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1 INTRODUÇÃO

As empresas desenvolvem suas atividades financeiras que precisam


ser registradas. Estes registros demonstram a vida da empresa .

A importância de saber como são estruturadas as demonstrações


financeiras e como analisá-las, auxilia o administrador financeiro a tomar decisões
que possibilitam grandes retornos financeiros e crescimento à empresa. Com estes
conhecimentos, eles podem ainda identificar e descobrir a política financeira dos
concorrentes, e adotar critérios que poderão superá-los.

É através da análise das demonstrações financeiras que podemos


identificar os pontos críticos dentro da organização e apresenta imediatamente um
esboço das prioridades para solucionar problemas.

Para apresentação das estruturas e análises utilizaremos as


demonstrações financeiras da empresa WHB Componentes Automotivos S/A.

A WHB possui uma longa tradição industrial e está hierarquicamente


colocado entre os líderes mundiais nos setores em que participa. A empresa foi
fundada em 1993 após identificar expressivo potencial para o segmento de
autopeças para veículos leves e utilitários. A empresa é especialista na usinagem de
componentes de alta precisão, preferencialmente no segmento automotivo.
Primeiramente temos que entender como estruturar e analisar as
demonstrações contábeis, ver e saber qual ferramentas utilizar para auxiliar nas
tomadas de decisão é de grande importância para a administração do negócio. Este
mostra uma rápida visão intuitiva da situação da empresa e ainda são bases para
planejar os negócios e elaborar orçamentos internos.
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2 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL DO BALANÇO PATRIMONIAL

Gráfico1 – Balanço Patrimonial 2006

Em 2007 a empresa captava 19,77% dos seus recursos junto a


terceiros, a curto prazo e 44,76 a logo prazo. O restante, ou seja, 35,47%
correspondiam a recursos próprios. A aplicação destes recursos está dividido entre
ativo circulante, não circulante e ativo permanente, onde 42,29% está aplicado no
permanente (imobilizado), 27,49% aplicado no circulante, principalmente em
disponibilidades (bancos) e o restante 30,22% a longo prazo.
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Gráfico 2 – Balanço Patrimonial 2007

Em 2007 houve um aumento de 23,69% de captação de recursos


junto a terceiros, diminuindo para 34,82% a participação de recursos próprios.
Comparando-se horizontalmente o ano de 2007 em relação a 2006, relatamos um
crescimento de 17,92% da dívida de curto prazo, principalmente em fornecedores
que cresceram 44,58% de um ano para outro. Os recursos próprios diminuiram 3,4%
de 2006 para 2007, principalmente os lucros acumulados, uma vez que não houve
diminuição do capital social. Quanto às aplicações dos recursos, a empresa continua
aplicando a maior parte, 32,24%, a curto prazo, principalmente em bancos. Fazendo
a comparação horizontal da aplicação dos recursos, percebemos o diminiução de
68,07% das disponibilidades. Houve também aumento dos estoques 19,11%, este
aumento se deve ao fato que em 2006 a empresa mantinha poucos valores em
estoque, aumentando este valor em 2007. O ativo permanente permaneceu quase
inalterado, uma vez que não sofreu novos investimentos.
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Gráfico 2 – Balanço Patrimonial 2007

Gráfico 3 – Balanço Patrimonial 2008

Em 2008 a empresa captou 70,48% de seus recursos junto a


terceiros, sendo 29,62% em curto prazo e 40,86% em longo prazo. Os outros
29,52%, corresponde a recursos próprios, sendo que os lucros acumulados
representam 0% de todos os recursos da WHB. A aplicação dos recursos continua
com a mesma política, ou seja, 25,61% é aplicado no curto prazo, e 21,99% a longo
prazo, e 52,41% é aplicado no ativo permanente. Comparando o ano de 2008 em
relação a 2006, notamos que a dívida em curto prazo obteve um pequeno aumento,
5,93%, e os recursos proprios cairam 5,30%. Analisando horizontalmente as
aplicações dos recursos, percebemos uma diminuição de 71,40% nas
disponibilidades e de 12,94% nas contas a receber. Quanto ao permanente
permanece aumenta significativamente 35,99
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3 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL DA DRE.

Gráfico 4– Demonstração do Resultado do Exercício 2006

Em 2006 o custo do produto vendido representava 65,35% da


receita líquida, desta forma o resultado bruto representava 34,65% da receita
líquida. Realizando as deduções das despesas operacionais (11,46%), chegamos a
um lucro do exercício que representa 17,72%.
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Gráfico 5– Demonstração do Resultado do Exercício 2007

Em 2007 o CPV passou a representar 78,07% da receita líquida,


obtendo um lucro bruto de 21,93%. Fazendo as deduções das despesas, chagamos
a um lucro no exercício de 12,58% com relação à receita líquida. Comparando-se
horizontalmente o ano de 2007 em relação a 2006, nota-se uma redução de 19,98%
nas vendas da empresa. O custo dos produtos obteve uma redução de 7,14% em
comparação a 2006. As despesas operacionais caíram 5,45% de 2006 para 2007,
impulsionada principalmente pela redução de 24,44% das despesas financeiras. O
lucro obtido em 2007 sofreu uma redução proporcional ao das vendas, reduzindo-se
em 44,82% de 2006 para 2007.
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Gráfico 6– Demonstração do Resultado do Exercício 2008

Em 2008 o custo dos produtos vendidos representava 72,45% em


relação à receita líquida, acarretando num lucro bruto de 27,55%, comparando-se
com a receita líquida. As despesas operacionais representavam 9,74% da receita
líquida. Fazendo a análise horizontal, constatamos um aumento de 19,93% das
vendas em 2008, em relação a 2006. O custo dos produtos vendidos ficou estável
em 2008. As despesas operacionais sofreram um aumento 0,19% de 2006 para
2008. O resultado do exercício (lucro) aumentou 6,84%.
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4 ANALISE ATRAVÉS DOS INDICES

4.1 Análises Financeiras

Gráfico 7 – Analise Financeira

4.1.1 Liquidez Seca

Liquidez Seca = Ativo Circulante - Estoque


Passivo Circulante

b
Gráfico 6 – Liquidez Seca
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No ano de 2006, para cada $1,00 de dívida exigível a curto prazo, a


empresa possuía $0,15 (deduzindo-se os estoques) para o cumprimento destas
dívidas, este valor cai para $0,05 no ano de 2007 e $0,03 em 2008, evidenciando
que a empresa depende de seus estoques para o cumprimento de suas dívidas, se
necessário.

4.1.2 Liquidez Corrente

Liquidez Corrente = Ativo Circulante


Passivo Circulante

Gráfico 8 – Liquidez Corrente

No ano de 2006, para cada $1,00 de dívidas de curto prazo, a WHB


possuía $1,39 para o pagamento destas dívidas, este valor encontrava-se em $1,36
em 2007 e cai para $0,86 em 2008. Observamos que a empresa poderia quitar suas
dívidas em curto prazo com certa tranqüilidade ate 2007, já em 2008 teria
dificuldades.
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4.1.3 Liquidez Geral

Liquidez Geral = Ativo Circulante + Real. LP


Passivo Circulante + Exig. LP

Gráfico9 – Liquidez Geral

No ano de 2006, para cada $1,00 de dívidas de curto prazo, a WHB


possuía $0,89 para o pagamento destas dívidas, caido para $0,86 em 2007 e cai
ainda mais, para $0,86 em 2008. Observamos que a empresa teria dificuldades para
quitar suas dívidas a curto prazo e longo prazo.
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4.2 Analise Estrutural

Gráfico10 – Estrutura de Capital

4.2.1 Participação do Capital de Terceiros

Participação de
Capitais de Terceiros Capital de Terceiros X100

(Endividamento) = Patrimônio Liquido

Gráfico 11 – Participação de Capitais de Terceiros


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No ano de 2006 a empresa utilizava-se de 181,92% de capital de


terceiros em suas aplicações, valor que aumentou para 187,22% em 2007 e
238,77% em 2008, caracterizando que a empresa está se endividando cada vez
mais.

4.2.2 Composição do Endividamento

Composição do Endividamento Passivo Circulante X100


= Capital de Terceiros

Gráfico 12 – Composição do Endividamento

De 100% do capital de terceiros utilizados pela empresa no ano de


2006 30,64% esta a custo prazo, em 2007 sobe para 36,34% e em 2008 sobe mais
ainda indo para 42,02%. Desse modo a cada 100 reais em divida em 2006 a
empresa tem 36,34 reais que vence em custo prazo (período inferior a um ano), em
2007 36,34 reais e 2008 sobe para 42,02.
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4.2.3 Imobilização de Recursos Próprios

Imobilização do Patrimônio Liquido = Ativo Permanente X100


Patrimônio Liquido

Gráfico 13 – Imobilização do Patrimônio Liquido

Observamos que em 2006 a empresa possuía 119,22% de


imobilização de seus recursos próprios, ou seja, para cada $100,00 do patrimônio
líquido, $119,22 estava aplicado no ativo permanente, este índice só aumentou nos
outros anos, chegando a 125,68% em 2007, e 177,54% em 2008. Com estes índices
notamos que a empresa não possui um bom capital de giro sendo assim não
sustenta com tranquilamente seu ativo permanente com capital próprio, passando
assim a depender cada vez mais de capital de terceiros para financiamento do Ativo
Circulante.

4.2.4 Imobilização de Recursos não Correntes

Imobilização dos recursos = Ativo Permanente


Não correntes Patrimônio Liquido+PELP
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Gráfico 14 – Imobilização de Recursos não Correntes

Observamos que em 2006 a empresa possuía 52,71% de


imobilização de seus recursos não correntes, ou seja, para cada $100,00 reais de
desse Recursos ela tem $52,71 aplicado no ativo permanente, este índice também
aumentou nos outros anos, chegando a 157,34% em 2007, e 74,46% em 2008.

4.3 Analise Econômica

Gráfico15 – Rentabilidade do Resultado


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4.3.1 Margem Líquida

Margem liquida = Lucro Liquido x100


Vendas Liquida

Gráfico16 – Margem Liquida

Em 2006 a empresa possuía 17,72% de lucro líquido sobre suas


vendas, valor esse vaor que cai em 2007 para 12,58% e cai mais ainda em 2008
para 6,84%, ou seja, para cada $100,00 de vendas líquidas, a empresa obtém um
lucro líquido de $17,72 em 2006, 12,58 em 2007 e 6,84 em 2008.

4.3.2 Rentabilidade do Ativo

Rentabilidade do
Ativo = Lucro Liquido x100
Ativo
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Gráfico17 – Rentabilidade do Ativo

O retorno das aplicações da empresa é de 9,90% em 2006 de 5,55%


em 2007 e de 4,04% em 2008, ou seja, para cada $100,00 que a empresa investe,
obtém um retorno de $9,90 em 2006 e $5,55 em 2007 e $4,04 em 2008. Este índice
parece estar diminuindo, podendo se tornar preocupante a longo prazo.

4.3.3 Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Rentabilidade do PL = Lucro (ou prej) Liquido


Capital Nominal (PL)
Médio

Gráfico18 – Rentabilidade do PL
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Os sócios estão tendo um retorno de 15,67% para os 100%


investidos na WHB, em 2007. Em 2008 este valor cai para 15,67% . Consideramos
estes índices bons, pois está acima do valor para aplicação no mercado financeiro.
Mas, assim como no retorno do ativo, este índice caiu de 2007 para 2008, o que a
longo prazo pode causar preocupação.

4.3.4 Giro do ativo

Giro do Ativo = Rentabilidades (vendas liquidas)


Ativo

Gráfico19 – Giro do Ativo

No ano de 2006 o giro 0,56 é obtido pela empresa, de vendas em


relação ao que investiu, ou seja, para cada $1,00 investido a WHB obteve uma
venda líquida de $0,56. Este valor diminui para $0,44 em 2007 à volta a aumentar
para $0,59 em 2008. Consideramos o nível atual de produtividade da empresa bom,
mas deve se preocupar com a queda da produtividade.
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5 INFLAÇÃO

Inflação é um processo pelo qual ocorre aumento generalizado nos


preços dos bens e serviços, provocando perda do poder aquisitivo da moeda. Isso
faz com que o dinheiro valha cada vez menos, sendo necessária uma quantidade
cada vez maior dele para adquirir os mesmos produtos. (Economia e Finanças –
Elmo Nelio Moreira)
Há vários fatores que podem gerar inflação. O aumento muito
grande do preço de um item básico na economia pode contaminar os demais preços
provocando uma alta generalizada. É o caso do petróleo e da energia elétrica, por
exemplo. O excesso de consumo também provoca inflação, pois os produtos
tornam-se escassos ocasionando aumento de seus preços. Em outra hipótese, se o
Governo gasta mais do que arrecada, e para pagar suas contas emite papel-moeda,
provoca inflação, pois está desvalorizando a moeda, uma vez que criou dinheiro
novo sem lastro, sem garantia, sem que tenha havido criação de riqueza, de
produção. Assim, os bens e serviços continuam os mesmos, mas o dinheiro em
circulação aumenta de volume. Passa-se, então, a exigir maior quantidade de
dinheiro pela mesma quantidade de produto, o que alguns economistas chamam de
dinheiro fraco, dinheiro podre.
O processo inflacionário, quando instalado, é de difícil controle.
Funciona como um círculo vicioso, obrigando a realização de reajustes periódicos de
preços e salários, com o seu conseqüente agravamento. E quem mais sofre com
tudo isso é a camada mais pobre da população, que não tem como se proteger. Em
épocas de inflação galopante, tivemos no Brasil contas bancárias com reajustes
diários como forma de repor o poder de compra que o dinheiro perdia de um dia
para o outro. Mas as pessoas mais pobres não tinham (e ainda não têm) acesso a
contas bancárias, não podendo se utilizar desse benefício. E assim, seu dinheiro
valia menos a cada dia.
A Correção Monetária tem o objetivo de minimizar (ou até
neutralizar) as distorções causadas pela inflação na economia. Com ela, os valores
monetários são reajustados com base na inflação ocorrida no período anterior,
calculada por índices que procuram medir as mudanças que ocorrem nos níveis de
preços de um período para outro. No Brasil, o cálculo destes índices é feito por
entidades credenciadas, como o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e
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Estatística. Outras instituições também têm elaborado estes cálculos, como a FGV -
Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro; FIPE - Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas e o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Sócio-Econômicos, ambos em São Paulo; o IPEAD - Instituto de Pesquisas
Econômicas, Administrativas e Contábeis, em Belo Horizonte, dentre outros.
Os índices de preços, ou de inflação, são, portanto, indicadores que
procuram mensurar a evolução do nível de preços. É um número que está associado
à média ponderada dos preços de um conjunto de produtos, denominado cesta, em
um determinado período. Assim, se de um mês para o outro determinado índice de
preços sofre uma elevação de 0,6%, por exemplo, significa que os preços que fazem
parte da cesta correspondente a esse índice aumentaram, em média, 0,6%.
Há diversos índices que são utilizados para medir a inflação, cada
um com metodologia de cálculo própria e com utilização específica. Para aferir, por
exemplo, a variação dos preços dos produtos finais consumidos pela população,
usa-se o índice de custo de vida (ICV) ou o índice de preços ao consumidor (IPC),
tomando por base os produtos de consumo de uma família-padrão para toda a
sociedade ou certa classe. Para medir a variação nos preços dos insumos e fatores
de produção e demais produtos intermediários, usam-se índices de preços ao
produtor ou o índice de preços no atacado (IPA). A inflação no Brasil levou à criação
de muitos índices diferentes para medir a inflação e corrigir a desvalorização da
moeda. Atualmente, os principais são:

IPC Fipe - Índice de Preços ao Consumidor, calculado pela FIPE/USP (Fundação


Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo), mede a variação
dos preços de produtos e serviços, no município de São Paulo, para famílias que
ganham entre um e vinte salários mínimos.

IGP-M - Índice Geral dos Preços do Mercado, calculado pela FGV (Fundação
Getúlio Vargas). A coleta de preços é feita entre os dias 21 do mês anterior e 20 do
mês corrente, com divulgação no dia 30. É composto por três índices: Índice de
Preços no Atacado (IPA), Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e Índice Nacional
do Custo da Construção (INCC), que representam 60%, 30% e 10%,
respectivamente, do IGP-M. É um dos índices mais utilizados.
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IPC - Índice de Preços ao Consumidor, calculado pela FGV, mede a inflação para
famílias com rendimentos entre um e 33 salários mínimos, em São Paulo e no Rio
de Janeiro. O IPC representa 30% do IGP-M. Este índice é calculado para três
intervalos diferentes e compõe os demais índices calculados pela FGV (IGP-M, IGP-
DI e IGP-10) com um peso de 30%.

IPA - Índice de Preços no Atacado, calculado pela FGV, com base na variação dos
preços no mercado atacadista. Este índice é calculado para três intervalos diferentes
e compõe os demais índices calculados pela FGV (IGP-M, IGP-DI e IGP-10) com um
peso de 60%.

INCC - Índice Nacional do Custo da Construção, calculado pela FGV, mede a


variação de preços de um conjunto (cesta) de produtos e serviços utilizados pelo
setor de construção civil. Este índice é calculado para três intervalos diferentes e
compõe os demais índices calculados pela FGV (IGP-M, IGP-DI e IGP-10) com um
peso de 10%.

IGP-DI - Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna. É calculado pela FGV


entre o primeiro e o último dia do mês. Sua divulgação ocorre por volta do dia 10 do
mês seguinte. Mede os preços que afetam diretamente a atividade econômica do
País, excluídas as exportações. A exemplo do IGP-M, também é composto pela
média ponderada do IPC, IPA e INCC, calculados para o respectivo período.

INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Calculado pelo IBGE (Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística) nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro,
Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e
Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia. Mede a variação nos
preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias com rendas entre um e
oito salários mínimos. O período de coleta de preços vai do primeiro ao último dia do
mês corrente e é divulgado aproximadamente após o período de oito dias úteis. É o
índice mais utilizado.

IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Ampliado. É calculado pelo IBGE nas


regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São
Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município
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de Goiânia. Mede a variação nos preços de produtos e serviços consumidos pelas


famílias com rendas entre um e quarenta salários mínimos. O período de coleta de
preços vai do primeiro ao último dia do mês corrente e é divulgado
aproximadamente após o período de oito dias úteis.

ICV - Índice do Custo de Vida, calculado pelo Dieese (Departamento Intersindical de


Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) mede a variação dos preços em quatro
grupos: alimentação, transportes, saúde e habitação. A pesquisa é realizada no
município de São Paulo, pegando todas as faixas de renda. O período de coleta de
preços vai do primeiro ao último dia do mês corrente e o índice é divulgado
aproximadamente no início da 2a quinzena do mês seguinte.

ICVM - Índice do Custo de Vida da Classe Média. Calculado pela Ordem dos
Economistas, a pesquisa é realizada no município de São Paulo tomando como
base as despesas das famílias que tenham uma renda mensal na faixa entre dez e
quarenta salários mínimos. O período de coleta de preços vai do primeiro ao último
dia do mês corrente e o índice é divulgado aproximadamente no décimo dia de mês
seguinte.

(Economia e Finanças – Elmo Nelio Moreira)

5.1 INFLAÇÃO X CONTABILIDADE

De acordo com os Princípios de Fundamentais de Contabilidade as


transações são contabilizadas em uma mesma base, no caso, a moeda do país de
origem da empresa.
Ao longo do tempo vários foram os índices monetários utilizados
para acompanhar a inflação e corresponde-la no cálculo da Correção Monetária.
O objetivo principal da Correção Monetária segundo é, exatamente,
empregar os efeitos da inflação sobre os elementos patrimoniais de modo a
possibilitar que as demonstrações contábeis sirvam para fins gerenciais e retratem o
real estado econômico-financeiro da empr
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A Correção Monetária surgiu em meados dos anos sessenta do


século passado como defesa durante um longo período inflacionário que se viveu
conforme podemos visualizar na Lei n.º 4.506, de 30 de novembro de 1964, art. 3º,
onde está afirmado que, a partir do exercício financeiro de 1965, os valores
expressos em cruzeiros, segundo a legislação do imposto de renda, "serão
atualizados anualmente em função de coeficientes de correção monetária
estabelecida pelo Conselho Nacional de Economia, desde que os índices gerais de
preços se elevem acima de 10% ao ano ou de 15% em um triênio".
De acordo com a lei n.º 4.380, de 21 de agosto de 1965, art. 5º,
salienta o uso de correção monetária nas prestações e dívidas decorrentes de
contratos de vendas ou construção de habitações ou de empréstimo para aquisição
ou construção de habitações. Este reajuste será baseado no Índice Geral de Preços
(IGPM), que deixará as parcelas no valor que reflita as variações do poder aquisitivo
da moeda.
Na Lei n.º 4.862, de 29 de novembro de 1965, art. 1º, § 3º,
determina que:
A partir do exercício financeiro de 1967, os limites das classes
de renda líquida de que trata este artigo serão atualizados,
anualmente, em função de coeficiente de correção monetária
estabelecidos pelo Conselho Nacional de Economia na
conformidade na Lei n.º 4.506, de 30 de novembro de 1964".
Em seu art. 2º, estatui que "As importâncias expressas na
legislação do imposto de renda, em função do mínimo de
isenção estabelecido para a tributação da renda líquida
percebida pelas pessoas físicas, serão atualizadas,
anualmente, de acordo com o disposto no art. 1º, aplicando-se
aos demais casos a norma estabelecida no art. 3º da Lei nº
4.506, de 30 de novembro de 1964.

Em de 30 de dezembro de 1968, o Decreto Lei n° 40, art 29, orienta


que atualizar monetariamente os valores expressos em cruzeiros na legislação
tributária deixou de ser obrigatório segundo o Ministro de Estado da Fazenda.
Nos exercícios posteriores, a prática da correção monetária foi se
difundindo nos diversos setores da economia, englobando vários ramos de
atividades, pois atividades que envolvessem pagamentos e recebimentos sem a
indexação da moeda, poderiam representar um ganho para o devedor e uma perda
para o credor.
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Seguindo este principio, o Poder Judiciário passou a adotar esta


pratica nas ações, as quais intermedia. Em 8 de abril de 1981, a Lei nº 6.899
determina a incidência de correção em qualquer decisão judicial, englobando
também as custas e honorários advocatícios.
A Lei n.º 7.713, de 22 de dezembro de 1988, previu a correção
monetária de valores de dedução, tabela e montante do imposto de rendas das
pessoas físicas, calculada aos mesmos índices aprovados para reajustar as
Obrigações do Tesouro Nacional - OTN, aplicável aos fatos geradores ocorridos a
partir de 1º de janeiro de 1989.
Por sua vez, a Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, instituiu a
Unidade Fiscal de Referência - UFIR, como medida de valor e parâmetro de
atualização monetária de tributos e de valores expressos em cruzeiros na legislação
tributária federal.
A lei determinou a conversão dos valores expressos em cruzeiros
em quantidade de Unidade Fiscal de Referência - UFIR, pelo valor desta no mês do
pagamento ou no mês em que tiverem sido consideradas na base de cálculo sujeita
à incidência mensal do imposto de renda na fonte. Com isso, não só o imposto
apurado, mas também os valores em moeda corrente, considerados na apuração da
base de cálculo do imposto, passaram a ter reajuste monetário automático a cada
mês. Portanto, dispensou-se a edição periódica de lei para corrigir valores que
compõem a base de cálculo já que integravam a tabela progressiva do imposto a ser
pago ou restituído.
Esse regime de correção monetária automática, com os valores da
legislação tributária federal fixados em UFIR, perdurou até 31 de dezembro de 1994,
ano de início de implantação do Plano Real.
A partir de 1994, no Plano Real, devido às condições visivelmente
favoráveis a desindexação da moeda e uma maior estabilidade do poder de compra
desta, permitindo que tanto os títulos da dívida mobiliária interna da União quanto os
valores previstos na legislação tributária federal, inclusive créditos tributários
recebidos com atraso, deixassem de ser corrigidos monetariamente.
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6 A CORREÇÃO MONETÁRIA NA CONTABILIDADE

A contabilidade é entendida como um sistema capaz de transformar


dados em informações, as quais poderão contribuir muito nas decisões tomadas
pelos gestores. A informação precisa ser fidedigna e chegar ao seu destino em
tempo hábil, considerando-se as necessidades da entidade, a Correção Monetária
dos demonstrativos financeiros vem colaborar com a precisão destas informações.

Luís Padoveze (1997, p. 77):


A Correção Monetária de balanços nada mais reflete do que os
efeitos da inflação nas contas patrimoniais, portanto, perdas e
ganhos monetários são valores reais que devem aumentar e
diminuir o lucro do exercício. Dentro dessa linha conceitual,
perdas e ganhos monetários dos ativos e passivos são
relacionados com as contas da demonstração dos resultados
que tem correlação direta com esses elementos patrimoniais.

Conforme Iudícibus (1998, p. 265):

Não é necessário ser profissional de contabilidade,


administrador ou mesmo proprietário de empresa para
perceber que as demonstrações contábeis de fim de período,
bem como outros relatórios emanados do setor contábil, são
estruturados em parte na pressuposição de que a moeda não
sofre variações em seu poder aquisitivo intrínseco.

Neste sentido, a Correção Monetária foi criada para recompor o


poder de compra dos ativos das organizações e utilizada com eficiência por vários
anos. A Contabilidade foi quem concebeu o método de operacionalizar o instrumento
a partir das suas Partidas Dobradas.
Matarazzo (2003) mostra os efeitos em decorrência da inflação
sobre o ativo monetário e não monetário como também passivo monetário e não
monetário: Ativo monetário: sofre perda que deve ser reconhecida pela empresa.
Ativo não monetário: não sofre perda nem oferece ganho; entretanto, seu valor
nominal deve ser alterado, ou seja, corrigido.
Passivo monetário: represetado pelos direitos de terceiros, sofre
idêntico efeito da inflação que o ativo monetário, ou seja, com a inflação perde valor
real e mantém o valor nominal.
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Passivo não monetário: é a diferença entre o ativo total e o passivo


monetário; sofre, por isso, as perdas e ganhos decorrentes da inflação sobre os
itens monetários e reflete a correção do valor nominal do ativo monetário.
Restavam o ativo e o passivo não monetários para serem
atualizados monetariamente. O ativo não monetário seria atualizado porque não
havendo intenção de vendê-lo, a organização assistia o seu valor aumentando a
cada dia, via processo inflacionário, sem que este efeito estivesse sendo visto
contabilmente. Já o passivo não monetário, por representar o capital próprio da
empresa, precisava estar muito próximo da realidade econômico-financeira para um
melhor controle dos seus donos.
A solução contábil não tardou a surgir e com a criação da Conta do
Resultado da Correção Monetária resolveu-se parcialmente o problema. O
mecanismo para a recomposição do poder de compra dos ativos seria definido
assim: Debitando o ativo não monetário pelo valor encontrado a partir da aplicação
da taxa de inflação sobre a sua grandeza e em contrapartida se creditava a recém
criada conta do Resultado da Correção Monetária. O mesmo procedimento se dava
em relação ao passivo não monetário que seria creditado pelo valor encontrado a
partir da aplicação daquela mesma taxa de inflação sobre sua grandeza e agora se
debitava em contrapartida, o Resultado da Correção Monetária.
Mas a inflação continuava em alta e com isso começaram a
aumentar ainda mais as distorções nas informações das demonstrações contábeis.
Percebeu-se a necessidade de um sistema mais completo para
reconhecer os efeitos causados pela hiperinflação do período. Foi ai que a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) instituiu, por meio da instrução normativa
64/87, a Correção Monetária Integral, que tinha por finalidade o fornecimento de
informações complementares elaboradas em moeda de poder aquisitivo constante.
Estavam obrigadas a divulgar essas informações complementares as companhias
abertas.
Posteriormente, foi editada a instrução normativa 191/92 em
substituição a anterior e para instituição da Unidade Monetária Contábil (UMC) como
referência na elaboração das demonstrações contábeis, utilizando a Correção
Monetária Integral.
36

A Correção Monetária Integral surgiu como uma importante fonte de


informação para a Contabilidade, já que sua finalidade era ajustar as demonstrações
contábeis em uma única moeda, adotando um índice capaz de refletir os efeitos da
inflação. Era vista como tecnicamente superior a Correção Monetária Legal porque
apresentava os efeitos da inflação em todas as contas das demonstrações
contábeis, além de uma melhor fonte de informação gerencial.
Após a extinção da Correção Monetária Legal a CVM emitiu a
instrução normativa 248/96 que tornou facultativo o uso da Correção Monetária
Integral.
Com essa não obrigatoriedade, a maioria das empresas acabou
deixando de utilizá-la e a contabilidade perdendo uma importante fonte de
informação na análise e tomada de decisões gerenciais.
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7 FERRAMENTAS QUE AUXILIAM NA TOMADA DE DECISÃO

Utilizaremos como base um dos itens fabricados pela empresa, da peça cabeçote,
valor em Milhões de reais.

Índice de Inflação

Anos 2.006 2.007 % 2.008 %


Mao de Obra 204 182 -10,8% 163 -10,4%
Energia 35 37 5,7% 29 -21,6%
Materia Prima 15 20 33,3% 25 25,0%
Manutenção 30 50 66,7% 94 88,0%
Beneficios Funcionario 79 85 7,6% 79 -7,1%
Total 363 374 390

Receita 2.228 4.768 114,0% 2.238 -53,1%

Lucro 1.865 4.394 135,6% 1.848 -57,9%

Inflação 5,14 11,75 128,7 4,74 -59,7

Calculo de Custo, estoque em 31/05/2006.

Data
Itens 31/12/2006 31/12/2006 31/12/2007 31/12/2008
PL 116.667 116.667
Estoque Inicial 335
Reposição 335 400 418
IGP-M 100% 108% 110%
Valorização - 65 83
Inflação - 27 34
Diferença - 38 49
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Interpretação Custos Custos Custo de


Itens Originais Corrigidos Reposição
2.22
Receita 2.228 2.228 8
CMV (1.090) (1.199) (1.360)
Lucro 1.138 1.029 868
Despesas (52) (52) (52)
Lucro 1.086 977 816
Estoque 1.138 1.029 868
37
% 49% 44% %
Desconto 1.086,00 977,00 815,94

Valor 1.142,00 1.251,00 1.412,06


(1.360,0
CMV (1.090,00) (1.199,00) 6)
(52,00
Despesa (52,00) (52,00) )
Total - - -

COMPRAR X FABRICAR

Qual a melhor opção?

Quadro comparativo para 27.331 Unidades no mês de abril de 2008, da peça


Cabeçote.

Custos Fabricar Comprar


Material -
Materia Prima 1.894.038,30 3.006.410,00
Energia 25.000,00 -
Mão de Obra Indireta 265.000,00 5.000,00
Mão de Obra Direta 198.000,00 -
Frete - 40.996,50
Outros Custo 743.000,00 150.000,00
Total 3.125.038,30 3.202.406,50
Custo unitario 114,34 117,17
Diferença Total 77.368,20
Diferença Unitaria 2,83
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Fabricar Comprar

Pontos Positivos Pontos Positivos

Garantia Redução de Custo


Qualidade A não necessidade de espaço físico
Tecnologia Garantia
Prazo Diversidade de Fornecedor
Conhecimento total do produto Facilidades nas negociações e prazo
Espaço no mercado Menor depreciação das maquinas
A não necessidade de investir em
Menor custo de Transporte maquinas
Capita Intelectual
Controle do Meio Ambiente

Pontos Negativos Pontos Negativos

Necessidade de espaço físico Pagamento de frete


Gasto com Mão de Obra Vulnerável a Tecnologia
Investimentos em maquinas Falta do controle ambiental
Depreciação das maquinas Mão de obra não qualificada
Rejeição do Mercado O não conhecimento do produto
Concorrência
Possíveis acidentes de trabalho
Possíveis ações trabalhistas
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8 ANALISE AO ADMINISTRADOR

Analisando as demonstrações, nossa maior recomendação é quanto


a aplicações de recursos da empresa, pois mantém um alto valor nos bancos,
recomendamos que a empresa continue a fazer investimentos a curto e longo prazo,
e aplicando este dinheiro, pode trazer um retorno maior para a empresa.
No mais recomendamos que e empresa procure manter suas
políticas de administração atuais, como a de redução de custos, por exemplo, que
pudemos perceber, na análise da demonstração de resultados.
Analisando as ferramentas gerenciais podemos verificar que a
inflação não prejudica o bom andamento da empresa. Os estoques e as vendas
também estão bem concentrados com um bom ponto de equilíbrio, não deixando
muitos estoque guardados e assim não tendo desvalorização dos mesmo.
A empresa esta realmente esta crescendo muito, então sua escolha de
fabricar os produtos, e depois usina-los esta certa, pois mesmo levando em conta
todos os seus custos e a utilização de seu espaço físico, ainda sai mais barato que a
compra, isso também levando em conta que fabricando, teremos total controle da
Mao de obra qualificada, total conhecimento do produto, gerando assim um
crescimento cada vez maior no mercado, e mais lucros.
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9 CONCLUSÃO

Analisando as demonstrações contábeis da WHB Componentes Automotivos


S/A, concluímos que a empresa em 2006 e 2007 teve a maior parte do seu Ativo
concentrado no circulante, principalmente Adiantamentos a Fornecedores e Clientes
e em 2008 a maior parte passou para seu permanente. Constatamos também que a
empresa possui pequenos valores em estoques, pois a empresa vende quase a
totalidade de suas produções por encomenda, não necessitando de valores altos em
estoque.
Constatamos que o Custo dos Produtos Vendidos não cresceu
proporcionalmente ao aumento da receita bruta nos meses analisados, um ponto
forte da empresa, demonstrando a preocupação para com a diminuição dos custos,
aumentando assim o lucro da empresa. A empresa apresenta certa estabilidade em
seus resultados, como vimos através da análise vertical e horizontal da
demonstração de resultados.
Consideramos a situação financeira da empresa boa, mais em algumas
ocasiões passarias por certas dificuldades para quitar suas. A situação estrutural da
empresa também não é considera boa, pois, como analisamos que a empresa
trabalha bastante em longo prazo e necessita muito de capital de terceiros, notamos
também que a empresa de endivida cada vez mais, porem a empresa esta em
grande expansão no mercado.
Com relação de situação econômica da empresa, consideramos também é
boa, pois a empresa possui uma ótima margem líquida e retorno sobre o ativo e
retornos sobre o patrimônio líquido estão bons, apenas deverá cuidar dos índices
de rentabilidade e produtividade que estão caindo.
De um modo geral consideramos a WHB Componentes Automotivos S/A,
como sendo uma empresa promissora e em crescimento, tornando-se uma das
“empresas modelo” em seu ramo de atividades.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS

Conjur - Falta de correção monetária distorce as demonstrações ... 2 Mar 2009 ...
Falta de correção distorce demonstrações contábeis ... Isto porque, apesar da
inflação existir em quase todo o mundo, e no Brasil ter diminuído Disponivel em
www.conjur.com.br/2009-mar-02

Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. Princípios fundamentais


de contabilidade e normas brasileiras de contabilidade. 3.ed.. Porto Alegre: CRCRS,
2003.

Demonstrações Contábeis: Falta de correção distorce demonstrações contábeis ...


diminuído Disponivel em... www.jbc.com.br

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de


contabilidade das sociedades por ações (aplicável às demais sociedades). 5.ed. São
Paulo: Atlas, 2000.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de


informação contábil. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1997.

Revista INGEPRO - Edição Maio/09 - Revista INGEPRO - Inovação, Gestão e


Produção.
43

ANEXOS

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