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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 2.1.3.1 Indivíduos “reais”.

INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 2.1.3.2 Livre de preconceitos/ “cega” tanto ao conteúdo das diferentes
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO solicitações em disputa, como em relação aos específicos titulares desses
desejos/interesses.
Disciplina: Teoria do Direito (2019.1) 2.1.3.3 Caráter (prima facie) igualitário em virtude da tendência a considerar
Professores: Saulo Monteiro Martinho de Matos e Victor Sales Pinheiro. como iguais as distintas preferências em jogo perante determinado conflito de
Discentes: Ana Carolina Alves Lopes e Emanuel Lucas Pereira Lima. interesses.
Texto: GARGARELLA, Roberto. As teorias da justiça depois de Rawls. São Paulo: 2.1.3.4 Razoabilidade na realização de balanços sobre sacrifícios/benefícios.
Martins Fontes, 2008, pp.1-62.
2.1.4 Os pontos não atraentes da teoria utilitarista (críticas de Rawls)
1 INTRODUÇÃO 2.1.4.1 Sacrifícios razoavelmente aceitos no nível pessoal não podem ser no
1.1 Breve biografia do autor nível social
1.2 Breve disposição sobre os capítulos 1 e 2 2.1.4.2 Utilitarismo bem-estar para atenção normativa. Problema dos “gostos-
caros” e “gostos ofensivos”.
2 A TEORIA DA JUSTIÇA DE JOHN RAWLS (Capítulo 1) 2.1.4.3 Não é capaz de “garantir as bases de sua própria estabilidade”.
2.1 “Teoria da Justiça” contra o Utilitarismo 2.1.4.4 Para Dworkin, neutralidade em relação ao conteúdo das preferencias
2.1.1 A teoria da justiça elaborada por Rawls parte fundamentalmente do permite que adentrem no “cálculo maximizador” preferências externas Ex.:
questionamento sobre quando pode ser dito que uma instituição funciona de modo grupos racistas.
justo. 2.1.4.5 Para Gargarella, o utilitarismo pode compatibilizar com a produção de
2.1.2 As teorias rivais que dominavam a tradição filosófica da época citada por violações de direitos (os direitos de uma minoria), em nome do bem-estar
Rawls são: geral/majoritário. O utilitarismo considera as preferencias de cada um como
a) Intuicionismo: pluralidade de princípios de justiça ausência de método “dadas”, prescindindo ao fato que as preferências podem advir de uma origem
objetivo. questionável. (Para maiores detalhes ver nota de rodapé nº 13 – p.13).
a.1) Crítica de Rawls ao intuicionismo: a incapacidade de propor um
sistema de regras capaz de hierarquizar nossas intuições no caso de conflitos 2.2 O contratualismo rawlsiano
entre elas não oferece uma boa orientação para distinguir intuições corretas 2.2.1 Contrato hipotético: acordo em condições ideais, e no qual é respeitado nosso
de incorretas. caráter de seres livres e iguais.
b) Utilitarismo: maximização da felicidade geral.
b.1) Crítica de Rawls ao utilitarismo: aspecto de concepção “teleológica” 2.3 Os traços distintivos da “teoria da justiça”
ou “consequencialista” da teoria. 2.3.1 O contrato hipotético proposto por Rawls tem como objetivo último
Rawls irá defender uma concepção “não-consequencialista” estabelecer princípios básicos de justiça.
“deontológica”, onde a correção moral de um ato depende das qualidades 2.3.2 Os princípios defendidos por Rawls critérios a serem utilizados na “estrutura
intrínsecas dessa ação (o correto independe do que é bom o correto tem básica da sociedade”
primazia sobre o que é bom). 2.3.2.1 Justiça processual perfeita
2.3.2.2 Justiça como equidade
2.1.3 Os pontos atraentes da teoria utilitarista
2.3.3 Posição original: Como vamos construir a “posição original” a partir da qual 3. A “TEORIA DA JUSTIÇA” COMO UMA TEORIA INSUFICIENTEMENTE
serão definidos os princípios de justiça? LIBERAL (Capítulo 2)
2.3.3.1 A escolha de princípios morais não pode estar subordinada a situações 3.1 Qual o tema central do capítulo?
privadas princípios sociais que deverão organizar a sociedade. Contraposição da proposta liberal conservadora de Robert Nozick em resposta
2.3.3.2 Os referidos indivíduos devem ser afetados sob o “véu de ignorância” à Teoria da Justiça de Rawls.
2.3.4 Aos sujeitos que ocupam a “posição original” pressupõe-se a motivação de
obter certos tipos específicos de bens, denominado por Rawls como “bens 3.2 Do que trata o capítulo?
primários” – que seriam aqueles bens básicos indispensáveis para satisfazer O capítulo busca apresenta a estrutura geral da teoria de Nozick e demonstrar
qualquer plano de vida. as inconsistências do modelo libertário de Estado Mínimo enquanto resposta ao
a) Bens primários de tipo social: que são diretamente distribuídos pelas igualitarismo de Rawls.
instituições sociais (riqueza, as oportunidade, os direitos).
b) Bens primários de tipo natural: não são distribuídos pelas instituições 3.3 Proposta de um Estado Mínimo
sociais (talentos, saúde, inteligência...) 3.3.1 Do Estado de Natureza ao Estado Mínimo
2.3.5 Em caso de dúvida quanto à escolha que enfrentam, os sujeitos da “posição a) Possibilidade do desenvolvimento do Estado sem violar direitos
original” deverão utilizar a denominada “regra maximin”. b) Compatibilidade com o Direito de Propriedade
2.3.5.1 Hierarquizar as diferentes alternativas de acordo com seus priores 3.3.2 As semelhanças da ideia de direitos de Nozick e Rawls
resultados possíveis. a) Teoria deontológica;
2.3.6 Para Rawls os sujeitos na posição original comprometem-se com dois b) Direitos básicos invioláveis;
princípios básicos de justiça: c) Não sacrifício pelo “bem comum” (discursos não-utilitário);
a) liberdades básicas iguais – civis e políticas. d) Pessoa como fim em si mesma (noção kantiana);
b) princípio da diferença – que governa a distribuição dos recursos da e) Independência e dissociabilidade das pessoas.
sociedade (ideia de igualdade). 3.3.3 Características dos direitos naturais para Nozick
a) Comum a todas e todos;
2.4 O compromisso com a igualdade b) Cada pessoa é a legítima proprietária do seu corpo;
2.4.1 Para Rawls, o fato de uma pessoa nascer em uma família rica ou pobre, em um c) Aspectos fundamentais dos direitos:
ambiente cultural estimulante ou não, em possuir mais inteligência, talentos ou não, • São negativos – rejeita a ideia de direitos positivos ou seja (exceto em casos
são sortes ou desventuras provenientes de uma denominada “loteria natural”. de transação entre pessoas);
2.4.1.1 Tal loteria da natureza (arbitrariedade morais) não é por si mesma justa ou • Atuam como restrições laterais à ações alheias – são invioláveis frente a
injusta. pretensões de terceiros, independente de consequências decorrentes do “bem
2.4.1.2 Para buscar uma equidade entre os indivíduos, uma sociedade justa deve comum” ; e
intervir para remediar estes acasos da natureza. E é a partir dessa pretensão que • São exaustivos – são superiores a qualquer outra consideração moral.
Rawls afirmará que a “primeira virtude” de qualquer sistema institucional tem que 3.3.4 Principais divergências na ideia de direitos entre Nozick e Rawls
ser a de sua justiça. a) A obrigação do Estado quanto aos direitos positivos – “o controle” de sua
própria vida;
b) A questão da autopropriedade.
3.3.5 Interferência do Estado em transferências contraintuitivas: crítica libertária ao
liberalismo igualitário. 3.6.2 Críticas à tese da justa aquisição
• Defesa da apropriação capitalista
3.4 A justificação do Estado [Mínimo] • Autopropriedade → Propriedade dos recursos externos
3.4.1 Estado de Natureza 3.6.2.1 Teoria de Locke (núcleo básico + cláusula adicional)
a) Estado como uso legítimo da força a) Núcleo básico [trabalho (autopropriedade) + objeto externo (de ninguém)
b) Proteção a todas e todos os seus habitantes = propriedade]
3.4.2 Estado Mínimo como única forma de organização social legítima a.1) Apropriação em sentido forte:
a) Mão invisível -> Reunir em associação mutua para proteção -> altos custos -> • Direito de exclusão [do outro]
Associações específicas para tarefas protetoras -> Concentração em uma única • Direto sobre o que adquire = direito sobre si mesmo
organização -> Proto-Estado ultramínimo -> Monopólio do uso legítimo da a.2) Crítica de Nozick
força -> Impedir o uso do direito de defesa de forma livre e individual -> Estado • Qual o alcance da apropriação? Ganhar algo ou perder o que
Mínimo possuía?
b) Cláusula adicional (Tanto e tão bom quanto para todos)
3.5 Críticas de Nozick ao Estado Liberal Igualitário • Interpretação imediata - não há apropriações legítimas
a) Normas que pretendem impor a igualdade
• Interpretação de Nozick - “Não prejudicar ninguém” (não piorar)
b) Moralmente contestado
• Tanto e tão bom quanto (perspectiva utilitária)
c) A liberdade individual desmonta as normas igualitárias
3.6.3 Críticas de G. A. Cohen às injustiças na apropriação
d) Intervenção permanente e intrusiva do Estado
3.6.3.1 O que se entende por não piorar?
3.5.1 Teoria da Propriedade:
3.6.3.2 A Justificação de Nozick para a aquisição é implausível
a) Princípio de justiça na aquisição - trata da aquisição inicial das propriedades,
3.6.3.3 Narrativa da aquisição
das coisas nãos possuídas;
• A e B trabalhavam na mesma terra → A lucra x; B lucra z → A se apropria
b) Princípio de justiça nas transferências - diz respeito à transferência da
da terra → A oferece para B salário de z+1 → A é um bom administrador →
propriedade de uma pessoa para outra; e
A passa a obter mais lucro que B.
c) Princípio da reparação - fala sobre a reparação de transferências e aquisições
a) A justificativa ignora os desníveis nas relações de poder
injustas.
b) A justificativa se detém em uma provável satisfação econômica
(justificação capitalista) sem de fato comprovar que é o melhor para
3.6 Críticas aos postulados de Nozick
ambos.
3.6.1 Críticas à tese da justa transação
Situação 1: Quem chegar primeiro, onde B é punido por não ter
3.6.1.1 Narrativa da Sociedade D1 e Sociedade D2 e o argumento de
decidido apropriar primeiro.
Chamberlain (Neymar)
Situação 2: Trabalho coletivo, onde B será punido por ter sido
• Justiça nas transações “voluntárias”
respeitoso.
• Acordos misérrimos
Situação 2: Quem chegar primeiro, onde B é o melhor administrador e
3.6.1.2 Narrativa da Sociedade A-Z e A’-Z’
ambos são punidos economicamente.
• Efeitos sobre terceiros Situação 4: Mais-valia, onde B é punido sem falhas condenáveis.
• Anuência de terceiros
3.6.3.4 A base da proposta libertária de Nozick não se justifica – terra de
ninguém x terra de propriedade coletiva

3.7 O princípio da retificação como ameaça à doutrina libertária


• Consistência final à teoria
• Transferências/apropriações inadequadas → através de modos inadequados →
causa de injustiças sociais → admitido a reparação
3.7.1 Processo retificador monstruoso devido às violentas apropriações advindas
processo capitalista
3.7.2 Proposta possível (e injusta): ex nunc
3.7.3 Possibilidade de justificativa de um Estado intervencionista, a fim de
compensar a parcela social prejudicada, através de um esquema de justiça
redistributiva (princípio da diferença).

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