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Intr.
Ao sul de Jerusalém, num lugar chamado “Vale de Hinon”, havia uma região conhecida como o
“Campo do Oleiro”. Era um centro manufatureiro de cerâmica.
Naquela época não havia objetos de plástico, e os de pedra, vidro ou metal eram muito caros.
Por isto a argila, um material abundante e versátil, era largamente empregada, para se fazer
copos, bacias, vasos, jarras para leite, vinho, cerveja, água; xícaras, lamparinas, tigelas, potes,
pratos – tudo era feito de argila naquele lugar.
O oleiro tomava uma porção de argila, misturava com água, colocava sobre as rodas de um torno
vertical, e à medida em que o torno girava, ele ia dando àquela massa a forma que desejasse. Depois
pintava e colocava para secar.
Pois bem, um dia o Espírito Santo disse a Jeremias:
– “Levante-se, vá à casa do oleiro, e lá você ouvirá a minha palavra”.
Jeremias fez como o Senhor ordenou. Na casa do oleiro, ficou observando o homem trabalhando.
De repente, o vaso se estragou, se deformou em sua mão. O oleiro não desistiu: amassou o barro
e começou de novo, para fazer o vaso que desejava.
Então, através do que viu, Jeremias ouviu a Palavra do Senhor:
v. 6 - “Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? - diz o
Senhor; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó
casa de Israel.”
– “Israel, meu povo, meus filhos, minha igreja, será que eu não tenho o direito e o poder de
fazer com a vida de vocês da mesma maneira que este oleiro faz com o barro em suas mãos? Assim
como o barro nas mãos do oleiro, assim são vocês nas minhas mãos”.
Numa belíssima metáfora, o Senhor afirma sua total soberania sobre a vida humana: sobre as
nações, e também a sua total soberania sobre a vida de cada um de nós.
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Prop.
O Espírito diz que Deus é soberano sobre a nossa vida. Vamos meditar sobre esta verdade
maravilhosa.
Divs.
1. Todo o nosso ser, toda a nossa vida, está nas mãos do Senhor Deus - v.6
– “Assim como o barro está nas mãos do oleiro que, tomando a argila, a mistura com água, a
amassa, a coloca sobre as rodas, e faz dela um utensílio, assim são vocês nas minhas mãos...”
Nossa vida, meus amados, não pertence a nós mesmos.
Leiamos Jr 10:23
“Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que
caminha o dirigir os seus passos.”
Se nossa vida não nos pertence, se não está em nossas mãos o dirigir o nosso destino, estaremos
então à mercê do acaso, como uma folha que voa ao sabor do vento?
Não! Nós pertencemos a Deus. Dentro deste contexto, há uma passagem bastante conhecida
nossa, que vale a pena citar:
Sl 139:13-16
Sempre que menciono esta passagem, gosto de enfatizar que a formação de nosso ser, lá no
ventre de nossa mãe, desde o momento de nossa concepção, quando as células de nossos pais se
encontraram, é obra das mãos do Senhor.
Nós somos criação de Deus. A nossa aparência física é obra das mãos do Senhor.
Mas o que eu gostaria de destacar agora é o v. 16b:
“Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos
todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles
havia ainda.”
Cada um dos nossos dias foi antecipadamente escrito e determinado por Deus.
Cada um dos nossos passos está nas mãos de Deus, o nosso destino está nas mãos de Deus.
Nada disto cabe a nós determinar: o nosso trabalho, o lugar do nascimento, a família, o lugar
onde morar, os amigos, o casamento, a saúde, tudo.
Até hoje, tudo quanto aconteceu na sua vida, está nas mãos de Deus, no presente, tudo está nas
mãos de Deus, o futuro está nas mãos de Deus. Até mesmo as profundezas do nosso ser, as
inclinações últimas do coração, estão nas mãos do Senhor:
Sl 33:13-15
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“O SENHOR olha dos céus; vê todos os filhos dos homens; 14 do lugar de sua
morada, observa todos os moradores da terra, 15 ele, que forma o coração de todos
eles, que contempla todas as suas obras.”
“Ele, que forma o coração de todos eles, que contempla todas as suas obras.” As decisões, as
boas disposições da mente, as atitudes, ele é quem opera em nós.
Até a conversão de nossa vida a ele é obra de suas mãos, concedendo-nos o arrependimento, a fé,
o entendimento espiritual:
At 16:14
2. O nosso ser, a nossa vida, o Senhor dirige como melhor lhe parece - v. 4b
“Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer
dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu.”
2.1. Isaías 43:7 – nós o povo de Deus, fomos criados para a glória dele
“A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória, e
que formei, e fiz.”
A principal razão da sua existência é esta: Deus criou você para o louvor de sua glória, isto é,
para que através de sua vida o nome dele seja honrado, exaltado.
Agora veja: vamos supor que alguém contrate um profissional para que realize algum trabalho.
Um pintor, por exemplo. Você o contrata para pintar sua casa. Então ele vem e realiza seu trabalho.
Se ele realizar bem o seu trabalho, o nome dele será honrado, você falará dele para outras
pessoas e o recomendará, não é mesmo? Mas se ele for um mau trabalhador, e alguém lhe pedir
informações a respeito dele, você terá coragem de recomendar este mal profissional? É claro que
não.
Amados, se Deus nos criou para a glória do seu nome, é evidente que ele nos criou do melhor
modo, que ele está realizando em nós o mais excelente trabalho, pois não deseja que por nossa
causa o seu nome seja blasfemado.
Por isto conscientemente devemos viver para glorificar a Deus (Is 43:21)
“Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! 15 Pois ele
diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e
compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. 16 Assim, pois, não depende
de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia. 17 Porque a
Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder
e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra. 18 Logo, tem ele
misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz. 19 Tu, porém, me
dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? 20
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Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto
perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? 21 Ou não tem o oleiro direito
sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para
desonra? 22 Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a
conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira,
preparados para a perdição, 23 a fim de que também desse a conhecer as riquezas
da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, 24 os
quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também
dentre os gentios?”
Aqui, o apóstolo está dando um passo adiante, além do fato de que o Senhor é o nosso criador.
Está explicando que, por causa do pecado de nossos primeiros pais, Adão e Eva, todos nós
nascemos também com uma natureza pecaminosa, inclinada a fazer o que é mau, e que por causa
disto, se Deus condenasse a todos nós à perdição eterna, ainda assim ele continuaria sendo justo.
Ele endurece a quem quer, e tem misericórdia de quem quer. Ao contemplar a dureza do coração
de Faraó, decidiu deixá-lo entregue à sua própria dureza.
Mas, e quanto a nós, o que Deus fez? Ele, que tem todo o direito de nos condenar, de fazer de
nós, vasos de sua ira, de nos condenar à perdição eterna, decidiu fazer de nós, os que nele cremos e
dele nos aproximamos por meio de seu Filho, Jesus Cristo, vasos de misericórdia, pessoas
destinadas a receber sua misericórdia, seu perdão, sua salvação.
Vasos de misericórdia; e misericórdias que não tem fim – o que me vem à mente é um vaso no
qual uma pessoa começa a derramar água, para enchê-lo. Então ela enche o vaso, mas continua a
derramar esta água, de modo que ela transborda, e vai se derramando para fora, e a pessoa continua
a derramar água, como num chafariz que jamais deixa de fluir.
Lm 3:22, 23
As misericórdias do Senhor não têm fim. Agora veja o contexto em que ele diz isto – ele está
sofrendo, por causa da desobediência à Palavra do Senhor (1:18), mas reconhece que até seu
sofrimento é por causa da misericórdia de Deus, que através desse sofrimento o leva de volta aos
seus caminhos.
Lm 3:34-33
A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele. 25 Bom é
o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca. 26 Bom é
aguardar a salvação do SENHOR, e isso, em silêncio. 27 Bom é para o homem
suportar o jugo na sua mocidade. 28 Assente-se solitário e fique em silêncio;
porquanto esse jugo Deus pôs sobre ele; 29 ponha a boca no pó; talvez ainda haja
esperança. 30 Dê a face ao que o fere; farte-se de afronta. 31 O Senhor não rejeitará
para sempre; 32 pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a
grandeza das suas misericórdias; 33 porque não aflige, nem entristece de bom grado
os filhos dos homens.
Tudo na tua vida, cada instante, não é somente para a glória de Deus, mas é também debaixo da
graça de Deus, de seu perdão, bondade e amor.
Por isto Paulo diz em Rm 8:28, que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a
Deus, daqueles que foram chamados de acordo com seu propósito.
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“Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo
consideração para com a vossa mulher como parte (vaso) mais frágil, tratai-a com
dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que
não se interrompam as vossas orações.”
A mulher deve ser considerada pelo homem como o vaso mais frágil, de constituição mais
delicada.
A idéia é que o homem tem nas mãos um bem precioso, e sabe daquelas coisas preciosas e
delicadas, nas quais há uma embalagem que diz: “Cuidado! Frágil!”? Assim o marido deve cuidar
de sua esposa.
Mas o que desejo enfatizar é que, segundo este texto, tanto o homem quanto a mulher são vasos
nas mãos do Senhor, e como vasos, herdeiros da graça de vida, ou vida da graça, isto é, herdeiros da
salvação eterna
3. De nosso ser, de nossa vida, à qual o Senhor está dirigindo, moldando segundo seu
propósito, ele não desiste - v. 4
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja
de Deus e não de nós.”
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O tesouro ao qual o apóstolo Paulo se refere é, usando as palavras dele, o conhecimento da glória
de Deus através de Jesus Cristo, que nos orienta, nos ilumina, nos santifica, por meio do Espírito
Santo que habita em nós
Este grande tesouro está em vasos frágeis, quebradiços, mas está, e não vai nos deixar nunca.
– “Nunca te deixarei, jamais te abandonarei” (Hb 13:5)
Eu acho que uma das mais belas ilustrações desta verdade é o que Jesus fez com Pedro após sua
morte e ressurreição – a maneira como ele o restaurou completamente.
Deus não desiste de nós. Deus não desiste de nos amar.
Conclusão
Aplicação
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja
de Deus e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, porém não angustiados;
perplexos, porém não desanimados; 9 perseguidos, porém não desamparados;
abatidos, porém não destruídos”
“Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se
corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia.”
1. Uma busca constante por uma vida santa, pura, separada do pecado, para que conscientemente
glorifiquemos a Deus com nossa vida -- 2ª Tm 2:20,21
“Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também
de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra. 21 Assim,
pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra,
santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra.”
3. Uma atitude de gratidão e submissão aos propósitos de Deus. Não temos o direito de nos
rebelar contra alguém que é todo poderoso, todo amor e todo sabedoria – Is 45:7
“Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro
entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua
obra não tem alça?.”
“Ao povo que formei para mim, para celebrar o meu louvor.”