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Informativo comentado:

Informativo 881-STF (RESUMIDO)


Márcio André Lopes Cavalcante

DIREITO CONSTITUCIONAL

IMUNIDADE PARLAMENTAR
Judiciário pode impor aos parlamentares as medidas cautelares do art. 319 do CPP,
no entanto, a respectiva Casa legislativa pode rejeitá-las (caso Aécio Neves)

Importante!!!
O Poder Judiciário possui competência para impor aos parlamentares, por autoridade
própria, as medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, seja em substituição de prisão em
flagrante delito por crime inafiançável, por constituírem medidas individuais e específicas
menos gravosas; seja autonomamente, em circunstâncias de excepcional gravidade.
Obs: no caso de Deputados Federais e Senadores, a competência para impor tais medidas
cautelares é do STF (art. 102, I, “b”, da CF/88).
Importante, contudo, fazer uma ressalva: se a medida cautelar imposta pelo STF
impossibilitar, direta ou indiretamente, que o Deputado Federal ou Senador exerça o seu
mandato, então, neste caso, o Supremo deverá encaminhar a sua decisão, no prazo de 24 horas,
à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal para que a respectiva Casa delibere se a medida
cautelar imposta pela Corte deverá ou não ser mantida.
Assim, o STF pode impor a Deputado Federal ou Senador qualquer das medidas cautelares
previstas no art. 319 do CPP. No entanto, se a medida imposta impedir, direta ou
indiretamente, que esse Deputado ou Senador exerça seu mandato, então, neste caso, a
Câmara ou o Senado poderá rejeitar (“derrubar”) a medida cautelar que havia sido
determinada pelo Judiciário.
Aplica-se, por analogia, a regra do §2º do art. 53 da CF/88 também para as medidas cautelares
diversas da prisão.
STF. Plenário. ADI 5526/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 11/10/2017 (Info 881).

DEFENSORIA PÚBLICA
Inconstitucionalidade de contratação de advogados,
sem concurso público, para serem Defensores Públicos

É inconstitucional a contratação, sem concurso público, após a instalação da Assembleia


Constituinte, de advogados para exercerem a função de Defensor Público estadual.
Tal contratação amplia, de forma indevida, a regra excepcional do art. 22 do ADCT da CF/88 e
afronta o princípio do concurso público.
STF. 1ª Turma. RE 856550/ES, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 10/10/2017 (Info 881).

Informativo 881-STF (17/10/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 1


Informativo
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DIREITO PENAL

REGIME INICIAL
Fixada a pena-base no mínimo legal, não é possível a imposição de
regime inicial mais severo do que aquele abstratamente imposto

Se todas as circunstâncias judiciais são favoráveis, de forma que a pena-base foi fixada no
mínimo legal, então, neste caso, não cabe a imposição de regime inicial mais gravoso.
STF. 2ª Turma. RHC 131133/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 10/10/2017 (Info 844).
Obs: o STJ possui um enunciado nesse sentido:
Súmula 440-STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional
mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata
do delito.

DIREITO PENAL E
PROCESSUAL PENAL MILITAR

CRIME MILITAR
Militar que inseriu declaração falsa em documento liberando
indevidamente embarcação sem as vistorias necessárias

Compete à Justiça Militar julgar militar acusado de autorizar a navegação de uma balsa sem a
realização de vistorias necessárias.
Essa conduta caracteriza-se como sendo falsidade ideológica (art. 312 do CPM), sendo crime
militar, nos termos do art. 9º, II, “e”, do CPM.
STF. 1ª Turma. HC 110233/AM, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em
10/10/2017 (Info 881).

Informativo 881-STF (17/10/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 2

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