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Em Emílio, a natureza, como ordem primeira onde está inscrito o humano, também
aparece como uma das três fontes de educação do sujeito. Para Rousseau, ao nascer
fraco e desprovido de forças, o ser humano tem necessidade de assistência e de
educação para sobreviver como adulto:
Observai a natureza e segui o caminho que ela vos indica. Ela exercita
continuamente as crianças, ela enrijece seu temperamento mediante
experiências de toda espécie, ela ensina-lhes desde cedo o que é pena e dor [...]
Passando pelas provações, a criança adquiriu forças; e desde logo que pode usar
a vida, mais seguro se torna o princípio dela. (Rousseau, [1762] 1995, p.22)
Na verdade, não se trata aqui de uma volta à natureza como tal, uma imersão direta na
ordem natural, mas de um aprendizado guiado pelos sentidos, no qual, através da
observação dos fenômenos da natureza, se realiza um distanciamento em relação a esta.
Condição a partir da qual o sujeito virtuoso de Rousseau pode redescobrir uma natureza
saudosa e sentimental (Hermann, 2000a). Reinstala-se assim, no âmago do conceito de
natureza em Rousseau, a nostalgia de uma natureza buscada como via reparadora, pois
desde sempre perdida, prefigurando a “utopia final da relembrança e da cura, tão cara à
consciência romântica” (Maia-Flickinger, 1996, p.697).
Contudo, a diferença entre Rousseau e os românticos que o seguiram é localizada por
Maia-Flickinger (1996) na concepção do que está ao fundo da idéia de natureza, que
também subjaz como fundo do sujeito humano. Tomando como mote a expressão de
Werther “volto-me para mim mesmo e descubro um mundo”, a autora reflete:
Este mundo “lá dentro” que aqui se anuncia é, entretanto, bem outro do que
aquele ansiado por Rousseau no encalço da perdida transparência; pois o anseio
insaciável de infinito que aqui se formula, a recusa de limites no autogozo
entusiástico do gênio, pareceria a Rousseau certamente perversa. [...] O anseio e
a identificação extática com um originário desmedido, a que se lançariam a
seguir os românticos, viriam a sofrer acentuada erosão e desvios internos,
levando-os ao confronto com forças destrutivas, descobertas no cerne de uma
natureza interpretada como divina. (Maia-Flickinger, 1996, p.693)
O mal-estar e o desconforto no mundo vão ganhando amplitude como uma das vias de
oposição do romantismo à arte bela e à idéia clássica de uma bela natureza equilibrada à
medida humana. O desmedido, que acede na experiência da ruptura romântica com um
cosmos organizado, racional e justo — e que, especialmente em Schopenhauer,
prenuncia o pessimismo trágico pós-romântico (Maia-Flickinger, 1996) —, altera a boa
forma de uma natureza ordenada. A natureza que então ameaça irromper, em estado
puro, é aquela que prenuncia a força diruptiva do inconsciente.
Nesta ênfase dada à natureza pelos românticos, acabaram por nela descobrir,
embora sem o querer admitir, o filão de violência e perigo que se perdera para a
teoria da arte ocidental, a partir da determinação grega do Belo enquanto bem.
Foram sem dúvida os românticos que, ao redescobrir o êxtase dionisíaco do
Sublime, reencontraram aquilo do qual Platão tentara escapar e do qual vira-se
simultaneamente fascinado, a saber, o momento irracional de uma perda de si
para o Eu, no gozo da beleza. Esta perda de si os românticos a interpretaram,
afinal, como Kant, em uma só direção: aquela do salto da alma ao que nela é
excelente. Na linguagem romântica: ao divino ou sagrado. (Maia-Flickinger,
1993, p.563)
forças étnicas dos negros e das “minorias” ou dos movimentos que eclodiram
por toda parte no Terceiro Mundo, os regionalismos, o desenvolvimento de
novos e militantes portadores de surplus consciousness nos movimentos
estudantis e de mulheres. Essas forças recém-liberadas não somente parecem
não se encaixar no modelo dicotômico de classes do marxismo tradicional como
abrem um domínio de liberdade e possibilidade voluntarista para além dos
constrangimentos clássicos da infra-estrutura econômica. [...] Os anos 60 foram
uma imensa e inflacionária emissão de crédito superestrutural, um abandono
universal do referencial do padrão-ouro, uma impressão extraordinária de
significantes cada vez mais desvalorizados. (p.126)
Como vimos, o tom foi dado por uma sociedade afluente que pulsava ao ritmo de um
compasso de expansão financeira e cultural. A abertura para as alteridades terceiro-
mundistas, étnicas e de gênero, agudizava as contradições e instalava a luta pelas
liberdades e possibilidades de autonomia que pareciam uma realidade muito próxima
para os que fizeram e viveram a contracultura naqueles anos. Poderíamos dizer que
foram anos de utopia e ousadia, embalados por uma visão romântica da revolução
radical e da contestação à ordem e às disciplinas limitantes do potencial humano e
societal com que se podia sonhar.
Roszak (1972), em um dos estudos clássicos sobre o tema, reconhece as raízes
românticas da contracultura, seja pela via filosófica atribuída a seus mentores
intelectuais (Marcuse e Brown), seja pela identificação do “Weltschmerz romântico”
entre as tradições constitutivas do universo contracultural. O autor, que se posiciona
dentro do movimento, situa a contracultura como uma reação à tecnocracia — entendida
21 A contracultura é tomada aqui a partir de sua definição básica: “cultura minoritária
caracterizada por um conjunto de valores, normas e padrões de comportamento que
contradizem diretamente os da sociedade dominante” (Outhwaite e Bottomore, 1996,
p.134), historicamente ligada aos valores e comportamentos da geração jovem americana
dos anos 60/70 que se revoltou contra as instituições culturais dominantes de uma
sociedade afluente, otimista e confiante que viveu um boom econômico pós-Segunda
Guerra. A luta contra a Guerra do Vietnã, os festivais de rock, a valorização do Oriente, as
novas espiritualidades e o auto-aperfeiçoamento são parte de uma luta antielitista e
antiautoritária de uma “minoria profética desencantada com os valores materialistas da
América Branca” (Newfield, 1967).
como: “a forma social na qual uma sociedade industrial atinge o ápice de sua integração
organizacional [...] é o ideal de modernização, planejamento, racionalização que busca
legitimidade nas formas científicas do conhecimento” (Roszak, 1972, p.19). Nesse
sentido, a contracultura opõe-se, sobretudo, ao paradigma ocidental moderno, industrial,
científico, questionando a racionalidade e o modo de vida da chamada Grande
Sociedade.
A contracultura transcendeu os limites da vida sociopolítica norte-americana e marcou
uma revisão crítica para a sociedade ocidental, fazendo adeptos e instituindo-se como
um estilo alternativo de vida. É bastante oportuno pensar a contracultura, como o faz
Carozzi (1999), integrando-a a um macromovimento sociocultural que pode ser
observado entre as classes médias urbanas do Ocidente e que se constitui a partir da
década de 1960; porém com antecedentes nos últimos anos da década anterior, cuja
direção de mudança aponta para a autonomia como valor central. Nesse ambiente, o
pacifismo, o ecologismo e o movimento feminista são reconhecidamente herdeiros
diretos desse macromovimento e de seu traço distintivo, a luta por autonomia e
emancipação (Carozzi, 1999).
Dessa forma, discutir o ecologismo sem situá-lo em relação à sua filiação contracultural
e romântica seria reduzir a compreensão daquilo que fundamentalmente o inspira e lhe
confere o clima e o tom predominante. É nesse ambiente que a crítica ecológica ao
progresso e ao capitalismo industrial nas décadas de 1960 e 1970 integra um espectro
amplo e complexo de contravalores que se caracteriza pelo questionamento do status
quo das sociedades desenvolvidas, pela crítica aos valores da modernidade ocidental e
pela busca de um novo modo de organizar a vida individual e coletiva. 22 No ecologismo,
a visão da natureza como contraponto da vida urbana, tecnocrática e industrial aparece
combinada com o sentimento anti-social da contestação romântica. Traços centrais do
repúdio romântico à uniformidade da razão, ao seu caráter instrumental, ao
individualismo racionalista e à lógica do mercado podem ser observados em certas
inspirações do ideal societário ecológico que se afirma como via alternativa contra os
ideais de progresso e de desenvolvimento da sociedade capitalista de consumo.
Ainda que valores de um ideário naturalista e em parte românticos também possam ser
encontrados nas vertentes conservacionistas do campo ambiental, o ecologismo traz
como elemento diferencial a ênfase emancipatória com que atualiza esses elementos da
tradição, destacando seus componentes de crítica social. Ao levar a problemática
ambiental para a esfera pública, o ecologismo confere ao ideário ambiental uma
dimensão política. A crítica ecológica situa-se entre as vozes contestatórias da
racionalidade instrumental na modernidade, denunciando sua face materialista,
agressora do meio ambiente e bélica. Isso, contudo, não significa que o ecologismo
abandone o ideal moderno, pois, sendo crítico da modernidade, continua preconizando
valores éticos e democráticos, bem como uma educação virtuosa do sujeito ecológico.
É evidente que o movimento cultural acionado nas décadas da contracultura apresenta
variações segundo sua configuração tanto nas sociedades norte-americanas como nas
européias; ou mesmo segundo as particularidades com que se expressa em diferentes
22 Livros como o de Rachel Carson, Silent spring, publicado em 1962, e o de Jean Dorst,
Antes que a natureza morra, de 1965, são marcos na literatura que inaugura o movimento
ecológico. Essa literatura fundadora expressa a percepção dos limites do progresso e dos
riscos associados à exploração desmedida dos recursos naturais nas sociedades industriais.
A ampla repercussão que essas obras alcançaram indica um sentimento coletivo de
insatisfação com a ideologia do progresso e o mal-estar nas sociedades industriais.
países europeus, como a França nos acontecimentos de maio de 1968, ou os
movimentos pacifistas e antinucleares na Alemanha, por exemplo. Contudo, sem
esquecer as particularidades, o que importa destacar desse contexto é o seu caráter
emblemático e inaugural, no sentido de ter-se instituído como parte de um ambiente
contracultural e proposto um conjunto de interpretações e concepções que incidiram
decisivamente sobre o rumo dos movimentos sociais desde então, e que continuam
vigentes nos desdobramentos de vários campos sociais, entre os quais o ambiental.
A orientalização do Ocidente
A partir das grandes dimensões em contraposição às quais se demarca a modernidade
ocidental, identificadas por Souza Santos (2000) como sendo a natureza, o selvagem e o
Oriente, veremos que os movimentos contraculturais buscam a inclusão destes Outros
radicais, assimilando-os na forma de alteridades mitigadas, valorizadas como modelos
para novas identidades culturais no Ocidente.23 Para além da inclusão da natureza como
sujeito de direitos a que já nos referimos, destaca-se ainda o movimento de assimilação
também de outro dos pólos de alteridade da modernidade: o Oriente. O interesse pelo
Oriente (práticas religiosas, filosóficas e terapêuticas, entre outras) é reconhecidamente
uma marca da contracultura que atravessa o ecologismo. Os anos 60 são tratados por
Campbell (1997, p.6) como um momento decisivo de virada para o que ele denomina “a
orientalização do Ocidente”, no sentido de “uma mudança no paradigma cultural ou
teodicéia que tem sustentado a prática e o pensamento ocidental”. Essa mudança, mais
do que provocada pela influência externa do Oriente sobre o Ocidente, é vista pelo autor
como um processo interno ao Ocidente, que ele atribui aos “desdobramentos de
desenvolvimentos culturais e intelectuais dentro da própria civilização ocidental, que
têm sido grandemente responsáveis por apressar esta mudança de paradigma” (p.6).
Esse autor reconhece a influência romântica como uma orientação importante nos
processos culturais endógenos, no Ocidente, de aproximação com o paradigma oriental.
Em termos das influências que antecederam os anos 60 mais recentes, destaca os
movimentos de ruptura com o pensamento racionalista, como o surrealismo, o
freudismo e o existencialismo.
Dentro dessa guinada em direção a um paradigma oriental, está a valorização de um
pensamento da unidade (homem-natureza, mente-corpo), que tem como conseqüência a
desvalorização de uma postura cientificista objetivante de “analisar, rotular, manipular,
controlar ou consumir as coisas do mundo” (p.8). A perda da fé na ciência e no
progresso é considerada, nesse sentido, marco de uma gradativa substituição de uma
narrativa moderna por uma narrativa alternativa de psico-espiritualidade. A teodicéia
que serviu tanto tempo ao Ocidente, qual seja, uma visão de mundo dividido em matéria
e espírito e governado por um Deus criador, pessoal e todo-poderoso, que tenha
23 23 A assimilação dos pólos de alteridade como contramovimento de inspiração
romântica dentro da modernidade se dá não apenas em relação à natureza e à religião, mas
também em relação ao selvagem. Embora não me detenha nesse terceiro elemento no
âmbito deste estudo, não se deve esquecer que a valorização das populações tradicionais
também faz parte da cultura política da nova esquerda e dos novos movimentos sociais. A
valorização e até mesmo certa idealização da cultura indígena como reservatório de
sociabilidades e lastro ético nas relações com a natureza estão presentes no ideário político
ambiental.
colocado suas criaturas acima do resto da criação, parece não mais se sustentar no
ideário alternativo:
Essa visão foi abandonada, e com ela toda a justificativa em favor do domínio
do homem sobre a natureza. Em seu lugar foi posta a visão fundamentalmente
oriental da humanidade como parte da entrelaçada teia de vida espiritual e
sensitiva. (Campbell, 1997, p.20)
A América é a natureza
Se é possível aludir com certa facilidade a uma literatura na qual se pode reconstruir a
tradição das sensibilidades para com a natureza, marcadamente entrelaçadas com os
diferentes momentos da história social e cultural das sociedades do Velho Mundo no
hemisfério norte, o mesmo não ocorre para uma história das idéias ecológicas no Novo
Mundo, particularmente no Brasil. Pouco se tem estudado acerca das raízes do
pensamento nos países americanos nos séculos passados, seja em sua condição de
24 Segundo Turner (1978, p.250), communitas é “um fenômeno liminal que combina as
qualidades da subliminaridade, sacralização, homogeneidade e camaradagem. Os vínculos
da communitas são indiferenciados, igualitários, diretos, não racionais e existenciais.
Communitas é espontânea, imediata, concreta, não abstrata. Ela é parte da ‘vida séria’. Não
dilui as identidades mas as libera da conformidade geral das normas, ainda que isto seja
necessariamente uma condição transitória se a sociedade quer continuar a operar de um
modo ordenado”. Sobre esse conceito, ver também Turner, 1974.
colônia, seja após suas independências como Estados-nação. Apesar da importância de
muitas regiões do hemisfério sul para os grandes naturalistas e, no que diz respeito à
degradação ambiental, dos enormes impactos ambientais da exploração colonial e dos
modelos de desenvolvimento agroexportadores que caracterizam a colonização dessa
região, a literatura ambiental pouco tem-se dedicado à formação de um pensamento e/ou
de uma sensibilidade ecológica nesses países.
No caso do Brasil, os esforços por buscar as raízes históricas de uma ecologia política
nos séculos passados têm sido feitos especialmente por Pádua (1997a), historiador do
campo ambiental que, em sua tese de doutorado, destaca o desenvolvimento das idéias
ecológicas no Brasil. O autor reconstrói, nesse trabalho, para o final do século XVIII e
início do XIX, as diferentes vertentes do debate sobre os prejuízos da devastação dos
recursos naturais provocada pelo modelo agrícola e extrativista do período colonial,
identificando o que classifica como os primeiros escritos de uma ecologia política no
Brasil.25 Com relação aos sentidos remotos dessa ecologia política na história do Brasil,
ao que parece, predominou uma preocupação de caráter mais político e
desenvolvimentista do que propriamente estética, diferenciando-se da ênfase naturalista
das novas sensibilidades que davam o tom ao ambientalismo desse mesmo período nos
Estados Unidos e na Europa. Tanto Pádua (1997) quanto Drummond (1997) apontam
para a presença dessa preocupação com o uso adequado e a proteção dos recursos
naturais no Brasil do século XIX e início do século XX. No século XIX, esse é o
pensamento de uma elite crítica ao modelo de exploração colonial, preocupada com o
progresso e o uso racional dos recursos naturais. Destacam-se, nesse cenário, algumas
figuras-chave do que Pádua (1997b, p.16) chama de “ambientalismo brasileiro
original”, como José Bonifácio, Euclides da Cunha e, nas primeiras décadas de 1990, o
jurista carioca Alberto Torres.
Contudo, se é possível reconstruir o debate sobre as idéias ecológicas no Brasil dos
séculos passados, poderíamos dizer que esse pensamento não se impôs em termos de
sua recepção mais ampla. Nossa hipótese é a de que as idéias acerca de uma ecologia
política, a despeito da gravidade dos problemas ambientais, não conseguiram dar o tom
à tradição das idéias ambientais no Brasil porque não se impuseram ao forte imaginário
que recai sobre o País e toda a América como Novo Mundo ou o mundo da própria
natureza. Mesmo o campo ambiental permanece em alguma medida atravessado por
esse imaginário. Disso talvez decorra certa singularidade no tratamento das questões
ambientais relacionadas ao Brasil no plano internacional, igualmente influenciado por
esse imaginário, que tem origem na condição histórica da colonização e imprime uma
marca peculiar ao ideário ambiental relativo aos países da América.
Refiro-me aqui a todo um imaginário sobre o paraíso cristão, vigente no contexto
quinhentista, que foi o pano de fundo da experiência das grandes navegações e do
descobrimento do Novo Mundo. O Éden, que existiria do outro lado do oceano, era o
ideal buscado pelos navegadores ao chegarem ao Novo Mundo:
Como nos lembra Holanda (1969, p.304), os motivos edênicos tiveram forte influência
no contexto do descobrimento e colonização do Brasil:
O mundo novo pululava de vida nativa; sua natureza era tal como a natureza em
geral, abrangente, linda, violenta e pacífica. Ele estava cheio de especulações
inspiradas na natureza, pétalas míticas fabulosas, produzidas pela humanidade.
Pois aqui viviam os homens ainda cativados pelos fenômenos da natureza e que
ainda a celebravam.
São conhecidas e célebres as visões paradisíacas dos cronistas quinhentistas que, como
o olhar dos primeiros viajantes que alcançaram a América, descreviam o encontro com
um continente que era pura natureza, incluindo seus habitantes humanos, igualmente
englobados na condição natural. Como mostra o historiador José Murilo de Carvalho
(1998, p.63):
Não seria difícil continuar recolhendo impressões como essas de uma literatura em que
os viajantes dos séculos seguintes continuaram registrando seu maravilhamento com a
exuberância da natureza dessas terras. Como bem demonstra Todorov (1991), o contato
entre a Europa e a América foi uma espécie de ato de nominação de grande alcance, em
que o imaginário europeu cristão buscava confirmar suas expectativas do encontro do