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JOSÉ FALCETTI

PROF. RAMES MATTAR JUNIOR


PROF. RONALDO J. AZZE
SEMIOLOGIA DA MÃO
Prof. Rames Mattar Júnior
Prof. Ronaldo J. Azze

Segundo Testut e Jacob, a mão seria Clínica e anatomicamente podemos


o segmento terminal do membro superior, dividi-la em:
continuação do punho, terminando distal- Mão: Região Ventral (palma)
mente com os dedos. Seu limite proximal Região Dorsal
seria dado por um plano horizontal que Dedos: Região Ventral
passa pelo pisiforme e pelo escafóide. Região Dorsal
Seu esqueleto corresponderia a segunda
fileira do carpo, aos ossos metacárpicos e MÃO VENTRAL (PALMA)
às falanges. A primeira fileira pertenceria
à região do punho. Tal divisão didática A região ventral, ou palmar, apresenta
não é a correta, pois não considera a mão três saliências:
como um segmento corpóreo essencial- – Eminência Tenar
mente funcional e, por isso mesmo, – Eminência Hipotenar
dependente do restante do membro supe- – Saliência Digito-palmar
rior, até às raízes do plexo braquial nos Estas saliências circundam o oco da
foramens vertebrais. Seu limite superior, mão no centro da palma.
como extraordinário elemento de preen- Nesta região encontramos as pregas
são e sensibilidade, estaria mais apropria- cutâneas que devem ser consideradas
damente localizado no córtex cerebral como “conseqüência” dos movimentos
contra-lateral (Bunnel). fisiológicos:

Articulação Movimento

1 – prega distal ou inferior Metacarpo-falangiana flexão


2 – prega média Metacarpo-falangiana flexão
3 – prega proximal ou superior Trapézio-metacarpiana oponência

Publicação Oficial do Instituto PRODUÇÃO GRÁFICA:


de Ortopedia e Traumatologia Coordenação Editorial:
Dr. F. E. de Godoy Moreira Ábaco Planejamento Visual
da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo. Colaboradores:
R. Dr. Ovidio Pires de Campos, 333 Rodrigo R. Tonan, Carmen T. Bornacina,
Tel/Fax: (011) 3069-6888 Bruno Vigna, Marize Zanotto, Adalberto Tojero.
CEP 05403-010 – São Paulo – SP Ilustrações Médicas:
José Falcetti

REDAÇÃO: Diagramação e Editoração Eletrônica:


Alexandre Lugó Ayres Neto
Prof. Dr. Rames Mattar Junior
Fotolito: Bureau Digital Bandeirante
Professor livre Docente da FMUSP Impressão: Nova Página
Chefe do Grupo de Mão do Departamento Tiragem: 10.000 exemplares
de Ortopedia e Traumatologia FMUSP
CARTAS PARA REDAÇÃO:
Professor Ronaldo J. Azze Atualização em Traumatologia do Aparelho Locomotor
Professor Titular do Departamento Rua Batataes, 174 – 01423-010
de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP São Paulo – SP – Tel/Fax.: (011) 885-4277

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ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR

Estas pregas formam a figura de um 1 – a porção média, ou aponeurose


“M” maiúsculo com sua base voltada para palmar propriamente dita, localiza-se no
o lado ulnar. oco da mão e se caracteriza por ser forte,
A prega palmar média está a cerca de espessa e possuir septos;
2,5 cm distal do arco arterial profundo e 2 – a porção lateral, ou aponeurose
1,5 cm distal do arco palmar superficial. da eminência tenar, que se caracteriza
por ser tênue;
3 – a porção medial, ou aponeurose
da eminência hipotenar, que também é
fina e delicada.
É na aponeurose palmar que se
assenta a moléstia de DUPUYTREN, que
nada mais é que uma metaplasia fibrosa
desta estrutura.
As aponeuroses palmares e dorsais
dividem a mão em compartimentos que
podem ser sede de patologias compressi-
vas tumorais, inflamatórias e infecciosas.

TUNEIS E BAINHAS
SINOVIAIS DOS TENDÕES FLE-
XORES DA MÃO
Os tendões flexores, ao chegarem no
punho, se introduzem por baixo do ligamen-
to anular anterior do carpo. Este ligamento
se constitui numa cinta fibrosa, de forma
quadrilátera, que se extende transversal-
mente de um a outro lado do carpo e mede
Aspecto normal da região palmar da mão. Notar as
pregas cutâneas e a figura do “M” com a base volta- de 4 a 5 cm de largura por 2 a 3 cm de com-
da para o lado ulnar. primento. Junto com o assoalho, formado
pelos ossos, cápsula e ligamentos do car-
po, o ligamento anular anterior do carpo for-
PELE ma um túnel por onde passam tendões fle-
xores superficiais e profundos dos dedos,
A pele da região ventral, sem pêlos e flexor longo do polegar e nervo mediano.
sem glândulas sebáceas, mas com mui- Nesta região, os tendões flexores são
tas glândulas sudoríparas, é muito ade- envolvidos por membranas sinoviais, sendo
rente aos planos profundos, sendo prati- o líquido sinovial de grande importância
camente imóvel em quase toda sua exten- para a sua nutrição e lubrificação.
são. Sua espessura é geralmente maior O nervo ulnar passa por um túnel
que em outras regiões do corpo e tende a separado na região do carpo, denomina-
aumentar, com a formação de calosida- do canal de Guyon, cujos limites são o
des, em indivíduos que a submetem a pisiforme e o hâmulo do hamato.
pressão e esforços exagerados. Os tendões extensores são envolvi-
dos por membrana sinovial ao nível do
punho. Nessa região encontramos seis
APONEUROSE PALMAR compartimentos, tendo a cápsula articular
dorsal do punho como o assoalho, e o
A aponeurose superficial pode ser ligamento transverso, ou retináculo dos
dividida em três porções: extensores, como o teto.

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Compartimentos Tendões

Abdutor longo do polegar


primeiro
Extensor curto do polegar

Extensor radial longo do carpo


segundo
Extensor radial curto do polegar

terceiro Extensor longo do polegar

Extensor comum dos dedos


quarto
Extensor próprio do indicador

quinto Extensor próprio do dedo mínimo

sexto Extensor ulnar do carpo

INERVAÇÃO hipotenar, interósseos palmares, interós-


seos dorsais e lumbricais para os dedos
A mão recebe inervação dos nervos anular e mínimo).
mediano, ulnar e radial. Este último inerva
os músculos extensores extrínsecos. Nervo Radial:
Podemos resumir as funções desse
nervos: • sensibilidade para a região da taba-
queira anatômica;
Nervo Mediano • motricidade dos músculos extenso-
• sensibilidade para o polegar, indica- res extrínsecos (extensor ulnar do carpo,
dor, dedo médio e metade radial volar do extensor comum dos dedos, extensor pró-
anular; prio do indicador, extensor próprio do
• motricidade dos músculos flexores dedo mínimo, extensor radial curto e lon-
extrínsecos (flexor radial do carpo, palmar go do carpo, abdutor longo do polegar,
longo, flexor longo do polegar, flexor extensor curto e longo do polegar).
superficial dos dedos e porção radial do
flexor profundo dos dedos);
• Motricidade de intrínsecos (cabeça
superficial do flexor curto do polegar, opo-
VASCULARIZAÇÃO
nente do polegar, abdutor curto do pole-
gar e lumbricais para dedos indicador e A mão recebe nutrição vascular arte-
médio). rial através das artérias radial e ulnar que
formam os arcos palmares superficial e
Nervo Ulnar profundo. O arco palmar superficial é mais
proximal e dele emergem as artérias digi-
• sensibilidade para dedos mínimos e tais para os dedos. O arco palmar profun-
metade ulnar do anular; do situa-se mais distalmente e dele emer-
• motricidade de músculos extrínse- ge a artéria policis princeps que origina as
cos (flexor ulnar do carpo e porção ulnar artérias digitais para o polegar, artéria
do flexor profundo dos dedos); digital radial para o indicador e artérias
• motricidade de intrínsecos (cabeça interósseas.
profunda do flexor curto do polegar, adu- A drenagem venosa se faz principal-
tor do polegar, músculos da eminência mente através de veias dorsais superfi-

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ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR

Túneis, bainhas senoviais,


inervação e vascularização da mão.

Artéria e nervo digitais

Arco palmar
superficial

Artéria
policis princeps

Artéria ulnar

Nervo mediano

Nervo ulnar
Artéria radial

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ciais.
ESQUELETO

A região do carpo é constituída por oito


ossos que são distribuídos em duas fileiras.
Na fileira proximal, de radial para ulnar,
temos o escafóide, semilunar, piramidal e
pisiforme. Da mesma forma, na fileira distal
encontramos o trapézio, trapezóide, capita-
to e hamato. Esses mantém uma con-
gruência perfeita graças a ação de liga-
mentos fortes localizados principalmente
na região ventral. As articulações radio-
carpica, intercarpica e carpo-metacarpiana
promovem movimentos de flexão, exten-
são, adução e abdução cuja somatória for-
ma uma figura de uma elípse.
A articulação trapézio-metacarpiana
do polegar é do tipo selar e permite um
elevado grau de liberdade articular.
As articulações metacarpo-falangia-
nas, além de permitir movimentos de fle-
xo-extensão, quando estendidas permi-
tem movimentos de adução e abdução.
Por outro lado, as articulações interfalan-
gianas permitem apenas movimentos de

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ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR

flexão e extensão.
MUSCULATURA INTRÍNSECA

Os músculos intrínsecos são aqueles


que se originam e se inserem na mão. A
ação dessa musculatura é de fundamental
importância. São constituídos pelos mús-
culos da eminência tenar, hipotenar, mús-
culos interósseos e lumbricais.
Músculos da Eminência Tenar: flexor
curto, abdutor curto, adutor e oponente do
polegar.
Músculos da Eminência Hipotenar:
abdutor, flexor curto e oponente de dedo
mínimo.
Os interósseos dorsais realizam a
abdução dos dedos e a flexão da metacar-
pofalangiana com extensão das interfalan-
gianas.
Os interósseos
ventrais realizam a
adução dos dedos e,
junto com os interós-
seos dorsais e lumbri-
cais, realizam a flexão
da metacarpofalangiana
e extensão das interfalan-
gianas.
Os lumbricais se originam
dos flexores profundos dos
dedos passam radialmente às
articulações metacarpofalan-
gianas, e se inserem no apare-
lho extensor. Realizam a flexão
das metacarpofalangianas e

Músculos intrínsecos da mão


(vista palmar)

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Músculos intrínsecos da mão
(vista dorsal)

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ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR

extensão das interfalangianas. ponsável por um dos mecanismos mais ela-


DEDOS borados para a função da mão.
Correspondendo a ZONA II da mão, o túnel
REGIÃO VENTRAL osteofibroso é constituído no seu assoalho
pela placa volar e com seu revestimento
PELE
conjuntivo existem reforços que formam as
polias que podem ter forma de arco (polias
Apresenta as pregas de flexão proxi-
arciformes) ou de cruz (polias cruciformes).
mal ou digito palmar, média e distal. A pre-
A anatomia destas polias tem sido discutida
ga de flexão proximal situa-se a 1,5 cm
distal a articulação MCF. A prega de flexão
média corresponderia aos movimentos da
articulação IFP, situando-se exatamente a
seu nível e a prega distal localiza-se 0,5
cm proximalmente a IFD.
Deve-se considerar as pregas de fle-
xão dos dedos como pontos de referência
para localização clínica ou cirúrgica des-
tas articulações.
A pele da região ventral dos dedos
apresenta as mesmas características que
as da palma da mão, com a derme extre-
mamente rica em terminações vasculares
e nervosas, principalmente na polpa dos
dedos, que é a região de maior sensibili-
dade tátil (“olhos da mão”). Na epiderme
das polpas digitais encontramos saliên-
cias concêntricas que variam enorme-
mente em forma e disposição, constituin-
do as “impressões digitais”.
O Tecido Celular Subcutâneo é cons-
tituído por um quadriculado que fixa a der-
me à bainha dos flexores. É constituído
por tecido gorduroso, vasos e nervos. O
processo infeccioso do tecido celular sub-
cutâneo, denominado panarício, é extre-
mamente doloroso e algumas das razões
são a rica inervação da região e a inexten-
sibilidade dos tecidos. Na falange distal
não há a bainha fibrosa dos flexores e o
trabeculado do tecido celular subcutâneo
se fixa diretamente no osso. Nessa região
os processos infecciosos são de morbida-
de maior, pois podem contaminar direta-
mente a falange.

BAINHA FIBROSA DOS


FLEXORES – TÚNEL
OSTEOFIBROSO

A formação de um verdadeiro túnel por


onde deslizam os tendões flexores é res-

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até hoje e um modelo anatômico aceito é res. Esses são denominados vínculos.
mostrado a seguir:
O Túnel Osteo Fibroso é revestido por
uma membrana sinovial que produz líqui-
do sinovial. Este é importante não apenas
para a lubrificação dos tendões como
também para a nutrição dos mesmos.
Pelo Túnel osteofibroso penetram vasos,
ramos da artéria digital, que formam ver-
dadeiros “mesos” para atingir a face dor-

Vínculos dos tendões flexores.

Observar o sistema vascular de nutrição sal dos


dos tendões flexores. O túnel osteofibroso t e n -
foi ressecado e podemos observar as
vínculas longas e curtas dos tendões dões
flexores superficial e profundo, contendo flexo-
ramos vasculares da artéria digital.

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ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR

TENDÕES FLEXORES xor profundo


Zona II ("no man’s land") – ou zona
O tendão flexor superficial, ao nível de nínguém de Bunnell ,é a zona do túnel
do 1/3 médio da falange proximal, divide- osteofibroso
se em duas bandas que voltam a se unir
no quiasma de Camper e, por este orifício, Zona III – ocorre a origem dos lumbri-
passa o tendão flexor profundo do dedo. cais. O tendão flexor é envolto por tecido

b
c

O flexor superficial insere-se na falange Anatomia do aparelho extensor:


média, em leque, no seu 1/3 proximal e a) tendão extensor terminal
médio. O flexor profundo insere-se no 1/3 b) tendões extensores laterais
proximal da falange distal. i c) tendão extensor central
g
d) ligamento triangular
e) ligamento retinacular transverso
ZONAS REGIÃO VENTRAL DA f) ligamento retinacular oblíquo
MÃO E DEDOS g) lumbrical
h) interósseo
h
h i) banda sagital
Zona I – distal a inserção do flexor j j) tendão extensor extrínseco
superficial. Contém apenas o tendão fle-

a j
a) Tendão extensor terminal
e b) Tendão extensor central

c) Tendão extensor extrínseco

d) Tendão intrínseco (Lumbrical)

e) Tendão intrínseco (Interósseo)

f) Ligamento retinácular oblíquo


h g f
g) Ligamento retinácular transverso
i h) Ligamento de Cleland
d i) Ligamento intermetacarpiano
transverso

j) Banda sagital

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areolar ricamente vascularizado
Zona IV – túnel do carpo
Zon V – proximal ao túnel do carpo
REGIÃO DORSAL

A pele da região dorsal da mão e dos


dedos é provida de pelos, é mais elástica e
menos aderente aos planos profundos.
Possui pregas cutâneas mais evidentes na
Paciente portador de uma lesão dos flexores do
região das articulações interfalangianas. dedo anular realizando flexão de todos os dedos.
O tecido celular subcutâneo na região complexo e extremamente importante
dorsal é pouco espesso e por ele transi- para o funcionamento harmônico das
tam as veias superficiais dorsais, princi- diversas estruturas motoras. Além das
pais responsáveis pela drenagem venosa cápsulas articulares das diversas articula-
dos dedos e da mão. ções, a placa volar pode ser considerada o
Os tendões extensores, ao nível dos reforço ventral e os ligamentos colaterais o
dedos, formam um verdadeiro aparelho reforço lateral. Além desses, os ligamen-
cujos elementos constituem um mecanis- tos retinaculares oblíquos e transversos
mo complexo de vetores de força. O ten- tem grande importância no funcionamento
dão extensor extrínseco (músculos exten- do aparelho extensor. O ligamento osteo-
sores comuns e próprios) recebe ao nível cutâneo de Cleland limita a excursão das
da articulação MCF a inserção dos mús- partes moles no movimento de flexo
culos intrínsecos (lumbricais e interós- extensão dos dedos. O ligamento de
seos) e, a partir daí, divide-se em 3 por- Grayson estabiliza o feixe vásculo-nervoso
ções: 2 bandas laterais e 1 banda central. em sua posição anatômica.
A banda central irá se inserir ao nível da
falange média e as 2 bandas laterais
unem-se distalmente para se inserir na INSPEÇÃO
falange distal. Este aparelho extensor
recebe inserção de vários ligamentos Inspeção Estática
como os ligamentos retinaculares oblíquo
e transverso, ligamento Cleland, etc. A mão em repouso apresenta uma
O Sistema ósteo Articular dos Dedos é posição característica das articulações
constituído pela articulação metacarpofa- metacarpofalangianas e interfalangianas,
langiana do tipo condilar, que permite com flexão progressivamente maior do
movimentos de flexo extensão e, quando indicador para o dedo mínimo. Quando
em extensão, graças ao relaxamento dos um dedo mantém-se em extensão, na
ligamentos colaterais, movimentos de posição de repouso, pode-se pensar em
adução e abdução. As articulações interfa- Sindactilia
À esquerda mão na posi-
ção de repouso (normal) e langianas, do tipo gínglimo, permitem ape- complexa à
à direita mão em repouso esquerda
nas movimentos de flexão e extensão. (com fusão de
com lesão dos flexores do
dedo médio. O Sistema Ligamentar dos Dedos é falanges entre
o dedos médio
e anular).

lesão dos ten-


dões flexores.

Braquisindoctilia.

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ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR

Podemos perceber que, na mão


dominante, a musculatura intrínsica é
mais desenvolvida e os sulcos das pregas
cutâneas são mais profundos. Além disso,
podemos observar calosidades nas mãos
nas regiões de maior atrito.
Na mão normal observamos que a
região palmar forma uma “concha”, cujos
limites seriam as eminências tenar e hipo-
tenar. Esta forma é dada pela presença
dos arcos transverso palmar proximal,
arcoSaliências depressões
transverso palmar distal e arco longi-

tudinal palmar. Tais arcos são mantidos


pelos músculos intrínsecos
Saliências da mão, de tal
depressões
forma que, na sua paralisia, a forma de

Ao nível das articulações metacarpo-


falangianas, na região palmar, observa-
“concha” desaparece. Os ligamentos mos a formação de saliências e uma dis-
transverso do carpo e intermetacarpiano creta depressão localizada ao lado dos
transverso colaboram com a manutenção dedos. As saliências correspondem à pre-
dos arcos palmar transverso proximal e sença de tecido gorduroso e dos feixes
distal respectivamente. vasculo-nervosos constituídos por uma
À inspeção estática, já podemos notar artéria e uma nervo. As depressões cor-
pregas cutâneas anormais ao nível das respondem ao túnel osteofibroso conten-
comissuras dos dedos. Estas pregas, do os tendões flexores.
denominadas sindactilias, constituem-se
numa das deformidade congênita mais
freqüentes da mão e limitam sua função
por restringir os movimentos.

Na região do dorso da mão, em


repouso, observamos as saliências for-

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Cistos sinoviais ao vivel de punho.

Outras lesões císticas


madas pelas cabeças dos metacarpianos, sendo a do terceiro dedo a mais saliente. Nas
freqüentes fraturas do colo dos metacarpianos, a tendência das cabeças de desviarem-
se para volar apaga a saliência e os sulcos existentes nessa região.
A transparência das unhas permite examinar o leito ungueal e a microcirculação,

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1 – Encondroma no
3º metacarpeâno.
2 – Tumor de células gigantes
(partes moles).
oferecendo informações do estado hemodinâmico local ou sistêmico. A unha também é
sede freqüente de patologias infecciosas, bacterianas e fúngicas. Por outro lado, pode
haver alterações ungueais causadas por patologias sistêmicas. Ex.: unha em baqueta de
tambor em patologias cardio-pulmonares crônicas.

Depressões
cutâneas, nódulos
e cordões na
moléstia de
Dupuytrem.

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ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR

Deve-se observar, com atenção, a Nesses compartimentos, que funcionam


presença de cicatrizes, que associadas a como verdadeiras polias, há revestimento
outras alterações, podem fazer diagnósti- de tecido sinovial.
co de lesões em determinadas estruturas Compartimento 1 – Localiza-se ao
da mão. Podemos citar, por exemplo, uma nível do processo estilóide do rádio. Por
cicatriz ao nível de topografia de feixe este compartimento passam os tendões
vásculo-nervoso associada a perda de abdutor longo do polegar e extensor curto
tropismo da pele e ausência de sudorese, do polegar. Com a abdução e extensão do
fazendo diagnóstico da lesão de um nervo polegar estes tendões ficam mais eviden-
digital. tes e facilmente palpáveis. O processo
Os aumentos de volume devem inflamatório ao nível desses compartimen-
levantar a suspeita de tumores. Os tumo- tos é bastante frequentes e denominado
res “sensu lato” mais freqüentes da mão tenosinovite De Quervain. Este comparti-
são os de partes moles e corresponde- mento forma o limite radial da tabaqueira
riam aos cistos sinoviais. anatômica.
O tumor ósseo mais frequente é o
encondroma, que freqüentemente man- Compartimento 2 – Neste comparti-
tém-se assintomático até causar uma fra- mento passam os tendões extensor radial
tura patológica. Tumores malignos são longo e curto do carpo. O tendão extensor
raros. Tumores pulsáteis em topografia de radial curto é mais ulnar e central em rela-
artérias são os aneurismas. Um tumor de ção ao punho, inserindo-se na base do
partes moles frequente na mão é o tumor terceiro metacarpo. Estes tendões são
de células gigantes (xantona). mais facilmente palpáveis pedindo ao
As depressões ao nível da mão paciente para fletir os dedos e estender o
podem aparecer como conseqüência de punho. Nessa situação eles são visíveis e
lesão de estruturas músculo tendinosas, palpáveis na região lateral ao tubérculo de
ósseas ou mesmo na moléstia de Lister do rádio.
Dupuytren, onde a metaplasia fibrosa da Compartimento 3 – Contém o exten-
fascia palmar leva a retração da pele sor longo do polegar. Este compartimento
suprajacente. Na moléstia de Dupuytrem forma a borda ulnar da tabaqueira anatô-
pode-se palpar módulos e cordões forma- mica. O tendão extensor longo do polegar
dos pela fascia palmar patológica. faz polia no tubérculo de Lister do rádio e,
PALPAÇÃO DA PELE por haver um grande atrito nesta região,
este tendão rompe-se com grande fre-
A pele da região palmar da mão e dos qüência, principalmente após fraturas da
dedos é mais espessa e fixa aos planos extremidade distal do rádio, doença reu-
profundos. Essa fixação é dada por fibras matóide, etc.
que se originam da fascia palmar e por
ligamentos ao nível dos dedos (ligamen- Compartimento 4 – É imediatamente
tos de Cleland e Grayson). ulnar ao 3 compartimento e imediatamen-
Durante a palpação da pele deve-se te radial a articulação radio ulnar distal.
observar alterações na temperatura da Por este compartimento passam o exten-
mão, pois um aumento de temperatura sor comum dos dedos1e o extensor pró-
pode indicar processo infeccioso ou infla- prio do indicador. Este 2 último localiza-se
em posição medial em 3 relação ao exten-
matório. A pele seca por anidrose será
indício de lesão nervosa. sor comum do mesmo 4 dedo e é responsá-
vel pela extensão independente
5 do indica-
dor. 6

PALPAÇÃO DE PARTES MOLES Compartimento 5 – Localiza-se ao


A maioria dos tendões são palpáveis nível da articulação rádio ulnar distal e
ao nível do punho e mão. Na região dor- contém o tendão extensor próprio do dedo
sal do punho temos seis compartimentos mínimo. Este tendão localiza-se medial-
separados por onde os tendões passam. mente ao tendão extensor comum deste

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Na região ventral do punho podemos
também palpar as estruturas tendinosas:

Da mesma forma que


no punho, esses tendões
podem ser palpados ao
nível do dorso da mão
quando os dedos são

mesmo dedo. Durante a extensão do


dedo mínimo é possível palpar estes dois
tendões extensores ao nível do dorso da
mão. Graças ao tendão extensor próprio
Palpação do palmar longo com a flexão do punho
do dedo mínimo é possível realizar a contra resistência.
extensão independente deste dedo.
Compartimento 6 – Situa-se medial- • Flexor Ulnar do Carpo- Pode ser pal-
mente a articulação radio ulnar distal, pos- pado pedindo para o paciente fletir o
terior à cabeça da ulna. O tendão exten- punho. Localiza-se na porção ventro
sor ulnar do carpo passa por este compar- medial do punho e pode ser palpado até o
timento para se inserir na base do V meta- pisiforme ao nível da base da eminência
carpo. Este tendão é mais facilmente pal- hipotenar. O flexor ulnar do carpo situa-se
pado com a extensão e desvio ulnar do imediatamente anterior ao feixe vásculo-
punho. Quando ocorre lesão desse com-
partimento o tendão extensor ulnar do
carpo pode deslocar-se medialmente
durante a pronação.

Palpação do flexor radial do carpo com a flexão do


punho contra resistência.

nervoso da artéria e nervo ulnar. O pulso


da artéria ulnar pode ser palpado até a
base da eminência hipotenar. Nessa
Palpação do flexor região, o feixe vásculo-nervoso penetra
ulnar do carpo. numa depressão que existe entre o osso
pisiforme e o hâmulo do hamato que é
convertido em um túnel osteofibroso. Este
canal é denominado túnel de Guyon, e é
sede frequente de patologias compressi-
vas.

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ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR

Sinal de Tinel: percussão


ao nível do nervo mediano
e presença de choque,
hiperestesia ou formigamen-
• Palpar Longo é mais facilmente pal- to no território inervado
pado com o punho fletido. Sua palpação pelo mediano.
pode ser ainda facilitada realizando uma
pinça digital entre os dedos mínimos e
polegar. Dessa forma, o Palmar Longo
torna-se mais evidente ao nível da linha
média da face anterior do punho. Em cer- Sinal de Phalen: flexão dos
punhos provoca uma
ca de 5% a 10% da população encontra- diminuição do continente do
mos ausência do palmar longo. O tendão canal do carpo e provoca
do palmar longo é muito utilizado como piora da compressão do
nervo mediano. Aparece
enxerto já que sua ausência não compro- sinais de hipoestesia ou
mete significativamente a função da mão. hiperestesia no território
inervado pelo mediano.
• Flexor Radial do Carpo pode ser pal-
pado na região ventro lateral do punho. É pelo líquido sinovial. Na síndrome do túnel
um tendão espesso e mais centralizado do carpo a compressão do nervo mediano
em relação ao punho quando comparado causará uma hipoestesia no território deste
com o flexor ulnar do carpo. A artéria nervo, além de uma paresia com hipotrofia
radial situa-se lateralmente ao tendão ao nível da eminência tenar. A síndrome do
radial do carpo. túnel do carpo poderá ser conseqüência de
Entre o flexor ulnar do carpo e o flexor seqüela de traumas, que alteram a anato-
radial do carpo, por baixo do palmar lon- mia da região, como nas fraturas de Colles
go, encontramos os tendões flexores ou fraturas e luxações dos ossos do carpo
superficiais e profundo dos dedos, além (diminuição do continente), ou ainda por
do nervo mediano. sinovites secundárias a doença reumatói-
de, patologias sistêmicas que causam ede-
Túnel do Carpo – O túnel do carpo ma (aumento do conteúdo), etc.. A síndro-
pode ser delimitado por quatro proeminên- me do túnel do carpo é potencialmente fre-
cias ósseas: proximalmente pelo pisiforme quente em mulheres pós menopausa ou
e pelo tubérculo do escafóide; distalmente durante a gravidez, graças à alterações
pelo hâmulo do hamato e pelo tubérculo do hormonais existentes. O diagnóstico da
trapézio. O ligamento transverso do carpo síndrome do túnel do carpo pode ser feito
corre por entre essas quatro proeminên- clinicamente através da história do pacien-
cias ósseas constituindo-se no teto do te, existência da hipoestesia com ou sem
túnel do carpo. O assoalho deste túnel é hipotrofia característica, presença de sinais
formado pelos óssos do carpo, cápsula e especiais (Tinel e Phalen), sendo que a
ligamento volares. Por este túnel passam o eletromiografia poderá auxiliar em casos
nervo mediano, tendões flexores profundo duvidosos.
dos dedos e flexor longo do polegar. O Os tendões flexores dos dedos e do
túnel do carpo é importante por conter polegar podem ser palpados na região cen-
estruturas nobres, por ser sede freqüente tral da mão, pedindo para o paciente realizar
de patologias compressivas e por se cons- a flexão dos dedos a partir da extensão total.
tituir em um túnel osteofibroso revestido Dessa mesma forma pode-se palpar o flexor
por tecido sinovial. Nessa região os ten- longo do polegar no limite medial de emi-
dões são também nutridos por embebição nência tenar. Ocasionalmente, a primeira

17
polia arciforme (A 1) pode se tornar estreita nervo ulnar. Deve-se observar hipotrofia e
para a passagem de tendões flexores dos hipertrofia dessa região.
dedos. Nessa situação ocorrerá um trave- Eminência Hipotenar – Localiza-se
mento do dedo na posição de flexão, deno- imediata e proximalmente ao dedo mínimo
minado dedo em gatilho (trigger finger). Pela indo até o punho. É formada por três mús-
dificuldade em penetrar no túnel osteofibro- culos que são inervados pelo nervo ulnar.
so, forma-se um pseudo nódulo ao nível do Deve-se observar o trofismo desses mús-
tendão flexor. Dessa forma, ao realizar a fle- culos. A hipotrofia muscular pode aparecer
xão, o pseudo nódulo dirige-se proximal- como síndrome de compressão do nervo
mente até sair do túnel osteofibroso. Ao rea- ulnar ao nível do Canal de Guyon ou canal
lizar a extensão o pseudo nódulo trava o cubital no cotovelo.
movimento devido a dificuldade em penetrar
na primeira polia arciforme. Com algum Superficialmente aos tendões flexo-
esforço, o pseudo nódulo consegue passar res existe a aponeurose palmar, que deve
pela polia estenosada, e aí, correr rapida- ser examinada procurando-se nódulo e
mente pelo túnel, como se fosse um gatilho aderências, que podem ser as caracterís-
que dispara repentinamente. ticas da Moléstia de Dupuytren.
Ocasionalmente, pode-se até ouvir um esta- O aumento de volume de uma articu-
lido. lação interfalangiana poderá traduzir uma

Eminência Tenar – Localiza-se na


base do polegar, e é constituída por quatro
músculos que concedem mobilidade ao
polegar. Esses músculos são basicamente
inervados pelo nervo mediano, com exce-
ção do adutor do polegar e porção profun-
da do flexor curto, que são inervados pelo
Palpação do processo estilóide do rádio. Distalmente
encontra-se o escafóide na tabaqueira anatômica.

Palpação do tubérculo de Lister. Distalmente e no eixo


do 3º metacarpo encontra-se o semilunar e o capitato.

sinovite secundária a artrite reumatóide


(nódulo de Bouchart). Da mesma forma,
os nódulos duros e dolorosos localizados
na articulação interfalangiana distal são
característicos da osteoartrose (nódulos
de Heberden).
As polpas digitais possuem uma con-
sistência própria. Há uma grande riqueza
de terminações nervosas e vasculares.
As patologias que as comprometem
devem ser consideradas graves por afe-
tarem uma região que participa de prati-
camente todas as funções das mãos. As

18
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR

polpas distais são particularmente sensí- um parâmetro para verificação da redu-


veis à infecção, por não haver espaço ção.
para progressão de edema ou hemato- O carpo é classicamente composto
mas. Os processos infecciosos ou tumo- por duas fileiras. Na fileira proximal, de
rais são dolorosos, exigindo descompres- radial para ulnar, temos o escafóide, semi-
são. lunar, piramidal e pisiforme. A fileira distal
é composta também, de radial para ulnar,
pelos ossos trapézio, trapezóide, capitato
PALPAÇÃO DE e hamato.
PARTES ÓSSEAS
• Escafóide: é o maior osso da fileira
Rádio – Podemos palpar o processo
proximal e o mais suscetível à fratura por
estilóide do rádio na face mais lateral e
sua posição quase que intercalar entre as
distal desse osso. Localizado mais dorsal-
duas fileiras. O escafóide pode ser palpa-
mente e proximalmente ao processo esti-
do ao nível da tabaqueira anatômica, logo
lóide, palpamos outro acidente ósseo, o
distal ao processo estilóide do rádio,
Tubérculo de Lister. É neste tubérculo que
como um assoalho convexo. Na posição
o tendão do extensor longo do polegar faz
anatômica o escafóide mantém uma posi-
uma verdadeira polia. Localizado distal-
ção oblíqua em relação ao eixo do ante-
mente ao processo estilóide do rádio e ao
braço, de tal forma que sua porção distal
tubérculo de Lister, notamos a tabaqueira
é mais ventral. O tubérculo do escafóide,
anatômica, que corresponde a um sulco
que corresponde a sua porção mais dis-
na face dorso-lateral do punho, cujos limi-
tal, pode ser palpado na base da eminên-
tes são:
LATERAL, abdutor longo e extensor
curto do polegar;
MEDIAL, extensor longo do polegar;
PROXIMAL, extremidade distal do rádio.

Ulna – Na face dorso medial e distal


da ulna podemos palpar o processo esti-
lóide da ulna. Podemos notar que o pro-
cesso estilóide da ulna localiza-se em Palpação da superfície dorsal côncava do capitato na
cia tenar.
região centralOe desvio
dorsal doulnar
punho facilita a palpa-
em posição neutra.
média 5 a 8 mm mais proximal ao proces-
ção do corpo do escafóide ao nível da
tabaqueira anatômica e, por outro lado,
leva à uma horizontalização do escafói-
de, fazendo com que seu tubérculo torne-
se menos saliente. O desvio radial do
punho leva a uma verticalização do esca-
fóide tornando sua tuberosidade mais

so estilóide
Palpação do rádio.
do escafóide A palpação
ao nível dessas
da tabaqueira ana-
tômica.
estruturas, como pontos de referência,
são particularmente importantes nas fra-
turas da extremidade distal do rádio e da
ulna. Essas fraturas são muito freqüentes
e podemos citar a fratura de Colles, onde
ocorre um encurtamento do rádio pelo
desvio característico, sendo a palpação
das apófises estilóides do rádio e da ulna Palpação do semilunar na região dorsal do punho
em flexão.

19
saliente ao nível da base da eminência como o semilunar, tornam-se mais dorsais
tenar. e preenchem a cavidade ou depressão
dorsal. A articulação entre o capitato e a
base do terceiro metacarpiano também
• Trapézio: O trapézio também pode pode ser palpada facilmente na região
ser palpado ao nível da tabaqueira anatô- dorsal.
mica. É possível palpar e perceber que
logo após o escafóide, que possui uma
superfície convexa, aparece um sulco que • Semilunar: Com o punho fletido,
corresponde à articulação entre o escafói- pode-se palpar o semilunar, que se proje-
de e o trapézio. Após o sulco, palpamos o ta distalmente, na superfície articular dor-
trapézio, que possui uma superfície mais sal do punho. Sua face dorsal é convexa
e é seguida, distalmente, pela superfície
côncava do capitato.
• Complexo Ulno Carpal: Distalmente
ao processo estilóide da ulna pode-se pal-
par a presença um tecido de consistência
cartilaginosa na face medial do punho.
Sabemos que, nos humanos, a ulna não
se articula verdadeiramente com o carpo
e, nessa região entre a extremidade distal
da ulna e o carpo, encontramos uma série
Palpação do complexo ulno-carpal (fibrocartilagem
de estruturas que formam o complexo
triangular) entre a apófise estilóide da ulna e o ulno carpal: fibrocartilagem triangular, e
piramidal. ligamentos ulno carpais (ulno-semilunar e
plana. Um pouco mais distalmente, palpa- ulno piramidal).
mos outro sulco que corresponde a articu-
lação trapézio-metacarpiana, que é do • Piramidal: distalmente ao complexo
tipo selar. ulno carpal, podemos palpar na face
medial do carpo o piramidal que possui
uma superfície convexa nessa região.

Palpação do piramidal na região medial do punho.


• Capitato: é o maior dos ossos do Fratura-avulsão da falange distal causando perda da
ação motora do aparelho extensor.
carpo. Se palparmos o tubérculo de Lister
e caminharmos distalmente na região • Pisiforme: É facilmente palpável na
central do dorso do punho em posição base da eminência hipotenar, na extremi-
anatômica, notaremos que aparece uma dade do tendão flexor ulnar do carpo.
depressão. Essa depressão corresponde • Hamato: O hâmulo do hamato é ven-
à superfície dorsal côncava do capitato. O tral e pode ser palpado distal e lateral-
semilunar, na posição anatômica, é dificil- mente ao pisiforme, ao nível da eminência
mente palpado por estar contido na fossa tenar. Entre o pisiforme e o hâmulo do
articular do rádio. Ao realizar a flexão do hamato localiza-se o canal de Guyon.
punho, a cabeça e o colo do capitato, bem Neste canal, que possui como limite late-

20
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR

colo e a cabeça dos metacarpianos. Com


a articulação metacarpo-falangiana fleti-
da a cabeça pode ser palpada mais facil-
mente.
• Falanges: As falanges podem ser
palpadas facilmente, com exceção de sua
porção volar, devido a presença de ten-

Dedo em botoeira por lesão do tendão extensor central.


ral o hamato e o medial o pisiforme, pas-
sam o nervo e a artéria ulnar.
• Metacarpos: Os metacarpos são
mais facilmente palpáveis na região dor-
sal já que, nessa região, a pele e o TCSC
são menos espessos e os tendões exten-
sores são mais finos. Podem ser palpa-
dos com facilidade a base, a diáfise, o
Deformidade em pescoço de cisne.

dões flexores e do túnel osteofibroso. Deve-se observar simetria, sintomas dolorosos,


edema, comparando um dedo com os outros.

Punho Metacarpofalangianas
Flexão: 80 graus Extensão: 30 graus
Extensão: 80 graus Flexão: 100 graus
Desvio Ulnar: 30 graus Adução: 20 graus
Desvio Radial: 20 graus Abdução: 30 graus

DEFORMIDADES TÍPICAS

• Dedo em Martelo: Ocorre por lesão do tendão extensor terminal em sua inserção na

Articulação Interfalangiana Proximal


Flexão: 100-110 graus
Extensão: 0 graus

Articulação Interfalangiana distal


Flexão: 90 graus
Extensão 15 graus

Carpo-Metacarpiana
2º dedo – praticamente imóvel
3º dedo – praticamente imóvel
4º dedo – 5 graus de flexão
– 5 graus de extensão
5º dedo – 10 graus de flexão
– 10 graus de extensão

21
falange distal. A incapacidade de extensão da IFD promove a deformidade em flexão dessa
articulação. O dedo em martelo pode ser conseqüência tanto de uma lesão tendinosa como
de uma fratura-avulsão do dorso da base da falange distal.

Polegar

A articulação trapézio-metacarpiana é uma articulação do tipo selar que permite


movimentos de:

Flexão: 20 graus Abdução: 20 graus


Extensão: 20 graus Rotação Interna: 40 graus
Abdução: 50 graus Rotação Externa: 20 graus

Articulação MF Flexão: 50 graus


Extensão: 0 graus

Articulação IF Flexão: 90 graus


Extensão: 15 graus

zar a movimentação sucessiva dessas


articulações. São considerados como
fisiológicos:
• Dedo em Botoeira: ocorre por lesão
A adução e abdução dos dedos, ao
do tendão extensor médio em sua inser-
nível da articulação metacarpofalangiana,
ção na base da falange média. A incapaci-
ocorre quando esta encontra-se em posi-
dade de extensão da IFP promove a flexão
ção de extensão, pois em flexão há o ten-
dessa articulação. As bandas laterais, por
sionamento dos ligamentos colaterais,
perderem seus elementos de contenção,
que impedem este movimento.
deslocam-se, ventralmente, como se fosse
A movimentação da articulação carpo
a casa de um botão (o botão seria a articu-
metacarpiana do quarto e quinto dedos
lação IFP).
deve ser considerada como de grande
importância na pressão de objetos gran-
• Deformidade em Pescoço de Cisne:
des. Além disso, este movimento pode
caracterizada por uma deformidade em
compensar desvios em fraturas do quarto
extensão da IFP com flexão do IFD. É
e quinto metacarpiano consolidadas vicio-
observada com freqüência na artrite reu-
samente.
matóide onde ocorre por lesão dos ele-
mentos contensores do aparelho exten- MOVIMENTAÇÃO ATIVA
sor. A deformidade em pescoço de cisne (-
swan neck) pode ainda ocorrer como con- É realizada pelo paciente e o exami-
seqüência de uma deformidade em mar- nador irá testar a força muscular das
telo, onde toda a força extensora concen- diversas unidades envolvidas no movi-
trada na IFP. Esta deformidade é ainda mento dado. Deve-se levar em considera-
freqüente na paralisia cerebral e nas ção os bloqueios articulares estudados
seqüelas de lesão do Sistema Nervoso anteriormente. É possível dar notas aos
Central por desequilíbrio entre os múscu- músculos: 0- músculo paralisado; 1- mús-
los intrínsecos e extrínsecos. culo apresentando contração, porém sem
MOVIMENTAÇÃO PASSIVA produzir movimento; 2- músculo contrai e
produz movimento incapaz de vencer a
O examinador, para estudar o grau de força da gravidade; 3- músculo contrai e
amplitude de cada articulação, deve reali- produz movimento capaz de vencer a for-

22
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR

ça da gravidade, mas incapaz de vencer exame da movimentação ativa, do estudo


uma pequena resistência do examinador; da sensibilidade e dos reflexos.
4- músculo contrai e é capaz de vencer Extensor dos dedos:
uma certa resistência do examinador; 5- – Extensor comum dos dedos
músculo considerado normal para o bióti- {C7 – nervo radial}
po do paciente. Pode-se medir a força
muscular na mão utilizando diversos – Extensor próprio do indicador
modelos de dinamômetros. {C7 – nervo radial}
– Extensor próprio do mínimo
{C7 – nervo radial}
EXAME NEUROLÓGICO
• Para testar a extensão dos dedos,
Pesquisar seqüelas de lesões do deve-se estabilizar o punho e fletir as arti-
SNC e a integridade de nervos periféricos culações interfalangianas para tirar a ação
dos músculos intrínsecos na extensão das
IF. Nessa posição pede-se para o pacien-
te realizar a extensão da MF contra uma

Teste do extensor longo do polegar.

Teste para o flexor superficial.

através do estudo da força muscular no

Teste para o flexor profundo. Teste do extensor curto do polegar.

23
resistência do examinador ao dorso da {porção superficial- mediano C6, C7}
falange proximal. {porção profunda- ulnar C8}

Flexão dos Dedos: Flexor Longo do Polegar


{mediano C8, T1}
– Flexor Superficial dos Dedos
{mediano, C7,C8, T1}
O flexor longo do polegar pode ser
– Flexor Profundo dos Dedos testado pedindo-se para o paciente reali-
{mediano, C7, C8, T1} zar a flexão da articulação interfalangiana.
{ulnar, C8, T1} O flexor curto do polegar age fletindo a
– Lumbricais 2 Mediais {ulnar C8} articulação metacarpofalangiana.
2 Laterais {mediano C7}
Abdução do Polegar
• É possível realizar testes separa- Extensor longo do polegar
dos para os tendões flexores superficial {nervo radial C7}
e profundo. Mantendo os dedos em hipe- Abdutor curto polegar
rexrtensão a origem e a inserção do fle- {nervo mediano C6, C7}
xor profundo dos dedos permanecem
afastadas. Como esse músculo compor- Pode-se testar os abdutores do pole-
ta-se como um sincício (massa muscular gar estabilizando a mão e realizando uma
única), ao bloquear um dedo, impedimos resistência contra a abdução do polegar.
a ação do músculo para os outros dedos. O paciente pode utilizar os extensores do
Dessa forma, ao pedir para o paciente polegar para substituir a função de abdu-
fletir o dedo, somente o flexor superficial ção do polegar.
irá agir fletindo a articulação IFP. Por
outro lado, bloqueando a IFP em exten- Adução do Polegar
são e pedindo para o paciente fletir o {nervo ulnar C8}
dedo, apenas o flexor profundo irá agir
fletindo a IFP.
EXAME DA SENSIBILIDADE

Abdução Digital: Sabemos que a inervação de todo o


Interósseos dorsais {ulnar C8, T1} membro superior provém do plexo bra-
Abdutor do quinto dedo {ulnar C8, T1} quial. Este, por sua vez, é formado pelas
raízes de C5, C6, C7, C8, T1. Do ponto
Adução Digital: de vista da sensibilidade, há uma
seqüência lógica da inervação do mem-
Interósseos palmares ulnar {C8, T1}

Extensor do Polegar:
Extensor curto do polegar {radial C7}
Extensor longo do polegar {radial C7}

Testa-se o extensor longo do polegar


pedindo para o paciente realizar a exten-
são da articulação interfalangiana do
polegar. O extensor curto age na exten-
são da articulação metacarpofalangiana.

FLEXÃO DO POLEGAR
Teste de Bunnell-Littler para avaliar a musculatura
Flexor Curto do Polegar intrínseca.

24
ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR

bro superior quanto a distribuição meta- inerva a metade ulnar da superfície volar
mérica das raízes: do dedo anular, a superfície dorsal do
anular e o dedo mínimo
Face Lateral ombro e braço = C5
Face Lateral ante braço, polegar e
indicador = C6
Dedo Médio e região palmar da mão TESTES ESPECIAIS
= C7
Dedos anular e mínimo + face medial 1 – Teste para flexor superficial dos
do ante braço = C8 dedos.
2 – Teste para flexor profundo dos
dedos
3 – Teste de Bunnell- Littler- para
avaliar os músculos intrínsecos da mão.
Deve-se manter a articulação MF em
extensão e tentar fletir a articulação
interfalangiana proximal. A flexão desta
articulação indica ausência de hipertonia
dos músculos intrínsecos e mede o tono
Teste dos ligamentos retinaculares oblíquos. desta musculatura. Para que este teste
possa ser realizado há necessidade de
Face Medial do braço = T1 que as articulações MF e IFP estejam
Em relação aos nervos periféricos, livres.
sabemos que a mão é suprida por três 4 – Teste dos ligamentos retinaculares:
nervos: mede o tono dos ligamentos retinaculares.
• Nervo Radial: inerva uma pequena Mantém-se a articulação interfalangiana
área correspondente a tabaqueira anatô- proximal em extensão e realiza-se a flexão
mica e região dorsal da extremidade pro- da articulação interfalangiana distal. A
ximal do polegar. resistência ao movimento é proporcionada
pelos ligamentos retinaculares oblíquos.
• Nervo Mediano: inerva o restante do Com a articulação IFP em flexão, os liga-
polegar, dedo indicador e médio e a meta- mentos retinaculares se relaxam e permi-
de radial da superfície volar do dedo anu- tem a flexão da IFP com maior facilidade.
lar.
5 – Teste de Allen: o objetivo deste tes-
te é avaliar a permeabilidade das artérias
radial e ulnar. Deve-se pedir para o pacien-
te abrir e fechar a mão várias vezes, com
vigor e rapidez, enquanto o examinador
comprime as artérias radial e ulnar ao nível
do punho. Com os vasos comprimidos,
pede-se para o paciente abrir a mão e,
então, libera-se uma das artérias manten-
do a outra pressionada. O exame da perfu-
são da mão indicará se artéria examinada
• está ocluida ou permeável. À seguir, proce-
Nervo
de-se o exame para a outra artéria.
Ulnar:

Teste de Allen
para avaliar a
permeabilidade
da artéria
radial.

25
6 – Variante do Teste de Bunnell Bellinghausen HW, Gilula LA, Yóung LV, Weeks PM.
Posttraumatic palmar carpal subluxation. J. Bone Joint Surg
Littler: várias são as situações onde há 1983; 65A:998-1006.
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intrínseca radial ou ulnar isoladamente. gic study of fetal and adult wrists. J Hand Surg.,
Nestas situações pode-se examinar sepa- 1992;16:350-355.

radamente esses músculos realizando a Bojsen-Moller FB. Osteoligamentous; guidance of the


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tensionando o outro para o teste. Bowers MU. The anatomy of the interphalangeal
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7 – Teste de Watson: para testar a ins-
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punho é lentamente desviado radialmen-
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te, enquanto a pressão no polo distal é CV Mosby, 1985:1.
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desvio ulnar do punho passivo e forçado
Fahrer M. The hypothenar eminence. In: Tubiana R,
e, se o teste for positivo, o paciente refere ed. The hand, Vol. 1. Philadelphia: “ Saunders, 1981:259.
uma dor intensa ao nível do 1º comparti- Fahrer M. The thenar eminence: An introduction. In:
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