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Refer Curric Prof Vol1 PDF
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É com satisfação que fazemos chegar às suas mãos os Cadernos do Professor, organizados
nas mesmas áreas do conhecimento – Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza
e Ciências Humanas – do Referencial Curricular elaborado pela Secretaria de Estado da
Educação para os anos finais do ensino fundamental e ensino médio.
Esses Cadernos do Professor são acompanhados de Cadernos do Aluno para serem
utilizados em sala de aula. Formados por atividades de todos os componentes do currículo,
os Cadernos do Aluno são organizados por séries: um para as 5ª e 6ª séries e outro para as
7ª e 8ª séries do ensino fundamental, um terceiro caderno para os alunos do 1º ano e outro
ainda para os 2º e 3º anos do ensino médio.
As atividades presentes nos Cadernos do Professor e Cadernos do Aluno consistem em
exemplos de como o Referencial Curricular pode ser implementado em aulas que – acreditamos
– possam ser motivadoras e atraentes para nossos alunos.
A organização dos currículos pelas escolas a partir de um referencial deverá assegurar o
desenvolvimento de habilidades e competências cognitivas e um conjunto mínimo de conteúdos
em cada ano letivo dos anos finais do ensino fundamental e médio, na rede estadual de ensino.
A escola é autônoma para construir seu currículo a partir dessa base comum e para escolher o
método de ensino, numa livre opção didático-metodológica, mas não tem o direito de deixar
de desenvolver essas habilidades e competências cognitivas e abordar esses conteúdos com
seus alunos.
Como o Referencial Curricular deverá estar em constante evolução e aperfeiçoamento a
partir da prática, coloca-se, para a Secretaria de Estado da Educação, o desafio de desenvolver,
a partir de agora, e encaminhar permanentemente para as escolas novas atividades didáticas
como essas, se os professores e professoras assim o desejarem e solicitarem.
Dessa maneira, a equipe da Secretaria de Estado da Educação espera estar contribuindo
com o seu trabalho em sala de aula e também contar com a sua participação para construirmos
uma Boa Escola para Todos.
Mariza Abreu
Secretária de Estado da Educação
Sumário
Espanhol
Inglês
Objetivos
Ao final da unidade, os alunos terão vivenciado oportunidades de desenvolver as compe-
tências de:
• Ler: distinguir informações explícitas e implícitas em um texto; relacionar a parte e o todo
para a leitura global de uma história; reconhecer a ironia e o humor presentes em histó-
rias sobre episódios do cotidiano; perceber as relações entre expressões nominais para a
formação de cadeias referenciais em um texto, isto é, neste caso, o emprego de descrições
ou nomes próprios e, na retomada, de pronomes para fazer referência a um mesmo per-
sonagem em uma narrativa ou relato.
• Escrever: produzir resenhas: textos voltados à apresentação de uma obra para um
leitor concreto; produzir textos curtos, de tipo descritivo; construir cadeias referenciais
coesivas em um texto, isto é, referir-se ao mesmo objeto de modo consistente (especial-
mente a personagens envolvidas em uma narrativa ou relato), para que o leitor possa
reconhecer sempre a que se refere um pronome ou expressão nominal que esteja ligado
a um antecedente no texto.
• Resolver problemas: identificar episódios e relacioná-los ao significado global de
uma história, reapresentando-a em suas linhas gerais; reconhecer o contexto como fato
relevante para a interpretação da narrativa, transferindo o aprendido para novas situa-
ções; a partir da leitura e da revisão do próprio texto, construir conhecimentos sobre a
função dos nomes e dos pronomes para dar coesão a um texto; perceber que a leitura
de histórias ficcionais serve à reflexão sobre a relação com os outros.
principalmente a função dos personagens.
coesão textual: uso de recursos lin- • Identificar os efeitos de sentido dos diferen-
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16 guísticos para criar e indicar os laços que tes registros linguísticos, associando-os às
tornam os vários segmentos do texto li- identidades do locutor e do interlocutor.
gados, articulados, encadeados. • Identificar os efeitos do humor e da ironia
cadeia referencial: conjunto de ele- em variados gêneros do discurso.
mentos que, em um mesmo texto, refe-
rem-se à mesma entidade – pessoa ou
coisa. Forma-se pela substituição, ao
Conteúdos
longo do texto, de um primeiro elemento
• História em quadrinhos: circulação social
nominal (por exemplo, uma menina) por
e funções; modos de organização, com-
outros elementos nominais (por exemplo,
ponentes e natureza narrativa.
a menina, ela, aquela meni-
• Resenha: circulação social na mídia e na
na, Ana Luiza, a sapeca, etc.),
internet, funções; modos de organização
pelo uso de elipse ou pela
e componentes estruturais e linguísticos.
repetição. A cadeia referencial
• Estudo dos pronomes: emprego para a
dará coesão ao texto se for pos-
coesão textual; a variação linguística no
sível estabelecer ligações entre
emprego dos pronomes e seus valores.
os vários itens que se referem à
mesma pessoa ou coisa.
Duração prevista: 12 aulas
Note que na última tira, Mônica aparece priado, em cima de cada tirinha (eles aprovei-
com seu coelho Sansão: talvez seja neces- tarão esse título para a produção de texto).
sário você chamar atenção dos alunos para Em seguida, nas questões 3 a 5, chame
isso. Caso não conheçam as histórias da a atenção para o uso de sinais gráficos ao
série, eles não saberão que a personagem longo de todas as tiras. Estimule-os a encon-
adora esse bichinho de pelúcia e não se se- trarem outros sinais de mesmo tipo que não
para dele. Além disso, é também importante tenham sido discutidos. Certifique-se, neste
chamar atenção para um dos usos que Mô- momento, de que sua turma conhece a fun-
nica faz do coelho: bater nos amigos Ceboli- ção dos balões nas histórias em quadrinhos.
nha e Cascão. O coelho é uma arma! Caso perceba que essa informação é nova,
faça com que a anotem: os balões indicam
a fala ou o pensamento do personagem. Tal-
Estudo do texto vez alguns sejam leitores assíduos do gêne-
ro. Nesse caso, saberão que há muitos tipos
Essa seção explora as características das ti- de balão. Deixe que expressem seus conhe-
ras. Nas perguntas número 1 e 2, você verá cimentos, mas enfatize os tipos assinalados,
que há uma lacuna depois da palavra “tira”. A mais frequentes na composição de HQ.
ideia é que cada aluno escolha uma tira para
responder a essas perguntas: eles poderão es- Professor, para dinamizar, caso tenha
colher, de acordo com sua preferência, ou você instituído a caixa de gibis na classe ou os
pode estabelecer a divisão da turma em quatro,
alunos tenham acesso a gibis na biblio-
cada grupo com uma tira apenas. Em seguida,
teca da escola, realize uma gincana re-
podem trabalhar em duplas ou individualmen-
lâmpago de 10 a 15 minutos, na qual,
te, compartilhando ao final as respostas.
Na discussão das respostas, desenhe colu- em duplas, eles possam escolher um gibi
nas numeradas no quadro-negro, uma para e contar os sinais gráficos que acharem
cada tira. Vá colocando os títulos sugeridos nesse tempo. Com o resultado, pode-
para cada uma e a descrição concisa do que rão fazer um quadro – cartaz ou painel
torna a tira engraçada. Faça uma votação: para expor na sala de aula.
qual será o título eleito para cada tira? Peça
que transcrevam o título eleito no espaço apro-
Para ir um pouco mais além final, cada grupo faz a leitura oral de sua
versão da tira.
Observe que nessa seção, no Caderno do Nos mesmos grupos, remeta às questões 1919
Aluno, há uma série de informações interes- seguintes. Socialize as respostas e sugira que
santes, mas não imprescindíveis. É uma leitu- anotem as ideias novas que aparecerem.
ra que permite o enriquecimento cultural do
aluno, além de remeter a questões relativas Produção de texto
à autoria das histórias em quadrinhos e ao
vocabulário a elas ligado. Acrescente alguns As indicações para a produção de texto
autores brasileiros citados à caixa de gibis. no Caderno do Aluno procuram simular a
Desafie os alunos a lerem alguns textos des- situação de interação em que escrevemos re-
ses autores e depois peça que contem para senhas: apresentar um texto e tomar posição
os demais o que leram. sobre o que acreditamos serem suas qualida-
des e defeitos. A palavra resenha não precisa
Leitura silenciosa ser utilizada nesse momento, pois não é isso
o que importa. Certifique-se, somente, de que
Encaminhe os alunos para a leitura das o aluno entende a tarefa e de que ele tem em
imagens que compõem a tira. Observe que mente um interlocutor definido, alguém que
nela não há texto verbal. Os personagens não conhece a tira. Você, que conhece seus
crescem e os garotos passam a se interessar alunos, poderá dar sugestões sobre esse in-
pela Mônica. Depois de lida, enfatize essa terlocutor, instruindo-os a escreverem como se
mudança, centrando-se em uma discussão estivessem apresentando a tira para um co-
das transformações das relações entre guris e lega, de outra turma ou ausente, ou amigo.
gurias ao longo do tempo. Que idade os alu- Alerte-os para a utilidade das perguntas que
nos supõem que os personagens têm no final orientam a produção.
da tira? A atividade vai ser retomada nas aulas No final da atividade, recolha os textos.
seguintes, para a discussão da série Turma da
Mônica Jovem. Novamente, oportunize a fo-
calização da leitura nas perguntas feitas e per- Professor, é provável que os alunos,
mita que os alunos se divirtam com a história: na passagem das informações contidas
isso é fundamental na leitura de quadrinhos. na imagem para o texto escrito, tenham
necessidade de cumprir a tarefa primei-
Estudo do texto ramente por meio da narrativa. Se isso
acontecer em sua turma, acrescente uma
A proposta para estudo da tira pressupõe outra etapa na atividade, propondo que
que a primeira pergunta seja respondida indi- escrevam uma narrativa prévia. Depois,
vidualmente: chame a atenção para o fato de em duplas cada aluno lerá a narrativa do
que, nos balões de histórias em quadrinhos, a outro e, de posse da tira original e do texto
linguagem é bem cotidiana e os alunos devem escrito, simularão um programa de tele-
escrever do modo como aqueles personagens visão ou rádio onde farão – oralmente
falariam em seu dia a dia, valendo-se de sua – a propaganda da tira (talvez anun-
experiência de vida. Circule entre eles e aju- ciando a compra do próprio gibi ou a
de-os a elaborar as falas. aula onde ela está sendo estudada).
Depois, reúna-os em grupos de quatro Só então, proponha a resenha escrita,
e peça que comparem suas respostas e, indicando o destino que será dado ao
em cada grupo, escolham quais serão as texto, por exemplo, um mural.
quatro falas a serem lidas em voz alta. No
Você vai poder avaliar, por meio desses diferentes registros linguísticos, associando-os
pequenos textos, o que seus alunos já sabem, às identidades do locutor e do interlocutor.
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20 realizando um diagnóstico que deverá servir
para antecipar os elementos que precisarão Para começar a conversa
ser enfatizados no trabalho com a escrita de
resenhas, mais adiante. Eles também servi- Dê tempo para que os alunos leiam as tiras
rão aos alunos nas aulas finais da unidade e silenciosamente e completem o quadro. Não
na preparação do Painel dos quadrinhos. alongue a atividade: o objetivo aqui é somen-
Faça uma avaliação dos textos com base te levantar as principais características dos
nas perguntas que aparecem no Caderno personagens de Mauricio de Sousa, facilitan-
do Aluno. Caso falte alguma informação im- do a leitura da resenha que virá e antecipan-
portante, chame a atenção com anotações. do elementos que aparecerão nas histórias da
Anote aspectos referentes à fluência do texto: Turma da Mônica Jovem, nas aulas seguintes.
o aluno escreveu de modo adequado a seu Leia as resenhas e a história em quadri-
interlocutor (um colega ou amigo)? O texto nhos que as segue (Dia de escola) no Cader-
é coeso e se detém aos detalhes importantes no do Aluno: a leitura vai permitir que você
da história? Chame a atenção para o que saiba que aspectos dos personagens serão
estiver faltando. Se você desejar fazer algu- relevantes mais adiante, chamando a aten-
ma indicação quanto a questões gramaticais, ção dos alunos para eles.
não seja exaustivo. Escolha algumas ques-
tões essenciais apenas e assinale-as. O texto Turma da Mônica Jovem
deve ser devolvido logo depois da leitura de
resenhas, nas aulas 4 e 5. Não dê uma nota Preparação para a leitura
para o texto; se você achar importante ava-
liar este trabalho com a atribuição de pontos, O Caderno do Aluno oferece, para exa-
faça-o apenas com relação ao cumprimento me e discussão, uma reprodução da capa da
ou não da tarefa. edição número 1 da nova série de Mauricio:
a Turma da Mônica Jovem. O objetivo é ex-
plorar esse suporte.
Como serei amanhã? Quando se pega um livro para ler, inúme-
(Aulas 4 e 5) ros são os efeitos para o direcionamento da
leitura decorrentes das informações trazidas
Nestas aulas, os alunos leem tirinhas da pelo formato global do livro, de sua capa
Turma da Mônica, duas resenhas e traba- e de outros textos de apoio. Pode-se inferir
lham com seus elementos de estruturação. uma série de coisas a partir desses elemen-
Fazem comparações entre as séries Turma tos, gerando expectativas no leitor e atitudes
da Mônica (crianças) e Turma da Mônica de leitura que variam conforme as informa-
Jovem e entre dois gêneros de texto – qua- ções do suporte.
drinhos e resenha. As seguintes habilidades
são trabalhadas e devem orientar a avalia- suporte ou portador refere-se
ção do ensino e das aprendizagens: relacio- a livro, jornal, revista, fita cassete
nar a parte e o todo para a leitura global; ou CD, quer dizer, artefatos gráficos,
buscar informações em um texto; relacionar magnéticos ou informatizados nos
uma informação do texto com outras infor- quais os textos são publicados (PCN,
mações de contexto ou oferecidas por outro p. 22).
texto; identificar a finalidade em diferentes
gêneros do discurso que tratam da mesma
temática; identificar os efeitos de sentido dos
É muito importante que você possa trazer que essa frase faz uma seleção de público
pelo menos um gibi da série para a aula, pois leitor clara: a revista está falando com os
o exemplar poderá passar de mão em mão, leitores da Mônica que, sabendo quem são 2121
oportunizando o manuseio pelos alunos. os membros da turma, poderão inclusive
Conforme sugerem as perguntas feitas reconhecê-los nas ilustrações. Pergunte aos
no Caderno do Aluno, essa capa é um tex- alunos: onde estão “eles” nas ilustrações
to: sua leitura deve ser trabalhada. Pode- da capa? Que características dos dese-
mos dizer que é um paratexto, em função nhos permitem esse reconhecimento? Ex-
de sua relação com os textos que esta- plore esse aspecto da capa. Mais adiante,
rão no livro. Por isso, quando discutir a por questões de tempo e de espaço nestes
resenha e, mais adiante, a história sele- Cadernos, apenas trechos que envolvem
cionada, retorne a elementos antecipados a Mônica e o Cebolinha aparecem, e a
e atualizados a partir da leitura da capa. Magali e o Cascão vão aparecer apenas
Essa é a função da pergunta de número 4 aqui nesta capa e em outras pequenas ilus-
sugerida na tarefa de preparação para a trações. Chame a atenção para cada um
leitura. dos quatro personagens da turma e discuta
Realize a tarefa em partes: primeiro, os seu novo aspecto visual: suas característi-
alunos retomam o quadro de característi- cas combinam com as antecipações que os
cas dos personagens para responder à per- alunos fizeram? Anote as respostas dos alu-
gunta 1; depois, devem ler a capa. Discuta nos para a questão número 4 no quadro-
no grande grupo as perguntas 1 e 2 de- negro: depois de lerem as resenhas, eles
pois da leitura. Chame a atenção dos alu- poderão comparar suas expectativas com
nos para os vários elementos da capa: as o relato sobre as novas histórias da Mônica
ilustrações, as informações da publicação oferecido pelos textos.
(autor, editores, etc.), os títulos e outras in- A esta altura da unidade, caso ainda não
formações. Passe então à pergunta 3. Note existam, acrescente mangás à caixa de gibis.
Professor, uma das diferenças entre fala e escrita implicada nas tarefas é que, no
português falado no Brasil, cada vez se usa menos a elipse de sujeito. Quando fala-
mos, preenchemos essa posição com pronomes na imensa maioria dos casos. Já na
escrita, usamos mais a elipse, o que dá uma sensação de “repetição” quando le-
mos textos que usam pronomes demais. Não esqueça: seus alunos talvez não leiam
muito, por isso, eles vão tender a preencher sempre a posição de sujeito com um
pronome, pois vão seguir a regra de sua fala. Antes de considerar isso um erro, é
preciso ensinar essa diferença e oferecer bastante leitura, para que o aluno
vá aprendendo a diferença. Ajude seus alunos a interpretarem corretamente as
elipses e depois usá-las em sua escrita.
ze as diferentes formas e funções sintáticas. Preparação para a leitura
Para a produção dos alunos, a ideia é dar
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26 ênfase apenas à posição de sujeito, para que A discussão proposta encaminha o con-
se concentrem em cada função de uma vez. texto da maioria das histórias da série Lulu-
zinha: a forte identificação das crianças com
Produção de texto amigos do mesmo gênero, e a formação de
grupos fechados em virtude disso. Discuta as
Após o estudo dos pronomes, é solicitada questões propostas. Talvez você já queira in-
uma pequena produção de texto, tendo como troduzir as expressões “clube da Luluzinha” e
modelo as fichas de personagens (Magali e “clube do Bolinha”, que serão comentadas
Cascão, no Caderno do Aluno) trabalhadas depois da leitura do texto.
na seção anterior. O objetivo é levá-los a uti-
lizar o aprendido em uma nova situação, ou Leitura silenciosa
seja, não precisam repetir as expressões no-
minais, mas não devem tampouco usar pro- Deixe que os alunos leiam a história toda
nomes que não se refiram a nada dentro do de uma só vez e depois retome a pergunta fei-
texto. Ao longo da produção, auxilie-os a se ta antes do texto. Ao discutir a resposta, você
darem conta disso. pode assinalar, junto com os alunos, quantas
No final desta aula, peça que os alunos coincidências levam os meninos a acharem
façam, como tarefa para casa, a leitura de que Luluzinha tem uma força descomunal.
gibis e escolham uma história para ser usa-
da mais adiante no Painel de quadrinhos. A
tarefa a ser solicitada é a de que leiam histó- Enriqueça o contexto da leitura com
rias em quadrinhos e escolham uma história mais informações sobre as histórias da
que julguem excelente ou horrível. Essa his- Lulu e do Bolinha, pelo uso da internet.
tória deve ser trazida na penúltima aula da O endereço www.devir.com.br/HQ/luluzi-
unidade. Se você não puder contar com a nha.php é uma fonte adequada para isso.
leitura em casa, providencie que ela possa Os textos desse site anunciam a publica-
ser realizada na biblioteca. O objetivo é que ção da série em livro pela Editora Devir. Se
não estejam no ambiente de sala de aula e sua escola tiver os livros da série na biblio-
possam sentir-se livres para pegar o que qui- teca, você poderá trazê-los para a sala.
serem para ler. Também, caso tenha adotado a ideia da
caixa de gibis, abasteça-a com gibis anti-
gos, pedindo colaboração de seus colegas
Clube do Bolinha e e de familiares dos alunos. Outra
clube da Luluzinha boa ideia é trazer para a turma
os gibis da Luluzinha jovem, pu-
(Aulas 8, 9 e 10)
blicados pela Ediouro. O memo
trabalho de comparação feito
Nestas aulas é proposta a produção de com a Turma da Mônica poderá
uma resenha de história em quadrinhos mais ser feito com a Luluzinha.
longa, voltada à apresentação de uma obra
a um leitor concreto. As habilidades traba-
lhadas são as seguintes: ler um texto tendo Estudo do texto
como propósito sua revisão e aperfeiçoa-
mento e, no plano do emprego de novos A pergunta 1 chama a atenção dos alunos
recursos linguísticos, construir cadeias refe- para o contexto da história: se eles não co-
renciais coesivas em um texto. nhecem a série Luluzinha, não saberão que
essa história é apenas uma entre um mar de como uma história apenas sobre crianças pe-
histórias sobre a verdadeira rixa que existe quenas. Isso será útil para seu posicionamen-
entre guris e gurias na série. to nas resenhas. 27
27
As perguntas de 2 a 5 procuram ao mes-
mo tempo proporcionar uma leitura local
mais detalhada da história e estimular os alu-
Produção de texto
nos a produzirem inferências, desdobrando
alguns dos elementos de humor das histórias. Novamente, aqui, é fundamental que
A pergunta 5 envolve uma contextualiza- todas as etapas propostas no Caderno do
ção da história, tanto no conjunto da série Aluno sejam cumpridas, especialmente a de
Luluzinha como em sua época: chama a revisão e reescrita.
atenção dos alunos para o lugar que ocupa- A entrega dos textos para o professor tem
ria a formação de um clube com guris e gu- como objetivo possibilitar que você prepare
rias convivendo juntos. Será que esse efeito o fechamento da tarefa: examine os textos
“histórico” permanece? É uma pergunta que dos alunos e destaque alguns aspectos para
interessa até a nós professores; afinal, fomos a realização de reescrita coletiva de tre-
crianças há anos e, cada década, desde a chos. Para tanto, use o mesmo instrumento
época da Lulu e do Bolinha, vem alterando de avaliação que oferecemos no Caderno
muito as relações entre os gêneros. do Aluno. Os itens em que um maior nú-
mero de alunos precisar de ajuda merecem
atenção. Use o quadro ou utilize um retro-
Professor, as perguntas de estudo do projetor. Vá refazendo os trechos seleciona-
texto têm várias funções. Não trabalhe dos junto com os alunos, apontando qual
com a tarefa como se fosse um questio- o problema de escrita focalizado e discu-
nário a ser feito em bloco! Varie a orga- tindo como pode ser solucionado. Chame
nização da turma, de modo a estimular a a atenção dos alunos para a relação entre
discussão e a socialização dos resultados. o trecho a ser reescrito e os critérios, de 1
Nas perguntas 1 e 5, os alunos precisarão a 9, que aparecem no Quadro de critérios
mais de você para elaborarem respostas para avaliação e revisão das resenhas no
relevantes. Para tanto, será mais produti- Caderno do Aluno. Enquanto você trabalha
vo trabalhar com um debate aberto, no no quadro-negro ou nas lâminas, com ca-
qual você vai ajudando com intervenções netas de diferentes cores, os alunos devem
e perguntas. Nas demais, eles poderão fazer anotações. Depois disso, devolva os
trabalhar em duplas ou em trios. Ano- textos para as duplas e peça que refaçam
tarão suas respostas e depois poderão o trabalho e o entreguem novamente para
compartilhar seus achados com os você, ao final.
colegas. Uma boa maneira de abor- Você poderá devolver os textos aos alu-
dar a pergunta número 6 é levantar nos com uma nota: nesse caso, os critérios
exemplos de conflitos entre guris e do Quadro devem ser levados em conta.
gurias nas diferentes fases da vida. Chame a atenção dos alunos para o fato de
que esses critérios serão usados para ava-
liação na resenha final do Painel de qua-
drinhos. A nota da resenha final deve ser
Por fim, a pergunta 6 procura ampliar o aquela com maior peso na avaliação desta
horizonte de leitura da história, de modo que unidade de trabalho.
os alunos possam ler esta HQ como uma Note que, devido às características des-
alegoria, isto é, como uma representação te gênero do discurso, a produção das re-
das relações entre homens e mulheres, e não senhas também será uma oportunidade de
avaliar a leitura dos alunos: no trabalho em ajuda. Durante todas as etapas de realiza-
duplas destas aulas e no trabalho individual ção dos textos, circule entre as classes e vá
28
28 do Painel de quadrinhos a ser feito a seguir, auxiliando os alunos. Mantenha-se aten-
os itens 1, 2 e 3 da ficha de critérios para to ao progresso do trabalho e estimule-os
avaliação e revisão exigem uma boa leitura a fazerem perguntas. Você poderá parar a
da história em quadrinhos que fundamen- atividade toda vez que surgir uma dúvida
ta o texto escrito. Se você achar necessário, relevante: a dúvida de um aluno é muitas
poderá acrescentar um item de avaliação vezes a dúvida de muitos. Chame a aten-
mais claro nesse sentido, por exemplo, “A ção da turma para a pergunta do colega e
resenha demonstra que a história lida foi informe que ela deve ser uma preocupação
compreendida”. de todos. Responda, então, à pergunta, re-
gistrando suas dicas no quadro.
Este caderno teve a colaboração de Alexandre Nell, Simone Soares e Bibiana Cardoso.
Anotações
30
30
Ensino Fundamental
7a e 8a séries
Objetivos
Os alunos, ao final da unidade, terão vivenciado oportunidades de desenvolver as cope-
tências de:
• Ler: obter informações relevantes na leitura de textos informativos; ler textos poéticos e
relacionar seus sentidos a elementos da vida cotidiana e do entorno sociocultural; fazer
inferências a partir da leitura contextualizada de textos ficcionais e não ficcionais.
• Escrever: produzir textos de relato, no gênero autobiográfico.
• Resolver problemas: delimitar um problema levantado durante a leitura e localizar
as fontes de informação pertinentes para resolvê-lo; realizar análises de textos de diferen-
tes tipos, relacionados tematicamente, estabelecendo conexões relevantes; lançar mão
de obras artísticas para refletir sobre si mesmo.
• Reconhecer e utilizar o efeito de sentido de-
corrente da escolha de uma determinada Essa música é 10!
34
34 palavra ou expressão e da exploração de (Aulas 1 e 2)
recursos linguísticos específicos, bem como
do emprego da pontuação e da segmenta- Estas aulas apresentam atividades integra-
ção de um texto em frases e períodos. das que antecipam o trabalho com a canção
• Reconhecer, na obra poética, a liberdade a ser realizado na unidade, concentrando-se
do autor no uso da linguagem e a liberda- na produção oral, leitura e produção de texto
de do leitor na interpretação. escrito. Os alunos vão identificar o tema de
• Explorar a potencialidade da linguagem um texto e estabelecer relações entre ele e os
literária como atribuidora de novos sig- subtemas que o compõem; fazer inferências
nificados por meio da criação de novas a partir das escolhas lexicais feitas na com-
associações. posição de um poema; relacionar um texto a
informações de contexto; reconhecer elemen-
Conteúdos tos de intertextualidade; reconhecer recursos
melódicos em um texto poético (ritmo, rima,
• Canção: circulação social e funções, co- etc.); identificar pistas textuais que permitam
nexões com aspectos socioculturais per- estabelecer identidades de locutor e de inter-
ceptíveis nas temáticas das letras e nos locutor; refletir sobre as funções das lingua-
gêneros musicais de que se valem, estra- gens artístico-literárias.
tégias de composição e sua relação com
a poesia.
• Nota biográfica: circulação social e fun-
Para começar a conversa
ções, modos de estruturação, recursos lin-
A discussão oral proposta nesta seção tem
guísticos que lhe são típicos, procedimentos
o objetivo de levantar conhecimentos prévios
de seleção temática para sua produção.
dos alunos e elementos de contexto impor-
• Frase e período: funções no texto e sua es-
tantes para o desenvolvimento da tarefa de
truturação, a noção de período complexo.
leitura. A dinâmica do trabalho supõe que os
• Pontuação: emprego de vírgula, ponto fi-
alunos, em pequenos grupos, conversem e
nal e dois-pontos na escrita de períodos
façam anotações, de modo a trazer resulta-
simples e complexos.
dos já amadurecidos para o debate em gran-
• Variação linguística: emprego de léxico
de grupo.
coloquial em letras de canções.
Esteja atento, pois talvez os alunos te-
• Linguagem literária.
nham dúvidas relativas à expressão “gê-
nero musical”: converse sobre a pergunta
Duração prevista: 12 aulas
antes da tarefa em pequenos grupos. O
rigor com relação ao termo “gênero” não
Recursos necessários: gramáticas e di-
importa aqui (também as palavras “estilo”
cionários; caderno para anotações; materiais
e “tipo” poderão aparecer), o que importa
diversos para produção da caixa de canções
é dar exemplos bem cotidianos – samba,
e memórias: caixa, revistas e outros materiais
rock, pagode, rap, etc. – e chamar a aten-
para recorte e colagem, tesoura, cola, lápis
ção para características da música, como
de cor, canetas coloridas, tinta, fitas de cetim,
ritmo, melodia, instrumentos utilizados em
adesivos, etc.; laboratório de informática com
sua execução, temáticas, funções, rela-
acesso à internet, aparelho para reprodução
ções com outras linguagens (verbal, cêni-
de canções em áudio.
ca, etc.) e assim por diante, que tornam
algumas músicas parecidas entre si. Lem-
bre-se de que essas classificações não são Preparação para a leitura
rígidas, nem na música nem na linguagem
verbal, mas a sensibilização para elas permi- A tarefa breve de leitura e anotação de 3535
te que o leitor aprofunde seu conhecimento e informações valoriza a figura do compositor
ultrapasse a leitura de senso comum. da canção como dado importante em sua
É importante que, para cada pergunta, to- contextualização e apreciação. Um elemento
das as contribuições sejam registradas. Utilize biográfico sobre Arnaldo Antunes que não
o quadro-negro para socializar os resultados aparece no Caderno do Aluno é que ele
ou peça o auxílio de um ou dois alunos para integrou, com Marisa Monte e Carlinhos
secretariar, copiando no papel, para uso fu- Brown, o trio chamado “Os Tribalistas”. As
turo, o que for anotado. canções dos Tribalistas alcançaram grande
Professor, não reduza a aula em exposição das definições de tudo isso a partir da gramá-
tica. Esta não é uma aula sobre os nomes frase, oração, período e orações coordenadas.
Tampouco é uma aula de análise sintática interna e externa. A abordagem aqui busca sen-
sibilizar o aluno para as relações desses segmentos com os sentidos do texto e mostra que
muitas vezes as decisões são do autor, que faz escolhas significativas. Aqui vai ponto? Aqui
vai vírgula? Cabe aqui um nexo para juntar as frases? Aqui vai dois-pontos? Trabalhe sobre
os textos lidos e sobre os escritos pelos alunos. Retome, junto com os alunos, alguns trechos
e faça-os refletir sobre como segmentar as unidades de sentido percebidas nos textos produ-
zidos por eles: como fica melhor organizar isso?
Há algumas regras básicas:
1) Não unir, pelo uso de vírgula e conjunções como “e” ou até “e daí”, frases que não fun-
cionam como uma série, pois não estão no mesmo nível ou agrupamento semântico. Procure
mostrar aos alunos essa diferença. Selecione frases de seus textos que podem fazer parte de
uma coordenação e frases que têm funções independentes e devem ser separadas por ponto.
Coloque os dois grupos de frases no quadro e discuta com eles a diferença.
2) Não separar com ponto final fragmentos que não têm um sentido independente. Note que
neste texto da Folha de São Paulo há vários segmentos sem verbo explícito que estão sepa-
rados por ponto final (por exemplo, “No teto, bandeirinhas de São João”). Logo, a regra de
procurar o verbo para garantir a correção do uso do ponto não é tão esclarecedora: “um
verbo por frase separada por ponto” é um princípio que não conta toda a história. O uso
do ponto para separar frases nominais, adverbais, etc. é bem frequente na escrita brasileira
contemporânea; nossos grandes cronistas, por exemplo, usam muito esse recurso. O que im-
porta é que o aluno reconheça que o segmento funciona independentemente no contexto
em que ocorre, daí a importância de ir e voltar aos textos todo o tempo.
Você vai usar os termos técnicos com naturalidade, mas os próprios alunos devem, aci-
ma de tudo, aumentar sua capacidade de refletir sobre os usos desses elementos em
sua escrita.
Ao final, para sistematizar o aprendido em relação aos tópicos discutidos, publique um
cartaz com os conceitos e exemplos e mantenha-o exposto na classe, possibilitando a
consulta sempre que for necessário.
Revisão de texto • caso você julgue que todos os alunos pre-
cisam de seu apoio constante para a reali-
Divida a classe em trios e proponha a re- zação da tarefa, realize a revisão proposta 4141
visão dos seus próprios textos com relação coletivamente, colocando trechos de textos
a problemas de segmentação. Você terá um no quadro e fazendo as divisões e agrupa-
papel importante na organização deste tra- mentos passo a passo junto com a turma.
balho, pois só você conhece os alunos da
classe, o modo como escrevem e o quanto
conhecem das convenções da escrita. Lem- Antologia de canções
bre-se de lançar mão de estratégias como as (Aula 6)
seguintes:
• pense na divisão da turma em trios: você
Nesta aula, os alunos fazem uma apre-
acha que é mais produtivo colocar alunos
sentação da canção que escolheram para
que já têm uma capacidade de reflexão
compor a antologia da turma. As atividades
maior junto com os que ainda não têm
se propõem a desenvolver as habilidades de
para que troquem e se apoiem? Ou será
expressar-se oralmente, compartilhar e tornar
melhor agrupá-los de forma a juntar os
públicos, pelo uso da linguagem oral, conhe-
alunos que precisam mais de você em um
cimentos próprios, e ler para estabelecer cone-
ou mais grupos entre os quais você vai cir-
xões entre textos artísticos e vivências pessoais.
cular, ajudando?
• devolva os textos com comentários e pis-
tas; se você tem alunos que ainda escre- Produção oral
vem blocos de orações – sem parágrafos
e sem divisão em frases –, talvez seja mais Organize a classe de modo a garantir o
produtivo devolver seus textos com bilhe- respeito mútuo: esses momentos são impor-
tes e dicas. Mostre ao aluno por onde tantes para o estabelecimento de relações
começar sua revisão; por exemplo, você produtivas entre os alunos e para a apren-
pode oferecer a ele uma leitura de um dos dizagem de comportamentos no uso oral da
parágrafos, indicando o número de fatos, língua em situações públicas. Se necessário,
eventos, descrições ou ideias ali expressas, combine antes de começar a tarefa quais
e pedir que ele separe cada um/uma em serão as regras para seu funcionamento.
uma frase independente. O emprego de Quanto tempo terão? Que comentários e
blocos de orações é uma fase bem geral, intervenções serão julgados pertinentes? Ao
pela qual todos passam na aprendizagem final, recolha as letras das canções para re-
das convenções da escrita. Não se esque- distribuir no dia em que forem começar a
ça de que houve um momento da história escrever os textos autobiográficos que acom-
humana na qual os textos escritos não ti- panharão a canção no projeto da “Caixa”.
nham pontuação!
Professor, este é um bom momento
Importante! A adequação da tarefa para realizar uma avaliação. Não jul-
proposta à realidade de sua turma pode- gue a qualidade da seleção dos alu-
rá alterar a duração prevista inicialmente. nos; expressar-se é um direito e deve
Não hesite, faça o que for necessário para ser assegurado. Entretanto, a parti-
o melhor rendimento do grupo, pois é pre- cipação nesta atividade precisa ser
ciso assegurar condições para a constru- valorizada, pois está ligada à capa-
ção de aprendizagens significativas! cidade do aluno para trabalhar em
conjunto e realizar projetos.
Vida em canção A tarefa de contextualização, de reto-
42
42 (Aulas 7, 8 e 9) mada de conhecimentos prévios, de con-
tato com a obra do compositor e com
Nestas aulas, a unidade aproxima os gê- informações sobre ele pode ser muito
neros canção e autobiografia, oferecendo enriquecida. Uma das formas de fazê-la
para leitura uma canção de temática auto- é trazer outras canções de Chico Buar-
biográfica e uma nota autobiográfica, que que para simples apreciação, se você ti-
tem um tom ficcional, escrita pelo mesmo ver acesso a aparelho de áudio e discos,
autor. Os alunos poderão desenvolver a ati- reservando a discussão mais aprofunda-
tude investigativa, privilegiando a contextu- da para a canção selecionada. Outra é
alização de um assunto de modo a acres- a pesquisa sobre o autor na internet –
centar outras informações às do senso co- há inúmeras fontes para isso, e
mum; compreender os efeitos do tratamento cada aluno pode se responsabi-
de uma mesma temática por textos de dife- lizar por trazer um dado sobre o
rentes gêneros; realizar inferências a partir compositor. A audição de can-
de pistas linguísticas e culturais presentes ções também está disponível
em um texto; reconhecer o efeito de sentido na internet.
decorrente da escolha de uma determinada
palavra ou expressão e da exploração de
recursos linguísticos específicos; reconhe-
cer, na obra poética, a liberdade do autor
no uso da linguagem e a liberdade do leitor Leitura oral ou
na interpretação; reconhecer elementos da audição de canção
biografia do autor na composição poética;
apreciar como a linguagem literária atribui
novos significados à realidade por meio da Professor, novamente esta atividade
criação de novas associações. pode ser enriquecida pela presença do
material em áudio. Você verá que as
Preparação para a leitura referências feitas a músicos na letra en-
contram analogias com as produções
A preparação para a leitura parte da capa musicais desses artistas. Ela está gravada
do disco Paratodos. Chame a atenção dos nos discos Paratodos e Chico ao vivo. Há
alunos para a variedade de tipos que apa- também alguns recursos na internet, con-
recem nas fotos: são pessoas que podem forme acessos feitos em agosto de 2008:
ser vistas como representativas de diferentes - a música pode ser ouvida, em uma ver-
idades, regiões do Brasil, culturas, etc. Esta são ao vivo, no site oficial do compositor:
capa é eloquente do ponto de vista da temá- www.chicobuarque.com.br;
tica Eu e os outros. Até mesmo a escolha da - há também um vídeo disponível no site
foto de frente e de perfil, numerada, evoca www.youtube.com (o link é www.you-
a constituição do sujeito como membro de tube.com/watch?v=BF03rcdA8Y4).
uma estrutura pública, em sua relação com Esta é uma versão interessante por-
instâncias oficiais, além de flagrar o artista que aparecem vários artistas, como
como pessoa comum. Tudo isso pode ser Tom Jobim e Caymmi, citados na
bem explorado na discussão. letra.
Organize a classe de modo bem dinâmi- das palavras que a turma precisa procurar. O
co: os alunos ouvirão a canção e cada um mesmo vale para as demais tarefas: assegu-
anotará dois elementos autobiográficos que re-se de que os alunos troquem ideias sobre 4343
encontrarem ali. Depois, no quadro, liste o a canção e tomem notas. Discuta as respos-
que encontraram. A partir da lista, discuta a tas dadas. Não se esqueça de que esta letra
canção: de que se trata? Por que se chama de canção é cheia de alusões, ambiguidades
Paratodos? Quem são todos? Volte aos ele- e sutilezas: não faça um fechamento; as re-
mentos da capa depois da leitura da canção: lações estabelecidas pelos alunos devem ser
a capa adquire novos sentidos depois do trabalhadas por meio do retorno ao texto e
contato com essa letra? da busca de consensos.
Organização do sarau
Uma atividade para reforçar a natureza dialógica da escrita poderá ser a realização de
um sarau de lançamento da Caixa de Memórias em um evento da comunidade escolar
ou no final do ano letivo. Nele, os autores apresentarão as canções escolhidas e a leitura
de suas notas autobiográficas, contextualizando a escolha das canções.
Procedimentos de organização
1. Divida a turma em grupos, a partir das escolhas temáticas ou autores.
2. Sugira que escolham uma forma criativa de apresentar as canções, entremeadas com
alguma reflexão produzida.
3. Se desejarem, poderão organizar uma forma atual de apresentação das canções,
transformando seu ritmo, dramatizando, etc. Também é possível criar uma coreografia
para mostrá-las ou acompanhar a apresentação com um instrumento musical.
4. A turma poderá ainda pensar em um cenário para as apresentações, de modo a tornar
o evento uma atividade relevante de socialização com a comunidade escolar, através
de convite a outras turmas e aos familiares. Nesse caso, se possível, conviria
escolher um espaço diferente da sala de aula.
5. Na ocasião, dê destaque à Caixa de Memórias, cujo conteúdo será objeto
desse sarau.
6. Você poderá ainda destacar alunos que atuarão como mestres de cerimô-
nias, introduzindo as participações artísticas.
Referências
46
46 ANTUNES, I. Aula de Português: encontro e intera- NEVES, Maria Helena Moura. Que gramática estudar
ção. São Paulo: Parábola, 2003. na escola? Norma e uso na língua portuguesa. São
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rev. e ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. SOARES, Magda. Português: uma proposta para o
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HOLLANDA, C. B. Tantas palavras. São Paulo: www.releituras.com/manoeldebarros_bio.asp.
Companhia das Letras, 2006. www.youtube.com.br.
Este caderno teve a colaboração de Alexandre Nell, Ricardo Ribeiro e William Kirsch.
Ensino Médio
10 ano
Objetivos
Os alunos, ao final da unidade, terão vivenciado oportunidades de desenvolver as com-
petência de:
• Ler: ler textos literários e relacionar seus sentidos a elementos da vida cotidiana e a ele-
mentos do contexto sociocultural; reconhecer as características típicas de uma narrativa
ficcional (a crônica); reconhecer a relação entre os recursos lexicais empregados na crô-
nica e esse gênero do discurso; reconhecer a relação entre a pessoa do discurso utilizada
para narrar e o ponto de vista narrativo.
• Escrever: produzir textos narrativos acerca de temas do cotidiano, apropriando-se de
características do gênero crônica e utilizando-as de forma competente; revisar e reescre-
ver o próprio texto, com especial atenção ao emprego dos seguintes recursos: escolhas
lexicais, tempos verbais, pessoa do discurso.
• Resolver problemas: avaliar a propriedade da incorporação de dados da realidade
na construção do universo ficcional; construir generalizações sobre o emprego de tempos
verbais na narrativa, a partir da leitura e da reflexão sobre os recursos utilizados em um
texto; utilizar os conhecimentos construídos ao longo da unidade em novas situações de
leitura e de escrita.
• Reconhecer características da crônica como tificar índices contextuais e situacionais que
narrativa de ficção. permitam a construção da imagem de locutor
50
50 • Incorporar ao seu repertório recursos para e de interlocutor; reconhecer e incorporar ao
a produção escrita. seu repertório recursos lexicais.
• Reconhecer e utilizar produtivamente os
contrastes entre tempos verbais para obter Para começar a conversa
efeitos semânticos na construção de um
texto. Leia com os alunos a apresentação da
unidade e as questões motivadoras do tra-
Conteúdos: balho. Dê algum tempo para responderem
e encaminhe uma conversa em tom explora-
• Crônica: circulação social e funções, co- tório, de modo a resgatar suas leituras pré-
nexões com aspectos socioculturais per- vias, enumerando os aspectos que lembra-
ceptíveis em suas temáticas. rem a respeito do gênero crônica.
• Cronistas da literatura brasileira: Artur da
Távola, Carlos Drummond de Andrade,
Clarice Lispector, Fernando Sabino, Lou- Quais são os lugares onde costumam
renço Diaféria, Luiz Fernando Verissimo, ser publicadas crônicas? (suporte)
Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Vi- Quem costuma narrar as crônicas? O
nicius de Moraes. narrador conta o que aconteceu com ele
• Tempos verbais: valores e uso do presente, (1ª pessoa) ou narra histórias de outros (3ª
do pretérito perfeito, do pretérito imperfei- pessoa)? (narrador)
to na narrativa. As crônicas são fáceis de ler? Por quê?
• Léxico coloquial na língua escrita: rela- Quando você pensa em crônica, que ima-
ções com o gênero do discurso “crônica”. gem lhe vem à mente? De um texto muito
longo e cansativo, difícil ou não? (código)
Duração prevista: 12 aulas Onde o cronista procura o assunto?
Apresenta fatos históricos, distantes no tem-
Recursos necessários: dicionários; jor- po? (assunto/contexto)
nais, revistas e livros que contenham crô- A que tempo ela se refere?
nicas; retroprojetor, lâminas ou plásticos e (tempo)
canetas para retroprojetor. A quem uma crônica se des-
tina normalmente? Isso costuma
ficar claro no texto? (leitor)
Pensar e agir
no cotidiano
(Aulas 1, 2 e 3)
Professor, não cobre conceitos ou
Nestas aulas, faz-se uma primeira apro- definições, apenas auxilie-os a re-
ximação ao gênero crônica com base no re- lembrar o que já viram, leram e/
pertório já construído pelos alunos, tendo em ou estudaram a respeito do gêne-
vista reconhecer o que sabem da natureza da ro. Faça perguntas para chamar a
crônica. As habilidades desenvolvidas são as atenção sobre aspectos que po-
seguintes: relacionar informações constantes dem observar, mas restrinja-se a
do texto com conhecimentos prévios; inferir anotar o que disserem.
opiniões e valores implícitos nos textos; iden-
51
51
CRÔNICA
CARACTERÍSTICAS AUTORES
CÓDIGO
FINALIDADES/
SUPORTE
TIPOS
NARRADOR
CONTEXTO
ETC.
Professor, os tempos escolhidos para estudo não são abordados em todas as suas
funções. Tanto esses tempos como a descrição que se fará deles parte dos textos lidos
e devem se tornar critério de observação dos que serão lidos posteriormente e dos que
forem produzidos pelos alunos. A abordagem não pressupõe quadros exaustivos de todas
as funções dos tempos verbais nem concentra o trabalho na nomenclatura. Evidentemen-
te, os alunos devem reconhecer formas do presente e as distinções morfológicas entre os
verbos no pretérito. Se ainda não o fazem, será seu papel introduzir esse reconhecimento,
para fins de discussão produtiva do significado dos mesmos. Encontrar os verbos neste ou
naquele tempo e sublinhá-los no texto é um tipo de procedimento que não costuma gerar
um aprendizado significativo e consolidado, porque não pode ser associado a nenhum
conhecimento de ordem discursiva. Contudo, se esse reconhecimento da forma ver-
bal estiver associado a seu uso para a leitura e para a escrita, o aluno poderá lançar
mão dele para dar sentido ao aprendido. As perguntas propostas procuram conduzir
a um processo de resolução de problemas, para só então chegar à síntese das
descrições do emprego de cada tempo, circunscrita aos usos encontrados em
textos concretos. Tudo isso contribui para contextualizar a reflexão sobre a língua,
de forma que os alunos possam dar sentido ao estudo do seu funcionamento.
lança mão do presente, e aí aparece uma Nos diálogos, o presente torna-se um
característica interessante desse tipo de texto: modo de narrar, de fazer avançar os fatos. A
a sucessão de tempos permite dar dinami- inserção de diálogos, em discurso direto, “leva” 5757
cidade à narração, estabelecendo contrastes o leitor para o momento do evento narrado; faz
de sentido entre a abordagem de eventos, com que se tenha, ao ler o texto, a sensação
todos referentes a um ponto no passado. de estar lá, junto com o narrador. Observe que
Para reforçar esta característica, aborde há passagens em que as falas dos personagens
outras crônicas a partir da mesma perspec- são narradas em discurso indireto, o que po-
tiva, assegurando que os alunos percebam a deria, do ponto de vista do recurso gramatical,
relação entre os tempos verbais e os modos ter acontecido em todo o texto. Entretanto, o
de ver os fatos do passado. autor opta por lançar mão dos diálogos, em
O uso do presente no primeiro parágra- discurso direto, dando muito sabor ao texto.
fo cumpre duas funções: a primeira é a de Quanto aos dois tempos do pretérito, seu
avaliar o filme, enquanto a segunda é a de uso no texto é bastante regular. O pretérito
debater com o leitor a constituição da pró- perfeito narra as ações acabadas dos per-
pria crônica. No debate com o leitor, o autor sonagens, especialmente da mocinha. Há
faz considerações sobre o que “vem” ou “não vários exemplos disso. Já o pretérito imper-
vem” ao caso na crônica. Na avaliação, si- feito aparece para descrever estados, que
naliza que o filme, que talvez nem esteja mais não são pontuais por excelência (como é o
passando (e no tempo de leitura em sua sala caso do umbigo de fora, ou do comprimen-
de aula de fato já não está mais em cartaz), to da calça); refere também eventos com
“é ruim”: seja lá em que circunstância for vis- duração que funcionam como contexto
to, a má qualidade estará lá. O mesmo vale para eventos pontuais (“Enquanto rasgava
para o uso do presente com referência aos o bilhete, o porteiro comentou...”). Essas três
mágicos: são chatos, no filme e em qual- funções são muito importantes para a escrita
quer circunstância. Esse mesmo significado de textos de tipo narrativo.
do presente, que assinala a permanência no Observe que há o emprego do pretérito im-
tempo de algo que faz parte da circunstância perfeito na passagem de falas para o discurso
narrada, também surge mais adiante, quase indireto. Além disso, há um emprego no qual
ao final da crônica, quando aparece a ex- a função é a mesma da forma “entraria”: “Por
plicação de que o cinema Pax não permite mim a senhora entrava”. Este último caso, nova-
certos trajes porque é dos padres. Note que o mente, só será discutido se os alunos solicitarem.
cinema não era dos padres apenas naquele
dia: ser dos padres é quase uma característi- Professor, há tempos verbais que não
ca permanente daquele cinema. são abordados nas aulas (“deixou que
a dita escorresse saia abaixo” e “o ge-
Professor, nem todos esses casos de rente tinha dado ordem...”): o foco das
emprego do presente aparecem nas aulas está nos usos dos três tempos
perguntas feitas ao aluno,pois não se que são descritos na síntese final do
trata de um estudo exaustivo dos usos Caderno do Aluno. Se você dese-
dos tempos verbais. Entretanto, caso jar prosseguir com o estudo dos
os alunos chamem atenção para es- verbos, encontrará um bom trata-
sas passagens do texto, será impor- mento desses usos na gramática
tante que não as confundam com o de Celso Cunha e Lindley Cintra,
uso do presente nos diálogos. indicada nas referências.
Peça que, agora individualmente, respon- também as outras funções do presente e peça
dam às questões referentes à crônica Ter ou que encontrem exemplos desses usos em seu
58
58 não ter namorado, e, depois, realize a discus- dia a dia. Chame a atenção para que per-
são das respostas dos alunos, esclarecendo cebam que os usos estão representados nas
todas as eventuais dúvidas. crônicas que lerão ao longo desta unidade.
No texto, que se constitui em uma crônica
filosófica (em que o autor reflete a partir de Tarefa extraclasse: recomende a leitu-
um fato), na qual não há eventos narrados, ra das crônicas apresentadas na Pequena
o presente predomina. É o tempo verbal uti- antologia de cronistas brasileiros, no Ca-
lizado na crônica em toda a sua extensão, derno do Aluno, e peça que marquem,
até que o imperativo passe a ser utilizado a numerando de 1 a 3, aquelas de que mais
partir da frase “Ponha a saia mais leve...” (a gostaram. Elas serão trabalhadas nas
única exceção está bem no início do texto: próximas aulas por grupos formados, na
“...alguém que tirou férias...”). É por isso que medida do possível, respeitando as prefe-
a tarefa sugere que o texto se divide em duas rências dos seus leitores. É também muito
partes: na primeira, há o presente; na segun- importante que você conheça todas elas
da, a partir de “Ponha a saia mais leve...”, o antecipadamente, a fim de poder auxiliá-
imperativo. Observe que, nessa parte final, a los no trabalho que executarão.
crônica tem alguns enunciados nos quais o
autor dirige-se diretamente aos leitores, fa-
zendo recomendações. É por isso que nessas A crônica brasileira
passagens, lança mão do modo imperativo. (Aulas 7 e 8)
Blog
Professor, a avaliação e a revisão dos
textos, aparecem separadas, pois são • Escolher um grupo de voluntários que te-
de fato duas exigências distintas de seu nha familiaridade com a linguagem da
trabalho neste momento da unidade. A internet. O grupo/o professor criará o
avaliação deve estar baseada nos as- ambiente do blog e publicará os traba-
pectos de escrita que foram trabalhados, lhos da classe.
incidindo sobre a aprendizagem. A revi- • Localizar um provedor que hospede gra-
são deve apontar todos os aperfeiçoa- tuitamente o blog.
mentos necessários, a seu ver, para que • Digitar os textos, em casa ou no labora-
o texto seja publicado: mesmo os gran- tório de informática da escola, e repassá-
des cronistas lidos nesta unidade tiveram los em CD ou por e-mail ao grupo coor-
seus textos revisados antes da publica- denador.
ção, por que deveria ser diferente com • Divulgar o endereço do blog a todos os
seus alunos? Assim, a versão publicada alunos da classe, que poderão acessá-
das crônicas será um pouco diferente da lo quando quiserem e até publicar novos
versão final, pois a versão publicada foi textos relacionados ao tema.
conferida e alterada por um revisor (o • Fazer a divulgação do blog em car-
professor). A avaliação da aprendiza- tazes, informando o endereço e
convidando os demais alunos da
gem deve ser realizada sobre a versão
escola para visitá-lo, deixar co-
final, e muitos pontos alterados na re-
mentários, opiniões, críticas, etc.
visão final não serão necessariamente
• Repassar o endereço do blog
motivo de “desconto na nota final”: para amigos e parentes.
lembre-se, a ideia é que nota final se
concentre nos critérios de avaliação
estabelecidos por você e comunica-
dos aos alunos.
Referências
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ta) com Carlos Drummond de Andrade. Caros amigos, 1995.
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Objetivos
Os alunos, ao longo da unidade, terão vivenciado oportunidades de desenvolver as
competências de:
• Ler: interagir de forma crítica e lúdica com textos em variados suportes e sistemas de lin-
guagem (oral, imagético, escrito, etc.), compreendendo a multiplicidade de linguagens
decorrentes das diferentes esferas das atividades sociais, que produzem textos literários,
informativos, midiáticos, etc.
• Escrever: escrever textos de opinião, interagindo a partir de um contexto público com-
plexo, no qual não apenas os interlocutores próximos, presentes na escola, são relevan-
tes, mas também as vozes sociais presentes no debate sobre o tema da unidade; lançar
mão de recursos linguísticos que sinalizem os pontos de vista apresentados em uma
argumentação, compondo o texto com eficácia e a partir de um ponto de vista singular.
• Resolver problemas: refletir sobre os usos da linguagem nos textos e sobre os fato-
res que concorrem para a sua variação, seja a linguística, a textual ou a pragmática,
tornando-se aptos a aplicar o aprendido em novas situações.
Habilidades Duração prevista: 12 aulas
68
68 • Reconhecer posições distintas entre duas Recursos necessários: gramáticas e di-
ou mais opiniões relativas ao mesmo fato cionários; caderno para anotações; labora-
ou tema. tório de informática com acesso à internet,
• Identificar a tese de um texto e estabelecer imagens da produção artesanal e artística lo-
relação entre ela e os argumentos utiliza- cal, objetos de artesanato, de arte e imagens
dos para sustentá-la, bem como a relação de produções dos alunos da escola; projetor
entre argumentos de natureza interpretati- de imagens (retroprojetor ou datashow).
va e dados da realidade na composição
de um texto de opinião.
• Desenvolver a atitude investigativa, privile-
O que é arte? Pra
giando a contextualização do assunto, de que serve a arte?
modo a acrescentar outras informações às (Aula 1)
do senso comum.
• Reconhecer diferentes formas de tratar Esta aula busca levantar conhecimentos pré-
uma informação em textos de mesmo vios a respeito do tema da unidade e exercitar o
tema pertencentes a diferentes gêneros. texto de opinião. Verifica as habilidades de sele-
• Perceber o efeito de sentido decorrente da cionar argumentos relacionados ao tópico pro-
escolha de uma determinada palavra ou ex- posto e contrastá-los com outros argumentos.
pressão e da exploração de recursos linguís-
ticos específicos, em especial na literatura.
• Reconhecer, na obra poética, a liberdade
Para começar a conversa
do autor no uso da linguagem e a liberda-
Para levantar conhecimentos prévios dos
de do leitor na interpretação, apreciando
alunos, projete a imagem do poema-mon-
a linguagem literária como atribuidora de
tagem Clichetes, de Philadelpho Menezes.
novos significados à realidade por meio
da criação de associações inéditas. Dê algum tempo para leitura e um cochicho,
• Selecionar e utilizar argumentos pertinen- sem a sua interferência. Depois, abra a dis-
tes à defesa de um ponto de vista, relacio- cussão, utilizando os elementos presentes no
nando-os a dados da realidade que lhes Caderno do Aluno.
sirvam de apoio.
• Utilizar recursos linguísticos para construir Professor, favoreça que, ao ob-
relações lógicas e dialógicas em um texto servar a imagem, os alunos se
de opinião. coloquem na posição dos espec-
tadores de arte em geral, isto é,
Conteúdos: se interroguem a respeito do que
veem, sem a intervenção de um
• Texto de opinião: circulação social e fun- mediador.
ções, modos de organização, componen-
tes e estratégias de composição.
• Processos de subordinação e de modaliza-
ção: enunciador e fato enunciado. De modo informal, abra a discussão, ou-
• Nexos: introdução de exemplos e de sínteses. vindo o que os alunos têm a dizer. Anote no
• Linguagem literária e estudo do poema. quadro as ideias mais importantes e acres-
• Ferreira Gullar e a lírica brasileira contem- cente perguntas que auxiliem a observação
porânea. das questões que intitulam esta aula: O que
é arte? Pra que serve a arte?
Refira que, para a maior parte das pessoas, pho Menezes provoca em quem lê/vê o seu
arte é só aquilo que está nos museus (concei- poema-montagem?). Note: mais do que dar
to tradicional, em que o artista é alguém que opiniões, espera-se que argumentem em fa- 6969
se distigue dos demais). Para outros, arte tem vor delas, retomando algumas posições que
a ver com o modo extraordinário de mostrar apareceram no debate.
as coisas ordinárias, do cotidiano. Indique Feito isso, peça que leiam os textos para
que a forma como a arte se relaciona com a turma em voz alta para debate e depois os
o contexto em que foi produzida provoca no recolha para serem devolvidos mais adiante.
espectador um olhar diferente daquele que Ao longo da unidade, aproveite o que ob-
ele costuma atribuir aos objetos do dia a dia. servar nesta primeira produção e estabeleça
Contraste a imagem do poema-montagem relações entre as competências e habilidades
com a caixa de chicletes Adams. demonstradas inicialmente e o que está sen-
Apresente o excerto de Ferreira Gullar, no do ensinado, indicando aos alunos o que já
Caderno do Aluno (p. 7), e volte a proble- sabem e o que ainda precisam aprender.
matizar as imagens a partir do que o autor
sustenta.
Os alunos não precisam concordar com Cabe no poema
ele, mas deverão considerar o que ele pensa (Aulas 2, 3 e 4)
a respeito da arte entre as hipóteses que for-
mularão na produção textual a ser solicitada
adiante. Estas aulas destacam a poesia como gênero
literário, problematizam o conceito e apresentam
Produção de texto o poeta Ferreira Gullar. Possibilitam reconhecer
recursos próprios do fazer poético do autor, exer-
Após as interações orais, proponha que citam procedimentos de leitura (saber o sentido
retomem o texto apresentado no Caderno de uma palavra ou expressão por meio da cons-
do Aluno e elaborem um texto breve, dirigi- trução de inferências e perceber a intenção do
do a um colega, deixando clara sua posição autor do texto), além de oportunizar a relação
quanto ao que é arte e sua função (Você con- entre textos (reconhecer diferentes formas de tra-
corda que isso é arte? Se é, qual a sua fun- tar uma informação em função das condições
ção? Só divertir ou enfeitar? O que Philadel- em que o texto foi produzido).
Professor, para favorecer que os alunos construam uma história pessoal de leitura, é
muito importante que eles tenham diferentes oportunidades de ler poemas. Possibilite que:
• todos se associem à biblioteca escolar e possam ter acesso a um acervo variado de
poetas, especialmente os concretistas. Peça à bibliotecária que coloque à disposição da
turma livros, revistas e jornais que contenham poemas;
• iniciem a organização de uma caixa de poemas para leitura em sala de aula, reunin-
do-os a partir da colaboração dos alunos. Favoreça consulta à caixa, por exemplo,
disponibilizando-a aos alunos que finalizam tarefas antes e estimule que a gestão dos
empréstimos seja feita pelos próprios alunos.
• estabeleça contrato de leitura lendo uma obra de Ferreira Gullar ou de outro poeta
que apreciem, relatando-a ao grande grupo de forma criativa.
Esta é uma oportunidade de valorizar a leitura extensiva, que o aluno fará a partir da
escola e por toda a vida, constituindo-se em leitor que lê porque atribui valor à
fruição do texto e também porque compreende que, ao ler, está sempre refletindo
a respeito de si mesmo e de sua relação com o mundo.
Professor, você escolherá o momen- Professor, enquanto os grupos traba-
to de devolver estes textos, mas deverá lham, circule entre eles e motive-os a
70
70
fazê-lo antes que os alunos realizem a exemplificar e desenvolver inferências a
produção final do texto de opinião, que respeito da poesia. Provoque-os a destruir
ocupará as aulas 10, 11 e 12. Ao ava- preconceitos: poesia não é só sentimento,
liar os textos, observe se o aluno apre- coisa melosa e piegas, como muitos pen-
senta o seu ponto de vista e argumenta sam. Poesia é transgressão, é subversão
em favor dele: sua opinião está clara? da língua. Ela pode fugir às normas esta-
Há uma explicação ou justificativa para belecidas conforme o efeito que se quer
sua escolha? A justificativa apresenta- criar. Relembre-os da diferença entre
da é satisfatória ou consistente? Faça um texto em prosa e outro em versos
anotações e sugestões. Se achar con- e problematize a construção de res-
veniente, escolha um texto, e discuta- postas possíveis, de forma a reunirem
o no quadro de modo a possibilitar elementos que permitam inferir que
que todos colaborem com sugestões o poema costuma ser identificado
de reescrita e de aperfeiçoamento por oposição à prosa, por atribuir
do texto. atenção especial ao ritmo na sua
construção.
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Professor,
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em: jul. 2008. 2008.
Margarete Schlatter
Letícia Soares Bortolini
Graziela Hoerbe Andrighetti
Eu e os outros
97
97
Professor,
Partindo do tema “Eu e os outros”, esta Habilidades
unidade tem como objetivo criar oportuni-
dades para discutir e refletir sobre relações • Ativar e usar conhecimentos prévios (conheci-
interpessoais: como expressamos o que senti- mento de mundo, experiência anterior com a
mos, como interpretamos os sentimentos dos leitura de gibis, conhecimento da língua por-
outros e como lidamos com as diferentes for- tuguesa (LP) e da língua adicional (LA)) para
mas de agir e de expressar o que sentimos, ler e para produzir um texto;
com conflitos e com a busca por soluções. • Reconhecer a função social de histórias em
Essas questões são complexas e delicadas. quadrinhos, explicitando a relação entre o
Para tornar a discussão mais leve e diverti- texto e o seu uso nas práticas cotidianas;
da, abordamos o tema através das histórias • Estabelecer relações e fazer inferências a par-
em quadrinhos da Mafalda, a mundialmente tir da relação do texto verbal e não verbal;
conhecida personagem do argentino Joaquín • Identificar o conflito gerador do enredo e os
Salvador Lavado (Quino). Histórias em qua- elementos que constituem a narrativa em his-
drinhos pertencem ao universo da faixa etária tórias em quadrinhos;
dos alunos e são apreciadas por crianças e • Identificar efeitos de ironia e o humor em his-
adultos, por isso a escolha. Além disso, são tórias em quadrinhos;
relevantes para trabalhar elementos funda- • Compreender e expressar efeitos de senti-
mentais da narrativa de ficção, como a carac- do do uso de recursos gráficos e linguísticos
terização dos personagens e o conflito central (pontuação, letras maiúsculas e minúsculas,
da história, além de elementos do humor e da seleção de palavras, etc.);
ironia, tão frequentes na maioria das tirinhas. • Compreender e posicionar-se em relação ao
Esse gênero do discurso também possibili- tema abordado (relações interpessoais);
ta o trabalho com a língua adicional através • Reconhecer e expressar características pesso-
de textos curtos e da análise de recursos lin- ais;
guísticos de forma contextualizada. • Construir um conflito gerador de enredo e
Objetivos
Os alunos, ao final desta unidade, deverão ser capazes de:
• Ler: Posicionar-se criticamente em relação às tirinhas, refletindo sobre o papel dos
recursos utilizados (visuais e linguísticos) para a caracterização dos personagens e dos
sentimentos que expressam em relação ao outro e para estabelecer os conflitos abor-
dados.
• Escrever: Produzir uma história em quadrinhos em que é preciso colocar-se no pa-
pel de um personagem da história, adequando os efeitos visuais e linguísticos para
expressar sentimentos e possíveis conflitos com o outro.
• Resolver problemas: Refletir sobre relacionamentos interpessoais (especialmente
com pais e amigos), sobre diferentes formas de expressar sentimentos e interpretar
sentimentos, sobre conflitos e possíveis soluções.
expressar sentimentos em relação a outros discurso (histórias em quadrinhos) trabalha-
através de uma história em quadrinhos. dos para que, nas aulas seguintes, os alunos
98
98 possam dedicar-se à leitura das tirinhas, e
Conteúdos compreender os temas tratados e a relação
desses com suas vidas.
• História em quadrinhos: circulação social
As primeiras perguntas (1) são um convite
e funções, modos de organização, compo-
para conversar sobre hábitos de leitura de
nentes e natureza narrativa do texto;
gibis, personagens conhecidos e preferidos.
• Efeitos de sentido de recursos gráficos: uso
Essa conversa inicial pode ser feita em gran-
dos balões de histórias em quadrinhos;
de grupo: o importante é que os alunos se
• Recursos linguísticos para descrever pes-
deem conta de que não são iniciantes na
soas: adjetivos de características de perso-
leitura de tirinhas, que podem opinar sobre
nalidade, perguntas e possíveis respostas
os gibis que conhecem, que sabem onde
sobre características comportamentais e de
encontrar tirinhas e que têm um objetivo ao
personalidade;
lerem esses textos.
• Recursos linguísticos para expressar senti-
mentos (me encanta que, me enferma que); O Caderno do Aluno apresenta também
• Expressões para formular respostas curtas um quadro com informações gerais sobre a
(afirmativas e negativas); personagem Mafalda, seus amigos e o autor
• Expressões para expressar concordância ou das tirinhas. Ele deve ser lido individualmen-
discordância. te e em silêncio, para que depois os alunos
completem o quadro da esquerda com as in-
Tempo previsto: 6 aulas formações sobre o autor, sua nacionalidade,
os personagens da história.
Material necessário: Ainda para preparar os alunos para a lei-
Todas as tarefas desta unidade podem ser tura, as tarefas seguintes (2 e 3) tratam de
desenvolvidas no Caderno do Aluno. Para a antever, a partir de ilustrações, algumas das
elaboração do gibi da turma (aulas 5 e 6), os características dos personagens: quais são
alunos vão necessitar de folhas, lápis de cor seus traços marcantes, como são suas atitu-
(ou canetinhas coloridas). Se você tiver aces- des e comportamentos. Começa com uma
so a histórias em quadrinhos em espanhol, pergunta referente a uma característica de
leve para a aula para que os alunos tenham Mafalda trazida pelo texto: tiene una acti-
oportunidade de conhecer mais histórias. tud comprometida ante el mundo. Converse
com o grupo sobre o que eles entendem por
Mafalda essa característica. Pensem juntos em adje-
(Aula 1) tivos que podem caracterizar uma pessoa
assim. Escreva no quadro as ideias da tur-
A primeira aula tem como objetivo prepa- ma. A tarefa destaca a caracterização das
rar o aluno para a leitura das tirinhas. As ta- personagens: quais são seus traços marcan-
refas focalizam a habilidade de ativar e usar tes, como são definidas as suas atitudes e
o conhecimento de mundo, a experiência an- comportamentos. Com base nas expressões
terior com a leitura de gibis, o conhecimento faciais e aparência de cada um dos perso-
da LP e da LA para ler o texto. nagens desenhados, os alunos devem inferir
qual descrição corresponde a cada perso-
Preparação para a leitura nagem. Observe que o nome de Mafalda já
está escrito ao lado da sua descrição.
Todas as tarefas desta seção têm o obje- Antes de as duplas trabalharem sozinhas,
tivo de contextualizar o tema e o gênero do você pode ler junto com a turma a descrição
de Mafalda proposta pelo material, compa- des focalizadas são: estabelecer relações e
rando-a com as possibilidades de adjetivos fazer inferências a partir da relação do texto
que a turma pensou na tarefa anterior. Cha- verbal e não verbal; identificar o conflito ge- 99
99
me a atenção das duplas para a expressão rador do enredo e os elementos que consti-
facial dos desenhos (essa sensibilização aju- tuem a narrativa, os efeitos de ironia e humor
dará na compreensão das histórias que se- em histórias em quadrinho e compreender e
rão lidas). As duplas, ao compararem suas posicionar-se em relação ao tema abordado
respostas com as dos colegas, podem resol- (relações interpessoais).
ver dúvidas referentes à compreensão das
descrições. Você também pode ajudar com Leitura – Mafalda
o vocabulário e propor que pensem em mais e seus amigos
adjetivos para caracterizar os personagens.
Os exercícios que seguem propõem uma Os alunos deverão fazer uma leitura
prática do vocabulário trabalhado a partir rápida, centrada principalmente nas
da reflexão sobre características de perso- ilustrações, para que se deem conta de
nalidade e comportamento comuns e dife- que podem compreender vários aspectos
rentes entre aluno, personagens e amigos. antes de ler o texto em língua adicional. As
perguntas buscam levar o aluno a reconhecer
os personagens Mafalda, sua turma e
Professor, esta aula é fundamental para
seus pais, e retomar o papel dos gestos e
tornar a leitura possível. A ideia aqui é fazer
expressões corporais para a interpretação
o aluno se sentir confiante quanto ao que
dos sentimentos expressos pelos personagens
ele já sabe (sobre tirinhas, sobre a LA, sobre
nas situações que estão vivenciando. Você
a interpretação de ilustrações) e fazer com
também pode perguntar aos alunos se eles
que ele se dê conta de que pode e deve
identificam algum tipo de conflito nas tirinhas
usar esse conhecimento para construir sen-
e o que faz eles acharem que sim (ou que
tido em novos textos. Caso eles não tenham
não).
esse conhecimento prévio, você mesmo e
os alunos que têm essa experiência podem
construir as pontes necessárias para pre- Professor, lembre-se que esta tarefa
parar a leitura. Por exemplo, se alguns não tem como objetivo a fala dos perso-
nunca leram gibis, leve a turma para a nagens – isso será explorado na próxima
biblioteca ou traga tirinhas (de jornal, tarefa! Enfatize que as falas não sejam li-
de revista) em português para a aula, das e que as respostas para as perguntas
para que os alunos troquem ideias tenham como base a leitura das ilustra-
sobre o que gostam de ler, com que ções (das expressões dos personagens).
personagens se identificam, etc. A ideia é auxiliar os alunos a prestarem
atenção nos detalhes das figuras, nos
gestos, no olhar dos personagens e,
a partir daí, nos sentimentos que es-
tão expressando nas tirinhas e no
Bem-me-quer, que pode estar acontecendo na
mal-me-quer história. Essa primeira análise da
linguagem não verbal das tirinhas
(Aula 2)
será fundamental para apoiar a
leitura das falas.
Nesta aula, o objetivo é a leitura das ti-
rinhas e a discussão do tema. As habilida-
As tarefas 2 e 3 propõem a leitura mais e divertidas. Dessa forma, você estará
detalhada de cada tirinha. Sugira que discutindo com os alunos como esse gênero
100
100 trabalhem em duplas para trocar ideias e do discurso se insere no cotidiano das
opiniões em relação ao que leram e, assim, pessoas e com que propósito (por exemplo:
tornar a leitura mais divertida. entreter, criticar, discutir temas).
Na tarefa 2, o aluno é convidado a ler
em silêncio e individualmente cada uma
das tirinhas e depois a conversar com um Professor, é fundamental que não seja
colega sobre o grupo de perguntas que feita uma tradução de todo o texto. Soli-
segue cada tirinha. As perguntas auxiliarão citar que o aluno traduza todas as pala-
as duplas a interpretarem o texto lido ainda vras dará a ele uma noção equivocada
que a totalidade das palavras das falas dos de que precisamos saber todas as pala-
personagens não seja reconhecida. vras para poder interagir com um texto.
Observe que, para a interpretação da Traduzir todo o texto (oralmente ou por
tirinha I, as perguntas exploram a relação escrito) significa dizer que eles nunca po-
entre as expressões faciais das personagens derão fazer a leitura sozinhos. Se você
e aquilo que elas dizem e sentem. achar que a tradução pode auxiliá-los,
Como o significado de “hipocrisia” pode ser focalize apenas palavras ou expressões
desconhecido pelos alunos, a última pergunta chaves para a realização da tarefa.
enfatiza a personagem Susanita, e depois a Oriente-os e auxilie sempre que neces-
compreensão do aluno sobre a palavra. Se sário para que, aos poucos, eles possam
desejar, disponibilize o dicionário monolíngue se sentir mais confortáveis em lidar com
de português para a consulta da turma. essa língua, fazendo valer o que já sa-
A interpretação das tirinhas II e III pode bem sobre texto (em quaisquer línguas) e
exigir maior compreensão das falas dos relacionando o que já conhecem com o
personagens. Indique que, para todas as novo contexto de uso. Estimule-os, dessa
tirinhas, a linguagem não verbal dá pistas forma, a se arriscarem mais, tornando-se
importantes para a inferência do significado autônomos na busca do que é relevante
das palavras não compreendidas. Para para a resolução das tarefas propostas.
esclarecer alguma dúvida dos alunos, Além disso note que as tarefas propõem
depois de respondidas as perguntas, o a leitura silenciosa, que é a maneira
dicionário bilíngue pode ser consultado como geralmente lemos em nossa vida
por eles para verificarem os significados de cotidiana. Se seus alunos vivem em con-
alguma palavra. textos sociais em que se lê pouco, ter a
A tarefa 3 propõe a discussão sobre possibilidade de ler silenciosamente é
o relacionamento de Mafalda com os ainda mais importante para que se tor-
outros personagens. Dessa maneira, os nem leitores autônomos. A leitura oral
alunos poderão confirmar ou ajustar a pode ser utilizada em gêneros discur-
interpretação que fizeram das histórias, sivos, como poemas, peças teatrais,
para que, finalmente, tenham espaço para canções, gêneros nos quais isso é
esperado. A qualidade da leitura
a importante discussão sobre suas próprias
deve ser avaliada através do cum-
relações interpessoais com a família e primento das tarefas propostas. Se
amigos, preparando-os para a produção das o aluno consegue cumprir as ta-
suas próprias histórias no final da unidade. refas, demonstra que soube ler o
A última pergunta propõe a reflexão sobre a texto.
leitura de tirinhas, sua função lúdica, para
quem e por que seriam ou não engraçadas
exemplos já foi trabalhado na interpretação
Diga aí! das tirinhas; entretanto, se houver dúvidas
(Aula 3) sobre palavras usadas, incentive a inferência 101
101
a partir do contexto frasal, ou a utilização
Esta aula concentra-se em alguns do dicionário bilíngue.
aspectos linguísticos que dão sentido aos As tarefas 3 e 4 dão voz ao aluno para
textos analisados e na prática de recursos que complete as frases de acordo com sua
linguísticos para descrever e justificar estados realidade. Você pode, em conjunto com a
de humor. As habilidades focalizadas são: turma, trabalhar no quadro a conjugação
compreender e expressar efeitos de sentido dos verbos que eles forem necessitando
do uso de recursos gráficos e linguísticos para completar as suas frases (3). Observe
(pontuação, letras maiúsculas e minúsculas, que o quadro à direita (4) serve como
seleção de palavras, etc.); reconhecer e suporte linguístico de exemplos que podem
expressar estados de humor. ser usados para completar as frases.
Converse com os alunos sobre as opções
Estudo do texto listadas, pergunte sobre que outras tarefas
adoram ou que os deixam irritados, e
Os alunos irão explorar detalhadamente complete o quadro. Chame a atenção para
a função desempenhada por alguns recursos os ajustes sintáticos que devem ser feitos
não verbais nas tirinhas (três pontinhos, para completar as frases propostas nesse
formato dos balões, letras maiúsculas e exercício, utilizando, como exemplo a tarefa
em negrito) para que, reconhecendo esses 2. Depois de realizá-lo, você pode escrever
elementos, possam se tornar leitores mais no quadro as frases produzidas por alguns
autônomos e proficientes de histórias em alunos e discutir o sentido de cada uma,
quadrinhos. trabalhando com os ajustes linguísticos
necessários.
Uso da língua
Esta tarefa explora os aspectos linguísticos Professor, o trabalho com os aspectos
presentes nas tirinhas, os quais poderão, linguísticos tem como objetivo fornecer
ao aluno os instrumentos necessários
depois, ser utilizados na produção de
para realizar as tarefas propostas, sem-
texto proposta nesta unidade. As questões pre de forma contextualizada e priori-
propostas referem-se à descrição de estados zando o sentido ao invés de exercícios
de humor a partir de expressões fixas. Para de substituição ou de completar lacunas
auxiliá-los na tarefa 1, escreva no quadro de forma mecânica. Na tarefa 2, ex-
outras expressões que têm um significado plique a conjugação verbal dos verbos
aproximado às trabalhadas na tarefa (me (poner e dar) no passado. A partir
encanta, me fascina, me enferma, me revienta, dos verbos que forem surgindo nas
me enoja, me molesta, me irrita). Comente frases dos alunos, inclua na sua ex-
sobre as sutilezas da diferença de uso entre plicação a conjugação desses ver-
uma expressão e outra. bos. A colocação dos pronomes
Chame a atenção para o fato de que pessoais pode ser explorada nas
as frases (tarefa 2), para terem sentido, frases da tarefa 2, bem como nas
devem ser completadas com suas metades que forem sendo criadas pelos
alunos.
sintaticamente correspondentes. Sugere-se,
no Caderno do Aluno, que o trabalho seja
feito em duplas. O vocabulário utilizado nos
As tarefas que seguem (2 e 3) propõem
Mal-me-quer, a leitura mais detalhada de cada tirinha.
102
102 bem-me-quer Sugira aos alunos que trabalhem em duplas
(Aula 4) para trocar ideias e opiniões em relação ao
que leram e, assim, tornar à leitura mais
divertida. A tarefa 2 pede que reconheçam
Esta aula retoma a prática da leitura o enredo de cada tirinha a partir de duas
iniciada na aula 2. Os alunos estabelecem perguntas. Com base na compreensão de
relações e fazem inferências a partir da relação que Mafalda não responde a pergunta que
do texto verbal e não verbal; identificam o lhe fazem e que acaba distinguindo uma
conflito gerador do enredo e os elementos resposta esperada de uma mais analítica, os
que constituem a narrativa, os efeitos de alunos são convidados a lerem mais duas
ironia e humor em histórias em quadrinhos; tirinhas e a imaginarem qual seria a resposta
compreendem e posicionam-se em relação ao completa de Mafalda.
tema abordado (relações interpessoais). Nas tarefas 3 e 4, o objetivo é aprofundar
a discussão sobre a relação de Mafalda com
Leitura – Mafalda e seus pais os pais através da leitura de duas tirinhas,
retomando alguns pontos já tratados e
As tirinhas propostas no Caderno do Aluno possibilitando a construção do enredo e a
tratam da relação da Mafalda com seus identificação dos conflitos e dos sentimentos
pais: a imagem que ela tem deles e as suas expressos em cada uma delas. As perguntas
expectativas com relação a eles. A tarefa1 d) e e) criam oportunidades para discutir
tem o propósito de orientar o aluno para uma as múltiplas facetas de um relacionamento,
leitura rápida, centrada principalmente nas
ilustrações, para que ele se dê conta de que
pode compreender vários aspectos antes de Professor, insista com os alunos para
ler o texto em LA. As perguntas buscam levar o que não traduzam todo o texto! Orien-
aluno a reconhecer os personagens (Mafalda, te-os e auxilie-os sempre que necessário
seus amigos e seus pais), e a retomar o papel para que, aos poucos, eles possam se
dos gestos e expressões corporais para a sentir mais confortáveis em lidar com a
interpretação dos sentimentos manifestados LA, fazendo valer o que já sabem sobre
pelos personagens nas situações que estão texto (em quaisquer línguas), relacio-
vivenciando. Você também pode perguntar nando o que já conhecem com o novo
aos alunos se eles identificam algum tipo de contexto de uso. Estimule, dessa forma,
conflito nas tirinhas e o que faz eles acharem que eles se arrisquem mais e se tornem
que sim (ou que não). mais autônomos na busca do que é
relevante para a resolução das tarefas
propostas.
Professor, lembre-se que esta ta- Além disso, lembre que as tarefas
refa não tem como objetivo a fala propõem a leitura silenciosa e
dos personagens – isso será explo- que a qualidade da leitura do
rado na próxima tarefa. As respos- aluno deve ser avaliada através
tas para as perguntas devem ter do cumprimento das tarefas
como base somente a leitura das propostas. Se ele consegue
ilustrações (das expressões dos cumprir as tarefas, demonstra
personagens e do entorno). que soube ler o texto.
que revelam como cada um vê as diferentes ou discordância)- os alunos pratiquem a LA.
situações vivenciadas e o que se considera Estimule-os a buscarem outros adjetivos no
ser um bom (ou mau) pai ou mãe. Na última dicionário. Dê as explicações necessárias 103
103
tarefa, em que os alunos são solicitados a para que eles possam realizar a tarefa com
completar um balãozinho com uma possível sucesso: por exemplo, explicando alguma
resposta de Mafalda, as respostas podem expressão, a pronúncia e a entonação das
ser escritas em português, assim como nas expressões.
perguntas anteriores. Quando as respostas
forem retomadas em grande grupo, escreva
como ficaria a fala de Mafalda se fosse dita
A nossa cara!
(Aulas 5 e 6)
em espanhol.
Margarete Schlatter
Letícia Soares Bortolini
Graziela Hoerbe Andrighetti
Os outros e eu
109
109
Professor,
Partindo do tema “Os outros e eu”, o obje- rior com canções, conhecimento da língua
tivo desta unidade é oportunizar a discussão portuguesa (LP) e da língua adicional (LA))
sobre a importância do outro para a cons- para ouvir, ler e produzir um texto;
trução da nossa própria identidade, sobre • Estabelecer relação e fazer inferências a par-
como nossas escolhas, preferências e formas tir da integração de texto verbal e não verbal
de agir podem revelar nossas origens e por- (imagens em clipe, fotos, capa de CD);
que é importante manter a identificação com • Localizar informações e palavras-chave
diferentes grupos. A proposta dessa reflexão em um texto;
é feita através de duas canções do cantor • Compreender efeitos de sentido do uso de
Manu Chao, que propiciam, além da con- recursos verbais (seleção de palavras) e não
textualização necessária para o tema e para verbais (imagens do clipe) em um texto;
o estudo de recursos linguísticos, uma forma • Reconhecer as funções sociais de notas
lúdica de trabalhar a língua adicional com biográficas e canções, explicitando a rela-
os alunos. ção entre o texto e o seu uso nas práticas
Os gêneros do discurso “canção”, “clipe” cotidianas;
e “nota biográfica” são parte do cotidiano da • Identificar os efeitos referencial (biografia)
maioria dos jovens e, através da exploração e estético (canção) nos textos e relacioná-
do ritmo, das imagens associadas à canção, los à seleção de vocabulário e de outros
da letra e das informações sobre os músi- recursos linguísticos;
cos, podemos promover tarefas para que os • Compreender e posicionar-se em relação
alunos se posicionem em relação ao tema. ao tema abordado (pertencimento a dife-
A partir de canções que tratam de pertenci- rentes grupos sociais);
mento, espera-se que, ao final da unidade, • Compreender e expressar dados pessoais
os alunos tenham refletido sobre o lugar de e preferências.
onde vêm e como seu comportamento revela
(ou não) o pertencimento a diferentes grupos. Conteúdos
Habilidades • Notas biográficas sobre um cantor: circu-
lação social e funções, modos de organi-
• Ativar e usar conhecimentos prévios (co- zação, componentes e natureza informati-
nhecimento de mundo, experiência ante- va do texto;
Objetivos
Os alunos, ao final da unidade, deverão ser capazes de:
• Ler: Posicionar-se criticamente em relação a letras de músicas e a imagens a elas asso-
ciadas, reconhecer os temas das canções e o ponto de vista de quem está falando;
• Escrever: Produzir um cartaz sobre si próprio, descrevendo suas origens e influências.
• Resolver problemas: Refletir sobre suas origens e analisar como diferentes escolhas
e comportamentos revelam seu pertencimento a determinados grupos; refletir sobre a
influência do outro na construção da própria identidade.
• Canção: circulação social e funções, mo- para que, nas aulas seguintes, os alunos pos-
dos de organização, componentes e natu- sam dedicar-se à compreensão dos temas
110
110 reza estética do texto; tratados e à relação desses com suas vidas.
• Perguntas sobre dados pessoais: nome, data As perguntas podem ser discutidas em grande
e local de nascimento, origem, preferências, grupo ou em pequenos grupos: o importante
pronomes pessoais e possessivos, pronomes é que os alunos possam se manifestar quanto
interrogativos, formas interrogativas; aos seus hábitos ligados à música (cantores,
• Recursos linguísticos para falar sobre si: bandas e tipos de música preferidos, temas
dados pessoais e preferências. abordados nas letras) e ativar conhecimentos
prévios sobre músicas em espanhol e sobre o
Tempo previsto: 6 aulas cantor Manu Chao. Converse com eles sobre
o que já sabem e encaminhe para a próxima
Materiais necessários: tarefa, na qual eles aprenderão mais sobre
o cantor.
• Equipamento para reprodução de áudio e
Aproveite para apresentar os países cuja
vídeo.
língua oficial é o espanhol através dos mapas
• Áudio (músicas): “Clandestino” – CD:
da América Latina e da Espanha (com suas
Manu Chao, Clandestino, Virgin: 1998;
regiões enfatizadas em cores diferentes).
“Me gustas tú” – CD: Manu Chao, Pró-
Caso a turma não conheça nenhum can-
xima estación... Esperanza, Chewaka-Vir-
tor ou banda do mundo hispânico, você pode
gin: 2001.
listar alguns que, nos últimos anos, estiveram
• Vídeo (clipe): “Clandestino” – Manu
na mídia brasileira, e apontar seus países de
Chao, disponível no site br.youtube.com/
origem. Por exemplo, Shakira (colombiana,
watch?v=Btx2eiQ2gKs
canta em espanhol e em inglês), RBD (ou Re-
belde: grupo mexicano, famosos pela novela
“Rebelde”; canta em espanhol, inglês e al-
Quem são gumas regravações em português) e Daddy
Yankee (cantor porto-riquenho precursor do
esses caras? estilo musical reggaeton, canta em espanhol
(Aula 1) e em inglês). Em seguida, pergunte aos alu-
nos se conhecem o cantor Manu Chao. Se
Esta aula prepara o aluno para trabalhar algum aluno conhecer o cantor, permita que
com as músicas Me gustas tú e Clandestino informações sobre suas origens e estilo musi-
(ouvir e entender os temas das canções). As cal sejam antecipadas.
tarefas focalizam as habilidades de ativar o
conhecimento de mundo e a experiência an-
terior com canções, a leitura de breves bio-
Leitura: Manu Chao –
grafias para conhecer quem canta e por que cantor de muitos mundos
esse conhecimento é relevante para a com-
preensão. Nessa tarefa, é proposta a leitura da bio-
grafia de Manu Chao. Antes de ler o texto,
estimule os alunos a inferir informações so-
Preparação para a bre o cantor a partir da observação da capa
compreensão oral de CDs e a refletir sobre o gênero biografia.
e a leitura Essa primeira parte da tarefa pode ser discu-
tida em grande grupo. Incentive-os a identi-
As tarefas desta seção contextualizam as ficarem, no mapa da Espanha, as regiões de
músicas que serão trabalhadas na unidade origem dos pais de Manu Chao; essa pode
ser uma oportunidade para comentar sobre (nome, data e local de nascimento, origem,
as línguas faladas na Espanha. músicas que gosta, etc.). Os recursos linguís-
A leitura da biografia tem como objetivo ticos abrangem o vocabulário e as estruturas 111
111
contextualizar o cantor e sua carreira. Peça relevantes para perguntar e responder sobre
aos alunos que façam uma leitura silenciosa esses assuntos (datas, línguas, pronomes pes-
e individual dos textos no Caderno do Aluno, soais e possessivos, pronomes interrogativos
procurando as informações solicitadas para e formas interrogativas).
responderem às perguntas e completarem o
quadro. As respostas podem ser depois con- Uso da língua
firmadas no grande grupo. Chame a atenção
para a forma como lemos biografias cotidia-
O objetivo desta seção é praticar o uso de
namente, buscando as informações que nos
recursos linguísticos relativos a informações
interessam.
pessoais e preferências, através de perguntas
e respostas. A tarefa 1 promove a construção
das perguntas e a tarefa 2, a prática. Peça
Professor, o objetivo desta tarefa de
aos alunos que trabalhem em grupos na ela-
leitura é selecionar as informações re-
boração de perguntas e auxilie-os, destacan-
levantes para responder às perguntas e
do o suporte linguístico dado pelo quadro,
completar o quadro, para que os alu-
esclarecendo as dúvidas. Você também pode
nos se familiarizem com as origens e o
listar no quadro, com a ajuda da turma, al-
estilo do cantor. Não é necessário que
eles entendam todas as palavras e as in-
formações. Orientar o aluno para uma Professor, o trabalho com os aspectos
leitura rápida, centrada principalmente linguísticos tem como objetivo fornecer
na busca de informações, é propor- ao aluno os instrumentos necessários
cionar a prática de uma forma de para realizar as tarefas propostas, sem-
leitura muito usada no cotidiano, pre de forma contextualizada e priori-
por exemplo, quando passamos os zando o sentido ao invés de exercícios
olhos em manchetes de jornal para de substituição ou de completar lacunas
selecionar o que queremos ler, ou de forma mecânica. No quadro, você
ao procurar um número de telefo- pode construir alguns esquemas com o
ne em um guia ou alguma infor- auxílio dos alunos, para explicar ou re-
mação específica em um texto. tomar os pronomes pessoais, possessi-
vos, pronomes interrogativos ou outras
estruturas que forem necessárias para as
tarefas propostas. Lembre-se, no entan-
to, que o mais importante nesta seção
é o uso das perguntas para que eles se
Diz com quem andas, conheçam mais. De nada adiantam lon-
e te direi quem és! gas explicações se o aluno não tiver
(Aula 2) a oportunidade de entender o que
pode dizer e as funções que pode
desempenhar ao usar o vocabulá-
Nesta aula, são trabalhados alguns aspec- rio e as estruturas focalizadas. Os
tos linguísticos com vistas à elaboração de aspectos praticados aqui podem
um mural com informações sobre a turma. ser usados na tarefa de produção
As habilidades focalizadas são: compreender de texto, mais adiante.
e expressar dados pessoais e preferências
guns verbos que podem ser necessários para cidadão do mundo (misturando ritmos, nar-
fazerem as perguntas. rações e canto), seus gostos e suas dúvidas
112
112 A verificação das respostas pode ser fei- frente às possibilidades que a vida lhe dá.
ta em grande grupo e, nesse momento, você As perguntas a, b e c são respondidas
pode chamar a atenção para a conjugação com base na audição da música. Toque os
dos verbos utilizados. minutos iniciais da música e converse com
A tarefa 2 propõe a prática das estruturas o grupo sobre o estilo da música. Se parece
estudadas através de entrevistas com cole- com algo que eles ouvem? Toque novamente
gas. Nela, cada aluno entrevista dois colegas o trecho inicial (4 primeiras estrofes) e peça
e responde a entrevistas também. Depois da que anotem algumas das coisas que Manu
tarefa realizada, você pode fazer um levan- diz gostar na segunda estrofe. As perguntas d
tamento de quais são as línguas faladas pe- a f são respondidas com base na audição e
na leitura da letra da música. Não traduza os
los alunos na turma, as suas origens, gênero
versos. Caso seja necessário, explique que a
musical preferido, etc., e conversar com a
primeira estrofe é aparentemente falada por
turma sobre isso.
uma mulher que não identificamos e, em se-
guida, parece que locutores de rádio dizem
as horas. Estimule os alunos a acompanha-
O que dizem rem atentamente a música e a letra, dando
esses caras? sentido aos versos, de acordo com o que já
(Aulas 3 e 4) sabem sobre a biografia do cantor, o ritmo
da música e o que entendem da letra.
Depois da tarefa realizada, você pode
Estas aulas têm como objetivo a compre- fazer um levantamento das respostas dadas
ensão das canções Me gustas tú e Clandes- pelos alunos, retomando, por exemplo, a
tino e a discussão dos temas abordados com lista proposta na pergunta b e comparando
com o que o cantor diz na letra da música.
os colegas. As habilidades focalizadas são:
Muitas das perguntas propõem uma reflexão
ativar o conhecimento prévio para a compre-
acerca de interpretações e possíveis relações
ensão oral e a leitura; estabelecer relações e
na canção. Dessa forma, não há uma única
fazer inferências a partir da relação do tex- resposta correta! Os países mencionados na
to verbal (letra da música) e não verbal (rit- canção também podem ser encontrados no
mo da música, imagens do clipe); localizar mapa disponibilizado no Caderno do Aluno
informações e palavras-chave em um texto; na primeira aula.
compreender efeitos de sentido do uso de re-
cursos verbais e não verbais; reconhecer as
funções sociais de canções, explicitando a re- Estudo do texto
lação entre o texto e o seu uso nas práticas
cotidianas; compreender e posicionar-se em O objetivo desta tarefa é aprofundar a in-
relação ao tema abordado (pertencimento a terpretação do texto através da análise dos
diferentes grupos sociais). recursos linguísticos usados e da sua rela-
ção com o sentido dos versos e estrofes. A
primeira tarefa estimula a reflexão sobre as
Compreensão oral razões que levam o autor a trocar de língua
Música I – “Me gustas tú” no meio da música. Mais uma vez, não há
uma única resposta correta! Estimule a refle-
Nesta tarefa, é estudado o trecho inicial xão sobre a língua escolhida e sua relação
da música “Me gustas tú”, de Manu Chao, com o que está sendo dito e as origens do
na qual o autor expressa sua situação de autor. As perguntas seguintes visam a chamar
estudada: a situação de deixar o país de
Professor, é fundamental que não seja origem e ir viver em outro país. Estimule os
feita uma tradução de todo o texto. Soli- alunos a refletirem sobre as razões que le- 113
113
citar que o aluno traduza as palavras dará vam uma pessoa a deixar a sua terra na-
a ele uma noção equivocada de que pre- tal e sobre suas próprias origens. A discus-
cisamos conhecer todas as palavras para são pode ser feita em grande grupo ou em
poder interagir com um texto. Traduzir todo pequenos grupos. Essa discussão inicial é
o texto (oralmente ou por escrito) significa fundamental para a tarefa de interpretação
dizer que eles nunca poderão fazer a leitu- da música “Clandestino”, em que o tema é
ra sozinhos. Se você achar que a tradução expandido para a compreensão de como o
pode auxiliá-los, focalize apenas palavras autor circunscreve o sentido de clandestini-
ou expressões chaves para a realização dade.
da tarefa. Sua função é de auxiliá-los, aos
poucos, a se sentirem mais confortáveis em
lidar com a LA, a fazer valer o que já
Música II – “Clandestino”
sabem sobre texto (em quaisquer lín-
Para discutir o que a turma entende por
guas) para poderem relacionar o que
“ser clandestino”, você pode escrever no
já conhecem com o novo contexto
quadro algumas palavras que eles relacio-
de uso, a se arriscarem mais, a se
nam ao tema. Em seguida, passe o clipe sem
tornarem mais autônomos na busca
o som, para priorizar a análise da linguagem
do que é relevante para a resolu-
não verbal. Leia as perguntas com os alunos
ção das tarefas propostas.
antes de assistir. Depois, toque um trecho da
música e comentem sobre seu ritmo e estilo.
Siga rodando o clipe para que os alunos pos-
sam selecionar, das palavras que compreen-
a atenção para a sintaxe do verbo gustar e dem, aquelas que se relacionam com o título
para a diferença de significado entre gustar e da música e com a discussão anterior sobre
querer quando usados em relação a pessoas. o que é ser clandestino.
A última pergunta propõe um fechamento à
interpretação da letra da música. Compreensão oral e leitura
Uso da língua O objetivo desta seção é a interpretação
da letra. Peça que os alunos escutem a mú-
Nesta seção, o aluno pratica a estrutura sica para conferir as palavras e versos que
estudada na seção anterior (o verbo gustar). anotaram na tarefa anterior. Você pode ano-
A primeira tarefa (quadro da esquerda) é a tar as palavras relacionadas no quadro.
preparação para a segunda (quadro da di- As perguntas seguintes retomam a conver-
reita), em que o aluno é convidado a reescre- sa sobre o significado de “ser clandestino”,
ver uma estrofe da música. agora com base na letra da música. Nesta
etapa, estimule os alunos a lerem atenta e
Preparação para a silenciosamente a letra, para buscarem no
texto as informações solicitadas. A proposta
compreensão oral é que as perguntas orientem a interpretação,
e a leitura sem a necessidade de fazer a tradução da
letra.
A proposta é a de contextualizar o tema A discussão das respostas pode ser feita
da próxima canção de Manu Chao que será primeiramente entre as duplas e depois reto-
mada no grande grupo. Em seguida, a tarefa plicitando origens e influências para caracte-
3 propõe uma aproximação do tema à reali- rizar de onde vem e a que grupos pertence.
114
114 dade do aluno: às vezes não se precisa estar
em outro país para se sentir “clandestino”! Produção de texto
Que sentimento pode ser esse? A conversa
pode ser feita em grande grupo, ou em pe- As tarefas 1, 2, 3 e 4 constituem passos
quenos grupos. necessários para a construção do cartaz: in-
formações pessoais, informações sobre as
Uso da língua raízes familiares, escolha de uma música que
represente sua maneira de ser, informações
Para concluir o trabalho com a música gerais sobre o cantor(a) ou banda da música
Clandestino, as tarefas desta seção visam a escolhida, fotos e frases que descrevam a for-
salientar algumas estruturas recorrentes na ma como seus amigos o veem. O objetivo é
letra, praticando-as em uma situação mais sistematizar a discussão sobre a importância
pessoal. do outro na construção de nossa identidade
A primeira tarefa faz a distinção entre e sobre os grupos com os quais nos identifi-
versos em que Manu se auto define (“(es- camos.
toy) perdido en el corazón”; “soy una raya Estimule a turma a conversar com os fa-
en el mar”) e aqueles em que o verbo decir miliares para o preenchimento das fichas. Se
é utilizado com sujeito indefinido (“me dicen eles não tiverem como buscar todas as infor-
el clandestino”) e definido (“dice la policia”). mações, podem completar com o que conse-
Como os dois últimos casos podem causar guirem ou souberem.
maior dificuldade na compreensão de quem Incentive os alunos a responderem à tarefa
são os sujeitos e os objetos da frase, as per- 3 em espanhol. Na elaboração dos cartazes
guntas a, b e c tratam dessa análise. em espanhol, lembre os alunos a acrescen-
A tarefa 2 propõe o trabalho com o verbo tarem a frase de como os outros os veem, re-
decir e explicita a possibilidade de parafra- tomando o que fizeram na tarefa 2 da seção
sear os versos em destaque. Você pode ler Uso da língua (música “Clandestino”).
as frases com os alunos e discutir porque se
escolhe falar a frase de uma maneira ou de
outra: há alguma diferença no sentido? Em Retome com os alunos as discussões so-
seguida, estimule-os a construírem suas pró- bre o quanto as imagens e o título esco-
prias frases. Você pode elaborar com eles al- lhidos para uma canção, clipe ou capa
gumas possibilidades no quadro como exem- de CD podem expressar sentimentos e
plo. O dicionário bilíngue pode ser utilizado. ideias dos cantores. Essa discussão aju-
da os alunos na organização e
no layout dos cartazes. Esse
A nossa tribo! debate pode ser proposto no-
(Aulas 5 e 6) vamente após a apresentação
dos cartazes, analisando os
aspectos que contribuíram
Estas aulas oportunizam aos alunos o uso para a leitura dos colegas.
do que aprenderam para produzir um texto
sobre si e sobre suas influências (origens, mú-
sicas, bandas, etc.), construindo um cartaz. O objetivo da tarefa 5 é colocar o aluno
As habilidades focalizadas incluem: ativar e no papel de leitor e analista de texto. Incen-
usar conhecimentos prévios para produzir um tive os grupos a conversarem sobre o que
texto; construir um perfil sobre si mesmo, ex- acharam da apresentação dos colegas, so-
bre o que já sabiam e o que não sabiam a Autoavaliação
respeito deles, e o que os surpreendeu. Você
pode propor uma conversa com todo o gru- Para concluir a unidade, a autoavaliação 115 115
po ao final dessa tarefa, convidando-os a ex- tem como objetivo criar uma oportunidade
por suas análises e reflexões. de autorreflexão sobre o que foi aprendido.
Desta forma, o aluno poderá dar-se conta
Para além da sala de aula dos objetivos, do que aprendeu, do processo
de aprendizagem (em grupo, sozinho, fazen-
Esta seção tem como objetivo criar opor- do exercícios escritos ou orais, etc.), do que
tunidades para ampliar o conhecimento ad- precisaria reforçar e do que ainda gostaria
quirido, aprofundando alguns temas: línguas de aprender. Espera-se também oportunizar
faladas no Brasil e a situação da imigração a reflexão crítica sobre as práticas de partici-
na Espanha. Uma forma de trabalhar a pes- pação e aprendizagem em sala de aula.
Não se esqueça de reservar um espaço
na sua aula para que os alunos façam a sua
Professor, lembre-se que, antes autoavaliação e que possam discuti-las com
de os alunos fazerem tarefas usan- a turma!
do a internet, é importante revisar
o conteúdo geral da página. Os
sites eletrônicos são dinâmicos e Gêneros do discurso: Tipos relativa-
mudam constantemente, podendo mente estáveis de textos (orais e escritos),
apresentar conteúdos inadequa- que reconhecemos com base na nossa
dos à faixa etária de seus alunos. experiência com diferentes textos em de-
terminadas áreas. Cada contexto de uso
da linguagem (quem fala, com quem,
com que objetivo, em que situação, em
que lugar, através de qual suporte, etc.)
quisa feita pelos alunos é pedir que eles re- determina as características do que é dito
latem dados interessantes que encontraram e de que forma é dito. Entretanto, há al-
nos sites visitados. gumas características textuais que pode-
Outra possibilidade de ampliar o conheci- mos dizer que se repetem em condições
mento adquirido e relacioná-lo ao seu con- semelhantes de produção. Por exemplo,
texto é solicitar que, em grupos, os alunos em um contexto familiar, um texto escrito
pesquisem sobre pela mãe ou pai para os filhos, solicitan-
• músicas, cantores e bandas que seus pais do que comprem algo no supermercado,
gostam ou gostavam na sua idade; em geral, será escrito em um bilhete com
• músicas, cantores e bandas que foram su- uma linguagem informal; um texto es-
cesso em diferentes épocas; crito por uma empresa de publi-
• diferentes estilos musicais; cidade para promover um novo
• a história de diferentes bandas. produto para a população pode
Com as informações que pesquisaram, os ter o formato de um panfleto com
alunos construirão murais em espanhol para recursos visuais e linguísticos para
exporem e apresentarem para outras turmas chamar a atenção e persuadir o
e, assim, aprofundar a discussão sobre iden- leitor a comprar.
tidade, influências e pertencimento.
Anotações
116
116
Ensino Médio
1o ano
Margarete Schlatter
Letícia Soares Bortolini
Graziela Hoerbe Andrighetti
Podemos mudar o mundo?
119
119
Professor,
Partindo da temática “Podemos mudar o rior com campanhas publicitárias, conhe-
mundo?”, o objetivo desta unidade é opor- cimento da língua portuguesa (LP) e da lín-
tunizar a reflexão sobre os problemas que gua adicional (LA)) para ler e para produzir
afetam a comunidade e o mundo de hoje e um texto;
discutir formas de buscar soluções coletiva- • Reconhecer a função social de anúncios e
campanhas publicitárias (convencer o leitor
mente. Um dos modos de agir na sociedade
a participar), explicitando a relação entre
em relação a esse tema é fazendo campa- o texto e o seu uso nas práticas cotidianas,
nhas publicitárias para estimular ações con- estabelecendo relações e fazendo inferên-
juntas e conscientizar sobre quem precisa de cias a partir da integração de texto verbal e
ajuda, quem pode ajudar e qual é o lugar não verbal (ilustrações, fotos, etc.);
que ocupa nesse processo. Para estimular • Localizar e compreender informações e
o trabalho coletivo, essa discussão é feita a palavras-chave em um texto;
partir de campanhas publicitárias, um gênero • Compreender e produzir efeitos de sentido
do discurso relevante para promover a leitura do uso de recursos verbais (seleção de pa-
crítica: reconhecer e posicionar-se em rela- lavras, pontuação, etc.) e não verbais (ilus-
ção à função persuasiva do anúncio e sua trações, fotos) em um texto;
credibilidade. Esse gênero também possibili- • Compreender e posicionar-se em relação
ta o trabalho com a língua adicional através aos temas abordados (liderança, campa-
de textos curtos e da análise de recursos lin- nhas, moradia);
• Identificar (na compreensão) e selecionar
guísticos de forma contextualizada. Espera-se
(na produção) os efeitos de persuasão e
que, ao final da unidade, o aluno tenha refle- de credibilidade nos textos e relacioná-los
tido sobre os problemas que a comunidade à seleção de vocabulário e de outros re-
enfrenta e sobre como pode se engajar em cursos linguísticos, explicitando a relação
diferentes causas na busca de soluções. dialógica do texto;
• Expor um problema e propor uma solução.
Habilidades
Conteúdos
• Ativar e usar conhecimentos prévios (co-
nhecimento de mundo, experiência ante- • Campanhas publicitárias para estimular o
Objetivos
Os alunos, ao final da unidade, deverão ser capazes de:
• Ler: Posicionar-se criticamente em relação a campanhas publicitárias, reconhecer a
função persuasiva e a credibilidade da campanha, reagindo e posicionando-se em re-
lação a ela.
• Escrever: Produzir uma campanha publicitária, adequando diferentes recursos de per-
suasão a públicos distintos.
• Resolver problemas: Refletir sobre problemas relevantes ao contexto e sobre formas
de solucioná-los, refletir sobre como convencer outras pessoas a se engajar em lutas
coletivas.
trabalho coletivo: circulação social e fun- Preparação para a leitura
ções, modos de organização, componen-
120
120 tes e natureza persuasiva do texto; Antes de ler o texto, é importante ativar os
• Efeitos de sentido de recursos visuais e sua conhecimentos prévios sobre o tema e o gêne-
relação com os recursos gráficos; ro do discurso que será trabalhado. Essas in-
• Uso de recursos linguísticos para expor um formações servirão para contextualizar o texto
problema e para estimular alguém a agir: a ser lido (a função social de textos publicitá-
perguntas, expressões de estímulo, impe- rios – convencer) e preparar o aluno para agir
rativo. como um analista do texto. Caso não tenham
esse conhecimento prévio, cabe a você que
tem essa experiência construir as pontes neces-
Duração prevista: 6 aulas
sárias para preparar a leitura, relacionando o
conhecimento já existente com o novo, redi-
Materiais necessários: mensionando ambos a novos contextos de uso
• Equipamento para reprodução de áudio e da língua.
vídeo. A tarefa 1 levanta a discussão sobre os te-
• Vídeos: mas: atitudes frente a problemas, liderança,
trabalho coletivo. Os quadros servem para in-
NGO “Lead India”, disponível no site http://
formar brevemente o que é uma ONG e qual é
ngopost.org/story.php?title=Lead_India_- a missão da ONG que promove a campanha
Times_of_Indias_search_for_Indias_next_ do vídeo. Discuta com os alunos sobre o que
great_political_leaders-1 fazem as ONGs e como o termo LEAD se rela-
Campanha publicitária: Spot Cambio Climá- ciona com esses objetivos (liderar movimentos
tico, Araceli Ganzalez, disponível em www. e campanhas em prol de causas humanitárias).
youtube.com/watch?v=JZ4zersE54U; A tarefa 2 focaliza a ativação do conheci-
Campanha publicitária: Revolución Ener- mento prévio sobre o gênero campanha publi-
gética, disponível em www.youtube.com/ citária, suas funções, características e eficácia.
watch?v=JGJmbPWjpKM;
• Para a aula 3, se for escolhida a alterna- Professor, promova o debate sobre lide-
tiva da brincadeira para a seção Uso da rança e sobre problemas que podem ser
língua (referente à Campanha Publicitária solucionados coletivamente. Esse debate
II), será necessário elaborar e organizar será útil mais adiante, na produção das
o material para a tarefa 2: sacos (A e B) campanhas. À medida que os alunos dão
contendo problemas e sugestões elabora- suas respostas, anote as contribuições no
das pelo professor (ver instruções da tare- quadro. Faça-os refletirem sobre a utilida-
fa). de e a eficácia de campanhas desse tipo,
trazendo outros exemplos (lixo, dengue,
Quem é responsável? aids, camisinha, câncer de mama) – você
(Aula 1) pode solicitar que os alunos tragam anún-
cios e panfletos para a próxima aula so-
bre campanhas que circulam na comu-
Esta aula tem por finalidade aproximar os nidade, para continuar a discussão. O
alunos do tema e do gênero do discurso: a conhecimento dos alunos sobre o tema
campanha de uma ONG que estimula novas e o gênero do discurso e as relações
lideranças para um mundo sustentável. O de sentido que constroem a partir do
anúncio em vídeo é tomado como provoca- termo “liderança” poderão ser con-
ção para debate sobre o tema e tem a função trastados mais adiante com os do tex-
de preparar o aluno para a leitura do texto to trabalhado.
em espanhol.
Participar é mudar Professor, é fundamental que não
(Aulas 2 e 3) 121
seja feita uma tradução de todo o tex- 121
to. Solicitar que o aluno traduza to-
Nestas aulas, o objetivo é ler um anúncio e das as palavras dará a ele uma noção
assistir a um spot publicitário do Greenpeace equivocada de que precisamos saber
Argentina e trabalhar os recursos linguísticos todas as palavras para poder intera-
para expor problemas e propor soluções, es- gir com um texto. Traduzir todo o tex-
timulando o outro a agir. As habilidades foca- to (oralmente ou por escrito) para os
lizadas são: fazer inferências a partir da rela-
alunos significa dizer a eles que nun-
ção do texto verbal e não verbal; reconhecer
ca poderão fazer a leitura sozinhos.
a função social de anúncios e campanhas pu-
Se você achar que a tradução pode
blicitárias, explicitando a relação entre o texto
auxiliá-los, focalize apenas palavras
e o seu uso nas práticas cotidianas; localizar e
compreender informações e palavras-chave, ou expressões chaves para a realiza-
efeitos de sentido do uso de recursos verbais ção da tarefa. Como professor, sua
e não verbais; identificar os efeitos de persu- função é de auxiliá-los, aos poucos,
asão e de credibilidade nos textos; expor um a se sentirem mais confortáveis em li-
problema e propor uma solução. dar com a LA, a fazer valer o que já
sabem sobre texto (em quaisquer lín-
guas) para poderem relacionar o que
Campanha publicitária I - conhecem com o novo contexto de
Preparação para uso, a se arriscarem mais, a se tor-
leitura e leitura narem mais autônomos na busca do
que é relevante para a resolução das
Após ter construído com os alunos as tarefas propostas.
condições para ler o texto na aula anterior,
Além disso, note que as tarefas
esta seção é dedicada à leitura propria-
propõem a leitura silenciosa, que é a
mente dita e à prática de recursos linguísti-
maneira como geralmente lemos em
cos que compõem um texto publicitário. As
nossa vida cotidiana. Se seus alunos
tarefas têm por objetivo dirigir a atenção do
aluno para a leitura que normalmente faze- vivem em contextos sociais em que se
mos desse gênero do discurso: as pergun- lê pouco, ter a possibilidade de ler
tas referentes à campanha visam a compre- silenciosamente torna-se ainda mais
ensão do objetivo da campanha, da inter- importante para que ele se torne um
locução no texto (quem escreve para quem) leitor autônomo. A leitura oral pode
e das representações dos participantes da ser focalizada em gêneros discursi-
situação de comunicação (o aluno está vos como poemas, peças teatrais,
incluído no público-alvo da campanha?). canções, orações, gêneros nos
Estimule a análise dos recursos verbais e quais isso é esperado. A qualida-
não verbais usados como elementos persu- de da leitura do aluno deve ser
asivos. A partir das palavras que eles já co- avaliada através do cumprimen-
nhecem ou inferem, e com base na busca to das tarefas propostas. Se ele
pelo significado de palavras novas, auxilie consegue cumprir a tarefa, de-
os alunos, através da leitura das imagens, monstra que soube ler o texto.
a compreenderem os argumentos usados
para persuadir o público dessa campanha.
A tarefa também cria a oportunidade para
o uso de dicionários bilíngues, o que pode ambientais (listados). Para completar a lacu-
ser feito em duplas, para que os alunos que na em branco, levante ideias com a turma.
122
122 já sabem usar os dicionários possam auxi- Você pode trabalhar com os alunos na cria-
liar os que não estão familiarizados com ção da primeira frase, escrevendo no quadro
essa prática. as ideias que eles trouxerem e acrescentando
outras. Dentre as construções possíveis está
Estudo do texto o uso do próprio substantivo oferecido pela
tarefa (¿Podés creer que el calentamiento glo-
A tarefa de leitura de campanhas publicitá- bal puede acabar con la vida humana en la
rias poderá ser aprofundada através da com- tierra?) ou de sua forma verbal (¿Podés creer
preensão dos argumentos usados para per- que el mundo está calentándose cada año?).
suadir o público-alvo e da avaliação de sua Esse recurso linguístico poderá ser utilizado
eficácia, considerando outros interlocutores e pelos alunos mais adiante, na produção da
suportes possíveis. Discuta com os alunos sobre sua campanha.
a importância de o autor da campanha pensar
em quem quer atingir para selecionar os recur- Campanha publicitária II –
sos mais adequados para sensibilizar o público Compreensão oral
para a causa. Enfatize o trabalho com recursos
visuais e linguísticos relevantes para a constru- As tarefas propostas nesta seção são de
ção da persuasão (itens a, b e c), estimulando compreensão e análise de um spot publici-
a avaliação do texto quanto ao cumprimento tário de Greenpeace Argentina. A tarefa 1
da sua função social (itens d, e e f). Observe propõe que o spot seja assistido inicialmente
que no Caderno do Aluno, as tarefas estão su- sem som para que, a partir das imagens e
geridas para serem realizadas em grupo! do texto escrito, sejam feitas inferências sobre
o problema ecológico abordado na campa-
Uso da língua nha e seu objetivo. Em seguida (tarefa 2),
apresente o vídeo com som e proponha que,
Nesta seção, os alunos poderão explorar em duplas, os alunos confiram as hipóteses
um aspecto linguístico presente na publicida- às perguntas anteriores com base na fala da
de e usado para atrair a atenção do públi- apresentadora. As perguntas que seguem
co leitor. A tarefa propõe que imaginem que buscam chamar a atenção para os recursos
a frase de impacto da publicidade lida seja visuais e linguísticos relevantes para a cons-
usada em campanhas sobre outros problemas trução da persuasão.
Nestas aulas, os alunos utilizam o que Professor, nesta seção, todas as etapas
aprenderam na produção de um texto em são de grande importância: a decisão
espanhol que represente a realidade que co- sobre o problema a ser resolvido e
nhecem, construindo uma campanha publi- sobre o público-alvo, o planejamen-
citária. As habilidades incluem: ativar e usar to do texto, a escrita, a revisão do
conhecimentos prévios para produzir um tex- texto e a socialização dos textos. É
to e criar uma proposta de uma campanha; tornando-se um melhor leitor que
produzir efeitos de sentido do uso de recur- os alunos poderão se tornar me-
sos verbais (seleção de palavras, pontuação, lhores escritores e vice-versa.
etc.) e não verbais (ilustrações, fotos) em um
anúncio publicitário, selecionar vocabulário
e outros recursos linguísticos para construir
efeitos de persuasão e de credibilidade em
um determinado público. Para além da sala de aula
Produção de texto Esta seção é uma oportunidade de usar
o conhecimento aprendido em uma nova
Considerando que o desenvolvimento situação de comunicação. Retome o tema
da leitura e da produção escrita está inter- tratado e amplie o uso das informações e
relacionado, a produção escrita pode sis- do que foi aprendido na língua adicional
tematizar o conhecimento sobre o gênero para além da sala de aula, fazendo novas
do discurso focalizado, contribuindo para relações com a vida do aluno.
aperfeiçoar a capacidade leitora crítica. A tarefa 1 propõe que os alunos rela-
Nesse sentido, a tarefa 1 solicita que os cionem as campanhas analisadas com a
alunos, em grupos, construam uma cam- realidade do Brasil e do Rio Grande do
panha com a imagem fornecida, pensando Sul.
no objetivo, no público que querem atingir A tarefa 2 sugere que levem adiante as
e como vão construir o texto. Refletir sobre campanhas propostas e que sensibilizem a
o público-alvo é fundamental, já que é ele comunidade escolar para engajar-se. In-
que vai determinar a seleção dos recursos centive-os a continuar, expondo seus carta-
linguísticos a serem utilizados. Os alunos zes na escola, organizando oportunidades
poderão retomar aqui os recursos linguísti- para a troca de ideias com outros alunos
cos previamente praticados e usá-los para e exercitando a capacidade de liderança,
a construção de sua campanha. Incentive- através da organização de comissões para
os a voltar para as seções Estudo do Texto colocar algumas das campanhas em práti-
e Uso da língua e pensar em frases para a ca na comunidade. Esse trabalho pode ser
campanha. feito em parceria com outras disciplinas.
Após a conclusão da primeira versão A tarefa 3 propõe a busca por mais infor-
do texto, os alunos tomarão a posição de mações sobre a atuação do Greenpeace.
leitores e poderão avaliar o texto do outro Leve os alunos para o laboratório de infor-
grupo a partir dos critérios discutidos e es- mática e solicite que, em duplas, visitem os
tabelecidos pela tarefa no Caderno do Alu- sites indicados em busca das informações
no. Estimule-os a revisar seus textos após listadas. Após, eles podem compartilhar as
receberem as sugestões dos colegas. Para informações com os colegas.
base nos resultados, construirem uma
Professor, lembre-se que, antes de campanha (em espanhol) para aumentar
os alunos fazerem tarefas usando a ou qualificar a participação da comuni- 127
127
internet, é importante revisar o con- dade escolar;
teúdo geral da página. Os sites ele- d) listem problemas que existem na escola
trônicos são dinâmicos e mudam e construam um painel com instruções
constantemente, podendo apre- (em espanhol) sobre formas de partici-
sentar conteúdos inadequados à pação para solucionar esses problemas.
faixa etária de seus alunos. Lembre-se que todos esses projetos podem
ser desenvolvidos com outros professores,
caracterizando um trabalho interdisciplinar.
Este caderno teve a colaboração de Fábio de Oliveira Vasques e Michele Saraiva Carilo nas
tarefas de preparação para a leitura.
Anotações
128
128
Ensino Médio
2o e 3o anos
Margarete Schlatter
Letícia Soares Bortolini
Graziela Hoerbe Andrighetti
O Brasil no cinema: imagens que viajam
Professor, 131
131
Habilidades Conteúdos
• Ativar e usar conhecimentos prévios (co- • Trailer: circulação social e funções, modos
nhecimento de mundo, experiência ante- de organização, componentes e natureza
rior com trailers e cartazes de filmes, co- narrativa do texto;
Objetivos
Os alunos, ao final desta unidade, deverão ser capazes de:
• Ler: Posicionar-se criticamente em relação a trailers e cartazes de filmes, refletindo so-
bre o papel que desempenham e sobre os recursos utilizados (visuais e linguísticos) para
representar valores, costumes e comportamentos da sociedade brasileira.
• Escrever: Produzir um cartaz para divulgar um filme sobre uma história que querem
contar. Selecionar imagens e texto, adequando os efeitos visuais e linguísticos para um
público específico.
• Resolver problemas: Refletir sobre as representações do Brasil em filmes brasileiros,
sobre formas de construir e interpretar a realidade, sobre conflitos e possíveis soluções.
• Cartaz de filme: circulação social e fun- tos que compõem um trailer, suas funções
ções, modos de organização e natureza (apresentar o filme e atrair o público para as-
132
132 informativa do texto; sistir a ele) e as estratégias usadas para atin-
• Efeitos de sentido de recursos gráficos: aspas, gir esses propósitos.
ordem de apresentação de informações;
• Efeitos de sentido de recursos visuais: sua Professor, lembre-se que este momen-
relação com os recursos gráficos; to é fundamental para a compreensão.
• Recursos linguísticos para opinar sobre um A ideia aqui é fazer o aluno se sentir
filme e narrar o seu enredo: adjetivos posi- confiante quanto ao que ele já sabe
tivos e negativos; verbos no passado, arti- (sobre trailers) e fazer com que ele se
gos definidos e indefinidos; preposição en; dê conta de que pode e deve usar esse
• Recursos linguísticos para caracterizar lu- conhecimento para construir sentido em
gares (adjetivos e superlativo), para narrar novos textos. Caso você veja que eles
(verbos no passado simples) e para falar não têm esse conhecimento prévio, você
sobre ações futuras. e os colegas que têm essa experiência
podem construir as pontes necessárias
Tempo previsto: 6 aulas para a preparação de todos. Por exem-
plo, se alguns não se lembram de ter as-
Material necessário: sistido a trailers, você pode comentar
• Vídeo: sobre filmes que estão sendo anun-
Equipamento para exibição de vídeo. ciados em canais de televisão aberta
• Vídeos: para a próxima semana, pedir que
Trailer do filme Cidade de Deus, reparem em como são esses anún-
disponível em www.br.youtube.com/ cios, perguntar para a turma se al-
watch?v=NmkwG7ux3l0 guém lembra do que foi anuncia-
Trailer do filme Tropa de elite, disponível em do, nome do filme, história, o que
www.youtube.com/watch?v=xDe7hhMMltQ foi mostrado, atores, horário, etc.
Retratos do Brasil
(Aula 1) Compreensão e estudo do
texto
As tarefas desta aula têm o objetivo de
ativar o conhecimento prévio para contextu- As primeiras três tarefas estimulam a aná-
alizar o tema e o gênero do discurso trailers, lise das imagens, efeitos sonoros e texto es-
reconhecer a função social, a organização crito que compõem o trailer. Como nele não
textual e componentes desse gênero, estabe- há narração, a análise desses elementos é
central para a discussão sobre as funções do
lecer relações e fazer inferências a partir da
trailer (divulgar o filme e motivar os especta-
relação do texto verbal e não verbal, compre- dores). Estimule os alunos a compreenderem
ender seus efeitos de sentido e relacionar o a relevância das informações escritas e a dis-
tema com suas vidas. tinguirem fatos de opiniões.
Na tarefa 4, os alunos poderão avaliar se
Trailer I – Preparação para o trailer cumpre sua função e atribuir sentidos
às imagens apresentadas sobre o Brasil, po-
a compreensão de texto sicionando-se. Saliente o papel dos recursos
visuais (gestos, expressões corporais) e o que
As perguntas no Caderno do Aluno são os personagens estão fazendo para a compre-
um convite para conversar sobre os elemen- ensão das informações trazidas pelo trailer.
linguísticos para expressar juízos de valor.
Professor, é fundamental que não seja A tarefa 3 também enfoca o uso dos arti-
feita uma tradução do texto. Solicitar gos definidos e indefinidos. Leia as frases do 133
133
que os alunos traduzam todas as pala- Caderno do Aluno com os alunos e chame a
vras dará a eles uma noção equivocada atenção para a diferença entre as frases em
de que precisam saber todas as palavras que o artigo definido é usado e as que co-
para poder interagir com um texto. Tradu- meçam com um artigo indefinido. Sugira que
zir todo o texto (oralmente ou por escrito) eles produzam em suas frases os dois tipos
significa dizer as eles que nunca poderão de comentários. Essa tarefa visa a ajudá-los
fazer a leitura sozinhos. Se você achar na realização da produção de texto proposta
que a tradução pode auxiliá-los, focali- ao final desta unidade.
ze apenas palavras ou expressões chave
para a realização da tarefa. Oriente-os e
auxilie sempre que necessário para que, Professor, o trabalho com os aspectos
aos poucos, eles possam se sentir mais linguísticos tem como objetivo fornecer ao
confortáveis em lidar com a LA, fazen- aluno os instrumentos necessários para
do valer o que já sabem sobre texto (em realizarem as tarefas propostas, sempre
quaisquer línguas) e relacionando o que de forma contextualizada e priorizando o
já conhecem com o novo contexto de sentido ao invés de exercícios de substitui-
uso. Estimule, dessa forma, que eles se ção ou de completar lacunas de forma
arrisquem mais e se tornem mais autôno- mecânica. Explique o uso dos artigos
mos na busca do que é relevante para a singular masculino e feminino em es-
resolução das tarefas propostas. panhol a partir das frases do trailer.
Além disso, note que as tarefas pro- O artigo neutro lo também pode ser
põem a leitura silenciosa, que é a ma- explorado. Você também pode dis-
neira como geralmente lemos em nossa cutir as diferenças de intensidade
vida cotidiana. Se seus alunos vivem em dos adjetivos.
contextos sociais em que se lê pouco, ter
a possibilidade de ler silenciosamente
torna-se ainda mais importante para que
ele se torne um leitor autônomo. A leitura
oral pode ser focalizada em gêneros do Mais retratos do Brasil
discurso como poemas, peças tea- (Aulas 2 e 3)
trais, canções, orações, gêneros nos
quais isso é esperado. A qualidade
da leitura do aluno deve ser ava- As tarefas destas aulas proporcionam uma
liada através do cumprimento das nova oportunidade de compreensão. As habi-
tarefas propostas. Se ele consegue lidades focalizadas são: ativar o conhecimen-
cumprir as tarefas, demonstra que to prévio para ler e ouvir, localizar e compre-
soube ler o texto. ender informações e palavras-chave em um
texto, estabelecer relações e fazer inferências
a partir do texto verbal e não verbal, compre-
ender os efeitos de sentido do texto e posi-
Uso da língua cionar-se em relação aos temas abordados
(valores, costumes e comportamentos da so-
Nesta seção, os alunos poderão concentrar- ciedade brasileira). Além disso, o aluno terá
se em alguns aspectos linguísticos que dão sen- oportunidade de refletir sobre as informações
tido às frases analisadas, praticando recursos que constroem uma história (filme e trailer).
Trailer II – Preparação As imagens e as palavras que os alunos re-
conhecem pela semelhança com o português
134
para a compreensão são suficientes para permitir a compreensão.
134
As primeiras três tarefas buscam antever as A tarefa 4 solicita ao aluno que compare
informações narradas e o sentido atribuído à os trailers e avalie se eles cumprem sua fun-
narração (por exemplo: o que se pode esperar ção (divulgar o filme).
de um trailer a partir da frase “Crecieron jun- Na tarefa 5, o aluno terá oportunidade de
tos en la ciudad más peligrosa del mundo”) e refletir sobre as informações que constroem
como texto e imagens se conjugam para trazer o enredo do filme. O aluno deve selecionar,
informações sobre o filme. Lembre-se também das informações do quadro (sobre o enredo
que a leitura deve ser feita silenciosamente e dos filmes Cidade de Deus e Tropa de elite),
que não se espera a tradução dos textos para quais são referentes a cada filme e organizar
o português. Ajude sempre que necessário, essas informações. Em seguida, solicite que,
para que os alunos possam responder o que é em duplas, os alunos completem o quadro
solicitado, mas insista que eles não precisam com informações de um filme que conhe-
entender todas as palavras em espanhol para cem, e que participem da brincadeira, ten-
cumprir as tarefas. tando descobrir o filme de outra dupla. O
Na tarefa 4, os alunos são convidados quadro deve ser feito em espanhol: estimule-
a inferirem, com base na análise do trailer os a usarem o dicionário para a busca de
anterior, que tipo de informação as frases es- vocabulário. Essas tarefas podem ajudar os
critas desse trailer veiculam. Confirme com alunos na realização da produção de texto
eles que, em ambos, o texto escrito é muito ao final desta unidade.
semelhante em seu conteúdo. Aproveite para
conversar com a turma sobre as possíveis ra-
zões para que o texto do trailer esteja em es-
Minha vida
panhol e o que isso pode representar para a dá um filme!
divulgação do filme. (Aula 4)
Compreensão e
Nesta aula, os alunos constroem uma si-
estudo do texto nopse de um filme sobre a sua vida (seguindo
Na primeira tarefa, os alunos vão assistir o exemplo do trailer trabalhado) e praticam
ao trailer para conferir a ordem das frases do recursos linguísticos para caracterizar lugares
texto. Em seguida (tarefa 2), podem discutir (adjetivos e superlativo), para narrar (verbos
como texto e imagens se conjugam para trazer no pretérito) e para falar sobre ações futuras.
informações sobre o filme.
Na tarefa 3, os alunos poderão confirmar Uso da língua
suas expectativas e respostas, retomar a fun-
ção de determinados aspectos no trailer (uso O objetivo desta seção é analisar como
de imagens, texto narrado, texto escrito, etc.), é construída a sinopse: as informações que
refletir sobre os elementos que compõem a apresenta e de que forma. Além disso, os
narração de uma história e atribuir sentidos às alunos poderão concentrar-se em aspectos
imagens apresentadas sobre o Brasil, posicio- linguísticos que dão sentido ao texto e na
nando-se. Saliente o papel dos recursos visu- prática desses recursos para formar frases
ais (gestos, expressões corporais) e o que os que podem usar para produzir uma sinopse
personagens estão fazendo para a compreen- de um filme: apresentação dos personagens
são das informações trazidas pelo trailer. Lem- e do conflito e ações principais do filme. Para
bre que não se espera uma tradução do texto. isso, os alunos são convidados a pensar em
suas próprias experiências, construindo frases a organização textual e os componentes desse
que os ajudarão na elaboração da produção gênero, estabelecer relações e fazer inferên-
de texto da unidade (um cartaz). cias a partir da relação do texto verbal e não 135
135
O trabalho com os aspectos linguísticos verbal, compreender seus efeitos de sentido e,
tem como objetivo fornecer ao aluno os ins- desta forma, preparar a produção de texto.
trumentos necessários para realizar as tarefas
propostas, sempre de forma contextualizada Preparação para a leitura
e priorizando o sentido, ao invés de exercí-
cios de substituição ou de completar lacunas As tarefas desta seção proporcionam uma
de forma mecânica. Explique os verbos no nova oportunidade para discussão do tema
passado. Confira se eles conhecem os adje- dessa unidade (representações do Brasil atra-
tivos listados. Se for o caso, sugira o uso do vés de filmes brasileiros) com três cartazes (um
dicionário bilíngue para que busquem o sig- do filme Tropa de elite e dois do filme Cidade
nificado das palavras. Discuta os exemplos de Deus). As habilidades focalizadas são: ati-
do uso do superlativo, dando as explicações var o conhecimento prévio para ler cartazes
necessárias e ilustrando a regra com os adje- de filmes, estabelecer relações e fazer infe-
tivos do quadro. rências a partir do texto verbal e não verbal,
A tarefa final desta seção também faz um compreender os efeitos de sentido do texto
contraponto entre passado e futuro, criando e posicionar-se em relação aos temas abor-
oportunidades para explicitar o uso de voy a. dados (valores, costumes e comportamentos
da sociedade brasileira). As perguntas iniciais
Professor, você pode construir alguns propõem uma conversa em grupos sobre a ex-
quadros com os alunos, para explicar periência que os alunos já tiveram com leitura
ou retomar a conjugação dos verbos e de cartazes de filmes. Essa conversa tem como
realizar conjuntamente algumas frases objetivo ativar o conhecimento prévio dos alu-
propostas nas tarefas. Lembre-se que o nos sobre esse gênero para as próximas tare-
mais importante na tarefa proposta é a fas. Em seguida, os alunos são convidados a
construção do texto (sinopse) para que comparar os gêneros trailer e cartaz de filme
eles apresentem suas tarefas. De nada quanto às diferentes formas de cumprir o pro-
adiantam longas explicações se o alu- pósito de divulgação.
no não tiver a oportunidade de en-
tender o que pode dizer e as funções Leitura
que pode desempenhar ao usar o
vocabulário e as estruturas focali-
Nesta seção, os alunos são convidados a,
zadas. Os aspectos praticados aqui
através da análise de um cartaz e da leitura de
podem ser usados na tarefa de
partes de cartazes, refletir sobre os elementos
produção de texto, mais adiante.
necessários para a construção desse gênero
do discurso para, depois, conferir suas hipó-
teses na leitura do texto completo. A primeira
tarefa trabalha com o cartaz do filme Tropa de
elite , estimulando a comparação dos elemen-
O papel também viaja! tos que constituem trailers e cartazes como
(Aula 5)
textos diferentes para cumprir o mesmo pro-
pósito (divulgação) e a análise do que pode
As tarefas desta aula têm o objetivo de ati- tornar um cartaz eficiente. A segunda tarefa
var o conhecimento prévio sobre o gênero do propõe a complementação das informações
discurso cartazes, reconhecer a função social, de dois cartazes do filme Cidade de Deus,
apresentados de forma incompleta. Com gar onde vivem. As habilidades focalizadas
base na análise dos elementos presentes, os incluem: ativar e usar conhecimentos prévios
136
136 alunos (em grupos) devem escolher um deles para produzir um texto.
para complementá-lo com vistas a cumprir o
propósito de divulgação do filme. Para isso, Produção de texto
devem levar em conta as discussões anteriores
sobre quem são os possíveis espectadores do Esta seção busca retomar as discussões fei-
filme, que cenas devem estar no cartaz, quais tas ao longo da unidade a partir da compre-
informações escritas poderiam ser mostradas ensão dos trailers e cartazes, sua relação com
e em que ordem, etc. Esta tarefa serve como imagens e a reflexão sobre as representações
preparação para a tarefa final de produção que expressam.
de texto. Proponha uma retomada dos aspec- A primeira tarefa retoma a discussão da uni-
tos linguísticos trabalhados anteriormente na dade (representações do Brasil através de fil-
seção Uso da língua, incentivando-os a utili- mes brasileiros) e busca relacionar essas repre-
zarem o que aprenderam na criação dos car- sentações com as realidades dos alunos e com
tazes. as histórias que eles querem contar. Em segui-
Na tarefa 3, os alunos podem comparar da, são discutidos os passos necessários para
suas produções com as versões originais dos a construção do cartaz final em que os alunos
cartazes, avaliando se ambos cumprem a fun- divulgarão um filme que conta uma história
ção de motivar os leitores a assistir ao filme que se passa na cidade onde vivem, definindo
divulgado e que modificações poderiam ser quem serão os possíveis espectadores desse fil-
feitas para torná-los mais eficientes. me, que história será contada, que imagens fa-
rão parte do cartaz, quais informações escritas
serão incluídas e em que ordem. A partir dessa
Nossa história discussão, os grupos podem construir uma pri-
dá um filme! meira versão do cartaz, que será analisada por
(Aulas 6) outro grupo, na tarefa 3. Na posição de prová-
veis espectadores, os colegas poderão opinar e
discutir melhores soluções para as propostas e,
Nesta aula, os alunos utilizam o que apren-
deram e praticaram na aula anterior de forma
mais dirigida para produzir um cartaz em es- Proponha uma retomada dos elementos
panhol para um filme sobre a realidade que constitutivos de um trailer e de um cartaz,
conhecem: pensam em uma história que gos- as informações que eles trouxeram no iní-
tariam de contar, nas imagens que os repre- cio da unidade. Essa discussão os ajudará
sentam, em um conflito gerador de enredo, e a pensar sobre como será o cartaz que vão
expressam através de seu cartaz as discussões produzir. Após a apresentação das propos-
propostas acerca do tema estudado (a re- tas aos colegas, incentive-os a apresentar
presentação da nossa sociedade através dos também para o grande grupo, expondo os
filmes). O objetivo é organizarem um mural comentários que receberam de seus leito-
“Nossas histórias no cinema: imagens que via- res e se mudariam ou não alguns as-
jam” e, dessa forma, colocarem em prática o pectos apontados. Você também
gênero do discurso estudado, sistematizando pode retomar a discussão sobre
sua circulação social e suas funções; os mo- os aspectos linguísticos da unida-
dos de organização, componentes e natureza de através das frases usadas, dis-
informativa. Também podem refletir sobre as cutindo a função delas para a di-
representações que gostariam de apresentar vulgação do filme, por exemplo.
sobre si próprios, suas experiências e o lu-
e sobre pirataria. Retoma-se o conhecimento
Professor, a organização do mural é construído na unidade e amplia-se o uso das
fundamental para a conclusão da uni- informações e do que foi aprendido em LA para 137 137
dade. Dessa forma os alunos poderão além da sala de aula, estimulando os alunos a
exercer a sua criatividade para falar de lerem mais, a produzirem mais textos, a se di-
experiências próprias e do lugar onde vertirem produzindo seus trailers e assistindo aos
vivem para um público específico – a trailers dos colegas, a se conhecerem e se des-
comunidade escolar, incluindo colegas, cobrirem como autores e produtores e críticos
professores, funcionários e pais. Através quanto às representações de valores, ideias e
desse mural, eles podem depois refletir costumes apresentados.
mais uma vez sobre as representações de Para desenvolver as tarefas que propõem
buscas na internet, leve os alunos para o la-
si próprios e do lugar onde vivem e como
boratório de informática e solicite que, em
essas imagens podem alcançar outras
duplas, visitem os sites indicados. Eles podem
pessoas. Se for possível, dê continuação
anotar novas informações sobre os filmes e
a esse trabalho realizando a tarefa de selecionar comentários que achem relevan-
criação dos trailers proposta na seção tes ou que tenham gostado para compartilhar
Para além da sala de aula! É impor- com os colegas.
tante que, ao final da unidade, o alu-
no tenha oportunidade de produzir
textos em espanhol, com vistas a au-
mentar sua confiança e autonomia Professor, lembre-se que, antes de
em usar a LA para expressar suas os alunos fazerem tarefas usando a
ideias, valores e sentimentos. internet, é importante revisar o con-
teúdo geral da página. Os sites ele-
trônicos são dinâmicos e mudam
constantemente, podendo apresen-
tar conteúdos inadequados à faixa
com todo o grupo, retomar características dos etária de seus alunos.
trailers e cartazes estudados. Depois, com base
nas observações e sugestões dos colegas, au-
xilie os grupos na reescrita e nas reformulações
que julgarem importantes para a produção do
cartaz para o mural (Nossas Histórias no Ci-
nema: Imagens que Viajam), que poderá ser Autoavaliação
exposto na escola.
Para concluir a unidade, a autoavaliação
Para além da sala de aula cria uma oportunidade de reflexão sobre o
que foi aprendido. Dessa forma, o aluno po-
Esta seção é uma oportunidade de usar o derá dar-se conta dos objetivos da unidade, do
conhecimento aprendido para novos propósi- que aprendeu, do processo de aprendizagem
tos: produzir um trailer da história que os alunos (em grupo, sozinho, fazendo exercícios escri-
querem contar, ler e escrever comentários sobre tos ou orais, etc.), do que precisaria reforçar e
os filmes discutidos na unidade, obter mais in- do que ainda gostaria de aprender. Espera-se
formações sobre filmes brasileiros no exterior ou também criar uma oportunidade para a refle-
dar sua opinião sobre a forma como o públi- xão crítica sobre as práticas de participação e
co vê os filmes Tropa de elite e Cidade de Deus aprendizagem em sala de aula.
Gêneros do discurso: Tipos relativamente estáveis de textos (orais e escritos), que
reconhecemos com base na nossa experiência com diferentes textos em determinadas
138
138 áreas. Cada contexto de uso da linguagem (quem fala, com quem, com que objetivo, em
que situação, em que lugar, através de qual suporte, etc.) determina as características do
que é dito e de que forma é dito. Entretanto, há algumas características textuais
que podemos dizer que se repetem em condições semelhantes de produção. Por
exemplo, em um contexto familiar, um texto escrito pela mãe ou pai para os fi-
lhos, solicitando que comprem algo no supermercado, em geral, será escrito em
um bilhete com uma linguagem informal; um texto escrito por uma empresa de pu-
blicidade para promover um novo produto para a população pode ter o formato de
um panfleto com recursos visuais e linguísticos para chamar a atenção e persuadir
o leitor a comprar.
Ensino Fundamental
5a e 6a séries
Margarete Schlatter
Graziela Hoerbe Andrighetti
Letícia Soares Bortolini
Eu e os outros
141
141
Professor,
Partindo do tema “Eu e os outros”, esta Habilidades
unidade tem como objetivo criar oportuni-
dades para discutir e refletir sobre relações • Ativar e usar conhecimentos prévios (co-
interpessoais: como expressamos o que senti- nhecimento de mundo, experiência ante-
mos, como interpretamos os sentimentos dos rior com a leitura de gibis, conhecimen-
outros e como lidamos com as diferentes for- tos da língua portuguesa (LP) e da língua
mas de agir e de expressar o que sentimos, adicional (LA) para ler e para produzir um
com conflitos e com a busca por soluções. texto;
Essas questões são complexas e podem • Reconhecer a função social de histórias
ser delicadas. Para tornar a discussão mais em quadrinhos, explicitando a relação en-
leve e divertida, nossa sugestão é abordar tre o texto e o seu uso nas práticas cotidia-
o tema através das histórias em quadrinhos nas;
de Calvin e Hobbes, personagens do norte- • Estabelecer relações e fazer inferências a par-
americano Bill Waterson. tir da relação do texto verbal e não verbal;
Histórias em quadrinhos pertencem ao • Identificar o conflito gerador do enredo e
universo da faixa etária dos alunos e são os elementos que constituem a narrativa
apreciadas por crianças e adultos; por isso em histórias em quadrinhos;
a escolha. Além disso, são relevantes para • Identificar efeitos de ironia e humor em
trabalhar elementos fundamentais da nar- histórias em quadrinhos;
rativa de ficção, como a caracterização dos • Compreender e expressar efeitos de senti-
personagens e o conflito central da história, do do uso de recursos gráficos e linguís-
além de elementos do humor e da ironia, tão ticos (pontuação, letras maiúsculas e mi-
frequentes na maioria das tirinhas. Esse gê- núsculas, seleção de palavras, etc.);
nero do discurso também possibilita o traba- • Compreender e posicionar-se em relação
lho com a língua adicional através de textos ao tema abordado (relações interpessoais);
curtos e da análise de recursos linguísticos de • Reconhecer e expressar características
forma contextualizada. pessoais;
Objetivos
Os alunos, ao final desta unidade, deverão ser capazes de:
• Ler: Posicionar-se criticamente em relação às tirinhas, refletindo sobre o papel dos
recursos utilizados (visuais e linguísticos) para a caracterização dos personagens e dos
sentimentos que expressam em relação ao outro e para estabelecer os conflitos aborda-
dos.
• Escrever: Produzir uma história em quadrinhos em que é preciso colocar-se no papel
de um personagem da história, adequando os efeitos visuais e linguísticos para expres-
sar sentimentos e possíveis conflitos com o outro.
• Resolver problemas: Refletir sobre relacionamentos interpessoais (especialmente
com pais e amigos), sobre diferentes formas de expressar e interpretar sentimentos,
sobre conflitos e possíveis soluções.
• Construir um conflito gerador de enredo e de ativar e usar o conhecimento de mundo, a
expressar sentimentos em relação a outros experiência anterior com a leitura de gibis, o
142
142 através de uma história em quadrinhos. conhecimento da LP e da LA para ler o texto.
Gêneros do discurso: Tipos relativamente estáveis de textos (orais e escritos), que re-
conhecemos com base na nossa experiência com diferentes textos em determinadas áreas.
Cada contexto de uso da linguagem (quem fala, com quem, com que objetivo, em que situa-
ção, em que lugar, através de qual suporte, etc.) determina as características do que
é dito e de que forma é dito. Entretanto, há algumas características textuais que po-
demos dizer que se repetem em condições semelhantes de produção. Por exemplo,
em um contexto familiar, um texto escrito pela mãe ou pai para os filhos, solicitando
que comprem algo no supermercado, em geral, será escrito em um bilhete com uma
linguagem informal; um texto escrito por uma empresa de publicidade para promover
um novo produto para a população pode ter o formato de um panfleto com recur-
sos visuais e linguísticos para chamar a atenção e persuadir o leitor a comprar.
Ensino Fundamental
7a e 8a séries
Margarete Schlatter
Graziela Hoerbe Andrighetti
Letícia Soares Bortolini
Os outros e eu
Professor, 151
151
Partindo do tema “Os outros e eu”, esta portuguesa (LP) e da língua adicional (LA))
unidade oportuniza a discussão sobre a im- para ouvir, ler e produzir um texto;
portância do outro para a construção da • Estabelecer relação e fazer inferências a
nossa própria identidade, sobre como as es- partir da integração de texto verbal e não
colhas, preferências e formas de agir podem verbal (imagens em clipe, fotos e capa de
revelar nossas origens e porque é importante CD);
manter a identificação com diferentes gru- • Localizar informações e palavras-chave
pos. A proposta dessa reflexão é feita através em um texto;
da música de Jennifer Lopez Jenny from the • Compreender efeitos de sentido do uso
block, que propicia, além da contextualiza- de recursos verbais (seleção de palavras)
ção necessária para o tema e para o estudo e não verbais (imagens do clipe) em um
de recursos linguísticos, uma forma familiar texto;
e lúdica de trabalhar a língua adicional com • Compreender figuras de linguagem pre-
os alunos. sentes em textos poéticos (canção);
Os gêneros do discurso “canção”, “clipe” • Reconhecer as funções sociais de notas
e “nota biográfica” são parte do cotidiano da biográficas e canções, explicitando a rela-
maioria dos jovens e, através da exploração ção entre o texto e o seu uso nas práticas
do ritmo, das imagens associadas à canção, cotidianas;
da letra e das informações sobre os músi- • Identificar os efeitos referencial (biografia)
cos, propomos tarefas para que os alunos e estético (canção) nos textos e relacioná-
se posicionem em relação ao tema. A partir los à seleção de vocabulário e de outros
de canções que tratam de pertencimento, es- recursos linguísticos;
peramos que, ao final da unidade, o aluno • Compreender e posicionar-se em relação
tenha refletido sobre o lugar de onde vem e ao tema abordado (pertencimento a dife-
como seu comportamento revela (ou não) o rentes grupos sociais);
pertencimento a diferentes grupos. • Compreender e expressar dados pessoais
e preferências.
Habilidades
Conteúdos
• Ativar e usar conhecimentos prévios (co-
nhecimento de mundo, experiência ante- • Notas biográficas sobre um cantor: circu-
rior com canções, conhecimento da língua lação social e funções, modos de organi-
Objetivos
Os alunos, ao final da unidade, deverão ser capazes de:
• Ler: Posicionar-se criticamente em relação a letras de músicas e a imagens a elas
associadas, reconhecer o tema da canção e o ponto de vista de quem está falando.
• Escrever: Produzir um cartaz sobre si próprio, descrevendo suas origens e influências,
para compor um painel da turma.
• Resolver problemas: Refletir sobre suas origens e analisar como diferentes esco-
lhas e comportamentos revelam seu pertencimento a determinados grupos; refletir
sobre a influência do outro na construção da própria identidade.
zação, componentes e natureza informati- lação desses com suas vidas. As perguntas
va do texto; podem ser discutidas em grande grupo ou
152
152 • Canção: circulação social e funções, mo- em pequenos grupos: o importante é que os
dos de organização, componentes e natu- alunos possam se manifestar quanto aos seus
reza estética do texto; hábitos ligados à música (cantores, bandas e
• Perguntas sobre dados pessoais: nome, tipos de música preferidos, temas abordados
data e local de nascimento, origem, prefe- nas letras) e ativar conhecimentos prévios so-
rências, pronomes pessoais e possessivos, bre Jennifer Lopez. Converse com eles sobre
pronomes interrogativos, forma interroga- o que já sabem e encaminhe para a próxima
tiva com verbo to be e com auxiliar do, tarefa, na qual eles poderão conhecer mais
presente simples; sobre os intérpretes da música.
• Recursos linguísticos para falar sobre si:
dados pessoais e preferências. Leitura: J.Lo e D-Block
Tempo previsto: 6 aulas São apresentados, no Caderno do Aluno,
quatro breves textos com informações bio-
Materiais necessários: gráficas sobre J.Lo e a banda D-Block, que
• Equipamento para a reprodução de áudio contextualizam os músicos e suas carreiras.
e vídeo. Peça aos alunos que façam uma leitura si-
• Áudio (música): Jenny from the block – CD lenciosa e individual dos textos, procurando
Jennifer Lopez, This Is Me... Then, Sony- as informações solicitadas para completa-
BMG: 2002. rem os quadros. As respostas podem ser
• Vídeo (clipe): Jenny from the block, dis- depois confirmadas no grande grupo. Você
ponível no site: www.youtube.com/ pode provocar aqui uma breve discussão
watch?v=HRFmAYh3aRc. sobre a função social desses textos (publica-
dos no site wikipedia e no site dos músicos):
Quem são esses caras? onde foram publicados, para quem foram
(Aula 1)
Professor, o objetivo desta tarefa de lei-
Esta aula prepara o aluno para trabalhar tura é selecionar as informações relevan-
com a música Jenny from the block (ouvir e tes para completar o quadro, para que os
entender o tema da canção). As tarefas foca- alunos se familiarizem com as origens e
lizam as habilidades de ativar o conhecimen- os estilos dos cantores. Não é necessá-
to de mundo e a experiência anterior com rio que eles entendam todas as palavras
canções, a leitura de breves biografias para e todas as informações. Orientar o aluno
conhecer quem canta e por que esse conheci- para uma leitura rápida, centrada princi-
mento é relevante para a compreensão. palmente na busca de informações, é pro-
porcionar a prática de uma forma de
Preparação para leitura muito usada no cotidiano, por
exemplo, quando passamos os olhos
a compreensão
em manchetes de jornal para sele-
oral e a leitura cionar o que queremos ler, ou ao
procurar um número de telefone
As tarefas desta seção contextualizam a em um guia ou alguma informa-
música que será trabalhada para que, nas
ção específica em um texto.
aulas seguintes, os alunos possam dedicar-se
à compreensão dos temas tratados e à re-
escritos, com que propósitos, que infor- as imagens e cenas associadas ao ritmo da
mações devem constar nesses textos. Você música serão confirmadas através da visua-
pode discutir também a forma como lemos lização do seu clipe (tarefa a). As hipóteses 153
153
esses textos cotidianamente: buscando as sobre o tema da letra da música agora po-
informações que nos interessam. dem ser embasadas nas imagens que a re-
presentam (tarefa b). Chame a atenção dos
alunos para o papel das imagens e diferentes
O que dizem contextos mostrados no clipe e, a partir daí,
peça para que eles imaginem do que se trata
esses caras? a letra da música (temas, mensagens). Essas
(Aulas 2 e 3)
tarefas podem ser realizadas com todo o gru-
po ou em pequenos grupos.
As aulas 2 e 3 têm como objetivo compre- A tarefa 3 tem como objetivo compreen-
ender a canção Jenny from the block e dis- der o refrão da música Jenny from the block
cutir o tema com os colegas. As habilidades através da identificação de palavras-chave a
focalizadas são: estabelecer relações e fazer partir de uma tradução livre dos versos. Espe-
inferências a partir da relação do texto verbal ra-se que o aluno pratique aqui a habilidade
(letra da música) e não verbal (ritmo da mú- de, a partir de algumas pistas no texto, infe-
sica, imagens do clipe); localizar informações
e palavras-chave em um texto; compreender
efeitos de sentido do uso de recursos verbais Professor, note que as tarefas pro-
e não verbais; reconhecer as funções sociais põem a leitura silenciosa, que é a ma-
de canções, explicitando a relação entre neira como geralmente lemos em nossa
o texto e o seu uso nas práticas cotidianas; vida cotidiana. Se seus alunos vivem em
compreender e posicionar-se em relação ao contextos sociais em que se lê pouco,
tema abordado (pertencimento a diferentes ter a possibilidade de ler silenciosamen-
grupos sociais). te torna-se ainda mais importante para
que seja um leitor autônomo. A qualida-
Compreensão oral e leitura de da leitura deve ser avaliada através
do cumprimento das tarefas propostas.
A tarefa 1 tem como objetivo provocar a dis- Se ele consegue cumpri-las, demonstra
cussão sobre o significado do título da canção que soube ler o texto. A leitura oral (pro-
Jenny from the block, através da sua contextua- núncia e entonação) poderá ser focali-
lização com o título do CD, This Is Me... Then. zada nesta unidade quando os alunos
Converse com os alunos sobre o papel do tí- cantarem a música.
tulo e das imagens escolhidas para a capa de Além disso é fundamental que não
um CD e o que isso pode dizer sobre os temas seja feita uma tradução literal do
tratados nas suas faixas. Pergunte quais temas refrão. A tradução livre proposta aqui
eles acham que serão abordados na música, tem o objetivo de orientar os alunos a
considerando o título do CD e da música. perceberem que, com base no que
Ainda na tarefa1, toque o CD, para que já sabem, através das discussões
os alunos tenham um primeiro contato com a anteriores sobre as expectativas
música. Essa tarefa explora a primeira impres- baseadas no título da música e nas
são da turma em relação ao que acabaram imagens do clipe, e nas palavras
de ouvir: ritmo, imagens associadas a esse que conseguem relacionar com as
ritmo, possíveis temas abordados. Você pode ideias propostas na legenda, eles
tocar apenas um trecho da música para a re- podem compreender o refrão.
alização dessa tarefa.
Na tarefa 2, as primeiras impressões sobre
rir o sentido do verso e relacioná-lo com a do texto lido ainda que muitas palavras do texto
legenda correspondente em português. Essa não sejam entendidas. É importante lembrá-los
154
154 tarefa propõe uma leitura silenciosa do re- de que o objetivo não é a tradução da letra
frão e da legenda e deve ser feita individu- da música, e sim poder compreender as ideias
almente. Em seguida, converse com o grupo principais, tendo como base o conhecimento
sobre as relações que fizeram entre a letra prévio construído até aqui, através das discus-
do refrão e a legenda e como relacionaram sões acerca da biografia, das imagens do cli-
essas ideias. pe e do refrão. Peça que trabalhem em grupos
Na tarefa 4, através da compreensão mais para resolver a tarefa e conferir suas repostas
detalhada da posição assumida pela autora com as de outros grupos. Você pode perguntar
da música, os alunos têm a oportunidade de como os grupos chegaram às relações entre
se posicionar e refletir como essas questões ideias e estrofes, salientando a importância da
se relacionam com suas vidas. Peça para que construção de relações de sentidos na compre-
discutam em grupos as questões e que apon- ensão (na LP e na LA).
tem, no refrão, as pistas que os levam as suas
conclusões. Para responder à questão d, reco-
Professor, é fundamental que não seja
mendamos que os alunos assistam novamente
ao clipe. Estimule-os a retomar as discussões feita uma tradução de todo o texto. So-
prévias sobre o clipe e as informações da bio- licitar que o aluno traduza as palavras
grafia da cantora, relacionando-as com os dará a ele uma noção equivocada de
versos do refrão. que precisamos conhecer todas as pala-
As perguntas seguintes (e, f, g) aproximam vras para poder interagir com um texto.
o tema da música à realidade do aluno, pro- Traduzir todo o texto (oralmente ou por
pondo que reflitam sobre questões pessoais escrito) significa dizer que eles nunca po-
ligadas à identidade, afiliação e comporta- derão fazer a leitura sozinhos. Se você
mentos de grupos, e lugares que ocupam na
achar que a tradução pode auxiliá-los,
sociedade (como e por que continuam fazen-
do parte deles). Estimule-os a contarem suas focalize apenas palavras ou expressões
histórias através da música, auxiliando-os no chaves para a realização da tarefa. Sua
preenchimento das lacunas do refrão. função é auxiliá-los, aos poucos, a se
sentirem mais confortáveis em lidar com
a LA, a fazer valer o que já sabem so-
Construa com os alunos exem- bre texto (em quaisquer línguas) para
plos para completar os espaços poderem relacionar o que já conhe-
do refrão. Escreva no quadro al- cem com o novo contexto de uso, a
gumas opções que os ajudem. se arriscarem mais, a se tornarem
Você também pode sugerir o
mais autônomos na busca do que
uso do dicionário bilíngue.
é relevante para a resolução das
tarefas propostas.
Estudo do texto
Esta seção propõe a interpretação das ideias
principais de cada estrofe da música. Para isso, A tarefa 2 tem como objetivo propor uma
o aluno é convidado a ler primeiramente as reflexão sobre o tema, relacionando-o com a
frases que resumem cada estrofe, para depois realidade dos alunos. Para responder a algu-
procurar pistas no texto em inglês para relacio- mas das questões, é importante que assistam
nar as ideias principais a cada parte da música. novamente ao vídeo, a fim de compreenderem
Esta tarefa auxilia os alunos na compreensão o ponto de vista expresso na canção e, assim,
poderem posicionar-se. Na última questão construírem um mural da turma, aprofun-
(tarefa f), os alunos terão a oportunidade de dando o conhecimento sobre si e sobre os
praticar a oralidade, cantando a música. Você colegas. As habilidades focalizadas incluem: 155
155
pode esclarecer aqui questões de pronúncia e ativar e usar conhecimentos prévios para pro-
de entonação. duzir um texto.
Depois de toda a discussão feita, é impor-
tante retomar a primeira impressão sobre a
música e ver se a compreensão da letra propi- Produção de texto
ciou alguma mudança de opinião nos alunos.
Você pode discutir com eles o que faz uma Esta seção busca retomar as discussões
canção ser considerada boa, fazer (ou não) feitas ao longo da unidade a partir da
sucesso, resistir ao tempo (ritmo, rima, letra, compreensão da letra da canção estudada,
mensagem) – essa discussão pode ser o tema sua relação com imagens, a reflexão sobre a
de uma próxima unidade (veja sugestões na
seção “Para Além da Sala de Aula”)! Professor, o trabalho com os aspectos
linguísticos tem como objetivo fornecer
ao aluno os instrumentos necessários
Diz com quem andas, para realizar as tarefas propostas, sem-
e te direi quem és! pre de forma contextualizada e priori-
(Aula 4) zando o sentido ao invés de exercícios
de substituição ou de completar lacunas
Nesta aula, são trabalhados alguns aspec- de forma mecânica. Explique o verbo to
tos linguísticos com vistas à elaboração de be e o verbo auxiliar do. No quadro,
um mural com informações sobre a turma, você pode construir com os alunos,
abrangendo o vocabulário e as estruturas re- explicações e retomadas de pronomes
levantes para perguntar e responder (datas, pessoais, possessivos, pronomes inter-
línguas, pronomes pessoais e possessivos, rogativos ou outras estruturas que forem
pronomes interrogativos, forma interrogativa necessárias para as tarefas propostas.
com verbo to be e com auxiliar do). As habi-
Lembre-se, no entanto, que o importan-
lidades focalizadas são: compreender e ex-
pressar dados e preferências pessoais. te nesta seção é o uso das perguntas
para que eles se conheçam mais. De
nada adiantam longas explicações se
Uso da língua
o aluno não tiver a oportunidade de
A tarefa1 promove a construção das per- entender o que diz e as funções que
guntas e a tarefa 2, a prática. Peça aos alunos pode desempenhar ao usar o vo-
que trabalhem em grupos na elaboração de cabulário e as estruturas focaliza-
perguntas e auxilie-os, destacando o suporte das. Os aspectos praticados aqui
linguístico dado pelos quadros, e esclarecen- podem ser usados na tarefa de
do as dúvidas. produção de texto proposta nas
próximas aulas.
A nossa tribo!
(Aulas 5 e 6)
Margarete Schlatter
Graziela Hoerbe Andrighetti
Letícia Soares Bortolini
Podemos mudar o mundo?
161
161
Caro professor,
Partindo da temática “Podemos mudar o terior com campanhas publicitárias, co-
mundo?”, o objetivo desta unidade é opor- nhecimento da língua portuguesa (LP) e
tunizar a reflexão sobre os problemas que da língua adicional (LA)) para ler e para
afetam a comunidade e o mundo de hoje e produzir um texto;
discutir formas de buscar soluções coletiva- • Reconhecer a função social de anúncios
mente. Um dos modos de agir na sociedade e campanhas publicitárias (convencer o
em relação a esse tema é fazendo campa- leitor a participar), explicitando a relação
nhas publicitárias para estimular ações con- entre o texto e o seu uso nas práticas coti-
juntas e conscientizar sobre quem precisa de dianas, estabelecendo relações e fazendo
ajuda, quem pode ajudar e qual é o lugar inferências a partir da integração de tex-
que ocupa nesse processo. Para estimular to verbal e não verbal (ilustrações, fotos,
o trabalho coletivo, essa discussão é feita a etc.);
partir de campanhas publicitárias, um gênero • Localizar e compreender informações e
do discurso relevante para promover a leitura palavras-chave em um texto;
crítica: reconhecer e posicionar-se em rela- • Compreender e produzir efeitos de senti-
ção à função persuasiva do anúncio e sua do do uso de recursos verbais (seleção de
credibilidade. Esse gênero também possibili- palavras, pontuação, etc.) e não verbais
ta o trabalho com a língua adicional através (ilustrações, fotos) em um texto;
de textos curtos e da análise de recursos lin- • Compreender e posicionar-se em relação
guísticos de forma contextualizada. Espera-se aos temas abordados (liderança, campa-
que, ao final da unidade, o aluno tenha refle- nhas, moradia);
tido sobre os problemas que a comunidade • Identificar (na compreensão) e selecionar
enfrenta e sobre como pode se engajar em (na produção) os efeitos de persuasão e
diferentes causas na busca de soluções. de credibilidade nos textos e relacioná-los
à seleção de vocabulário e de outros re-
cursos linguísticos, explicitando a relação
Habilidades dialógica do texto;
• Expressar-se sobre experiências vividas,
• Ativar e usar conhecimentos prévios (co- expor um problema e propor uma solu-
nhecimento de mundo, experiência an- ção.
Objetivos
Os alunos, ao final da unidade, deverão ser capazes de:
• Ler: Posicionar-se criticamente em relação a campanhas publicitárias, reconhecer a fun-
ção persuasiva e a credibilidade da campanha, reagindo e posicionando-se em relação
a ela.
• Escrever: Produzir uma campanha publicitária, adequando diferentes recursos de per-
suasão a públicos distintos.
• Resolver problemas: Refletir sobre problemas relevantes ao contexto e sobre formas
de solucioná-los, refletir sobre como convencer outras pessoas a se engajar em em lutas
coletivas.
Conteúdos Quem é responsável?
162 • Campanhas publicitárias para estimular o (Aula 1)
162
trabalho coletivo: circulação social e fun-
ções, modos de organização, componen-
tes e natureza persuasiva do texto; Esta aula tem por finalidade aproximar os
• Efeitos de sentido de recursos visuais e sua alunos do tema e do gênero do discurso: a
relação com os recursos gráficos; campanha de uma ONG que estimula novas
• Uso de recursos linguísticos para falar lideranças para um mundo sustentável. O
sobre experiências vividas: when was the anúncio em vídeo é tomado como provoca-
last/first time you..., forma interrogativa no ção para debate sobre o tema e tem a função
passado. de preparar o aluno para a leitura do texto
• Uso de recursos linguísticos para expor um em inglês.
problema e para estimular alguém a agir:
perguntas, expressões de estímulo, impe- Preparação para a leitura
rativo.
Antes de ler o texto, é importante ativar
Tempo previsto: 6 aulas. conhecimentos prévios sobre o tema e o gê-
nero do discurso que será trabalhado. Essas
Materiais necessários: informações servirão para contextualizar o
• Equipamento para reprodução de áudio e texto a ser lido (a função social de textos pu-
vídeo. blicitários – convencer) e preparar o aluno
• Vídeo: ONG “LEAD India”, disponí- para agir como um analista do texto. Caso o
vel no site http://ngopost.org/story. aluno não tenha esse conhecimento prévio,
php?title=Lead_India_-Times_of_Indias_ cabe a você que tem essa experiência cons-
search_for_Indias_next_great_political_le- truir as pontes necessárias para preparar a
aders-1 leitura, relacionando o conhecimento já exis-
• Para desenvolver a seção Uso da Língua, tente com o novo, redimensionando ambos a
se for escolhida a alternativa da brin- novos contextos de uso da língua.
cadeira, será necessário elaborar e or- A tarefa 1 levanta a discussão sobre os te-
ganizar o material para as tarefas 1 e mas: atitudes frente a problemas, liderança,
2: sacos (A e B) contendo perguntas/ trabalho coletivo. Os quadros servem para
problemas e respostas/sugestões ela- informar brevemente o que é uma ONG e
boradas pelo professor (ver instruções qual é a missão da ONG que promove a
da tarefa). campanha do vídeo. Discuta com os alunos
Professor, promova o debate sobre liderança e sobre problemas que podem ser solu-
cionados coletivamente. Ele será útil mais adiante, no momento da produção de suas
próprias campanhas. À medida que derem suas respostas, anote as contribuições no
quadro. Faça-os refletirem sobre a utilidade e a eficácia de campanhas desse tipo,
trazendo outros exemplos (lixo, dengue, aids, camisinha, câncer de mama) – você
pode solicitar que os alunos tragam anúncios e panfletos para a próxima aula sobre
campanhas que circulam na comunidade, para continuar a discussão. O conheci-
mento dos alunos sobre o tema e o gênero do discurso e as relações de sentido
que constroem a partir dos termos “liderança”, “voluntariado” e “casa” poderão
ser contrastados mais adiante com o que será apresentado no texto trabalhado.
sobre o que fazem as ONGs e como o ter-
mo LEAD se relaciona com esses objetivos Professor, é fundamental que não
(liderar movimentos e campanhas em prol de seja feita uma tradução de todo o texto.
163
163
causas humanitárias). Solicitar que o aluno traduza todas as
A tarefa 2 focaliza a ativação do conhe- palavras dará a ele uma noção equivo-
cimento prévio sobre o gênero “campanha cada de que precisamos saber todas as
publicitária”, suas funções, características e palavras para poder interagir com um
eficácia. A tarefa 3 tem como objetivo ativar texto. Traduzir todo o texto (oralmente
o conhecimento prévio sobre o tema tratado ou por escrito) significa dizer que eles
no texto: estimule a comparação das anota- nunca poderão fazer a leitura sozinhos.
ções dos alunos em relação a “voluntariado” Se você achar que a tradução pode
e “casa”, para que possam compartilhar as auxiliá-los, focalize apenas palavras ou
diferentes experiências e realidades que vi- expressões chaves para a realização da
vem ou já viveram como preparação para a tarefa. Como professor, sua função é
leitura na aula seguinte. de auxiliá-los a, aos poucos, se sentirem
mais confortáveis em lidar com a LA, a
fazer valer o que já sabem sobre texto
Participar é mudar (em quaisquer línguas) para poderem
(Aulas 2, 3 e 4) relacionar o que conhecem com o novo
contexto de uso, a se arriscarem mais, a
se tornarem mais autônomos na busca
Estas aulas têm como objetivo ler um do que é relevante para a resolução das
anúncio publicitário publicado por Habit for tarefas propostas. Além disso, note que
Humanity, na revista Newsweek (maio de as tarefas propõem a leitura silenciosa,
2006) e trabalhar os recursos linguísticos que é a maneira como geralmente le-
para falar sobre experiências no passado, mos em nossa vida cotidiana. Se seus
expor problemas e propor soluções, estimu- alunos vivem em contextos sociais em
lando o outro a agir. As habilidades focaliza- que se lê pouco, ter a possibilidade de
das são: estabelecer relação do texto verbal ler silenciosamente torna-se ainda mais
e não verbal; reconhecer a função social de importante para que ele se torne um lei-
anúncios e campanhas publicitárias, explici- tor autônomo. A leitura oral pode ser fo-
tando a relação entre o texto e o seu uso nas calizada em gêneros do discurso, como
práticas cotidianas; localizar e compreender poemas, peças teatrais, canções,
informações e palavras-chave; compreender orações, gêneros, nos quais isso é
efeitos de sentido do uso de recursos verbais esperado. A qualidade da leitura
e não verbais e identificar os efeitos de persu- do aluno deve ser avaliada através
asão e de credibilidade nos textos; expressar do cumprimento das tarefas pro-
experiências no passado; expor um problema postas. Se ele consegue cumprir a
e propor uma solução. tarefa, demonstra que soube ler o
texto.
Leitura – campanha
publicitária
Após ter construído com os alunos as con-
dições para ler o texto na aula anterior, esta compõem um texto publicitário. A atenção
seção será dedicada à leitura propriamente do aluno será dirigida para a leitura que nor-
dita e à prática de recursos linguísticos que malmente fazemos desse gênero do discurso:
as perguntas referentes à campanha visam Uso da língua
à compreensão do objetivo da campanha,
164
164 da interlocução no texto (quem escreve para Os alunos terão oportunidade para pra-
quem) e das representações dos participantes ticar as estruturas estudadas em relação a
da situação de comunicação (o aluno está outros problemas relacionados ao tema e a
incluído no público-alvo da campanha?). questões pessoais. As tarefas 1 e 2 propiciam
Proponha aqui a reflexão sobre o lugar que a prática das seguintes estruturas lingüísticas:
o educando ocupa na sociedade, se está in- a) pergunta com when was the last/first
cluído ou excluído das práticas sociais e cul- time you...;
turais que está analisando. b) verbos no passado;
A tarefa 2 trabalha alguns recursos lin- c) uso do imperativo.
guísticos chave para a compreensão do tex- Nesta etapa, você deve dar as explicações
to. A partir das palavras que eles já conhecem necessárias e auxiliar os alunos a formarem
ou inferem, e com base na busca pelo signi- outras perguntas que interessem. Nas respos-
ficado de palavras novas, auxilie os alunos, tas possíveis, forneça outras opções (núme-
através da leitura das imagens, a compreen- ros para expressar idades, dias da semana,
der os argumentos usados para persuadir o meses do ano), ampliando os recursos apre-
público dessa campanha. A tarefa também sentados nos quadros no Caderno do Aluno.
cria a oportunidade para o uso de dicioná- As tarefas 1 e 2 também podem ser desen-
rios bilíngues, o que pode ser feito em duplas, volvidas como uma brincadeira, em peque-
para que os alunos que já sabem usar os di- nos grupos ou com a turma toda. Para isso,
cionários possam auxiliar os que não estão coloque as opções (A) e (B) em dois sacos
familiarizados com essa prática. diferentes. Um aluno tira uma pergunta (tare-
fa 1) ou um problema (tarefa 2) e lê em voz
Estudo do texto alta para outro aluno, que responde a partir
da resposta (tarefa 1) ou sugestão (tarefa 2)
A tarefa de leitura de campanhas publi- que tirou do outro saco. Juntos, eles avaliam
citárias poderá ser aprofundada, através da se a resposta ou sugestão faz sentido. Caso
compreensão dos argumentos usados para contrário, eles podem dizer como responde-
persuadir o público-alvo e da avaliação de riam ou o que sugeririam.
sua eficácia, considerando outros interlo-
cutores e suportes possíveis. Discuta com Professor, é importante que os alunos
os alunos sobre a importância de o autor tenham um tempo para ler as pergun-
da campanha pensar em quem quer atingir tas/problemas e respostas/sugestões
para selecionar os recursos mais adequados, propostas nos ítens 1 e 2 antes de fa-
buscando sensibilizar o público para a cau- zer as tarefas. Retome com eles algu-
sa. Enfatize o trabalho com recursos visuais mas dessas perguntas (tarefa 1) e pro-
e linguísticos relevantes para a construção blemas (tarefa 2), abrindo espaços para
da persuasão (tarefa 1, letras “a”, “b” e “c”), dúvidas, e incentive-os a criarem as
estimulando a avaliação do texto quanto ao suas próprias perguntas e problemas
cumprimento da sua função social (tarefa1, (para serem colocadas nos sacos)
letras “d”, “e” e “f”). antes de iniciar a brincadeira. Ao
Na tarefa 2, será iniciado o trabalho sobre término da tarefa, você pode voltar
a linguagem, que se concentra no estudo de aos aspectos gramaticais aborda-
funções de algumas estruturas linguísticas: o dos tendo como base os exemplos
uso de perguntas, para chamar a atenção do trazidos pelos alunos durante a
leitor para o tema da campanha, e o uso do brincadeira.
imperativo, para estimular o leitor a agir.
o público-alvo é fundamental, já que é ele
Abrace essa causa! que vai determinar a seleção dos recursos
(Aulas 5 e 6) linguísticos e visuais a serem utilizados. Os 165
165
alunos também poderão retomar aqui os re-
cursos linguísticos previamente praticados e
Nestas aulas, os alunos utilizam o que usá-los para a construção de sua campanha.
aprenderam na produção de um texto em in- Incentive-os a voltar para as seções Estudo
glês que represente a realidade que conhe- do texto e Uso da língua e pensar em fra-
cem, construindo uma campanha publicitária. ses para a campanha. Após a conclusão da
As habilidades incluem: ativar e usar conheci- primeira versão do texto, os alunos tomarão
mentos prévios para produzir um texto e criar a posição de leitores e poderão avaliar seus
uma proposta de uma campanha que visa so- próprios textos a partir dos critérios discutidos
lucionar um problema comunitário; produzir e estabelecidos pela tarefa e, assim, revisá-
efeitos de sentido do uso de recursos verbais los para, na tarefa 2, socializarem as campa-
(seleção de palavras, pontuação, etc.) e não nhas criadas e se posicionarem criticamente
verbais (ilustrações, fotos) em um anúncio em relação a elas.
publicitário; selecionar vocabulário e outros
recursos linguísticos para construir efeitos de Para além da sala de aula
persuasão e de credibilidade em um determi-
nado público. Esta seção é uma oportunidade de usar o
conhecimento aprendido em uma nova situ-
ação de comunicação. Retome o tema tra-
Produção de texto tado e amplie o uso das informações e do
que foi aprendido em língua adicional, para
O objetivo desta seção é, em primeiro fazer novas relações com a vida do aluno. A
lugar, relacionar o texto lido com a realida- tarefa 1 sugere que os alunos levem adiante
de dos alunos. Considerando que o desen- as campanhas propostas e que sensibilizem
volvimento da leitura e da produção escrita a comunidade escolar para engajar-se. In-
está inter-relacionado, a produção escrita centive-os a continuar, expondo seus carta-
pode sistematizar o conhecimento sobre o zes na escola, organizando oportunidades
gênero do discurso focalizado, contribuindo para a troca de ideias com outros alunos
para aperfeiçoar a capacidade leitora críti- e exercitando a capacidade de liderança,
ca. Nesse sentido, a tarefa 1 solicita pensar através da organização de comissões para
em problemas na comunidade. Depois de colocar algumas das campanhas em prática
selecionado um dos problemas, os alunos na comunidade. Esse trabalho pode ser fei-
devem pensar por que, para quem e como to em parceria com outras disciplinas.
será construída a campanha. Refletir sobre A tarefa 2 propõe a busca por mais infor-
mações sobre reciclagem e a tarefa 3 suge-
re ampliar o conhecimento sobre o trabalho
Professor, nesta seção, todas as eta- desenvolvido pela Habitat for Humanity e
pas são de grande importância: a de- LEAD Brasil. Leve os alunos para o laborató-
cisão sobre o problema a ser re- rio de informática e solicite que, em duplas,
solvido e sobre o público-alvo, o visitem os sites indicados em busca das in-
formações listadas. Após, eles podem com-
planejamento do texto, a escrita, a
partilhar as informações com os colegas.
revisão do texto e a socialização
Outras possibilidades de ampliar o conhe-
dos textos. É tornando-se melho- cimento adquirido e relacioná-lo ao contexto
res leitores que os alunos pode- dos alunos são solicitar que eles:
rão se tornar melhores escritores a) tragam para a sala de aula exemplos de
e vice-versa. campanhas feitas na comunidade discu-
tindo e avaliando sua eficácia;
b) preparem uma entrevista para um líder ta forma, o aluno poderá dar-se conta dos
comunitário e/ou escolar e, com base na objetivos da unidade, do que aprendeu, do
166
166 entrevista realizada, reflitam sobre as ra- processo de aprendizagem (em grupo, so-
zões que o tornaram líder e suas formas zinho, fazendo exercícios escritos ou orais,
de atuação na comunidade; etc.), do que precisaria reforçar e do que ain-
c) preparem uma entrevista com os alunos da gostaria de aprender. Espera-se criar uma
da escola para refletir sobre sua participa- oportunidade para a reflexão crítica sobre as
ção em ações coletivas e, com base nos práticas de participação e aprendizagem em
resultados, construir uma campanha (em
sala de aula.
inglês) para aumentar ou qualificar a par-
ticipação da comunidade escolar;
d) listem problemas que existem na escola e Gêneros do discurso: Tipos relativa-
construam um painel com instruções (em mente estáveis de textos (orais e escritos),
inglês) sobre formas de participação para que reconhecemos com base na nossa
solucionar esses problemas. experiência com diferentes textos em de-
Lembre-se que todos esses projetos podem terminadas áreas. Cada contexto de uso
ser desenvolvidos com outros professores, ca- da linguagem (quem fala, com quem,
racterizando um trabalho interdisciplinar. com que objetivo, em que situação, em
que lugar, através de qual suporte, etc.)
determina as características do que é dito
Professor, lembre-se que, antes de
e de que forma é dito. Entretanto, há al-
os alunos fazerem tarefas usando a
gumas características textuais que pode-
internet, é importante revisar o con-
mos dizer que se repetem em condições
teúdo geral da página. Os sites ele-
semelhantes de produção. Por exemplo,
trônicos são dinâmicos e mudam
em um contexto familiar, um texto escrito
constantemente, podendo apresen-
pela mãe ou pai para os filhos, solicitan-
tar conteúdos inadequados à faixa
do que comprem algo no supermercado,
etária de seus alunos.
em geral, será escrito em um bilhete com
uma linguagem informal; um texto es-
crito por uma empresa de publi-
cidade para promover um novo
produto para a população pode
Autoavaliação ter o formato de um panfleto com
recursos visuais e linguísticos para
Para concluir a unidade, a autoavaliação
chamar a atenção e persuadir o
tem como objetivo criar uma oportunidade
leitor a comprar.
de reflexão sobre o que foi aprendido. Des-
Este caderno teve a colaboração de Fábio de Oliveira Vasques e Michele Saraiva Carilo nas
tarefas de preparação para a leitura.
Ensino Médio
2o e 3o anos
Margarete Schlatter
Graziela Hoerbe Andrighetti
Letícia Soares Bortolini
O Brasil no cinema: imagens que viajam
169
169
Professor,
Partindo da temática “O Brasil no cine- Habilidades
ma: imagens que viajam”, esta unidade tem
o objetivo de discutir a forma como o Bra- • Ativar e usar conhecimentos prévios (co-
sil é retratado através de filmes brasileiros, nhecimento de mundo, experiência an-
seus trailers e cartazes. A proposta dessa re- terior com trailers, fichas técnicas e car-
flexão é feita através de dois trailers e dois tazes de filmes, conhecimento da língua
cartazes de filmes, Tropa de elite e Cidade portuguesa (LP) e da língua adicional
de Deus, que propiciam, além da contex- (LA)) para ler e para produzir um texto;
tualização necessária para o tema e para o • Reconhecer a função social de trailers,
estudo de recursos linguísticos, uma forma fichas técnicas e cartazes de filmes, ex-
de relacionar a língua adicional com ima- plicitando a relação entre o texto e o seu
gens e cenas de uma realidade conheci- uso nas práticas cotidianas;
da. Os gêneros discursivos “trailer”, “ficha • Estabelecer relações e fazer inferências a
técnica de um filme” e “cartaz” são parte partir da relação do texto verbal e não
do cotidiano da maioria dos jovens: com- verbal;
preender e produzir esses textos de forma • Localizar e compreender informações e
crítica oportuniza o debate sobre as repre- palavras-chave em um texto;
sentações que veiculam, para quem e com • Compreender efeitos de sentido do uso
que objetivos. Através de tarefas que estimu- de recursos verbais (seleção de palavras)
lam os alunos a se posicionarem sobre as e não verbais (imagens do trailer e de
temáticas abordadas nos filmes (costumes, cartazes);
valores e comportamentos), espera-se que, • Compreender e posicionar-se em relação
ao final da unidade, tenham refletido sobre aos temas abordados (valores, costumes
os retratos do Brasil que o cinema mostra no e comportamentos da sociedade brasilei-
país e no exterior e sobre qual retrato de si ra);
próprios e do lugar onde moram gostariam • Compreender e expressar características
de apresentar, e para quem. do lugar onde vive e de uma mudança
Objetivos
Os alunos, ao final desta unidade, deverão ser capazes de:
• Ler: Posicionar-se criticamente em relação a trailers e cartazes de filmes, refletindo
sobre o papel que desempenham e sobre os recursos utilizados (visuais e linguísticos)
para representar valores, costumes e comportamentos da sociedade brasileira.
• Escrever: Produzir um cartaz para divulgar um filme sobre uma história que querem
contar. Selecionar imagens e texto, adequando os efeitos visuais e linguísticos para um
público específico.
• Resolver problemas: Refletir sobre as representações do Brasil em filmes brasileiros,
sobre formas de construir e interpretar a realidade, sobre conflitos e possíveis soluções.
em sua vida para narrar a sua história; alizar o tema e o gênero do discurso trailers,
• Produzir um cartaz, usando recursos visu- reconhecer a função social, a organização
170
170 ais e linguísticos para alcançar o propó- textual e componentes desse gênero, estabe-
sito desejado (divulgar um filme). lecer relações e fazer inferências a partir da
relação do texto verbal e não verbal, compre-
Conteúdos ender seus efeitos de sentido e relacionar o
tema com suas vidas.
• Trailer: circulação social e funções, modos
de organização, componentes e natureza Trailer I – Preparação para
narrativa do texto; a compreensão de texto
• Ficha técnica de um filme: circulação so-
cial e funções, modos de organização, As perguntas no Caderno do Aluno são um
componentes e natureza informativa do convite para conversar sobre os elementos que
texto; compõem um trailer, suas funções (apresentar
• Cartaz: circulação social e funções, mo- o filme e atrair o público para assisti-lo) e as es-
dos de organização, componentes e natu- tratégias usadas para atingir esses propósitos.
reza informativa do texto;
• Efeitos de sentido de recursos gráficos: as-
pas, ordem de apresentação de informa- Professor, lembre-se que este momen-
ções; to é fundamental para a compreensão. A
• Efeitos de sentido de recursos visuais: rela- ideia aqui é fazer o aluno se sentir con-
ção com os recursos gráficos; fiante quanto ao que ele já sabe (sobre
• Recursos linguísticos para caracterizar lu- trailers) e fazer com que ele se dê conta
gares (adjetivos e superlativo), para definir de que pode e deve usar esse conheci-
lugares e pessoas (orações relativas res- mento para construir sentido em novos
tritivas), para narrar (verbos no passado textos. Caso você veja que eles não têm
simples) e para falar sobre ações futuras esse conhecimento prévio, você e os co-
(futuro com will). legas que têm essa experiência podem
construir as pontes necessárias para a
preparação de todos. Por exemplo, se
Tempo previsto: 6 aulas. alguns não se lembram de ter assistido
a trailers, você pode comentar sobre fil-
Material necessário: mes que estão sendo anunciados
• Equipamento para exibição de vídeo. em canais de televisão aberta para
• Vídeos: a próxima semana, pedir que repa-
Trailer do filme Tropa de Elite, disponível rem em como são esses anúncios,
em http://br.youtube.com/watch?v=cb-rUfB- perguntar para a turma se alguém
TQ1g. lembra do que foi anunciado,
Trailer do filme Cidade de Deus, disponí- nome do filme, história, o que foi
vel em http://es.youtube.com/watch?v=Djh5 mostrado, atores, horário, etc.
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