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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL

CAMPUS ARAPIRACA
Arquitetura e Urbanismo
Aluno: Odilon José Da Silva Neto 1º Período
Prof. Me. João Paulo Omena 31/03/2019
Arte Grotesca
O termo grotesco, de origem italiana, surge na arte inspirado no estilo das
decorações da Roma Antiga encontradas em ruinas subterrâneas, conhecidas como
grottes, na época do Renascimento. Esses achados representavam situações fantásticas,
repletas de figuras humanas e não-humanas, entrelaçados e expostos de maneira
extravagante e/ou esdrúxula.

A arte grotesca foge dos padrões no que se refere à arte propriamente dita, não é
agregada a ela a intenção de agraciar os olhos e trazer sensações de bem-estar, como é
feito à grande parcela de produções artísticas. A arte grotesca é vista como uma “arte
feia”, que tem intuito de causar ao seu observador até mesmo sensações de desconforto.

Para gerar esse sentimento de desconforto, espanto e estranheza, muito dos


elementos usados na confecção das obras grotescas estão associados a lixo, excrementos,
dejetos, partes íntimas do corpo, deformidades e muitos outros elementos que fogem dos
padrões artísticos e dos parâmetros propostos pelo politicamente correto relacionados a
estética.

Devido a forma como a arte grotesca é construída, muitos artistas costumam


inserir críticas sociais em suas obras, sejam elas, subjetivas ou não. Não há uma limitação
para as possibilidades de reações, já que se busca alcançar um sentimento inesperado.
Dessa forma, ao se observar a arte grotesca, a reação daquele que faz a observação pode
variar do nojo ao fascínio, da repulsa ao cômico.

A arte grotesca produzida traz para o observador a posição da mulher na


sociedade e a diminuição de seus sentidos, ocasionada pela interferência do homem em
suas ações. A mulher perde seu direito de fala, de pensamento e de escolha. Ela não
consegue ser dona do próprio corpo e é feita culpada mesmo quando vítima. Além disso,
ela obrigada a seguir certas ordens, vindas de diferentes âmbitos, como mercado de
trabalho, meio religioso, padrões estéticos, entre outros. A mulher é constantemente
julgada e colocada em uma posição de desconforto, tendo seus ideais e desejos
repetidamente questionados e desacreditados por uma sociedade que se move a base de
um patriarcado arcaico.
Arquitetura Kitsch
Derivado do termo alemão kitschen, que significa reformar móveis com o intuito
de fazer com que eles pareçam antigos, o termo kitsch é usado na área estética remetendo
àquilo que estaria fora dos padrões de beleza aceitáveis pela sociedade. Geralmente a
beleza do kitsch leva em consideração o gosto do possuidor e do observador. Em uma
linguagem mais cognoscível, o kitsch é o que os padrões estéticos rotulam como brega,
barato, sentimental, vulgar, de mau gosto, e que são em sua maior parte destinados ao
consumo de massa.

Um dos aspectos que podem fazer com que um imóvel seja considerado brega ou
não, dentro dos padrões, além das formas, são as cores utilizadas. Geralmente
conseguindo gerar neutralidade ou harmonização as cores são escolhidas com o intuito
de tornar a edificação mais elegante e que acabe chamando atenção de quem a observa de
maneira positiva.

A residência em questão, foi escolhida como sendo um item que se encaixa nos
padrões da estética kitsch por dois motivos. O primeiro deles diz respeito as cores
escolhidas para a faixada e paredes da área. Uma mistura entre um verde forte e um rosa
capaz de causar desconforto a alguém que passe o dia o encarando, mostram que um
desejo sentimental dos residentes deve ter falado mais alto no momento de escolha das
tintas.

O segundo motivo é o formato da faixada, talvez até mesmo sem intenção, a visão
que se tem da entrada da casa é a de uma letra T enorme, com pequenos cobogós na parte
inferior, que não aparentam cumprir função alguma, senão estética. Somasse o formato
da faixada com as cores escolhidas e se tem um “sutil”, mas belo exemplar de arquitetura
kitsch.

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