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CÁLCULO II

Prof. Jerônimo Monteiro

Gabarito - Lista Semanal 02

Questão 1. Encontre um vetor perpendicular ao plano que contém os pontos A(1, 2, 3), B(2, 3, 4) e
C(4, 3, 1) e cujo comprimento seja igual à área do triângulo ABC .

Solução: Como o plano contém os três pontos, se criarmos dois vetores entre os pontos, estes
estarão contidos no plano da mesma forma. Logo, primeiro deve-se encontrar tais vetores, como segue:

~ = (2 − 1, 3 − 2, 4 − 3) = (1, 1, 1)
~u = AB

~ = (4 − 1, 3 − 2, 1 − 3) = (3, 1, −2)
~v = AC
Agora, se zermos o produto vetorial ~u × ~v , temos um vetor normal aos dois. Como os vetores
estão contidos no plano, ao encontrar o vetor normal a eles, encontra-se, também, um vetor normal
(~n) ao plano mencionado.
 
i j k


n =→

u ×→

v = 1 1 1 
3 1 −2
Tirando o determinante, temos que ~n = (−3, 5, −2).

1
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Agora, devemos encontrar a área do triângulo ABC mostrado acima. A partir da interpretação da
norma do produto vetorial, conclui-se que a área do triângulo é exatamente a metade do paralelogramo
que seria delimitado pelos vetores ~u e ~v . Logo:
||~u × ~v ||
A=
2
Porém, ~u × ~v = ~n, ou seja, a área do triângulo ABC é numericamente igual à metade da norma
do vetor ~n. Isto é, como queremos um vetor na direção de ~n cujo comprimento seja igual à área do
triângulo, basta fazer com que a norma de ~n diminua pela metade. Para fazer isso, cria-se um novo
vetor, que chamaremos de w ~ , o qual é dado a seguir:

~n ~n ||~n||
~ = ⇔ ||w||
w ~ = =
2 2 2
Portanto, para achar um vetor na direção de ~n com o comprimento pedido, basta dividir cada
coordenada por 2 e encontrar w
~ , o qual é o vetor desejado:
   
(−3, 5, −2) −3 5 −2 −3 5
w
~= = , , = , , −1
2 2 2 2 2 2

Questão 2. Considere os pontos no R3 dados por A(2, 3, 1), B(−1, 3, 2), C(4, 5, 8) e D(6, 8, 7). En-
contre a menor distância entre as retas AB e CD.

Solução: Primeiro, devemos encontrar as retas pedidas. À reta que contém os pontos A e B ,
chamaremos de reta r e à reta que contém C e D, s. Com isso em mente, lembrando que a equação da
reta no R3 necessita de um vetor diretor, devemos encontrá-los, um para cada reta. Para isso, basta
encontrar vetores entre os pontos, já que ambos estão contidos na reta, da seguinte forma:

Reta r:
~ = (−1 − 2, 3 − 3, 2 − 1) = (−3, 0, 1)
AB
Uitlizando o ponto A para escrever a equação de r, temos:

r: (x, y, z) = (2, 3, 1) + t.(−3, 0, 1)

Reta s:
~ = (6 − 4, 8 − 5, 7 − 8) = (2, 3, −1)
CD
Utilizando o ponto C para escrever a equação de s, temos:

s: (x, y, z) = (4, 5, 8) + λ.(2, 3, −1)

Agora, para encontrar a menor distância entre duas retas, devemos analisar a seguinte imagem:

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Onde P1 é um ponto qualquer de r, P2 é um ponto qualquer de s, ~u é o vetor diretor de r e ~v é o


vetor diretor de s.
Na imagem, percebemos que a distância entre as duas retas é numericamente igual à altura h.
Portanto, para achar essa distância, basta achar h. Para isso, devemos lembrar da interpretação
geométrica do produto misto entre ~u, ~v e P1~P2 , que arma que o valor absoluto de tal produto resulta
no volume do paralelepípedo delimitado por eles, isto é:
 
~
V = ~u, ~v , P1 P2

(1)
Além disso, sabe-se que o volume também é dado pelo produto da área da base pela altura. Porém,
a área da base é numericamente igual à norma do produto vetorial entre ~u e ~v , como garante a sua
interpretação geométrica, ou seja:

V = ||~u × ~v || h (2)
Com isso, comparando (1) e (2), chegamos à equação da distância entre duas retas (d):
 

~u , ~
v , P ~P

1 2
d=h=
||~u × ~v ||
Para facilitar a resolução, reescreveremos a equação acima da seguinte forma:

~
P1 P2 . (~u × ~v )

d=
||~u × ~v ||
Agora, voltando ao exemplo e considerando P1 = A, P2 = C , ~u = AB
~ e ~v = CD
~ , podemos calcular
a distância entre as retas dadas no problema:
 
i j k

− −−→ −−→
u ×→

v = AB × CD  −3 0 1 
2 3 −1


u ×→

v = (−3, −1, −9)

p √
||~u × ~v || = (−3)2 + (−1)2 + (−9)2 = 91

P1~P2 = AC
~ = (2 − 4, 3 − 5, 1 − 8) = (−2, −2, −7)

Finalmente, com esses dados, encontramos d:

|(−2, −2, −7). (−3, −1, −9)| |6 + 2 + 63|


d= √ = √
91 91
71
d = √ ≈ 7, 442822 U.C.
91

OBS: Se o produto misto P1~P2 . (~u × ~v ) fosse igual a 0, concluiria-se que as duas retas dadas eram
coplanares. Sendo assim, teríamos que descobrir se elas eram concorrentes ou paralelas para calcular
a distância entre elas.

Questão 3. Expresse (v~1 × v~2 ) × (w~1 × w~2 ) como combinação linear de v~1 e v~2 .

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Solução: Para resolvê-la, primeiro utilizaremos algumas propriedades do produto vetorial para
escrever de uma forma mais conveniente. Lembrando que ~u × ~v = − (~v × ~u) e chamando o vetor
(w~1 × w~2 ) de ~u, podemos expressar o seguinte:

(v~1 × v~2 ) × (w~1 × w~2 ) = (v~1 × v~2 ) × ~u = − (~u × (v~1 × v~2 ))


Permutando o produto vetorial v~1 × v~2 , podemos cancelar o sinal negativo:

− (~u × (v~1 × v~2 )) = ~u × (v~2 × v~1 )

Com isso em mente, utilizamos, agora, a identidade vetorial a seguir:

~u × (~v × w)
~ = (~u · w)
~ ~v − (~u · ~v ) w
~

Para consultar a demonstração dessa identidade, clique aqui.


Sendo assim, reescrevemos:

~u × (v~2 × v~1 ) = (~u · v~1 ) v~2 − (~u · v~2 ) v~1

Ou seja, substituindo ~u e voltando ao início do problema, podemos escrever:

(v~1 × v~2 ) × (w~1 × w~2 ) = ((w~1 × w~2 ) · v~1 ) v~2 − ((w~1 × w~2 ) · v~2 ) v~1

Sabendo que (w~1 × w~2 ) · v~1 e (w~1 × w~2 ) · v~2 resultam em escalares, nota-se que o produto vetorial
(v~1 × v~2 ) × (w~1 × w~2 ) pôde ser escrito como combinação linear de v~1 e v~2 .

Questão 4. Qual a distância entre os planos 2x + 3y − z = 5 e 2x + 3y − z = 11?

Solução: Percebe-se que os planos são paralelos, uma vez que, ao analisar a equação geral do plano
ax + by + cz + d = 0, no qual ~n = (a, b, c) é um vetor normal ao plano, é perceptível que os valores de
a, b e c são comuns aos dois planos. Com isso, se escolhermos um ponto qualquer em um dos planos e
calcularmos a sua distância até o outro plano, teremos a distância entre os planos automaticamente,
uma vez que eles são paralelos. Para isso, bastaria utilizar a fórmula da distância de um ponto a um
plano. Porém, para generalizar uma equação para a distância entre planos, calculamos a distância de
um ponto genérico de um plano ao outro.
Utilizando os planos paralelos genéricos π1 : ax + by + cz + d1 = 0 e π2 : ax + by + cz + d2 = 0, pega-
mos, primeiramente,  um ponto  qualquer de π2 e calculamos sua distância até π1 . Convenientemente,
−d2
utilizaremos o ponto 0, 0, pertencente à π2 , como garante a equação. A partir dele, utilizamos
c
a equação da distância de um ponto P0 (x0 , y0 , z0 ) ao plano ax + by + cz + d = 0:

|ax0 + by0 + cz0 + d|


D= √
a2 + b2 + c2
 
Para o nosso caso, temos o ponto 0, 0, −dc 2 e o plano ax + by + cz + d1 = 0, então a distância ca:

a.0 + b.0 + c. −d2 + d1

c |d1 − d2 |
D= √ =√
2
a +b +c2 2 a2 + b2 + c2

Ou seja, voltando ao problema, para calcular a distância entre planos paralelos, basta utilizar a
equação acima. Sendo assim, notando que, no exemplo pedido, d1 = −5 e d2 = −11, a distância entre
os planos dados é:

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|−5 − (−11)| 6
D=p = √ ≈ 1, 603567 U.C.
2 2
2 + 3 + (−1) 2 14

Questão 5. Qual a equação da reta paralela ao vetor ~v = 3i −2j +5k e que passa pelo ponto (−2, 3, 1)?

Solução: Para escrever a equação de uma reta no R3 , basta ter um ponto pertencente a ela e o
vetor diretor dela, isto é, um vetor paralelo a esta reta, que dita a direção a qual ela segue. Analisando
a questão dada, percebe-se que foi dado um ponto pertencente e um vetor paralelo a ela. Portanto,
basta escrever o seguinte:

(x, y, z) = (x0 , y0 , z0 ) + t.(a, b, c)


(x, y, z) = (−2, 3, 1) + t.(3, −2, 5)
Essa é a equação vetorial da reta. Agora, as equações paramétricas são:

x(t) = −2 + 3t
y(t) = 3 − 2t
z(t) = 1 + 5t

Agora, para achar as simétricas, deve-se isolar o parâmetro t em cada uma das paramétricas:
x+2
x(t) = −2 + 3t ⇔ t =
3
3−y
y(t) = 3 − 2t ⇔ t =
2
z−1
z(t) = 1 + 5t ⇔ t =
5
Logo:
x+2 3−y z−1
= =
3 2 5

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