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“Apresentar discussões a respeito dos resultados obtidos por meio dos

ensaios realizados na rocha presente na área do processo, abordando o uso e


a aplicação deste material como Rocha Ornamental e de Revestimento, e
comparando-o com material já existente no mercado.”

Foram realizados, Análise Petrográfica (NBR 15.845:2010),


Determinação da Massa Específica aparente, Porosidade Aparente e Absorção
da Água (NBR 15.785:2010 – Anexo B), os ensaios de Flexão por
Carregamento em Quatro Pontos (NBR 15.845:2010 – Anexo G e/ou ASTM
C880/C880M – 09), Flexão por Carregamento em Três Pontos (NBR
15.845:2010 – Anexo F), Dilatação Térmica Linear (NBR 15.845:2010 –
Anexo C), Resistência ao Impacto de Corpo Duro (NBR 15.845:2010 – Anexo
H), resistência a Compressão Uniaxial ao natural (NBR 15.845:2010 – Anexo
E) e após Congelamento e Degelo (NBR 15.845:2010 – Anexo D),
determinação o Desgaste por Abrasão (NBR 12042:2012), entre outros, pelo
instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. - IPT.

Os ensaios de caracterização tecnológica bem como o simples corte e


polimento servem para uma aproximação final de como o material/rocha se
comportará quando transformado em chapas polidas e no seu uso final.

A avaliação da resistência das placas rochosas a ruptura por flexão e


cada vez mais importante frente às modernas técnicas de revestimento em
pisos e fachadas que envolvem fixação de revestimento através de anteparos
metálicos, sem contato direto das chapas com a base do piso ou com a
estrutura das fachadas. Portanto, verifica-se esforço de carga perpendicular a
maior superfície da placa, pela pressão do vento nas fachadas e peso dos
objetos colocados sabre os pisos, fato este observado também quando estas
placas são empregadas em bancadas.

Assim, a determinação da resistência à ruptura é um fator muito


importante para a qualificação das rochas. Tanto as fraturas, quanta as
estruturas das rochas anisótropas, principalmente de gnaissificação e
orientação das micas, constituem zonas de fraqueza físico-mecânica.

No entanto, existem softwares específicos para dimensionamento das


chapas em fachadas, que parametrizam as variáveis envolvidas no projeto
arquitetônico da obra e principalmente a componente de flexão das rochas
selecionadas. Pode-se assim estabelecer a dimensão tolerada das chapas,
com a espessura mínima delas exigível para a confiabilidade da obra.

Como materiais naturais, as rochas se dilatam ou comprimem


respectivamente pelo aumento e diminuição de temperatura. Em países de
clima tropical e subtropical, como no Brasil, as temperaturas mínimas
raramente atingem o ponto de congelamento da água, não havendo maiores
problemas com perda de resistência físico-mecânica, decorrente da tensão de
vazios, provocada pelo gelo nos interstícios da rocha. No entanto, elevadas as
temperaturas máximas, verifica-se um processo sensível de dilatação das
rochas, aplicadas, sobretudo em revestimentos de pisos e fachadas sujeitos a
insolação (Chiod Filho, 2002).

O coeficiente de dilatação térmica, aferido para os diferentes tipos


litológicos, permite definir o espaçamento mínimo recomendável entre as
chapas de um revestimento, de forma a se evitar o seu contato, compressão
lateral e embricamento (Chiod Filho, 2002).

Destaca-se que os materiais escuros absorvem mais intensamente os


raios solares, dissipando menos calor, atingindo maior grau térmico e, portanto,
índices de dilatação mais elevados.

De acordo com o uso pretendido do material, no quadro abaixo são


apresentados os ensaios e analises recomendados para a aplicação do
material.

ENSAIOS E ANÁLISES RECOMENDADOS DE ACORDO COM O USO PRETENDIDO DO


MATERIAL
USOS/ ENSAIOS AP IF DE IM CO MD FL DT ALT
Revestimentos Externos A A B C A B A A A
Revestimentos Internos A A B C A C A B C
Pisos Externos A A A B A C A A A
Pisos Internos A A A B A C A B B
Degraus A A A B A C A A A
Tampos A A B B A C A C A
Convenções: AP: petrografia; IF: índices físicos; DE: desgaste Amsler; IM:
impacto de corpo duro; CO: compressão uniaxial; MD: módulo de deformidade;
FL: flexão; DT: dilatação térmica; ALT: alterabilidade.

A: necessário; B: desejável; C: recomendável em casos especiais.

Em seguida é apresentada tabela com valores médio obtidos para os


principais tipos litológicos, segundo ensaios tecnológicos realizados pelo
Instituto de Pesquisa Tecnológica IPT:
VALORES MÉDIOS OBTIDOS PARA OS PRINCIPAIS TIPOS LITILÓGICOS, SEGUNDO ENSAIOS
TECNOLÓGICOS REALIZADOS PELO IPT.
ENSAIOS ME AB DE IM CO MD FL CD
ROCHAS Kg/m³ (%) (mm) (cm) (Mpa) (MPax1000 (mPa) Mm/mx°C
Granitos 2.630 0,3 – 0,4 0,5 – 0,6 40 - 60 150 - 200 40 - 50 15 - 20 9,7 – 9,9
Monzonitos 2.750 0,2 – 0,3 0,7 - 0,8 40 - 60 130 - 150 40 - 45 20 - 25 9,8 – 9,9
Charnockitos 2.950 0,4 – 0,5 1,0 – 1,2 50 - 60 90 - 100 40 - 45 15 - 20 8,8 – 11,6
Sienitos 2.700 0,3 – 0,4 1,0 – 1,2 - 90 - 100 45 - 50 12 - 15 -
2.900 –
Diabásios/Basaltos 0,1 – 0,3 0,6 – 0,8 40 - 50 200 - 300 50 - 70 25 - 35 9,4 – 10,1
3.100
2.700 –
Mármores 0,1 – 0,6 1,4 – 3,3 - 60 - 170 20 - 70 10 - 15 3,1 – 11,9
2.900
Convenções: ME: massa específica aparente; AB: absorção d’água; DE:
desgaste Amsler; IM: impacto de corpo duro; CO: compressão uniaxial; MD:
módulo de deformidade; FL: resistência à tração na flexão; CD: dilatação
térmica linear.

Resultados obtidos para as amostras de rochas analisadas:


VALORES MÉDIOS OBTIDOS PARA OS PRINCIPAIS TIPOS LITILÓGICOS
ESTUDADOS, SEGUNDO ENSAIOS TECNOLÓGICOS REALIZADOS PELO IPT.
ENSAIOS ME AB DE IM CO FL CD
ROCHAS Kg/m³ (%) (mm) (cm) (Mpa) (Mpa) 10-³mm/m°C
Biotita-granada-
2.643s e 0,44500m e 0,40* e 11,693 e
gnaisse com 0,23 133,6 6,7
silimanita 2.649sa 0,911000m 0,75** 9,514
s
– seco; sa – saturado; * - fissura; ** - ruptura; 500m
– percurso; 1000m
– percurso; 3 – três
pontos; 4 – quatro pontos.
TABELA: Especificações, segundo ASTM, para rochas ornamentais utilizadas no
revestimento de edificações.
Compressão Flexão Flexão
Densidade Absorção
Tipo de Rocha Uniaxial (3 Pontos) (4 Pontos)
(kg/m3) d’água (%)
(MPa) (MPa) (MPa)
Granitos (ASTM C 615) 2.560 0,4 131 10,34 8,27

Calcita Mármores >2.595


Dolomita
Mármores – Mármores >2.800
Exterior
Serpentina 0,20 52 7 7
(ASTM C
503) Mármores / >2.690
Serpentinitos
Travertino >2.305
I – Baixa
1.760 12 12 2,9
Densidade
Calcários
II – Média
(ASTM C 2.160 7,5 28 3,4 n.e.
Densidade
568)
III – Alta
2.560 3 55 5,9
Densidade
I – Arenito
2.003 8 27,6 2,4
(60% sílica livre)
Rochas
II – Arenito
Quartzosas
Quartzítico 2.400 3 68,9 6,9 n.e.
(ASTM C
(90% sílica livre),
616)
III – Quartzito
2.560 1 137,9 13,9
(95% sílica livre)
49,6* /
I – Exterior 0,25
Ardósias 62,1**
(ASTM C n.e. n.e. n.e.
37,9* /
629) II – Interior 0,45
49,6**
* = Paralelo à foliação
** = Perpendicular à foliação

O material apresentou um bom desempenho dentro dos limites


estabelecidos nas especificações, segundo ASTM, para rochas ornamentais
utilizadas no revestimento de edificações.

Quanta ao padrão estético, a rocha estudada apresentou semelhança na


cor e aparência estética com materiais já comercializados e, portanto, tem sua
demanda garantida pela indústria de desdobramento em chapas polidas e sua
comercialização final para a indústria da construção civil.

Em anexo estão os resultados dos ensaios realizados pelo Instituto de


Pesquisas Tecnológicas (IPT), já apresentados e protocolizados anteriormente
nesta Superintendência do DNPM.

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