Você está na página 1de 1

23.01.2022/??.01.2022 Matheus S.

Correia

JOHANN GOTTLIEB FICHTE

O ESPÍRITO E A LETRA NA FILOSOFIA

INTRODUÇÃO

I – Sobre os textos traduzidos

Todos os textos aqui presentes possuem alguma relação com a chamada Disputa das Horas (Horenstreit) que ocorreu entre Fichte e
Schiller, tendo ela por tema geral a Estética, sendo eles: o Sobre o Espírito e a Letra na Filosofia, texto causador da disputa; a
Correspondência entre os autores; o Sobre a vivificação e a elevação do puro interesse pela verdade, o primeiro texto de Fichte na
revista As Horas; e, por último, o conjunto de prelações Sobre a diferença entre o espírito e a letra na filosofia. Essa reunião de
textos tem por objetivo, por tanto, esclarecer esse importante embate a respeito da relação entre Arte e Filosofia.

II – O manuscrito de Fichte e a origem da disputa da Horas

A história tem início em 1794, o ano em que Schiller e outra importantes mentes do período decidiram fundar a “sociedade de
ilustres sábios” (Gelehrten), com o objetivo de publicar um periódico mensal chamado As Horas (Die Horen), revista que
abrangeria desde textos filosóficos até poemas e contos. Fichte é, pois, convidado a escrever o primeiro número da revista: o Sobre
a vivificação e a elevação do puro interesse pela verdade, texto que foi muitíssimo bem recebido. Schiller pede a ele que escreva
ouro texto para a segunda publicação, sendo esse justamente o Sobre o Espírito e a Letra na Filosofia – Numa série de cartas.
Schiller, porém, decido não publicar esse texto e escreve uma carta à Fichte apontando os motivos para tal. Esse é o ato que inicia a
chamada Disputa das Horas.

III – Duas formas distintas de se escrever filosofia

Esse confronto nasce justamente de um interesse em comum entre os dois filósofos: levar o pensamento filosófico para além da
academia, pô-la em contato com o homem comum. A discordância entre eles está na maneira em que isso deveria ser feito. A
concepção de Schiller era de que dever-se-ia, dentre os vários tipos de exposição de exposição filosófica, dar preferência ao ‘estilo
belo’ e à utilização de imagens para que as ideias fossem mais bem absorvidas pelos leitores. Para Fichte, ao contrário, acreditava
que o público deveria antes elevar-se ao ‘nível’ de compreensão necessária para uma discussão filosófica conceitual. Estavam,
portanto, concepções filosóficas completamente opostas.

IV – As diferenças filosóficas: impulso, determinação recíproca e imaginação

Schiller procurou, principalmente em sua obra A educação estética do homem, conciliar sistematicamente liberdade e liberdade,
mundo sensível e mundo suprassensível – belo conceito de Belo. Fichte, resumidamente, baseando-se na sua distinção entre espírito
e letra, procurava constituir um discurso que melhor transmitisse o espírito através da letra, isso é, um discurso que se comunicasse
quase imediatamente com imaginação do leitor.

V – A estética de Fichte entre o espírito e a letra

Fichte pretende diferenciar letra e espírito não somente na filosofia, mas também na arte em geral – também realizando uma
aproximação das duas atividades pelo conceito de espírito. Diferencia ele também três formas de ‘impulsos’: o de conhecimento, o
prático e o estético. Ele define o terceiro como tendo a característica de ser totalmente auto referencial, autodeterminado e visando a
representação pela representação – parece ser uma aproximação à estética de Kant, fundamentada no desinteresse da representação
pelo objeto, também sendo ela um ponto médio entre a visão comum e a transcendental. Afirma, pois, ser essencial para essa
passagem a compreensão da diferença do espírito e da letra na filosofia. Espírito é para Fichte a capacidade de elevar sentimentos à
consciência, é imaginação criadora. Por isso ela concerne tanto ao filósofo quanto ao artista, e essa passagem do comum ao
transcendental pode ser realizada tanto pela filosofia quanto pela arte.

VI – As prelações sobre a diferença entre o espírito e a letra na filosofia

Contasse brevemente a história desse escrito. Nada a comentar.

SOBRE O ESPÍRITO E A LETRA NA FILOSOFIA – NUMA SÉRIE DE CARTAS

Primeira carta

Fichte escreve essa ‘carta’ para um interlocutor que possui dúvidas com relação ao Espírito e a Letra na filosofia. O autor pretende,
portanto,

Você também pode gostar