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Instituto Federal do Sul de Minas Poços de Caldas

Licenciatura Geografia 5º período


Disciplina: METODOLOGIA DO ENSINO EM GEOGRAFIA
Professor: Dr. Sérgio Henrique de Oliveira Teixeira
Aluno: Marcelo Silva Vieira
Nº. de matrícula: 14171000205

Fichamento 1: SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: teorias da educação, curvatura da vara,


onze teses sobre educação e política. 41. ed. revista. Campinas, SP: Autores Associados, 2009.
(Coleção polêmicas do nosso tempo, 5) (P. 15-42).

As teorias da educação e o problema da marginalidade

O autor aborda como interpretar a marginalidade e sua relação com a escolarização sob as
óticas de diferentes teorias.
As Teorias Não-Críticas explicam o fenômeno tendo como base uma sociedade em estado
harmonioso e a marginalidade seria um fenômeno acidental dentro dessa sociedade
podendo ser corrigido e tratado como um desvio individual.
A educação teria a incumbência de contornar a marginalidade de forma a reintegrar o
indivíduo à sociedade.
Segundo Dermeval as Teorias Crítico-Reprodutivas explicam o fenômeno tendo como base
uma sociedade polarizada sendo dividida em classes dominante e dominado sendo a
marginalidade uma definição elaborada pela própria estrutura social; e neste caso a
educação desempenha uma função instrumental para a marginalização e é o reflexo da
sociedade.
O autor relaciona como teorias não-críticas:
Pedagogia Tradicional
O indivíduo excluído é aquele que não é dotado do conhecimento enciclopédico.
Reproduz grande volume de conteúdos e não os articula ou correlaciona conceitualmente
de forma a permitir críticas. A escola transmite e ensina um conhecimento engessado cujo
objetivo é dotar o sujeito de conhecimento enciclopédico
Pedagogia Nova
O indivíduo excluído é aquele que socialmente não se inclui diante às instituições
democráticas.
O Foco do conteúdo é direcionado para os processos de aprendizagem e, segundo Saviani,
ocorre a promessa de uma inclusão total e no entanto o seu desdobramento é uma pseudo-
inclusão social, onde há uma desvalorização do conteúdo, nessa visão a escola é
instrumento de ensino que promoveria uma inclusão.
Pedagogia Tecnicista
Excluí o indivíduo supostamente considerado incompetente para as funções produtivas
sofisticadas.
A capacidade instrumental de pensamento e de ação corporal são altamente valorizadas
além de disciplina comportamental conforme a demanda encontrada no modelo industrial.
Promove o detrimento de valor das ciências humanas e privilegia o enfoque em ciências
exatas. Nessa visão cabe a escola o ensino que capacite tecnicamente para o setor
produtivo.
O autor relaciona as teorias crítico-reprodutivas e descreve suas características principais:
Orientação marxista concebidas no campo da sociologia por teóricos europeus.
Desvelam os mecanismos sociais de segregação, de alienação e de dominação, colocando
a escola como um instrumento de reprodução de um modelo de segregação em uma
sociedade dividida em classes opostas e caracterizadas pela posse dos meios de produção
pela burguesia dominante e da força de trabalho pelo proletariado dominado.
Apontam que a função social da escola é a de atender ao capitalismo, excluindo conteúdos

Marcelo Silva Vieira – Geografia IFSULDEMINAS 1


críticos, formando mão-de-obra especializada e dócil e reproduzindo a estrutura de classes.
Teoria do sistema de ensino como violência simbólica
Por Bourdieu e Passeron
Designa como marginalizados os membros de grupos ou de classes sociais dominados.
Essa marginalização é dupla, social por estarem despojados financeiramente e simbólica
por que esses marginalizados não possuem força axiológica (capital cultural).
A escola reproduz através do ensino os valores da classe dominante, negligenciando os
valores do proletariado resultando em uma grande massa de educados pobres financeira e
culturalmente, cujo desejo é a o modo de vida impossível da classe dominante.
A escola como aparelho ideológico de Estado
Por Louis Althusser
Considera marginalizados os expropriados, o proletariado e, o Estado promove a
manutenção de aparelhos ideológicos repressores (escolas, igrejas, meios de comunicação
social) inclusive aparelhos repressivos que agem pelo uso da força e violência física (o
Governo, a Administração, o Exército, a Polícia, os Tribunais, etc). Esses aparelhos
atendem ao interesse do capital, ideologicamente ou pelo ato repressor garantem sua
reprodução e status quo.
Escola Dualista
Por Baudelot e Stablet
Consideram marginalizados os expropriados, a classe trabalhadora, a escola é organizada
em dois níveis básicos: Secundário Superior para trabalhadores em cargos de gerência) e
Primário Profissional para trabalhadores incumbidos da execução de tarefas.
Forte critica a divisão do trabalho, que reproduz essa estrutura social na escola e nos locais
de trabalho.
Teoria compensatória
Segundo Dermeval essa teoria cuja premissa é a de compensar crianças carentes não
possui a articulação necessária que permita compreender e explicar a marginalidade.

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