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Universidade Metodista de Piracicaba

Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo


Engenharia Mecânica

Relatório circuito RC

Rodrigo Elhail RA: 14.7097-0

Física Experimental III


Prof. Dr. Lorival Fante Junior
1. OBJETIVO
Este experimento tem por objetivo verificar graficamente as curvas
de carga e descarga de um capacitor, verificando a constante de tempo
capacitivo e a capacitância do circuito através da constante de tempo.

2. INTRODUÇÃO
Um circuito com um resistor e um capacitor é um circuito RC. A
corrente neste circuito circula num só sentido, mas tem valor que varia
com o tempo. Com as regras de Kirchhoff é possível ter as equações da
carga Q e da corrente I em função do tempo, na carga e na descarga de
um capacitor através de um resistor.

Descarga de um capacitor
Seja um capacitor com a carga +Q, numa placa e –Q na outra
(Figura 1) . O capacitor está ligado a um resistor R e uma chave S que,
inicialmente, está aberta. A diferença de potencial no capacitor é Vo =
Qo
, no instante inicial, sendo C a capacitência.
C

Figura 1

No instante t = 0 a chave é fechada. Como há uma diferença de


potencial no resistor, há uma corrente elétrica que percorre. A corrente
V Q
inicial é Io = Ro = R oC. Esta corrente é provocada pelo deslocamento de
carga da placa positiva para a negativa através do resistor. Nesse
processo, porém, a carga do capacitor se reduz. Se a corrente I tiver o
sentido horário, ela mede a taxa de diminuição da carga do capacitor. Se
Q for esta carga, num instante t, a corrente neste mesmo instante é I =
dQ
. Percorrendo o circuito no sentido da corrente, encontramos uma
dt
queda de potencial IR no resistor e uma elevação de potencial Q⁄C no
Q
capacitor. A regra da malhas nos nós da então C − IR = 0 em que Q e I
dQ
são funções d tempo, relacionadas pela equação I = . Entrando com
dt
Q Q dQ
−dQ⁄dt no lugar de I na equação − IR = 0 , ficamos com + R dt = 0
C C
dQ 1
ou dt = − RC Q. Para resolver esta equação elementar, separamos as
variáveis Q e t. Multiplicando os dois membros da equação por dt e
dQ dt
dividindo ambos por Q, vem Q = − RC. Integrando de Qo em t = 0 até Q
Q t
no instante t, ln Q = − RC, poranto Q(t) = Q0 e−t⁄RC = Q0 e−t⁄τ em que τ, a
o
constante de tempo, é o intervalo de tempo em que a carga leva para a
1⁄e do seu valor inicial: τ = RC.

Figura 2 - Gráfico da carga no capacitor contra o tempo, para o circuito da Figura 1. A chave é fechada no instante
𝐭 = 𝟎. A constante de tempo 𝛕 = 𝐑𝐂 é o tempo necessário para a carga do capacitor cair a 𝐞−𝟏 𝐐𝟎 . É também o
intervalo de tempo que o capacitor levaria para se descarregar na hipótese de a taxa de descarga ser constante,
como mostra a reta tracejada.

A figura 2 mostra como varia a carga no capacitor do circuito da


Figura 1, em função do tempo. Depois de um intervalo de tempo t = τ,
a carga é Q = Q0 e−1 = 0,37Q0 . Depois do intervalo de tempo t = 2τ, a
carga é Q = Q0 e−2 = 0,135Q0 , e assim por diante. Depois de um
intervalo de tempo correspondente a diversas constantes de tempo, a
carga no capacitor se torna insignificante. Esse tipo de diminuição, a
diminuição exponencial, é bastante comum na natureza. Ocorre sempre
que a taxa de diminuição de uma grandeza é proporcional ao valor da
própria grandeza.

A diminuição da carga em um capacitor pode ser assemelhada à


diminuição da quantidade de água num balde que tem pequenino furo
no fundo. A vazão da água através do furo é proporcional à pressão da
água, que, por sua vez, é proporcional à quantidade da água no balde.

A corrente é obtida pela derivação da Eq. Q(t) = Q0 e−t⁄RC = Q0 e−t⁄τ ,

dQ Q0 −t⁄RC
I=− = e
dt RC
Ou

V0 −t⁄RC
I=− e = I0 e−t⁄τ
R
em que fizemos I = Q0 ⁄RC = V0 ⁄R a corrente inicial. Na Fig. 3
aparece o gráfico desta corrente em função do tempo. A diminuição da
corrente também é exponencial e ala cai a 1⁄e do seu valor inicial
depois de um intervalo de tempo t = τ = RC

Figura 3 – Gáfico da corrente contra o tempo para o circuito da Figura 1. A curva tem a mesma forma que a do
gráfico da figura 2. Se a corrente diminuísse a uma taxa igual à taxa inicial de diminuição, seria nula depois de um
intervalo de tempo igual à constante de tempo, como mostra a reta tracejada
Carga de um capacitor
A Fig. 4 mostra o circuito para carregar um capacitor. Vamos
admitir que, no instante inicial, o capacitor esteja sem carga.

Figura 4

A chave, inicialmente aberta, é fechada no instante t = 0 A carga


imediatamente começa a passar pelo resistor e a se acumular na placa
positiva do capacitor Fig. 4. Se a carga no capacitor num instante t for Q
e a corrente no circuito for I, a regra das malhas, de Kirchhoff, nos dá
Q
ε − VR − Vc = 0 ou ε − IR − = 0.
C

O sentido que tomamos para a corrente I é o que corresponde ao


crescimento da carga no capacitor:

dQ
I=+
dt

Q
Entrando com + dQ⁄dt no lugar de I, na Equação ε − IR − C = 0,
dQ Q
ficamos com ε = R dt + C .

No instante t = 0, a carga no capacitor é nula e a corrente é I0 =


ε⁄R. A carga depois aumenta e a corrente diminui, como mostra a
Q
Eq. ε − IR − C = 0. A carga atinge o seu valor máximo Qf = Cε quando a
dQ Q
corrente I é igual a zero, o que também se vê na equação ε = R dt + C

dQ Q
A Equação ε = R dt + C resolve-se da mesma forma que a equação
dQ 1
= − RC Q . O resultado é Q = Cε(1 − e−t⁄RC ) = Qf (1 − e−t⁄τ ) em que
dt
Qf = Cε é a carga final (máxima). A corrente se tem pela relação I =
dQ⁄dt:

dQ 1
I= = −Cεe−t⁄RC (− )
dt RC
ou
ε −t⁄RC
I= e = I0 e−t⁄τ
R
ε
em que a correte inicial é I0 = R

As Figs 5 e 6 mostram a carga e a corrente em função do tempo.

Figura 5 – Gráfico da carga no capacitor contra o tempo no circuito na figura 4, depois de a chave ser fechada no
instante 𝐭 = 𝟎. Depois de um intervalo de tempo 𝐭 = 𝛕 = 𝐑𝐂 , a carga no capacitor é 𝟎, 𝟔𝟑𝐂𝛆, sendo 𝐂𝛆 a carga
final. Se a taxa de carregamento do capacitor fosse constante, a carga estaria completa depois do tempo 𝐭 = 𝛕
Figura 6 – Gráfico da corrente contra o tempo no circuito da figura 4. A corrente inicial é 𝛆⁄𝐑 e diminui
exponencialmente com o tempo.

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Um capacitor de 2200μF x 50V foi ligado em série com um resistor de


22kΩ e o circuito ligado a uma fonte ajustado para 12V, controlado por
uma chave liga\desliga, como ilustrado na figura 7.

Figura 7

Em seguida, com auxílio de um cronômetro, o tempo de carga do


capacitor foi determinado. Isso foi feito ligando-se a chave na posição
L2 para fechar o circuito e observando o multímetro (ligado em paralelo
com o circuito) até que uma determinada ddp (diferença de potencial)
fosse atingida, como ilustrado na figura 6. A ddp era anotada em
determinados intervalos de tempo, e ao final a chave era desligada.
Esse procedimento foi repetido duas vezes.

Figura 8 – Processo de carga do capacitor de forma esquemática com a chave colocada na posição L2

Procedimento semelhante foi feito para a descarga do capacitor, onde o


capacitor era carregado até que sua ddp atingisse 12V e a chave era
posicionada para descarga (posição L1), sendo a ddp acompanhada
pelo multímetro e o tempo contabilizado com o cronômetro conforme
figura 9.

Figura 9 – Processo de descarga do capacitor de forma esquemática com a chave colocada na posição L1

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

DISTÂNCIA ERRO TENSÃO DESVIO


TENSÃO PROPAGAÇÃO
(d) EXPERI MÉDIA PADRÃO σv CAMPO (E)
(V) ERRO
m MENTA (Vm)
L

0,8800
0,002
0,0200 0,9200 0,9200 0,0400 46,0000 0,4029
5
0,9600
1,7400
0,002
0,0400 1,7000 1,7333 0,0306 43,3333 0,0914
5
1,7600
2,5600
0,002
0,0600 2,5300 2,5633 0,0351 42,7222 0,0411
5
2,6000
3,3500
0,002
0,0800 3,3500 3,3667 0,0289 42,0833 0,0221
5
3,4000
4,1300
0,002
0,1000 4,1800 4,1700 0,0361 41,7000 0,0146
5
4,2000
5,0800
0,002
0,1200 5,0500 5,0700 0,0173 42,2500 0,0094
5
5,0800
5,9600
0,002
0,1400 5,9500 5,9567 0,0058 42,5476 0,0068
5
5,9600
6,8600
0,002
0,1600 6,8900 6,8767 0,0153 42,9792 0,0054
5
6,8800
7,8200
0,002
0,1800 7,8000 7,8300 0,0361 43,5000 0,0047
5
7,8700

5. CONCLUSÃO
5.1. Mapeamento do campo elétrico
5.2.

1. Bibliografia:
TIPLER, Paul Allan; MOSCA, Gene. Física para cientistas e
engenheiros: eletricidade e magnetismo. 5. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2006. 2 v.
Tradução Fernando Ribeiro da Silva.

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