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SAÍDA PELA DIREITA


(HTTPS://SAIDAPELADIREITA.BLOGFOLHA.UOL.COM.BR/)
Conservadorismo, nacionalismo e bolsonarismo, no Brasil e no mundo

FÁBIO ZANINI
(mailto:fabio.zanini@grupofolha.com.br)
(https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/feed/rss/)

21.maio.2019 às 8h22

Atos abrem fissura na aliança liberal-


conservadora que elegeu Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, em cerimônia no Palácio do Planalto em
abril (Adriano Machado/Reuters)

(https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/05/21/atos-abrem-fissura-na-alianca-liberal-conservadora-que-elegeu-

bolsonaro/)

Fábio Zanini

Os protestos de domingo (26) (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/05/bolsonaro-tenta-


estancar-crise-em-semana-de-pressao-por-votos-e-apoio-nas-ruas.shtml) são uma fissura no que o

ministro da Economia, Paulo Guedes, chamava na campanha eleitoral


de “junção da ordem com o progresso”.

Ou seja, a união de interesses entre os conservadores comportamentais


(ordem) e os liberais econômicos (progresso) que ajudou a empurrar
Jair Bolsonaro para a Presidência. A questão agora é saber se é apenas
um estranhamento ou o início de um divórcio.

Os liberais decidiram se distanciar das manifestações, abraçadas com


ânimo pelas mais diversas vertentes do conservadorismo: olavistas,
ruralistas, armamentistas, evangélicos, saudosistas da ditadura e
outros.
Referências liberais, que têm em Guedes uma idolatria quase
comparável à dos filhos de Bolsonaro por Olavo de Carvalho, ficarão
longe da avenida Paulista e de outros pontos de manifestação pelo país.

Estão nessa linha, por exemplo, o MBL, o grupo liberal Livres, o Partido
Novo, o Instituto Mises Brasil e congêneres espalhados pelo país.

Alguns são abertamente hostis aos atos. “Somos contra qualquer tipo
de manifestação que atente contra os poderes institucionalmente
constituídos. É um risco para o país o acirramento e a intolerância. O
governo deveria deixar as polêmicas e os moinhos de vento ideológicos
de lado e se ocupar de governar”, afirma Paulo Gontijo, presidente do
Livres.

Outros, como o Novo, têm atitude mais amena, aceitando que os


protestos são legítimos, mas tomando distância regulamentar deles.
“Em manifestações com pautas diversas e sem objetivo claro, o Novo
entende que cabe ao cidadão decidir quanto ao apoio, e não ao partido
como instituição”, disse em nota.

Os liberais não escondem que a paciência com Bolsonaro está perto do


fim e que a única coisa que ainda os liga ao governo é a esperança na
agenda econômica de Guedes de reformas e desregulamentação.

Como me disse Guilherme Moretzsohn, de um instituto liberal em Belo


Horizonte: “Defender político diretamente não é muito parte de uma
agenda liberal. Se for defender ideias, projetos etc, aí vai”, afirma.

Do outro lado, grupos de perfil mais conservador estão se organizando


para dar uma demonstração de força no domingo.

Há diversos exemplos. Em Mato Grosso, no maior pólo produtor de


soja do país, sindicatos rurais em cidades como Sinop e Sorriso
(https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/05/10/no-circuito-da-soja-de-mt-produtores-aplaudem-

decreto-pro-armas/) estão organizando manifestações que devem reunir


fazendeiros de toda a região.

“Aqui as pessoas apoiam este governo. Não queremos nunca mais a


esquerda no poder, faremos tudo que estiver ao nosso alcance para que
isso nunca mais aconteça”, afirma Ilson Redivo, presidente do Sindicato
dos Produtores Rurais de Sinop.

A pauta dos conservadores é a reforma da Previdência, a chamada CPI


da Lava Toga (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/04/senado-arquiva-cpi-da-lava-toga-mas-davi-e-
pressionado-e-recua.shtml), o pacote do ministro Sergio Moro

(https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/05/apos-derrotas-em-serie-e-um-pe-no-supremo-moro-tenta-salvar-

sua-principal-bandeira.shtml) (Justiça) e a votação da MP 870


(https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/05/maia-adia-votacao-de-mp-e-poe-em-risco-estrutura-de-governo-

bolsonaro.shtml),
que reorganiza a estrutura do governo e reduz o número de
ministérios.

Em Pernambuco, há manifestações marcadas para Recife e Caruaru.


“Nossa pauta é em prol do nosso capitão, que está sangrando lá,
tentando mudar esse Brasil. Mas tem uns políticos corruptos, velhos,
bandidos, que estão lá em Brasília, e aqueles deputados miseráveis”,
afirma Abimael Santos, um dos principais líderes pró-Bolsonaro da
região de Caruaru.

No Rio, o Clube Militar engrossará as manifestações


(https://saidapeladireita.blogfolha.uol.com.br/2019/05/20/clube-militar-deve-apoiar-manifestacoes-pro-bolsonaro-

marcadas-para-domingo/), dizendo estar preocupado com as reformas e a


governabilidade.

No interior de São Paulo, há atos planejados pelo Movimento Brasil


Limpo na região Ribeirão Preto e pelo grupo Direita SP em todo estado.
E muitos outros pelo Brasil.
Banner do grupo Direita SP chamando para manifestação na avenida Paulista
(Reprodução/Facebook)

Ainda não se sabe se Bolsonaro participará


(https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/05/bolsonaro-avalia-participacao-em-protesto-favoravel-ao-seu-

de algum deles. Será interessante notar se o próprio Guedes


governo.shtml)

dará as caras.

Num cenário benigno, as manifestações renovarão a energia política de


Bolsonaro e darão novo impulso às reformas. Se, ao contrário, forem a
porta de entrada de um cenário de radicalização do governo e
enfrentamento do Congresso e do Judiciário, será difícil evitar o
rompimento dos liberais com o presidente que ajudaram a eleger.

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