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Estrategias de Resistencia Escrava No Recife PDF
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Olhando para a história social do Recife na primeira metade do século passado, três
aspectos chamam a atenção. O primeiro é o ciclo das insurreições liberais, que se inicia com a
Insurreição de 1817, passa pela Confederação do Equador em 1824 e termina com a Praieira,
em 1848.2 O segundo é a virtual ausência de rebeliões escravas, mesmo tendo havido até mais
confusão no Recife do que na maioria das capitais provinciais nesse período. O terceiro é que
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PhD em História da América Latina pela University of Illinois at Urbana-Champaign e
Professor dos Cursos de Mestrado e Doutorado em História da UFPE.
1. Agradeço ao CNPq pelo apoio à pesquisa.
2. A historiografia sobre o assunto é quase inesgotável. Considero mais relevantes os seguintes trabalhos,
ordenados aqui por ano de publicação: Francisco Muniz Tavares, História da Revolução de 1817, Recife, 1840;
reedição, Imprensa Industrial, 1917. Joaquim Nabuco, Um estadista do Império, 3 vols., Paris, Garnier, 1897.
Amaro Quintas, O sentido social da Revolução Praieira , Recife, 1948; reedição: Recife, UFPE, 1977. Edison
Carneiro, A Insurreição Praieira, 1848 -49, Rio de janeiro, Conquista, 1960. Manoel Correia de Andrade, A
Guerra dos Cabanos, Rio de Janeiro, Conquista, 1965. Carlos Guilherme Mota, Nordeste 1817 , São Paulo,
Perspectiva, 1972. Mário Márcio de Almeida Santos, Nascimento Feitosa e a Revolução de 1848, Recife, UFPE,
dissertação de Mestrado, 1977. Idem, Um homem contra o Império: Antônio Borges da Fonseca , João Pessoa,
União, 1994. Vamireh Chacon, “Introdução”, in Autos do inquérito da Revolução Praieira , Brasília, Senado
Federal, 1979. Isabel Marson, Movimento Praieiro, 1842 -1849: imprensa, ideologia e poder político, São Paulo,
Moderna, 1980. Idem, O império do progresso: a Revolução Praieira , São Paulo, Brasiliense, 1987. Nancy
Naro, The 1848 Praieira Revolt in Brazil, Chicago, Univ. of Chicago, tese de Ph.D., 1980. Marcus J. M. de
Carvalho, A Guerra do Moraes: a luta dos senhores de engenho na Praieira , Recife, UFPE, dissertação de
Mestrado, 1986. Idem, Hegemony and Rebellion in Pernambuco (Brazil), 1821-1835, Urbana, University of
Illinois at Urbana-Champaign, tese de Ph.D., 1989. Fernando da Cruz Gouveia, O Partido Liberal no Império: o
barão de Vila Bela e sua época, Brasília, Senado Federal, 1986. Glacyra Lazzari Leite, Pernambuco 1817:
estruturas e comportamentos sociais, Recife, Massangana, 1988. Idem, Pernambuco, 1824: a Confederação do
Equador, Recife, Massangana, 1989. Luís Sávio de Almeida, Memorial Biographico do Capitão de Todas as
Matas, Recife, UFPE, tese de Doutorado, 1995. Maria Lúcia de Souza Rangel Ricci, A atuação política de um
publicista: Antônio Borges da Fonseca, Campinas, PUC, 1995. Maria do Socorro Ferraz Barbosa, Liberais e
liberais, Recife, UFPE, 1996. Jeffrey Carl Mosher, Pernambuco and the Construction of the Brazilian Nation -
State, 1831-1850, Gainesville, tese de Ph.D., University of Florida at Gainesville, 1996.
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3. L. F. Tollenare, Notas dominicais tomadas durante uma viagem em Portugal e no Brasil, em 1816,
1817 e 1818, Salvador, Progresso, 1956, p. 182.
4. Francisco Augusto Pereira da Costa, Anais pernambucanos, Recife, Arquivo Público Estadual, 1958, vol. 8, p.
349. Cláudia Viana Torres, Um reinado de negros em um Estado de brancos: organização de escravos urbanos
em Recife no final do século XVIII e início do século XIX, 1774-1815, Recife, Universidade Federal de
Pernambuco, dissertação de Mestrado, 1997, “apêndice”, pp. 95-100.
5. Arquivo Público Estadual de Pernambuco (Recife). Polícia Civil vol. 14, 30/09/1846. Diário de Pernambuco
(Recife), 23/09/1846.
6. Diário de Pernambuco (Recife), 29/09/1846. Tribunal da Relação, “Interrogatório de Agostinho José Pereira”,
in Diário Novo (Recife), 26/10/1846.
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7. Tribunal da Relação, “Interrogatório ...”, op. cit. Diário de Pernambuco (Recife), 29/09/1846.
8. Daniel P. Kidder, Reminiscências de viagens e permanências nas províncias do norte do Brasil, São Paulo,
Itatiaia, 1980.
9. Tribunal da Relação, “Interrogatório ...”, op.cit. Diário de Pernambuco (Recife), 04/10/1846.
10. O Nazareno (Nazaré), 31/10/1846.
11. Eugene Genovese, Roll J ordan Roll: The World the Slaves Made, Nova York, Random House, 1981, passim.
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36. A.C.M. Saunders, A Social History of Black Slaves and Freedmen in Portugal, 1441 -1555, Cambridge,
Cambridge University Press, 1982, p. 135.
37. Diário de Pernambuco (Recife), 30/03/1827.
38 Nos seus primeiros exemplares o Diário de Pernambuco, já trazia exemplos disso. Diário de Pernambuco
(Recife), 06/03/1827, 10/03/1827, 10/01/ 1829, 04/02/1829. Para a década de 1840, W. Barbosa da Silva
consultou anúncios semelhantes em outro periódico, o Diário Novo. Wellington Barbosa da Silva, A cidade que
escraviza ..., op. cit., pp. 66-79.
39. Gilberto Freyre, Sobrados e mucambos: decadência do patriarcado rural e desenvolvimento do urbano, Rio
de Janeiro, José Olympio, 1977, vol. 1, pp. 49-50.
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40. Decreto de 15 de outubro de 1837, in Colleção de leis do Império do Brasil, Rio de Janeiro, Typographia
Nacional, 1861. Código criminal do Império, Rio de Janeiro, Typographia Quirino e Irmão, 1861, art. 257, nota
87 e arts. 269 e 270.
41. Arquivo Público Estadual de Pernambuco( Recife): Relatório do presidente Chichorro da Gama à
Assembléia Provincial na Sessão Ordinária de 1846, p. 7.
42. Diário de Pernambuco (Recife), 01/10/1846.
43. Regulamento de 11/04/1842, in Diário de Pernambuco (Recife), 20/10/1846.
Recife, Recife, Secretaria de Justiça, 1978. Marson, O Império do progresso, op. cit., passim. Mosher,
Pernambuco and the Construction ... , cap. 3.