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10 DIAS DIRIGINDO PELA COSTA URUGUAIA – MAIS DE 1.

500 KM RODADOS – MENOS DE R$


1.500,00 GASTOS PARA 2 PESSOAS, INCLUINDO COMBUSTÍVEL

NOSSO RELATO DETALHADO (COM DICAS ECONÔMICAS)

CIDADES/LOCAIS: CHUY – LA CORONILLA - PUNTA DEL DIABLO – AGUAS DULCES – VALIZAS – CABO
POLÔNIO – LA PEDRERA – LA PALOMA – COSTA BONITA – EL CARACOL – LAGUNA GARZON – ARENAS DE
JOSÉ INACIO – JOSÉ INACIO – SANTA MÓNICA – EL CHORRO – LA BARRA – PUNTA DEL ESTE – PIRIÁPOLIS –
PLAYA PARQUE DEL PLATA – ATLANTIDA – EL AGUILA – FORTIN DE SANTA ROSA – MONTEVIDEO -
COLONIA DEL SACRAMENTO – FRAY BENTOS

CHUÍ

TROCA DE ÓLEO + FILTRO ÓLEO+ FILTRO AR DA KOMBI: em uma casa de óleo ao lado do posto Shell-
Atlântica: R$ 144,00.

ACESSÓRIOS CARRO: compramos pelas lojinhas da Av. Uruguay/Av. Brasil


- 1 triângulo extra: R$ 31,00.
- 1 cambão: R$ 30,00.

SEGURO CARTA VERDE: é vendido no Chuí. Os preços são todos na mesma faixa – R$ 220,00/mês.
Porém nessas corretoras só se consegue comprar seguro para no máximo 30 dias. Se for usar para um período
maior, compensa comprar o SEGURO ANUAL numa cidade chamada SANTA VITÓRIA DO PALMAR, à 23 km do
Chuí: R$ 435,00 na corretora DS CRED. Não precisa comprar com antecedência. O atendimento foi ótimo e
rápido.

INTERNET: compramos um chip da Entel no Chuí mesmo. Só precisamos do RG para fazer o cadastro do chip.
Pacote de dados de 10 GB por 10 dias por apenas $U 260,00 (ou R$ 32,50). Internet impecável, rápida e com
sinal forte. Funciona em 95% da costa. :)

CÂMBIO: fomos trocando pelo caminho à medida que precisamos. Sempre na faixa de $U 8,00 - $U 7,50 para
R$ 1,00. Não encontramos muita variação.

PERNOITE CHUÍ: último posto de gasolina da RS-471 (Shell Atlântica), pois não queríamos cruzar a fronteira à
noite. Lugar seguro, funciona 24 horas, há motorhomes estacionados, wi-fi grátis (senha dentro da
lanchonete). Banho R$ 10,00 pp (banheiro top 3 dos mais nojentos de toda nossa viagem, mas melhor do que
ficar sem). Lanchonete e loja de conveniência. Aceita Real e Pesos Uruguaios.

ADUANA: pegamos uma fila no escritório para carimbar os passaportes. Apresentamos a Carta Verde e o
Documento do Veículo. Se for somente com o RG tem que preencher um formulário e apresentar junto à
identidade sempre que requisitado. Se o carro for de terceiro ou estiver alienado precisa de procuração.
A vistoria do carro foi super tranquila, só deram uma olhadinha por dentro da Kombi, não tocaram em nada,
não pediram para abrir o frigobar, nenhum alimento ficou retido.
Um casal de alemães que conhecemos lá tiveram que jogar fora todos os alimentos frescos que tinham no
carro. Evite levar frutas, verduras, frios, carnes e ovos crus. Se estiverem cozidos passam.

COMBUSTÍVEL: a gasolina no Uruguai se chama NAFTA (as variações são as nossas aditivadas e podium). Se
você pedir Gasolina podem confundir com Gas Oil e encher seu tanque com Diesel. Fique atento! O preço da
NAFTA no Uruguai é desanimador, $U 45,00/litro (R$ 5,62/litro).

ALIMENTOS: Faça uma boa compra antes de entrar no país. Abuse de produtos industrializados em geral,
biscoitos, chocolate, produtos de higiene pessoal e até mesmo papel higiênico e água. Por menos de R$ 10,00
você só encontra alface. Mesmo com a diferença cambial, o país é extremamente caro para nós brasileiros. É de
assustar o preço dos alimentos, principalmente em Punta del Este, que é a cidade mais cara, dentro de um país
caro. Deixe para comprar lá somente o essencial e em supermercado grandes, os pequenos te arrancam o
couro. ATENÇÃO: checar aqui lista de alimentos que são proibidos na fronteira pela barreira
sanitária. www.mgap.gub.uy/…/b…/informacciongeneral/productosprohibidos
Se precisar comprar água, procure na embalagem a informação “BAJA EM SÓDIO”. A água é muito salobra,
parece que alguém jogou uma colher de sal em um copo de água.

CARTÃO DE CRÉDITO: não podemos passar muitas informações pois não foi o nosso caso, mas diversos
estabelecimentos oferecem descontos de impostos para turistas que pagam no crédito. Vimos restaurantes que
abatiam até 20% do valor para esses casos.
CLIMA: VENTA MUITO O TEMPO TODO. Dias sem vento são raros. Essa época faz muito calor, mas quando o
sol baixa o vento é gelado. Leve um casaco corta vento e algo para fixar o cabelo, de preferência aqueles tapa-
orelhas que já são também uma faixinha de cabelo. Foi tanto vento no ouvido, somado a janela do carro
sempre aberta na estrada (não temos AC), que desenvolvi uma sensibilidade no ouvido e passeio por boas 2
semanas com dor. A noite a temperatura fica bem gostosa.

O POVO URUGUAIO: isso é bem pessoal. Nós tivemos a melhor experiência possível. Ficamos apaixonados
pelos Uruguaios. Um povo gentil, simpático, educado e, em nossa opinião, sua característica principal: fofura -
talvez por ser um país predominantemente de gente idosa.
Amamos como se expressam, de todas as formas: “feliz viaje”, “muy amable”, “muy hermoso” e a melhor “muy
rico”.
Diferente do Brasil, onde usamos a expressão “muito rico” mais relacionada à bens materiais, os uruguaios
usam mais frequentemente para expressar sabor, diversidade e qualidades.
Utilizam-se de bandeiras coloridas em pontos de ônibus, comércios, obras na estrada ou qualquer coisa que se
deseje chamar a atenção, já que o país é bem “vazio”, no sentido de ocupação/espaço. F
̶ ̶ i̶c̶a̶ ̶t̶u̶d̶ o̶ m
̶ ̶ u̶ y̶ ̶h̶e̶ r̶ m̶o̶ s̶ o̶.̶

SEGURANÇA: para nós brasileiros parece surreal. Notamos que as pessoas largam os carros abertos para ir à
praia. Alguns surfistas deixaram os vidros dos autos abertos com pranchas e roupas de borracha secando no
interior enquanto surfavam. As bicicletas, ferramentas ou brinquedos dormem para o lado de fora das casas,
sem muros ou barreiras. A criminalidade no Uruguai (com exceção das cidades grandes) é quase
inexistente. :) :) :)

RELATO CIDADES:

1º dia: La Coronilla - Fortaleza Santa Teresa

A primeira coisa que você vai notar ao entrar no Uruguai, ̶d̶e̶ p̶o̶ i̶s̶ ̶d̶a̶ ̶f̶o̶f̶u̶r̶ a̶ d ̶ ̶ o̶ s̶ u
̶ ̶ r̶ u̶g̶ u̶ a̶ i̶o̶s̶ , é que no meio da
Ruta 9 há uma pista de pouso de avião em meio ao tráfego de autos. Isso mesmo, a pista simplesmente se
alarga nos dois sentidos e as faixas pintadas tomam grandes
proporções. ̶ ̶N̶o̶ s̶ ̶s̶e̶n̶t̶im
̶ ̶ o̶ s̶ ̶n̶a̶ q̶ u̶ e̶ l̶a̶s̶ ̶f̶a̶s̶ e̶s̶ d
̶ ̶ o̶ ̶m̶u̶ n̶ d̶ o̶ ̶g̶i̶g̶a̶ n̶ t̶e̶ d
̶ ̶ o̶ ̶S̶u̶ p̶ e̶ r̶ ̶M̶a̶ r̶ i̶o̶ ̶B̶r̶ o̶s̶ .̶ Ficamos bem curiosos para
entender como funciona essa logística, passamos por ali umas 3x mas não vimos nada.
Visitamos a Fortaleza Santa Teresa em La Coronilla (R$ 6,00 pp) e descobrimos que possuem um camping
dentro do Parque Nacional Cerro Verde. $U 180,00 pp sem energia+água ou $U 200,00 pp com energia + água.
Estadia mínima de 2 dias. O camping é enorme mesmo (se entrar a noite, como nós, terá problemas para
encontrar as áreas de camping, pois a única iluminação são os faróis do carro). Também possuem cabanas
próximas à praia e área para motorhomes. Como é um parque, você pode encontrar animais selvagens
andando pelo camping. Nós encontramos um veado.

À noite, sem querer, topamos com o fenômeno da bioluminescência no mar em La Coronilla. Achamos que
havíamos dado sorte, e não procuramos mais nas outras noites, mas pelo que ouvimos é sempre assim por ali,
então quando estiver por lá, procure, é lindo!

2º dia: Punta del Diablo – Aguas Dulces - Valizas – Cabo Polônio – La Pedrera - La Paloma

Punta del Diablo tem uma vibe muito legal, muitos jovens, muitos cafés e lanchonetes, mas é uma cidade bem
pequena. Não encontramos muito o que fazer por lá. Provamos as famosas empanadas ($U 60,00 cada) e como
estava ventando muito e muito frio, seguimos viagem.
Em Valizas já estávamos atrás dos leões marinhos e infelizmente topamos com um filhote morto na areia. :(

Cabo Polônio National Park é uma área protegida e morada da maior colônia de leões marinhos do Uruguai.
Custa em torno de $U 210,00 pp para entrar + $U 110,00 pelo estacionamento por 24 horas. Um caminhão 4x4
te leva em meio as dunas até o centro do vilarejo (tabela com horários de ida/volta na bilheteria. No verão, a
cada duas horas mais ou menos). É proibido e impossível entrar de carro. Você pode passar a noite por lá,
existem pousadas no vilarejo. Como iríamos continuar descendo a costa até a Argentina, e teríamos outras
oportunidades de ver os leões marinhos, acabamos não entrando.

Entre Cabo Polônio e La Paloma há um monte de nada assustador - mas um assustador gostoso. Rodamos por
umas ruazinhas de terra tentando entrar nas praias. Encontramos algumas casas vazias, muitas vacas, poucos
carros, mas nenhuma pessoa. Chegamos a abrir o portão de uma fazenda que dava acesso à uma praia (havia
uma placa que nos deu a entender que podíamos entrar), dirigimos pelo gramado em meio as vacas,
encontramos uma parte enorme de navio abandonado na areia, mas ninguém
apareceu. ̶ ̶P̶a̶ r̶ e̶c̶ e̶ ̶q̶u̶ e̶ v̶ ̶ o̶ c̶ e̶ ̶e̶s̶ t̶a̶ n
̶ ̶ u̶ m̶ ̶c̶e̶n̶ a̶ r̶ i̶o̶ d
̶ ̶ e̶ ̶f̶i̶lm
̶ ̶ e̶ p
̶ ̶ o̶ s̶ -̶a̶p̶ o̶ c̶ a̶lí̶ ̶p̶t̶i̶c̶o̶ ̶e̶ ̶t̶o̶d̶ o̶ m
̶ ̶ u̶ n̶ d̶ o̶ ̶m̶o̶ r̶ r̶e̶u̶ .̶ Dirigimos por
horas sem encontrar nenhuma pessoa. O que acontece é que o Uruguai tem apenas 3,5 milhões de habitantes
em todo o país. Fazendo uma breve comparação, apenas a cidade de São Paulo possui 12 milhões de
habitantes.
La Paloma já é uma cidade com um pouco mais de estrutura. Entre o Museu e o Porto da cidade há um grande
estacionamento, onde passamos a noite na companhia de vários MHs, notamos um controle de placas pela
manhã pelos funcionários do porto. Local tranquilo mas sem facilidades (água/energia/sanitários). Vimos 2
campings pela cidade, mas pareciam estar fechados. La Paloma tem praias lindíssimas, inclusive para Surf,
como a praia Anaconda (̶ ̶p̶r̶ e̶f̶e̶r̶ im
̶ ̶ o̶ s̶ ̶n̶a̶ o̶ ̶s̶a̶b̶ e̶ r̶ o
̶ ̶ ̶p̶o̶ r̶ q̶u̶ e̶ ̶d̶o̶ ̶n̶o̶ m̶e̶ )̶.̶

3º dia: Costa Bonita – El Caracol - Laguna Garzón – Arenas de José Inácio – Jose Inacio – Santa Mónica - El
Chorro – La Barra – Punta del Este

Seguimos por uma espécie de Rodovia Interpraias que ainda estava em obras, sendo asfaltada (vai ficar linda, o
visual é de morrer!). Paramos no mirador da Laguna Garzon em Costa Bonita e a praia é simplesmente fora do
sério. Areias claras e finas, a cor do mar e um braço da lagoa (?) por quilômetros cortando a areia da praia em
paralelo. Inexplicável. E totalmente deserta. Tentamos mostrar nas fotos, mas fomos chicoteados pela areia
fina, o vento estava muito forte.
Mais a frente está a Puente Laguna Garzón, em formato de caracol. Essa parte da Laguna tem inúmeras
escolinhas de esportes náuticos, como windsurf e kitesurf. Vontade não nos faltou, mas os valores eram muito
salgados (no Brasil é bem mais em conta, mas lá realmente venta muito). Se decidir fazer algum curso, podem
passar a noite no estacionamento da escolinha e usar as facilidades, pois são vários dias de curso.
Continuando, chegamos em Arenas de José Ignacio e Farol de José Ignacio. A beleza da praia é espetacular, mas
só para olhar. Como todas as praias que passamos daqui para cima da costa, com excessão de La Paloma,
ventava muito, a água é muito gelada e tem um cheiro muito forte de algas, mas tudo isso não é suficiente para
estragar a beleza do lugar.
Nem sempre é possível utilizar guarda-sol nas praias do Uruguai, muitos utilizam uma lona quebra-vento
lateral, e não tomam cerveja gelada, mas sim um chimarrão quentinho (Mate). Água quente para o Mate é
vendida por todos os lados, até em casas, por algo em torno de $U 10,00.
Sentindo Punta del Este ainda passamos por El Chorro e La Barra. A Bikini Beach, parece ser uma praia bem
badalada por jovens e a que fica mais cheia na região.
Para chegar a Punta del Este é necessário atravessar a Puente Leonel Vieira, que é uma das atrações da cidade,
nem tanto pela beleza, mais pelo seu formato em relevo.
Em Punta del Este tínhamos 2 opções de camping: San Rafael, parecia bem legal mas muito caro por ser
afastado das praias e do centro.
O outro camping em Punta Ballena. Tão afastado quanto, mas mais barato. Tentamos o de Punta Ballena, mas o
camping estava infestado de besouros (cascudos), inclusive nos banheiros. Acabamos indo embora e tivemos
um trabalhão para tirar todos de dentro da Kombi no dia seguinte. Como estava escuro e não conseguimos
limpar tudo na hora, tivemos que ficar em um hostel, o único da viagem. La Lomita del Chingolo, mais próximo
ao centro e às praias.
Para quem não liga para simplicidade, um achado em Punta del Este. U$ 30,00 dólares a diária para nós dois,
por um quarto praticamente privativo (poque não tinha mais ninguém no quarto) e com banheiro. O local é
bem simples, mas o café da manhã é bom e os donos são um casal bem legal, o que compensa toda a
simplicidade.

4º dia: Punta del Este – Piriápolis

Depois de rodar por toda cidade de Punta del Este, fomos para Punta Ballena assistir ao pôr do sol no morro,
que dura das 19 hrs às 21 hrs mais ou menos. É um evento turístico na cidade, embora a grande maioria vá até
o local para assistí-lo do lado de dentro da Casa Pueblo - um antigo casarão de verão de um arquiteto/artista
local - que conta com um museu, uma galeria de arte, hotel e um restaurante chamado Las Terrazas.
A entrada custa $U 240,00 pp (algo em torno de R$ 35,00). Acho que é possível visitar apenas o restaurante e
consumir alguma coisa para poder assistir ao pôr do sol do lado de dentro.
Uma curiosidade sobre o local é que há uma exposição em homenagem à Carlos Miguel, filho do artista e dono
da casa, e também um dos 16 uruguaios sobreviventes do acidente do vôo 571 que caiu nos Andes, conhecido
como “El Milagre de los Andes”.
Demos até logo à famosa Punta del Este e seguimos descendo pela costa até a cidade de Piriápolis, onde
encontramos um camping legal - Camping Piriápolis por $U 275,00 pp - com campo de futebol, mini academia
e um dono bem simpático que ainda nos arrumou um galão para combustível extra, que usaríamos na região
da Patagônia.
A 2 quadras do camping ficamos felizes em encontrar por um preço acessível uma lavanderia de roupas, pois
no Brasil sempre lavamos na mão nos campings. Pagamos $U 320,00 (R$55,00) por duas bacias grandes cheias
de roupas, toalhas, roupa de cama, e fomos buscar 2 horas depois. Lavar roupa fora no Uruguai vale muito a
pena. No Brasil esse tipo de serviço é muito caro. Pudemos esperar pelas roupas na praia enquanto
experimentamos e aprovamos a famosa Patrícia, cerveja Uruguaia. O vento ainda deu uma trégua e pudemos
curtir a tranquila praia de Piriápolis.

5º dia: Piriápolis – Playa Parque del Plata - Atlantida – El Águila - Fortin de Santa Rosa
Seguimos viagem para a praia Parque del Plata. O lugar é de tirar o fôlego, não é à toa que foi cenário de um
filme - El Viaje Hacia el Mar. Na entrada há uma floresta em meios as dunas de areia e para chegar até o mar, é
preciso atravessar um braço de rio (lembra Guarda do Embaú em SC). O pessoal acaba curtindo a praia às
margens do rio mesmo, porque a temperatura da água ali é menos fria do que no mar.
Atlântida também tem umas praias bonitas, paramos em El Águila, uma casa em frente à praia em formato de
águia. Apesar da má conservação, vale a visita e é grátis.
Apesar de todas as praias paradisíacas, já estávamos os dois exaustos devido ao forte calor que vínhamos
pegando à dias. Na costa Uruguaia e nas estradas quase não há árvores, então o calor não dá trégua.
Descemos até um local de apenas uma rua, chamado Fortin de Santa Rosa, sentido ao camping La Ponderosa
que buscamos no app Ioverlander, decididos a nem pesquisar preço, apenas tomar um banho e dormir.
Os donos estavam na portaria e foram super simpáticos, inclusive trocaram alguns UYUs para gente, num
câmbio justo, pois não tínhamos mais quase nada.
Pagamos um ótimo preço pela diária $U 240,00 pp sem nem olhar as instalações do camping. Quando
entramos, nem acreditamos. O camping ficava em frente à praia, tinha 3 piscinas e um mini mercadinho que
vendia Patrícia. Tivemos um ótimo fim de dia, o camping estava cheio de uruguaios simpáticos e fofos.
O dono do mercadinho, é um senhor de uns 70 anos, entusiasta de viagem com ótimo gosto musical. Já
mochilou muito na vida e fez questão de nos mostrar todos os tipos de instalações do La Ponderosa. Eles
possuem opção de cabanas para famílias (não espere nada sofisticado, é bem simples) e um hostel com quartos
privativos, apenas banheiros e cozinhas são compartilhados. Também possui uma piscina aquecida dentro das
instalações. Porém só abrem na altíssima temporada.

6º dia: Fortin de Santa Rosa

A emoção foi tão grande e o cansaço era tanto, já vinhamos viajando a mais de 2 meses, que resolvemos ficar
mais um dia e descansar. ̶E̶ ̶t̶o̶m̶a̶ r̶ ̶m̶a̶ i̶s̶ P
̶ ̶ a̶ t̶r̶í̶c̶i̶a̶.̶

7º dia: Montevideo

Montevideo, como toda cidade grande, não possui campings – estava tudo fechado pois era dia 24/Dez. Demos
uma volta para conhecer a cidade e resolvemos procurar a casa do ex presidente Mujica, ̶O̶ f̶ ̶o̶f̶o̶.̶ Pincelamos
informações desencontradas na internet e pegamos direções muito erradas, até encontrarmos um relato na
Internet indicando direções fora da cidade e no mesmo sentido do Camping Municipal.
Dessa vez encontramos a escola agrícola, paramos em frente para tirar umas fotos. Havia uma barreira na rua
à frente e uma guarita com um soldado nos observando. Uma caminhonete passou por nós, ficamos meio sem
graça, então não demoramos muito e corremos para o mercado para comprar algo u ̶ ̶ v̶ a̶ ̶p̶a̶ s̶ s̶a̶ para a ceia de
Natal.
O Camping Municipal Punta Spinillo custa apenas $U 100 pp. Uma pechincha. Único ponto negativo – que pode
ser também positivo – é que era muito afastado da cidade, no meio do nada. Tem uma área com churrasqueiras
e banheiros, totalmente grátis, muitas famílias passam o dia comendo assado às margens do Rio da Prata.
Também é possível pernoitar, mas chuveiros, apenas na parte paga.

8º dia: Montevideo – Colonia del Sacramento

Não gostamos das fotos que tiramos em frente à escola agrícola às pressas. Como ficava à apenas 5 km do
camping e bem em nosso caminho de saída, resolvemos passar por lá novamente, já que tudo na cidade estava
fechado e não tínhamos nada para
fazer. ̶ M
̶ ̶ e̶ n̶ t̶i̶r̶a̶ ̶e̶u̶ ̶s̶o̶n̶ h̶ a̶ v̶ a̶ ̶c̶o̶n̶ h̶ e̶ c̶ e̶r̶ ̶o̶ ̶f̶o̶f̶o̶ d
̶ ̶ o̶ ̶M̶u̶ j̶i̶c̶a̶,̶ m
̶ ̶ a̶ s̶ ̶n̶a̶ o̶ ̶q̶u̶ e̶ r̶ i̶a̶ ̶i̶n̶c̶ o̶m̶o̶ d̶ a̶ r̶ .̶ Assim que chegamos passou
a mesma caminhonete do dia anterior, entraram na escola agrícola e nos perguntaram o que queríamos.
Totalmente sem graça, dissemos que só queríamos tirar uma foto da escola e que iríamos embora. O casal
desceu da caminhonete e me disse que ia chamar o Pepe para tirar uma foto conosco. Dissemos que não
queríamos incomodar, que era Natal, e que devia estar com a família. Nos disseram que ele estava apenas
esquentando água para tomar um Mate e que era uma hora apropriada. O Gu correu pegar a câmera e eu fiquei
parada digerindo a informação e̶ ̶ n̶ q̶ u̶ a̶ n̶ t̶o̶ ̶f̶a̶z̶ i̶a̶ ̶f̶o̶r̶ ç̶a̶ ̶p̶a̶ r̶ a̶ ̶s̶e̶g̶ u̶ r̶ a̶r̶ o ̶ ̶ ̶c̶h̶o̶ r̶ o̶ ̶e̶ ̶n̶a̶ o̶ ̶p̶a̶ g̶ a̶ r̶ ̶m̶i̶c̶o̶.̶
Ambos, Mujica e a senadora Lucía foram adoráveis. A casa muito simples, sem luxos. Não consegui ver o fusca
azul. Perguntei sobre Manuela, a cachorra tripé, ele disse que ela ainda vivia, mas que só dorme devido à idade,
já com 19 anos.
Nos despedimos e fui falar com a moça que chamou o Pepe para nós, não sei se era parente ou amiga, pus a
mão no coração e agradeci. Ela me deu uma olhada tão maternal que eu nem soube como agradecer.
Ficamos o resto do dia digerindo o que aconteceu e não conseguimos ver ou fazer mais nada na cidade. Aquilo
tinha sido surreal.
Seguimos viagem passando pelo litoral do Rio da Prata, entrando em muitos balneários. Encontramos um
camping depois de Nueva Palmira (GPS: S 33°48.627’, W 58°25.601’) com ponto de energia, chuveiros e
duchas totalmente grátis. O lugar também conta com campinhos de esportes, churrasqueiras e mercadinho
com itens básicos. Um dos poucos lugares da costa que não pega sinal de telefone. Tomamos uma ducha fria,
fizemos almoço e continuamos para Colonia del Sacramento.
Chegamos em Colonia já a noite e cansados. Encontramos um gramado cheio de motorhomes estacionados
perto do centro de informações turísticas, que acabou sendo a nossa morada por 2 dias, já que encontramos
diversas duchas na orla da Playa Urbana. O gramado fica de frente para o Rio Uruguai e a noite podíamos ver
as luzes da Argentina bem pequenininhas do outro lado.

9° dia: Colonia del Sacramento

Logo deu para entender porque é conhecida como a Paraty Uruguaia. Colonia também foi colonizada pelos
portugueses. As ruas e as construções foram preservadas para manter seu aspecto original. As casas coloridas
com janelas e portas voltadas para a rua, os nomes das ruas instalados em azulejos na parte superior das
paredes, as calles de pedras portuguesas e as luminárias coloniais de luz amarela, transformam um simples
passeio pelo seu centro histórico em uma prazerosa viagem no tempo. Diferente das outras cidades uruguaias,
Colonia é também bem arborizada e florida.
Todo esse conjunto dá a cidade um ar romântico. É com certeza a cidade mais charmosa do Uruguai.
Colonia tem muitos museus e toda uma estrutura turística para todos os gostos. Não resistimos e sentamos em
um de seus inúmeros restaurantes para jantar e curtir o anoitecer. Se há uma cidade que vale a pena gastar um
pouco mais, é essa.
Uma das ruas mais preservadas é também ponto turístico da cidade. A Calle de los Suspiros, que conta com
inúmeras lendas e versões interessantes para uma tentativa de explicar seu nome. A mais provável, é a de que
a rua era um reduto de prostíbulos, onde os marinheiros portugueses e espanhóis que desembarcavam na
cidade vinham atrás de diversão, causando suspiros. Porém o pessoal gosta de contar inúmeras outras
histórias fantasiosas.

10º dia: Colonia del Sacramento – Fray Bentos

Seguimos viagem até uma cidadezinha chamada Fray Bentos, onde encontramos um camping muy hermoso, às
margens do Rio Uruguai. O Camping El Paraíso fica em Las Canas e custa $U 180 pp. O lugar é perfeito para
quem precisa atravessar a fronteira para a Argentina por Gualeguaychu e não quer fazê-lo à noite. Tem
lanchonete, mercadinho e até uma feirinha, o que é ótimo considerando que Fray Bentos fica no meio do nada.
O pôr do sol em toda a costa do Rio Uruguai é um espetáculo de cores. Nos despedimos do Uruguai com um céu
sensacional.

Valeu Demais Uruguai !! Até logo !!

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