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O lumpemproletariado não é a burguesia nem o proletariado. É uma espécie de limbo. (Cristo no Limbo. Óleo de
Hieronymus Bosch).
A ideologia do globalismo, que visa uma nova ordem global em que a humanidade será
administrada por uma elite de políticos iluminados, pode facilmente ser descrita como
resultado da ação de intelectuais neomarxistas financiados por milionários liberais, em torno
da utopia de um novo iluminismo. Uma das chaves para entender esse jogo de cooperação
histórica está no papel do proletariado marginal ou o lumpemproletariado.
Não há dúvidas de que a classe revolucionária dominante nos dias de hoje compõe-se do que
Marx chamava de lumpemproletariado, aquela classe desorganizada e cínica que poderia
contaminar o proletariado e facilmente acabar servindo aos interesses da burguesia. O
proletariado marginalizado e destituído de consciência de classe é potencialmente uma classe
de mercenários e traidores. Não é preciso pensar muito para prever que os atuais ativistas
LGBT, pró-banditismo revolucionário, etc, seriam os primeiros a se revoltar contra uma
ditadura comunista ou uma “ditadura financeira” de megabilionários. Mas são justamente os
liberais e marxistas que mantém viva essa classe descartável de idiotas úteis.
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29/05/2019 Lumpemproletariado: a chave que une liberais e marxistas na utopia globalista - Estudos Nacionais
Afinal, George Soros foi o responsável pelo fundo que criou a Fundação Marielle Franco.
Investiu mais de 10 milhões para causas como combate ao racismo, lgbtfobia e audiência de
custódia, clássicas causas que fortalecem o subproletariado ou o proletariado em frangalhos.
Ninguém questionará se esse “proletariado” representa mesmo os que originalmente
trabalhavam para o sustento da prole. Afinal, se os marxistas desistiram de vez do
proletariado originalmente descrito por Marx dada a sua falta de fidelidade à classe, eles
souberam substituí-lo por uma massa fiel ao dinheiro dos metacapitalistas.
O lumpemproletariado, para Max, era uma classe abaixo do proletariado, desprovida de
recursos econômicos e de qualquer consciência de classe. Teria sido com o controle dessa
subclasse (também chamado subproletariado) que Luis Bonaparte teria formado o grupo
chamado Sociedade 10 de dezembro, entidade de mercenários que tumultuava e ameaçava de
morte e roubo os adversários políticos de Bonaparte para intimidá-los em favor da sua causa.
A história é contada por Marx em O 18 Brumário de Luis Bonaparte e exemplifica o uso
estratégico do lumpemproletariado por qualquer classe que consiga organizá-lo.
Mobilizados pela Escola de Frankfurt, os estudantes se uniram a essa massa amorfa e
disforme (palavras de Marx) que se ocuparam do verdadeiro “trabalho do negativo”,
recomendado por Hegel e seguido pelos frankfurtianos. A “crítica total de tudo quanto
existe” se tornou a atividade preferida, e bem financiada, dos intelectuais ao longo do último
século.
Essa mudança foi possível principalmente graças à percepção marxista de que o proletariado
jamais teria a capacidade concreta de organizar-se como classe. A solução foi simbolizar a
consciência proletária em outros grupos de revoltados, incluindo aí as “revoluções subjetivas
da burguesia” (feminismo, lobby gay), que ironicamente eram associadas ao fascismo pelos
marxistas ortodoxos.
Mas a quem coube organizar a massa desorganizada dos fracassados, entre os quais o século
XX acrescentou misteriosamente a classe estudantil? Não pode ter sido o proletariado, já que
nem mesmo os marxistas confiam mais na sua capacidade de organização. A resposta já tem
sido dada por Olavo de Carvalho: coube aos metacapitalistas, herdeiros da ideologia liberal,
e temerosos da promessa marxista da expropriação das suas propriedades.
Quando a classe intelectual, representada por professores universitários, reduziu-se a um
amontoado de ideólogos mercenários, obedientes ao dinheiro de incentivos governamentais,
benesses de fundações internacionais financiadas por milionários estrangeiros, reduziu-se a
uma classe útil justamente ao comando dos estudantes, que respondem ao estímulo que os
marxistas ortodoxos mais temiam: o dinheiro dos capitalistas.
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Essas “comunidades de sentido” são úteis também ao avanço do marxismo culturalista, que
simboliza todo tipo de anseio por libertação de amarras morais como sujeito histórico da
revolução, o proletariado perdido.
Uma dúvida que pode ser colocada é: será que depois de extintos todos os valores morais a
sociedade será capaz de identificar o que significa prosperidade, riqueza e felicidade? Talvez
o velho proletariado, aquele que trabalha para o sustento da prole, foi protestar contra a
ordem globalista no dia 26 de maio. Como diz Olavo de Carvalho, estamos vendo o
fenômeno de uma esquerda elitista tentando sufocar uma direita genuinamente popular, algo
impensável e imprevisível pelo discurso marxista tradicional.
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