.

Ex: se um homem é forçado a fazer alguma


coisa porque lhe apontam uma arma, então a
sua conduta é genuinamente não livre. Mas, se
por outro lado, ele age livremente, e se decide
não o fazer, ou fazer de outra maneira, terá as
suas consequências, já que se tratou de uma
acção livre.

A importância dos valores

A principal importância dos valores, que está


inerente à experiência valorativa, é que o
homem não consegue viver, sem valorar. Ou
seja, a existência dos valores impossibilita a
indiferença face a objectos, pessoas, ou
situações.

Juízos de facto ≠ Juízos de valor

Juízos de facto

. Afirmações/proposições que pretendem


descrever a realidade

. São claros e objectivos, isto é, não dependem


da preferência ou apreciação do sujeito
. São empiricamente verificáveis e/ou
comprovados

. Podem ser verdadeiros ou falsos

Juízos de valor

. Expressões que pretendem avaliar a realidade

. São subjectivos, ou seja, da apreciação e


valoração do sujeito

. Não são empiricamente verificáveis

. Não são falsos nem verdadeiros

. Muitas vezes não são consensuais; visto que


pode haver a diferença de opiniões, face à
situação de cada um (ambiente, religião).
SUBJETIVISMO

De acordo com a teoria subjetivista, os juízos


de valor são subjetivos. A tese defendida é que
os juízos de valor se limitam a exprimir
preferências pessoais. Por exemplo, se alguém
defende que é aceitável mentir em alguns
casos, está a manifestar a sua preferência
pessoal.

ARGUMENTOS A FAVOR DO SUBJETIVISMO


Argumento da Discordância - as pessoas discordam
fortemente acerca dos juízos de valor, o que uma pessoa
considera bom, outra pode considerar mau, o que
supostamente não aconteceria se eles fossem objetivos.
Por exemplo, todos concordaremos quanto à composição
química da água, mas nem todos concordaremos quanto à
permissibilidade do aborto.
OBJEÇÔES
Não é verdade que haja discordância relativamente a
todos os juízos de valor. Não haverá concordância
relativamente à legalização do consumo de drogas, mas
há concordância relativamente à rejeição da escravatura,
da exploração de crianças, do homicídio. A Declaração
Universal dos Direitos Humanos, mostra que há valores
fundamentais em relação aos quais todos concordam
ARGUMENTOS A FAVOR DO SUBJETIVISMO
Argumento do Conflito de Valores – como nem todos
concordamos com os mesmos valores, há conflitos de
valores, e não há maneira objetiva de decidir quem tem
razão. Assim, como não há maneira objetiva de decidir
quem tem razão, temos de concluir que os valores são
subjetivos
OBJEÇÃO
Alguns conflitos de valores podem ser resolvidos de
forma racional e objetiva. Uma forma objetiva de resolver
conflito de valores, será tomar decisões debaixo de um
véu de ignorância que é experiência mental que consiste
em supor que somos completamente ignorantes
relativamente a tudo, não sabemos nada de nós, nem dos
outros. Nessa completa e total ignorância temos de
decidir, de escolher. Ora, desconhecendo o que seremos
vamos fazer escolhas o mais justas e imparciais. Assim,
podemos criticar o argumento do conflito de valores,
dizendo que há uma forma objetiva de resolver conflitos
de valores – véu de ignorância.

RELATIVISMO
O relativista defende a tese de que os juízos de valor são
relativos às sociedades. Quando uma sociedade condena
ou aceita um juízo de valor não pode estar enganada
ARGUMENTOS A FAVOR DO RELATIVISMO
Argumento da Diversidade Cultural - se os juízos de valor
não fossem relativos às sociedades, não encontraríamos
uma diversidade cultural tão grande, com padrões e
códigos morais incompatíveis. Os valores são relativos às
sociedades porque diferentes sociedades aceitam
diferentes juízos de valor.
OBJEÇÕES
Ainda que as diferenças culturais sejam enormes, daí não
se segue que os juízos de valor dependam do que em
determinada sociedade é considerado correto ou
incorreto. Por exemplo, é incorreto concluir que a
moralidade da escravatura é relativa às sociedades só
porque diferentes sociedades encaram esta prática de
maneiras diferentes.
ARGUMENTOS A FAVOR DO RELATIVISMO
Argumento da Tolerância - se não aceitarmos a ideia de
que os valores são realtivos, temos a tendência para ser
intolerantes em relação a outras sociedade, o que é
errado.
OBJEÇÕES
O relativista parte do princípio errado de que devemos
ser tolerantes em relação a tudo, pois se formos
tolerantes em relação a tudo, acabaremos por tolerar a
intolerância. Apesar de devermos aceitar todas as
diferentes sociedades, só o devemos fazer se, com isso,
não se prejudicar ninguém. Tolerar práticas de
sociedades que são intolerantes em relação às pessoas de
etnias minoritárias, em relação a pessoas de outras
religiões ou em relação a mulheres é o mesmo que tolerar
a intolerância
OBJETIVISMO
A tese do objetivismo é que alguns juízos de valor são
objetivos. Assim, quando duas pessoas discordam acerca
de certos juízos de valor, alguma delas está enganada.
ARGUMENTOS A FAVOR DO OBJETIVISMO
Argumento da Tolerância – este argumento baseia-se na
ideia de que a tolerância não é um valor meramente
relativo às sociedades. Se assim fosse, seria aceitável que
algumas sociedades não fossem tolerantes, mas isso não é
aceitável, Portanto, alguns dos juízos de valor são
objetivos, como é o caso da tolerância
OBJEÇÕES
A ideia de que todas as sociedades e pessoas devem ser
tolerantes limita-se a exprimir o que se pensa na nossa
própria sociedade. Condenamos o apedrejamento
praticado em certos países árabes, mas para eles isso não
é encarado como um mal. Ou seja, defender que a
tolerância é relativa a cada sociedade é uma forma de
criticar o argumento da tolerância defendido pelos
objetivistas.
ARGUMENTOS A FAVOR DO OBJETIVISMO
Argumento da imparcialidade - muitas vezes conseguimos
ser imparciais e se não houvesse juízos de valor objetivos
a imparcialidade em questões de valor não seria possível.
OBJEÇÕES
Nem sempre é desejável ser imparcial, pondo assim em
causa a relevância dos juízos de valor objetivos. Pois ser
imparcial implicaria deixar de privilegiar os nosso amigos
e familiares. Por exemplo, se fossemos imparciais, antes
de oferecermos um presente a um amigo por este ter tido
um bom desempenho numa prova de desporto,
deveríamos pensar se não seria mais proveitoso dar o
dinheiro gasto no presente a uma instituição de caridade

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