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OBJETIVOS
Para alcançar esse objetivo último, o seminário deve levar todos os participantes:
A um contato íntimo com o texto básico, criando condições para uma análise rigorosa e radical
do mesmo.
Essas etapas devem ser preparadas e realizadas de acordo com as diretrizes da leitura analíticas 3
sendo que a análise textual, pelo menos em cursos avançados, deve ser realizada previamente por todos
os participantes.
O TEXTO-ROTEIRO DIDÁTICO
1
Extraído para fins didáticos: SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 21. Ed. rev. aum. São Paulo :
Cortez, 2000. p. 279.
2
Outros sentidos do "seminário" são encontrados em Imídeo G. NERICI. Metodologia do ensino superior, p. 166-
73.
3
Cf. cap.III, p.47-61.
4
Cf.p.53ss.
2
A visão de conjunto é elaborada como foi estipulado quando da análise textual.5 Assinalam-se,
em grandes linhas, as várias etapas do texto estudado. Não se apresenta um resumo, uma síntese lógica
do raciocínio, mas simplesmente são enunciados os vários assuntos abordados na unidade. Indica-se,
entre parênteses, o número das páginas cujo conteúdo remete ao texto básico.
O esquema geral de que se trata aqui é a estrutura redacional pelo texto, o seu plano
arquitetónico. Toma a forma de um índice dos vários tópicos abordados. Para realizar esse esquema,
divide-se o texto como se intitulassem os vários temas tratados.
Situação da unidade estudada no texto de onde é tirada, na obra do autor, assim como no
pensamento geral do autor e no contexto histórico cultural em que o autor estudado se encontrava. O
responsável pelo seminário recorre à análise textual6 é à análise interpretativa.7 A compreensão do
pensamento geral do autor favorece a compreensão do texto estudado.
Elaboração dos principais conceitos, idéias e doutrinas que tenham relevância no texto. Trata-se
de uma tarefa de documentação feita quando da análise textual8 e realizada de acordo com a técnica da
documentação.9 Note-se que a pesquisa é feita sobre outras fontes que não o texto básico e o texto
complementar do seminário, uma vez que esses esclarecimentos visam tornar a compreensão do texto
acessível. Se o conceito já se encontra suficientemente esclarecido no texto, é desnecessário redefini-lo,
exceto se isto representa maior explicitação.
Roteiro de leitura com síntese dos momentos lógicos essenciais do texto. Essa etapa é feita de
acordo com a análise temática10 e compõe-se fundamentalmente da exposição sintetizada do raciocínio
do autor. Note-se que a exposição será resumida, mais indicativa do que explicitativa: não substitui a
leitura do texto básico, mas, antes, exige-a. A finalidade do roteiro é permitir a comparação das várias
compreensões pelos diferentes participantes.
5
Cf.p.51-3
6
Cf.p.51-3
7
Cf.p.56-8
8
Cf.p.51-3
9
Cf.p.35-45
10
Cf.p.53-5
3
A problematização que levanta questões importantes para a discussão das idéias veiculadas pelo
texto. Observe se que não é suficiente formular perguntas lacônicas: é preciso criar contextos
problematizadores que provoquem o raciocínio argumentativo dos participantes. 11
O TEXTO-ROTEIRO INTERPRETATIVO
Para grupos adiantados existe outra forma de texto-roteiro para um seminário. A forma anterior
permite a execução de todas as etapas de abordagem e tratamento de um texto, para uma exploração
exaustiva. Contudo, tal forma exige a realização de muitas tarefas técnicas de pesquisa e de elaboração
que podem despender muito tempo que poderia ser destinado à reflexão. Devido a esse seu caráter
abrangente, tal forma de roteiro é recomendada para os estudantes que se iniciam à análise de textos,
desde que sejam exigidas as várias etapas numa seqüência crescente.
Pode-se elaborar igualmente o que se chama aqui texto-roteiro interpretativo, como forma
alternativa para condução do seminário.
Basicamente, o responsável pelo seminário elabora outro texto, referente à temática do texto
básico ou à determinada problemática prefixada, no qual os momentos da análise textual, da análise
temática, da análise interpretativa e da problematização se fundem num novo discurso personalizado. O
autor do novo texto expõe, globalmente, no desenvolvimento de seu raciocínio, sua compreensão da
11
Sobre a noção de problema, cf.p.148
4
Quando não se parte de um texto básico, mas de determinado tema, sem especificação de
bibliografia, o responsável constrói seu discurso compõem um texto portador dos problemas que quer
ver discutidos pelo grupo que participará do seminário.
Este tipo de texto-roteiro tem potencialidade para alimentar um seminário, mas o seminário para
ser fecundo exige preparação dos participantes para o encontro de classe. Daí a necessidade, nos
quadros do desenvolvimento de um curso, de que os demais participantes também leiam, analisem e
aprofundem o texto básico ou os escritos que componham a bibliografia para a abordagem da
problemática do seminário. Não havendo tal preparação, o encontro corre o risco de ser transformado
em aula expositiva e perder muito de suas virtualidades geradoras de discussões. Os participantes devem
vir literalmente municiados de compreensão e interpretação do texto básico ou de posições definidas
acerca do problema para que possam confrontar-se com o expositor do seminário, que será, então,
questionado pelo grupo.
Mesmo que se entregue com antecedência esse texto-roteiro, a exposição sintética de introdução
é prevista. A exposição dos pontos de vista do coordenador não será uma leitura lacônica, mas a
apresentação de um raciocínio demonstrativo é acompanhada pelos demais participantes que estão, a
esta altura, em condições de intervir numa discussão aprofundada de todas as posições que surgirem.
Teoricamente, todos os participantes já fizeram leituras e pesquisas referentes ao tema como preparação
para o seminário.
Geralmente nos simpósios que adotam este esquema de seminário, mas partem tão-somente de
problemas e não de textos, ocorre uma variação nesta questão de distribuição de roteiro. São escalados
previamente alguns debatedores que recebem o texto com antecedência e são chamados a se pronunciar
formalmente a respeito dos problemas. Embora isso não seja necessário em turmas pequenas com certa
homogeneidade de formação, este esquema pode ser aplicado mesmo para fins didáticos.
Dessa forma se desenvolve durante o seminário o debate. Além da discussão dos problemas
propriamente ditos, das questões levantadas ou implicadas pelo texto, referentes ao conteúdo, os
participantes comentam o roteiro e a exposição do coordenador quanto a sua capacidade em apreender a
idéia central, em explicitar os aspectos essenciais, quanto à capacidade de síntese, de raciocínio lógico,
5
O TEXTO-ROTEIRO DE QUESTOES
Há ainda outro tipo de roteiro, de grandes possibilidades, para se conduzir o seminário. Trata-se
de um desdobramento do roteiro didático. Neste caso, pressupõem-se determinação e leitura de um texto
básico comum para todos os participantes. Cabe então ao responsável entregar aos demais, com certa
antecedência, um conjunto de questões, de problemas devidamente formulados. Não se trata de uma
relação de perguntas lacônicas, mas da criação de questões formadas num contexto de problematização
em que é posta uma dificuldade que exigirá pesquisa e reflexão para que as mesmas sejam corretamente
respondidas e debatidas.
Para fins didáticos, o responsável pelo seminário exige que os participantes tragam por escrito
suas abordagens e tratamentos das questões, devendo todos ter a oportunidade, dentro da dinâmica do
seminário, de expor seus pontos de vista. Essa dinâmica tem igualmente várias formas de
encaminhamento enquanto trabalho em grupo, em classe.
2.1. das tarefas a serem cumpridas no dia, das orientações para o procedimento a ser adotado
pelos participantes durante a realização do seminário e do cronograma das atividades em classe;
3. Execução coordenada pelo responsável das várias atividades executadas pelos participantes,
conforme dinâmica definida pelo modelo de seminário escolhido pelo coordenador.
CONCLUSÃO
Tais diretrizes referem-se a seminários realizados com fins didáticos dentro da programação de
um curso. Nesse caso, abordam-se temas com encadeamento lógico. Em tais seminários, o professor
atua apenas como supervisar e observador dos trabalhos; no cronograma deve ser previsto um intervalo,
desde que o período do seminário ultrapasse duas horas; cabe ainda ao coordenador entregar ao
professor observações de avaliação da participação dos vários elementos componentes do grupo.
Quanto ao modo prático de realização do seminário, adota-se qualquer das técnicas do trabalho
em grupo, sendo mais comuns as seguintes:
12
Cf.p.37-40.
13
Cf.p.37-8.
7
Finalmente, cumpre acrescentar uma observação. Embora se tenha feito constante referência, ao
se falar do seminário, à leitura de trechos, de passagens de unidade, das obras dos autores, é necessário
que o estudante se empenhe na leitura da obra dos autores em sua totalidade. Leitura que pode ser feita
por etapas, como sugere este capítulo, mas que deve desdobrar-se sempre mais no consinto da obra dos
autores estudados. Por outro lado, frise-se a exigência de se ler o próprio autor na fonte original ou em
tradução confiável.