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Resumo de Historia Modulos 7 8 9
Resumo de Historia Modulos 7 8 9
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As transformações das primeiras décadas do século XX
A Primeira Guerra Mundial decorreu entre 1914 e 1918. Em 1919 começaram a celebrar-se os
primeiros acordos da paz (participando apenas os países vencedores). A Conferencia da Paz
teve lugar em Paris em 1919, onde pretendia, assim, lançar as bases de uma nova Europa,
através do estabelecimento de uma nova ordem internacional que garantisse a convivência
pacífica entre as nações, surgindo um novo mapa geopolítico da Europa. As principais
transformações ocorridas foram o desmembramento dos impérios, criação de novos países e
alteração de fronteiras:
Após a transformação do império russo (domínio do czar) num estado soviético (revolução
bolchevique, 1917), é a vez dos restantes impérios (Alemão, Austro-húngaro e Otomano)
se desmoronarem e darem origem a novos estados-nação: Finlândia, Estónia,
Letónia e Lituânia (que faziam parte da Rússia), Polónia, Checoslováquia, Hungria,
Jugoslávia (da Áustria);
Os países vencedores (tais como a França, a Itália, a Bélgica) viram as suas fronteiras
ampliadas ao contrário dos países derrotados (como a Áustria, Alemanha, Bulgária, Turquia),
aos quais foram retirados vastos territórios.
Com o desaparecimento dos impérios, a maior parte dos estados optam pela democracia
liberal sob a forma de regimes republicanos (à exceção da Rússia soviética)
A Alemanha foi a grande perdedora: perdeu 1/10 da sua população, ficou desmilitarizada
(exército e armamento reduzido), perdeu todas as colónias, foi-lhe retirada territórios, mas
sentiu-se, sobretudo, alvo de uma grande humilhação, pois foi considerada a principal
responsável pela guerra e foi obrigada a pagar indemnizações aos países vencedores.
Em Abril de 1919 surgiu, sob projeto do presidente Wilson e com a esperança de que não
houvesse outro conflito mundial, a Sociedade das Nações (SDN). A SDN tinha como objetivos
principais manter a paz e fomentar a entreajuda a nível internacional, através da cooperação
económica e financeira entre os estados membros, promoção do desarmamento e a resolução
dos conflitos pela via pacífica.
Esta organização, no entanto, estava condenada ao fracasso, pois:
Os países vencidos foram excluídos, quer dos tratados de paz, quer da SDN;
Alguns dos países vencedores não estavam satisfeitos com as resoluções dos tratados
de paz;
Os EUA não integraram a SDN, contribuindo para o descrédito da organização.
Como consequência, a SDN mostrou-se incapaz de desempenhar o papel de
organizadora da paz.
Durante a guerra, os EUA eram o principal fornecedor em bens e serviços à Europa. No final
da guerra, perante uma Europa destroçada (estava arruinada, tanto material como
humanamente), a perda da hegemonia europeia agravou-se em favor da ascensão dos EUA.
No período pós-guerra, a Europa enfrentou graves problemas como a inflação,
desvalorização da moeda, desemprego, enfim, um colapso económico.
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da moeda e a inflação surgiram pois houve um recurso à emissão massiva de notas de modo
a fazer face às dívidas, o que provocou uma desvalorização que se refletiu numa subida
generalizada de preços (inflação), agravando mais as condições de vida das populações.
Os EUA iniciaram, então, um período de prosperidade, são os designados “Loucos Anos 20”
por viver um clima de euforia, otimismo e confiança no futuro. Em consequência, os países
europeus ficam mergulhados em dívidas ao estado americano que afirmou a sua supremacia.
A eventual recuperação da Europa deveu-se á ajuda dos EUA.
O império russo era chefiado pelo czar Nicolau II sob a forma de uma autocracia, isto é,
detinha o poder absoluto, o que provocava desagrado;
Em Fevereiro de 1917, estavam reunidas as condições para acontecer uma revolução, onde a
Burguesia ascende ao poder (daí a se designar Revolução Burguesa), pondo fim ao
czarismo e instaurando um regime republicano na Rússia.
Os revolucionários exigem a abdicação de Nicolau II e formam um Governo Provisório,
constituído por Kerensky e Lenine (que governam sob uma republica de tipo liberal). Veremos
que será deposto pela revolução socialista de Outubro de 1917, feita pelos comunistas.
No período entre Fevereiro e Outubro de 1917, a agitação social não diminuiu. Já não havia
czar, mas a Rússia continuava na guerra e os problemas económicos mantinham-se. A nível
político, a Rússia vivia numa dualidade de poderes (os governos liberais, por um lado, e os
sovietes, por outro, que eram contra o Governo Provisório).
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Esta revolução foi responsável pela retirada da Rússia da guerra, e a nível ideológico foi
responsável pela implementação dos princípios marxistas, através de Lenine. As suas ideias e
a sua ação originaram o marxismo-leninismo. Os representantes do proletariado
conquistavam o poder político.
Marxismo-leninismo: Aplicação prática das ideias de Marx por Lenine. Defendia que o
proletariado era o que conquistava o poder (ditadura do proletariado), e igualava o poder do
Estado ao Partido Comunista (Partido Único).
Fevereiro:
Liberalismo (Principio ideológico);
Fim da autocracia do Czar e do poder da democracia, implantação de um regime liberal
parlamentar, defesa dos direitos individuais: liberdade, propriedade, manutenção da
Rússia na guerra (Objetivos);
Golpe de estado na sequência de manifestações populares (Acão revolucionaria);
Burguesia (Apoio social);
Outubro:
Marxismo-leninismo (Principio ideológico);
Ditadura do proletariado, atribuição do poder ao congresso dos sovietes,
nacionalização da propriedade, fim da participação da Rússia na guerra (Objetivos);
Insurreição dos sovietes dirigida pelo partido bolchevique (Acão revolucionaria);
Operariado, campesinato, sectores da pequena burguesia (Apoios sociais).
Modelo de Estado
Todos os corpos dirigentes são eleitos de baixo para cima, enquanto as suas decisões
são de cumprimento obrigatório para as bases;
Apenas o Partido Comunista era permitido, pois considerava-se que era o único capaz
de representar o proletariado, ou seja, proibiam-se todos os outros;
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O Estado era controlado pelo Partido Comunista.
Principais consequências:
Elevado nº de perdas humanas e grande nº de mutilados, inválidos e órfãos.
Modificações territoriais, criada de novos estados resultantes da fragmentação dos
impérios e da cedência de territórios por parte da Alemanha.
Destruição económica na Europa devido às elevadas perdas materiais e à dependência
face aos EUA.
Perda da hegemonia económica da europa e conversão dos EUA na primeira potência
mundial.
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Os anos que se seguiram á Primeira Guerra Mundial trouxeram á Europa profundas
dificuldades económicas e financeiras. Esta situação leva a um descontentamento
generalizado que se traduz em greves e o espírito revolucionário estende-se por todo a
Europa, isto é, o desespero das populações perante a crise leva à procura de novas soluções
políticas e à adesão de projetos políticos extremistas, quer de esquerda, quer de
direita.
No início do século XX, havia cerca de 180 grandes núcleos urbanos (Londres, Paris, Moscovo,
etc.). Esta crescente concentração populacional provocou significativas alterações na
vida e nos valores tradicionais, ou seja, um novo modo de viver e de conviver no meio da
multidão. Adquire-se novas formas de sociabilidade, tendo o crescimento urbano
originado a criação de novos comportamentos que se massificaram (isto é, generalização
dos mesmos hábitos e gostos). A racionalização e a redução do tempo de trabalho, assim
como a melhoria do nível de vida permitiram dispor de dinheiro e tempo para o divertimento
e prazer, fazendo com que a convivência entre os sexos se tornasse mais ousada e livre
(que rompia completamente com as antigas regras sociais). Adere-se à prática do desporto e
ao uso do automóvel.
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Guerra. A morte de milhões de soldados, a miséria e a destruição visíveis gerou um
sentimento de desalento e descrença no futuro, que afetou toda a sociedade. Por outro
lado, a massificação urbana, a laicização social que terminara com a influência da Igreja, e as
novas conceções científicas e culturais são igualmente responsáveis pela rutura no padrão
de valores e comportamentos sociais tradicionais. Deu-se uma profunda crise de
consciência, que atinge toda a conduta social, falando-se assim duma anomia social
(ausência de regras sociais). Esta crise de valores acentuou ainda mais as mudanças que já
estavam em curso.
A emancipação da mulher
O Positivismo impusera a ideia de que a ciência tinha a resposta para todos os problemas da
Humanidade. Mas, no início do século XX, verifica-se uma reação anti-racionalista e anti-
positivista que abriu novos caminhos para o pensamento, devido às teorias de alguns
cientistas face à ciência:
Todas estas novas teorias põem em causa as “verdades absolutas” que sustentavam o
positivismo, influenciando os comportamentos no quotidiano, pois nada mais é visto como
absoluto mas como questionável e discutível. A reação anti positivista é composta pelos
elementos acima mencionados, juntamente com o indeterminismo, o acaso e a intervenção
divina.
Nas primeiras décadas do século XX houve uma revolução imensa nas artes, criando-se
uma estética inteiramente nova, que rompia com as tradições para mostrar uma nova
visão da realidade. Esse movimento cultural ficou conhecido como o Modernismo (que
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revolucionou as artes plásticas, a arquitetura, a literatura e a musica). As principais
vanguardas artísticas foram:
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popular devido às suas medidas anticlericais (separação total entre o Estado e a Igreja), o
que teve efeitos catastróficos sobre a opinião pública, maioritariamente católica.
Modernismo em Portugal
Nos anos 30, viveu-se uma trágica crise capitalista, iniciada nos EUA mas alargada ao
resto do mundo, a que se deu o nome de “Grande Depressão”. Esta crise desencadeou-se
a partir do crash bolsista de Nova Iorque (1929), que teve origem nos seguintes fatores:
Na especulação bolsista;
Consumismo desenfreado;
Facilidade de crédito;
Livre produção;
Na crise de superprodução (o estilo de vida americano foi generalizado, dando-se a
quebra progressiva das compras aos EUA pelo aumento da produção europeia, o que
originou uma acumulação de stocks, ou seja, superprodução).
O crash da bolsa provocou a ruína de imensos investidores, o que significou a ruína dos
bancos (falência). Muitas empresas acabaram por falir, o que provocou elevados índices de
desemprego. Houve uma diminuição do consumo, os preços dos produtos agrícolas
registaram uma quebra acentuada e destruíram-se produções, levando à falência na
agricultura, na indústria, nos transportes e noutros serviços. A nível social, teve efeitos
desastrosos, desemprego, miséria e delinquência e reduções salariais.
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A grande depressão não atingiu apenas os EUA. Os países que estavam dependentes
de empréstimos e crédito dos EUA (Áustria, Alemanha), e os que exportavam matérias-
primas (Austrália, Brasil, Índia) também sofreram, o que originou uma crise a nível mundial
(exceção feita, á URSS, que não seguia o modelo económico capitalista), levando ao
declínio do comércio mundial e persistência da deflação.
As Opções Totalitárias
Nas décadas de 20 e 30 do séc. XX, a vida política da Europa foi caracterizada por uma
emergência de totalitarismos (tanto de esquerda como de direita). Vários fatores
contribuíram para a sua implantação:
A ideologia fascista foi liderada pela Itália (fascismo) e Alemanha (nazismo), que tinha
como características:
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Assim, os regimes nazi-fascistas opunham-se ao liberalismo e á democracia pois
defendiam que o individuo e os seus interesses deveriam subjugar-se ao interesse supremo
do Estado e não o contrário. Os fascismos atribuíam à fraqueza da democracia a
incapacidade em dar resposta á grave crise económica. Defendia, por isso, a
edificação de um Estado forte e a instauração do partido único.
O Estalinismo (Rússia Soviética, URSS) apresenta diferenças dos outros regimes totalitários
na medida em que, é um regime socialista e de extrema-esquerda (Os fascismos são de
extrema-direita e opõem-se ao socialismo). No entanto, os princípios básicos são os
mesmos. O Fascismo opunha-se aos princípios socialistas, ou seja, rejeitava a “luta de
classes”, porque dividia a Nação e enfraquecia o Estado. Contrapunha-lhe um outro sistema
baseado no entendimento entre as classes, sujeito ao interesse do Estado, conceção que
conduziu ao corporativismo.
Fascismo (1922-1945): Sistema político instaurado por Benito Mussolini, em 1922. Suprime
as liberdades individuais, defende a supremacia do Estado, e é profundamente totalitário,
autoritário e ditatorial, ou seja, anti-democrático e anti-socialista. O termo fascismo também
pode ser aplicado a todos os regimes autoritários de direita que se seguiram ao
fascismo italiano (como o nazismo).
Nazismo (1933-1945): Sistema político imposto na Alemanha, criado por Adolf Hitler. Tem
os mesmos princípios que o fascismo, acrescenta-se, porém, o racismo e anti-
semitismo que foi praticado de forma violentíssima. Proclamou a superioridade da raça
alemã, negando completamente outras etnias (daí as perseguições aos judeus).
As elites eram compostas por membros considerados superiores, que tinham de ser
respeitadas pelas massas (populações). A ideologia fascista difundiu-se através da
propaganda, de modo a levar as populações a aceitar os valores fascistas. Surgiram
diversas organizações com a finalidade de incutir os ideais fascistas nas populações (ou seja,
enquadrar as massas):
A ideologia fascista defendia a violência, pois achava que era nessa situação que o homem
desenvolvia as suas qualidades. Assim, foi utilizada pelos fascistas para chegar ao poder,
assim como para se manterem no poder. A violência fascista consolidou-se através do
estabelecimento das seguintes organizações:
O desrespeito pelos direitos humanos atingiu os cumes do horror com a violência do seu
racismo. Hitler colocou a raça ariana (alemães e austríacos) como superior às restantes.
Esta sua tese foi desenvolvida na sua obra Mein Kampf, e obteve grande recetividade por
parte dos nazis, o que levou ao maior desrespeito pelos direitos humanos.
Obcecado pelo aperfeiçoamento da “raça ariana”, promoveu uma “seleção” de arianos
(altos, louros, olhos azuis). Para tal, deveriam ser eliminados os “imperfeitos”, para além
dos judeus (deficientes, velhos, doentes incuráveis, homossexuais), para se melhorar a raça
(eugenismo).
O Estalinismo
O Estalinismo é uma outra vertente do totalitarismo, que ficou conhecida após a morte de
Lenine (1924). O novo líder, Estaline, impôs a submissão violenta dos indivíduos ao
Estado e ao chefe e empenhou-se na construção de uma sociedade socialista igualitária, este
regime durou de 1928 a 1953. Durante este regime, a economia soviética assentou em
dois postulados:
A coletivização dos campos (Pondo fim á NEP, Estaline ordenou que se expropriassem
as propriedades criadas durante a NEP, para dar origem a quintas coletivas (kolkhozes), o
que originou forte oposição por parte dos kulaks (proprietários agrícolas), levando Estaline
a persegui-los e deportá-los. Estaline defendia a coletivização dos meios de produção,
pois no seu entender, era o que proporcionava uma efetiva igualdade social;
O intervencionismo do Estado
A dimensão que a crise de 1929 alcançou, fez aparecer opiniões/teses de economistas como
John Keynes, que defendem que a única solução é uma maior intervenção do Estado, pondo
em causa o sistema capitalista.
Os EUA optam pela teoria de Keynes, que defendia que ao Estado deveria caber um papel
ativo de organizador da economia e regulador do mercado, através do New Deal (designação
dada á politica implementada nos EUA, a partir de 1933, que através de reformas económicas
e sociais, combateu a depressão dos anos 30), posto em prática por Franklin Roosevelt
(presidente dos EUA na altura). As medidas implementadas pela New Deal (33-34) foram:
Carácter económico:
Controlo da banca, da produção agrícola e industrial;
Controlo dos serviços de transporte e da produção da energia elétrica;
Aumento dos salários do operariado melhorando o seu poder de compra;
Desvalorização do Dólar e controlo da inflação.
Carácter Social:
Construção de estradas, vias férreas, escolas, hospitais para combater o
desemprego;
Distribuição de dinheiro aos mais pobres;
Instituição de reformas por velhice/invalidez,
Fundo de desemprego e garantia de um salário mínimo e de liberdade sindical,
Redução para 40 horas de trabalho semanal.
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A New Deal permitiu uma recuperação económica, superando a crise que afetou o mundo
capitalista. O liberalismo económico passou a aceitar o intervencionismo estatal como
estratégia de sobrevivência.
Cultura de massas
No princípio do seculo XX, emerge a cultura de massas. Trata-se de uma cultura comum à
maioria da população, cujos gostos se uniformizam, orientando-se para o consuma maciço
dos mesmos bens culturais. Os dois fatores que contribuíram para esta homogeneização
cultural foi a generalização do ensino que dotou os cidadãos de um mesmo conjunto de
saberes, valores e gostos e o segundo, é o desenvolvimento dos meios de comunicação de
massas, os media.
Tal como aconteceu noutros países, cujos regimes foram influenciados pela ideologia fascista,
também em Portugal se verificou a progressiva adoção do modelo italiano através da
edificação do Estado Novo. Designa-se, assim, por Estado Novo, o regime totalitário de tipo
fascista que vigorou em Portugal de 1933 a 1974, caracterizado por ter um Estado forte, com
supremacia sobre os interesses individuais, anti-liberal, anti-democrático e anti-parlamentar,
autoritário e nacionalista.
Em 1928, foi nomeado para o governo, a fim de exercer funções de ministro das Finanças,
António de Oliveira Salazar que, devido á sua ação, conseguiu um saldo positivo para o
orçamento de Estado, tendo sido nomeado chefe do governo em 1932 devido a esse “milagre
económico”, passando a controlar todos os sectores (daí a que o regime seja normalmente
denominado por Salazarismo). Este projeto político de Salazar (1933) caracterizou-se por
diversos aspetos:
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O projeto cultural do Regime
Foi o meio encontrado para mediatizar o regime, em que era proporcionado uma
“atmosfera saudável” à imposição dos valores nacionalistas e patrióticos.
Tudo servia para divulgar as tradições nacionais e engrandecer a civilização portuguesa
(restauro de monumentos, festas populares, peças de teatro, cinema, etc.) Salazar defendia
que as artes e as letras deveriam inculcar no povo, o amor da pátria, o culto dos heróis, as
virtudes familiares, a confiança no progresso, ou seja, o ideário do Estado Novo.
O enquadramento das massas era feito através de organizações milicianas tais como:
A Legião Portuguesa: Destinava-se a defender “o património da Nação”, o Estado
Corporativo e a ameaça bolchevista. Servia de enquadramento e arregimentação dos
adultos.
A Mocidade Portuguesa: Era de inscrição obrigatória para os estudantes dos ensinos
primário e secundário, e destinava-se a ideologizar a juventude, incutindo-lhe os
valores nacionalistas e patrióticos do Estado Novo.
Antecedentes:
Dificuldades económicas derivadas dos efeitos da Grande Depressão;
Dificuldades políticas dos regimes democráticos;
Adesão crescente às soluções totalitárias.
Na Europa:
Regimes autoritários em vários países, alguns dos quais se começaram a estruturar nos
anos 20.
Alemanha: Hitler chegou ao poder em 1933, dissolveu o parlamento e abandonou a
SDN.
Áustria: ascensão do partido pró-nazi, que levou à anexação pela Alemanha.
Checoslováquia: Cai na orbita do nazismo.
Espanha O general Franco, após a vitória na guerra civil (1936-1939), estabelece o
regime Ditatorial Franquismo.
Noutros Continentes:
A Reconstrução do pós-guerra
No final do conflito, estava definido um novo mapa político europeu, marcada pela
emergência de duas grandes potências, vencedoras da Guerra, perante uma Europa
destruída e desorganizada, emergindo, então, um novo desenho geopolítico que se
sustenta na formação de definição de duas grandes áreas de influência: em 1949 dá-se
a criação de duas Alemanhas;
De um lado a República Federal da Alemanha (RFA), resultante da junção das três
zonas de ocupação ocidentais (França, Inglaterra e EUA);
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E do outro a República democrática da Alemanha (RDA), correspondente à zona de
ocupação Soviética.
A ONU foi criada em 1945 na cidade de São Francisco, onde contou com os delegados de 51
nações, segundo o projeto de Roosevelt. Na Carta das Nações Unidas estão contidos os
objetivos que presidiram à sua criação:
Havia consciência de que estava eminente uma grave crise económica, pois os países
europeus encontravam-se arruinados e desorganizados. Assim, em 1944, na Conferência de
Bretton Woods, um grupo de economistas reuniu-se a fim de estabelecer uma nova ordem
económica e financeira internacional e relançar o comércio com base em moedas estáveis. As
principais diretrizes económicas que resultaram da conferência foram:
Este programa de auxílio foi acolhido com entusiasmo pela generalidade dos países, e foi
verdadeiramente essencial à recuperação europeia. Para operacionalizar esta ajuda, foi criada
a OECE (Organização Europeia de Cooperação Económica), que servia pra supervisionar a
distribuição dos fundos do Plano Marshall.
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Em 1949, dá-se a resposta da URSS ao Plano Marshall, com a criação do Plano Molotov e
COMECON, que estabeleceu as estruturas de cooperação económica da Europa de
Leste.
A divisão do mundo em dois blocos antagónicos consolidou-se e os tempos da Guerra Fria
estavam cada vez mais próximos.
No entanto, nunca houve um conflito direto, caracterizando-se apenas pela corrida aos
armamentos, ameaças e movimentos de espionagem, conflitos locais, etc. Era uma “guerra
de nervos”, sustentada pelo antagonismo de duas conceções diferentes de organização
política (EUA – Liberalismo/Capitalismo; URSS – Socialismo/Comunismo).
Do outro lado, o bloco liderado pela URSS, defensora do regime socialista, cujo
modelo económico assentava nos princípios da coletivização e planificação estatal da
economia.
O mundo capitalista
Política de alianças:
O acentuar das tensões políticas conduziu á formação de alianças militares que
simbolizaram o antagonismo militar, ou seja, os EUA e a URSS procuraram estender a sua
influência ao maior número possível de países. Criou-se a Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN), liderado pelos EUA e sendo o objetivo principal a segurança
coletiva, isto é, ter a capacidade de resposta perante a um ataque armado, em resposta, foi
constituído o Pacto de Varsóvia, liderado pela URSS, para a defesa militar do seu bloco.
No decorrer de 25/30 anos após a guerra, os países europeus recuperaram e viveram uma
excecional recuperação económica, a produção industrial cresceu, houve uma revolução
nos transportes, cresceu o número de empresas, a agricultura modernizou-se, o sector
terciário expandiu-se, etc.
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A afirmação do Estado-Providência
O mundo comunista
O expansionismo soviético
Após a 2ª Guerra, a URSS foi responsável pela implantação de regimes comunistas,
inspirados no modelo soviético, por todo o mundo, ou seja, estendeu a sua influência à
Europa, Ásia e África.
Os países europeus que aderiram ao modelo soviético foram a Bulgária, Albânia, Roménia e
Polónia. Estes novos países socialistas receberam a designação de democracias populares
(designação atribuída aos regimes em que o Partido Comunista, afirmando representar os
interesses dos trabalhadores, se impõem como Partido Único, controlando as instituições do
Estado).
Como resposta à OTAN, a URSS cria o Pacto de Varsóvia, com objetivos idênticos: a
assistência mútua entre os países membros.
Os países asiáticos que sofreram influência soviética foram a Mongólia, China e Coreia. O
ponto fulcral da expansão comunista na América Latina foi Cuba, onde um punhado de
revolucionários sob o comando de Fidel Castro e do Che Guevara derrubaram o governo
apoiado pelos EUA.
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Destes bloqueios económicos resultou a estagnação da economia soviética. Apesar de
inúmeras tentativas de a ultrapassar, estes bloqueios acabarão por conduzir à falência dos
regimes comunistas europeus, no fim dos anos 80. A extinção da União Soviética deu-se
a 1991.
No japão deu-se o Milagre Japonês (anos 60/70), devido aos seguintes fatores:
Crescimento do PNB;
Métodos avançados de produção, automatização e robotização;
Crescimento da produção automóvel;
Grandes empresas do tipo paternalistas;
Recusa da política de rearmamento;
Elevada mão-de-obra qualificada e satisfação da população;
Importação e aperfeiçoamento de tecnologias;
Manutenção de uma balança comercial favorável;
Crescimento de outros sectores tais como a construção naval, electrónica, siderurgia,
electricidade e indústrias químicas;
Face a esta situação, a partir de 1953, foram elaborados Planos de Fomento para o
desenvolvimento industrial. O I Plano (1953-1958) e o II Plano (1959-1964) davam
continuidade ao modelo de autarcia e à substituição de importações, mas não contavam com
o apoio dos proprietários. É só a partir de meados dos anos 60, com o Plano Intercalar de
Fomento (1965-1967) e o III Plano (1968-1973), que o Estado Novo delineia uma nova
política económica:
Defende-se a produção industrial orientada para a exportação;
Dá-se prioridade à industrialização em relação à agricultura;
Estimula-se a concentração industrial;
Admite-se a necessidade de rever a lei do condicionamento industrial que
colocava entraves à livre concorrência. O grande ciclo salazarista aproximava-se do
fim.
No decurso do II Plano, o nosso país viria a integrar-se na economia europeia e mundial,
integrando a EFTA, a BIRD e a GATT. A adesão a estas organizações marca a inversão na
política da autarcia do Estado Novo.
Esta política confirmou a consolidação de grandes grupos económicos e financeiros em
Portugal e o acelerar do processo industrial.
Emigração
Enquanto nas décadas de 30 e 40 a emigração foi bastante reduzida, a década de 60
tornou-se no período de emigração mais intenso da nossa história, pelos seguintes
motivos:
A política industrial provocou o esquecimento do mundo rural, logo, sair da aldeia era uma
forma de fugir à miséria;
Os países europeus que necessitavam de mão-de-obra, pagavam com salários
superiores;
A partir de 61, a emigração foi, para muitos jovens, a única maneira de não participar
na guerra entre Portugal e as colónias africanas. Por essa razão, a maior parte da
emigração fez-se clandestinamente.
A urbanização
O surto industrial traduziu-se no crescimento do sector terciário e na progressiva
urbanização do país. Dá-se o crescimento das cidades e a concentração populacional. Em
Lisboa e Porto, as maiores cidades portuguesas, propagam-se subúrbios. No entanto, esta
expansão urbana não foi acompanhada da construção das infra-estruturas
necessárias, aumentando as construções clandestinas, proliferam os bairros de lata,
degradam-se as condições de vida (incremento da criminalidade, da prostituição…). Mesmo
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assim, o crescimento urbano teve também efeitos positivos, contribuindo para a expansão
do sector dos serviços e para um maior acesso ao ensino e aos meios de
comunicação.
Em 1945, a grande maioria dos países europeus festejavam a vitória da democracia sobre
os fascismos. Parecia, assim, que estavam reunidas todas as condições para Salazar também
optar pela democratização do país. Salazar encenou, então, uma viragem política,
aparentando uma maior abertura, a fim de preservar o poder:
Antecipou a revisão constitucional, dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições
antecipadas, que Salazar anunciou “tão livres como na livre Inglaterra”.
Para garantir a legitimidade no acto eleitoral, o MUD formula algumas exigências, que
considera fundamentais, como o adiamento das eleições por 6 meses (a fim de se
instituírem partidos políticos), a reformulação dos cadernos eleitorais e a liberdade de
opinião, reunião e de informação. As esperanças fracassaram já que nenhuma das
reivindicações do Movimento foi satisfeita e este desistiu por considerar que o acto eleitoral
não passaria de uma farsa. A apreensão das listas pela PIDE permitiu perseguir a oposição
democrática.
Em 1958 ano de novas eleições presidenciais, o Governo pensou ter controlado a situação
até que, em 1958, a candidatura de Humberto Delgado a novas eleições presidenciais
desencadeou um terramoto político. A sua coragem em criticar a ditadura, apelidou-o de
“general sem medo”.
O anúncio do seu propósito de não desistir das eleições e a forma destemida como anunciou a
sua intenção de demitir Salazar caso viesse a ser eleito, fizeram da sua campanha um
acontecimento único no que respeita à mobilização popular. De tal forma que o governo
procurou limitar-lhe os movimentos, acusando-o de provocar “agitação social, desordem e
intranquilidade pública”.
O resultado revelou mais uma vitória esmagadora do candidato do regime (Américo Tomás),
mas desta vez, a credibilidade do Governo ficou profundamente abalada. Salazar
começou a tomar consciência de que se estava a tornar difícil continuar a enganar a
opinião pública. A campanha de Humberto Delgado desfez qualquer ilusão sobre a pretensa
abertura do regime salazarista. Humberto Delgado foi assassinado pela PIDE em 1965.
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A questão colonial
Tornou-se difícil para o Governo Português manter a sua política colonial. Depois da
segunda guerra mundial, e com a aprovação da Carta das Nações Unidas, o Estado Novo
viu-se obrigado a rever a sua política colonial e a procurar soluções para o futuro do nosso
império.
Em termos ideológicos, a “mística do império” é substituída pela ideia da “singularidade
da colonização portuguesa”. Os portugueses tinham mostrado uma grande capacidade de
adaptação à vida nas colónias onde não havia racismo e as raças se misturavam e as culturas
se espalhavam. Esta teoria era conhecida como luso-tropicalismo.
No campo jurídico, a partir de 1951, desaparece o conceito de colónia, que é substituído
pelo de província ultramarina e desaparece o conceito de Império Português, substituído
por Ultramar Português. A presença portuguesa em África não sofreu praticamente
contestação até ao início da guerra colonial. Exceção feita ao Partido Comunista Português
que no seu congresso de 1957 (ilegal), reconheceu o direito à independência dos povos
colonizados.
A luta armada
O negar da possibilidade de autonomia das colónias africanas, fez extremar as posições dos
movimentos de libertação que, nos anos 50 e 60, se foram formando na África portuguesa.
Em Angola, em 1955, surge a UPA (União das Populações de Angola) que, 7 anos mais tarde,
se transforma na FNLA (Frente de Libertação de Angola); o MPLA (Movimento Popular de
Libertação de Angola) forma-se em 1956; e a UNITA (União para a Independência Total de
Angola) surge em 1966. A guerra inicia-se em Angola a 1961.
O isolamento internacional
A carta das nações unidas estabeleceu que todas as nações tinham o direito á sua
autodeterminação. Contudo, Portugal recusou-se a aceitar esta ideia dizendo que as
províncias ultramarinas faziam parte de Portugal.
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Tal postura conduziu, inevitavelmente, ao desprestígio do nosso país, que foi excluído de
vários organismos das Nações Unidas e alvo de sanções económicas por parte de diversas
nações africanas. A recusa de todas as ofertas e planos (como a ajuda americana por
exemplo), remeteu Portugal para um isolamento, evidenciado na expressão de Salazar,
“orgulhosamente sós”.
A Primavera Marcelista
O problema da guerra colonial continuava por resolver. Perante a recusa de uma solução
política pelo Governo Marcelista, os militares entenderam que se tornava urgente pôr fim à
ditadura e abrir o caminho para a democratização do país.
A Revolução de 25 de Abril de 1974 partiu da iniciativa de um grupo de oficiais do
exército português – O Movimento dos Capitães (1973), liderado por Costa Gomes e
Spínola, que tinha em vista o derrube do regime ditatorial e a criação de condições
favoráveis à resolução política da questão colonial. Estes acontecimentos deram força
àqueles que, dentro do Movimento (agora passava-se a designar por MFA – Movimento das
Forças Armadas), acreditavam na urgência de um golpe militar que, restaurando as
liberdades cívicas, permitisse a tão desejada solução para o problema colonial. Depois de uma
tentativa precipitada, em Março, o MFA preparou minuciosamente a operação militar que,
na madrugada do dia 25 de Abril de 1974 pôs fim ao Estado Novo.
Operação “Fim-Regime”
A operação militar teve início com a transmissão, pela rádio, das canções-senha, que permitia
às unidades militares saírem dos quartéis para cumprirem as missões que lhes estavam
destinadas. A resistência terminou cerca das 18h, quando Marcello Caetano se rendeu
pacificamente ao general Spínola. Entretanto, já o golpe militar era aclamado nas ruas pela
população portuguesa, cansada da guerra e da ditadura, transformando os acontecimentos
de Lisboa numa explosão social por todo o país, uma autêntica revolução nacional que, pelo
seu carácter pacífico, ficou conhecido como a “Revolução dos Cravos”. A PIDE foi a
última a render-se na manhã seguinte.
A caminho da democracia
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O desmantelamento das estruturas do Estado Novo
O ato revolucionário permitiu que se desse início ao processo de desmantelamento do
Estado Novo. No próprio dia da revolução, Portugal viu-se sob a autoridade de uma Junta de
Salvação Nacional, que tomou de imediato medidas:
Das eleições de 1975, sai vitorioso o Partido Socialista, que passa a reclamar maior
intervenção na atividade governativa. Vivem-se os tempos do Verão Quente de 1975, em
que esteve iminente o confronto entre os partidos conservadores e os partidos de
esquerda. É em pleno “Verão Quente” que um grupo de 9 oficiais do próprio Conselho da
Revolução, encabeçados pelo major Melo Antunes, crítica abertamente os sectores mais
radicais do MFA: contestava o clima de anarquia instalado, a desagregação económica e
social e a decomposição das estruturas do Estado. Em consequência, Vasco Gonçalves foi
demitido. Era o fim da fase extremista do processo revolucionário. A revolução regressava
aos princípios democráticos e pluralistas de 25 de Abril, que serão confirmados com a
Constituição de 1976.
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Os tempos da PREC tinham em vista a conquista do poder e o reforço da transição ao
socialismo. Assim, nessa altura, tomaram-se um conjunto de medidas que assinalaram a
viragem ideológica no sentido do marxismo-leninismo:
O intervencionismo estatal (em todos os sectores da economia), as nacionalizações
(o Estado apropriou-se dos bancos, dos seguros, das empresas, etc., passando a ter mais
controlo da economia), a reforma agrária (procedeu-se à coletivização dos latifúndios do
Sul e à expropriação e nacionalização pelo Estado e a constituição de Unidades Coletivas
de Produção (UCP). Graças ao partido comunista foi aprovada a legislação para a reforma
agrária com proteção dos trabalhadores e dos grupos económicos mais desfavorecidos
através das novas leis laborais, salário mínimo nacional, aumento de pensões e reformas.)
A opção constitucional de 1976
A nível interno, a “independência pura e simples” das colónias colhia o apoio da maioria dos
partidos que se legalizaram depois do 25 de Abril e também nesse sentido se orientavam
os apelos das manifestações que enchiam as ruas do país.
É nesta conjuntura que o Conselho de Estado reconhece às colónias o direito à
independência. Intensificam-se, então, as negociações com os movimentos aos quais
Portugal reconhece legitimidade para representarem o povo dos respectivos
territórios.
No entanto, Portugal encontrava-se num a posição muito frágil, quer para impor condições
quer para fazer respeitar os acordos. Desta forma, não foi possível assegurar, como previsto,
os interesses dos Portugueses residentes no Ultramar. Fruto de uma descolonização tardia e
apressada e vítimas dos interesses de potências estrangeiras, os territórios africanos não
tiveram um destino feliz.
No início dos anos 80, a União Soviética encontrava-se numa situação preocupante.
Foi na conjuntura de crise que surge Mikhail Gorbatchev, eleito secretário-geral do PCUS
em 1985. Sem querer por em causa a ideologia e o sistema político vigente, Gorbatchev
entendeu, no entanto, ser necessário iniciar:
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Durante a presidência de Bill Clinton, tornou-se prioridade o desenvolvimento do sector
comercial, procurando-se estimular as relações económicas com a região do Sudoeste
Asiático criando a APEC - Cooperação Económica Ásia-Pacífico, e estipulou a livre
circulação de capitais e mercadorias entre os EUA, Canadá e México através da NAFTA –
Acordo de Comércio Livre da América do Norte.
Finalmente, a hegemonia dos EUA resulta também da sua capacidade de inovar, reflexo do
progresso científico-tecnológico que evidencia. São os que mais investem na
investigação científica, desenvolveram os tecnopolos (parques tecnológicos, empresas
ligadas à tecnologia). O sector terciário ocupa um enorme peso na economia americana
(cerca de 75 %).
A União Europeia
Desde a sua criação, em 1957, que a União Europeia (naquela altura, CEE) tem vindo a
consolidar-se quer pela integração de novos estados-membros, quer pelo aprofundamento do
seu projeto económico e político. Assim, integraram-na:
Nos anos 70 – Inglaterra, Irlanda e Dinamarca (1973) – Europa dos 9;
Nos anos 80 – Grécia (1981), Portugal e Espanha (1986) – Europa dos 12;
Nos anos 90 – Áustria, Suécia, Finlândia (1995) – Europa dos 15.
Têm sido muitos os obstáculos à criação de uma Europa política: os países que não se
identificam na totalidade com o projeto europeu, ou os que resistem às medidas que implicam
a perda da soberania nacional, a integração de mais países (conjugar interesses de países
diferentes), que não tem favorecido o caminho de uma Europa mais unida, a incapacidade da
EU de resolver questões como o desemprego, etc.
Quando a crise afetou a economia mundial na década de 70, o Japão e os “quatro dragões”
iniciaram um processo de cooperação económica com os membros da ASEAN
(Associação das Nações do Sudoeste Asiático), que agrupava a Tailândia, Indonésia,
Filipinas e Malásia. O desenvolvimento destes países resultou das necessidades de matérias-
primas, recursos energéticos e bens alimentares, de que eram importantes produtores, por
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parte do Japão e dos “quatro dragões” que, em troca, exportavam bens manufacturados
e tecnologia. Este intercâmbio deu origem a uma nova etapa de crescimento, mais
integrado, do pólo económico da Ásia Pacífico.
O crescimento teve, no entanto, custos ecológicos e sociais muito altos: a Ásia tornou-se
a região mais poluída do Mundo e a sua mão-de-obra permaneceu, maioritariamente, pobre e
explorada.
A questão de Timor
Timor foi dos poucos casos na Ásia onde se instaurou uma democracia através de um
processo de autodeterminação. Em 1974, a “Revolução dos Cravos” agitou também Timor
Leste, que se preparou para encarar o futuro sem Portugal. Na ilha, onde não tinham ainda
surgido movimentos de libertação, nasceram três partidos políticos:
A UDT (União Democrática Timorense), que defendia a união com Portugal num
quadro de autonomia;
A APODETI (Associação Popular Democrática Timorense), favorável à integração
do território da Indonésia;
E a FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor Leste Independente), com um
programa independentista, ligado aos ideais de esquerda.)
O referendo, supervisionado por uma missão das Nações Unidas, a UNAMET, deu uma
inequívoca vitória à independência, mas desencadeou uma escalada de terror por parte das
milícias pro-indonésias.
Uma onda de indignação e de solidariedade percorreu então o Mundo e conduziu ao
envio de uma força de paz multinacional, patrocinada pelas Nações Unidas.
A 20 de Maio de 2002 nasce oficialmente a República Democrática de Timor Leste.
Seguindo uma política pragmática, Deng dividiu a China em 2 áreas geográficas distintas:
O interior, essencialmente rural, permanecia resguardado da influência externa; e o litoral
abrir-se-ia ao capital estrangeiro, integrando-se plenamente no mercado internacional.
1. Rigor financeiro:
-Combate ao despesismo;
-controlo da inflação;
2. Valorização da iniciativa privada:
-Liberalização dos preços;
-reduções fiscais;
3. Investimento tecnológico:
- Maior rentabilização;
4. Globalização:
-Livre circulação de produtos, capitais, pessoas e definição de estratégias empresariais
à escala mundial (transnacionais).
Na década de 1980, Ronald Reagan (nos Estados Unidos) e Margaret Thatcher (na
Inglaterra) foram os defensores obstinados do neoliberalismo e puseram termo à política
económica e social do Estado-providência.
A sua orientação económica foi desenvolvida através de uma nova doutrina económica o
neoliberalismo, que proponha reerguer o capitalismo. Esta doutrina era orientada por
Medidas de rigor como a redução da inflamação e o equilíbrio orçamental. Esta doutrina
visava diminuir os encargos do estado na vida social e económica e para isso procedeu à
privatização das empresas, a restrição do emprego pelo estado e os cortes na segurança
social.
O Estado Neoliberal valoriza a iniciativa privada, incentiva a livre concorrência e a
competividade e em nome do livre jogo da oferta e da procura, liberaliza os preços ao
empresário aliviando assim os impostos e a facilidade de contratar e despedir mão-de-obra.
Esta política neoliberal reflete as tendências económicas vividas nos anos 80 caminhando
para a globalização da economia.
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