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TEXTOS PARTE C

“Mensagem” transmite-nos um novo conceito de pátria, baseado na divulgação da língua


portuguesa no Mundo (“Minha pátria é a língua portuguesa”) e assim Portugal conseguirá
construir de novo um grande Império, cultural e linguístico (Quinto Império). Este Império será
produto da inteligência poética, terá como líder um super-Camões, que estenderá o domínio da
língua e da cultura portuguesas ao Mundo.
Pessoa reformula assim o sebastianismo retrógrado e passadista, conferindo-lhe um
carácter messiânico e progressivo, virado para o futuro (D. Sebastião”) É o ressurgir de um
nacionalismo profético (“D. Dinis”, “O Infante”), que restituirá a Portugal a sua antiga glória.
“Mensagem” é assim um poema duplamente épico, pois a par da glorificação dos heróis,
surge também a glorificação da poesia.
(119 palavras)
“Mensagem”, única obra publicada em vida por Fernando Pessoa, é uma obra épica
(parte de um núcleo histórico, exaltando um povo e os seus heróis), lírica e simbólica (narra a
História de Portugal, desvalorizando a narração e a descrição, como acontece em “Os Lusíadas”,
revelando um carácter mais abstracto e interpretativo).
Apresenta uma estrutura tripartida e a sua unidade é constituída a partir de valores
simbólicos que integram o passado transfigurado em mito: “Brasão” – figuras notáveis do
imaginário nacional (simboliza o nascimento da Nação); “Mar Português” – feitos da época das
descobertas (simboliza a vida, o auge); e “O Encoberto” – profecias relativas ao sebastianismo
e ao mito do Quinto Império (simboliza a morte, mas também a esperança de um novo império).
(120 palavras)

“Mensagem”, única obra publicada em vida por Fernando Pessoa apresenta uma visão
da História de Portugal e do papel que lhe estará reservado no futuro, que se afasta da visão
tradicional.
Assim, o herói é um ser que estabelece a ligação entre uma vontade transcendente e
superior ao Homem e a acção. É aquele que interpreta a vontade divina, actuando para dar
cumprimento a uma vontade que lhe é superior, transformando-se em mito.
Ao longo do poema são vários os heróis tocados pela mão do divino: D. Dinis. O Infante,
D. Sebastião.
No poema “Padrão”, o sujeito poético, Diogo Cão, aparece como intérprete da vontade
divina, ao afirmar “a alma é divina e a obra é imperfeita”.
(117 palavras)

A “Mensagem é uma obra que reúne poemas de carácter nacionalista e sebastianista.


Para o poeta, havia-se perdido a identidade, os feitos heróicos perderam-se com o tempo e só
já restava a memória. Então, nada melhor que recuperar um mito para fazer ressurgir uma nação
(“o mito é o nada que é tudo”).
Na obra está presente o mito sebastianista que, em Pessoa, assume um carácter
progressista, voltado para o futuro e que ajude a regenerar a pátria. Defende o ressurgimento de
um nacionalismo profético que abandone o conceito tradicional de pátria. Ligado a este mito,
surge o mito do Quinto Império. Com efeito, este império não é limitado por fronteiras
geopolíticas, é um império de ordem cultural e linguística. Portugal, a sua cultura e a sua língua
deverão ser o centro e o pólo dinamizador de um vasto império cultural.
(141 palavras)

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