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Pietra Bruna Barbosa Bento

Células-tronco e diferenciação celular

Alfenas-MG
2019
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 3
1. DIFERENCIAÇÃO CELULAR ................................................................................................... 4
2. CÉLULAS-TRONCO ....................................................................................................................... 6
2.1 CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS ................................................................................ 6
2.2 CÉLULAS-TRONCO ADULTAS ............................................................................................ 7
3. POTENCIAL CLÍNICO DAS CÉLULAS-TRONCO .................................................................... 8
CONCLUSÃO ....................................................................................................................................... 9
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 10
INTRODUÇÃO

O estudo das células-tronco é fundamental para o desenvolvimento de importantes


pesquisas no Brasil e no mundo voltadas ao tratamento e até mesmo à cura de várias
doenças. As células-tronco são células com capacidade quase infinita de se multiplicar
e que podem também transformar-se em células especializadas, como células do
fígado ou até mesmo do músculo cardíaco. Por ter a capacidade de se transformar
em qualquer tipo celular, as células-tronco têm sido amplamente utilizadas em
pesquisas por todo o mundo.
1. DIFERENCIAÇÃO CELULAR

“A diferenciação celular constitui um processo biológico complexo e vital, uma vez


que regula a expressão de um grande número de genes ligados a funções tecido-
específicas e controla a proliferação celular” (NAVES; MORENO, 2000, p.390).

Segundos os autores Naves e Moreno (2000, p.390), a diferenciação celular tem


várias etapas programadas geneticamente, dentre elas estão: a proliferação de
células progenitoras ou células-tronco, imortais e que respondem a estímulo
mitogênico, a ativação e/ou repressão de inúmeros genes, a expressão de proteínas
de determinadas linhagens, que mediam funções biológicas específicas, a repressão
progressiva da capacidade de responder a fatores mitogênicos e a diferenciação
terminal completa (associada à perda irreversível do potencial proliferativo.

É possível então definir diferenciação celular como um conjunto de processos


que transformam uma célula indiferenciada em uma célula especializada -
resultado da atuação de uma série de controles de expressão, que tendem a
definir vias bioquímicas e a morfologia da célula, capacitando-a eficazmente
para uma determinada função em detrimento de muitas outras. A diminuição
do potencial celular. Desta forma, também se pode definir diferenciação como
o processo de restrição do potencial celular. (JUNQUEIRA; CARNEIRO,
2005, p.219).

Segundos os autores Junqueira e Carneiro (2005, p.219), um dos modelos


experimentais que são mais populares no estudo da biologia do desenvolvimento são
os anfíbios, pois são vertebrados que, geralmente, tem fertilização e desenvolvimento
embrionário externos permitindo a observação dos processos embrionários desde a
fertilização até a formação do organismo adulto. Nos animais, podemos observar que
a diferenciação celular começa na fase embrionária de gástrula.

O primeiro instante em que podemos observar o compromisso das células


embrionárias com um programa de diferenciação é durante a gastrulação. A
gastrulação ocorre logo após a clivagem.
Imediatamente após a fertilização, embrião sofre divisões mitóticas
sucessivas em grande velocidade no processo conhecido como clivagem.
Estas divisões celulares intensas têm como objetivo aumentar de forma mais
rápida possível o numero de células que compõem o embrião. Para acelerar
este processo, as mitoses são abreviadas através da omissão das fases G1
e G2 (fases onde ocorre intensa síntese de RNA e proteína, resultando no
crescimento da massa celular. Durante a clivagem os processos de
transcrição ficam temporariamente inibidos e o embrião se limita a dividir
entre as células-filhas as moléculas de RNA previamente acumuladas no
citoplasma do óvulo durante a oogênese. Devido a ausência das fases G1 e
G2, o tamanho das células-filhas diminui progressivamente a cada divisão
celular. Ao final da clivagem, o volume total do embrião não é alterado apesar
de o número de células ser significativamente maior (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2005, p.221).
2. CÉLULAS-TRONCO

Segundo Garcia e Fernández (2012), as células-tronco são definidas como “células


com potencial prolongado ou ilimitado de autorrenovação, bem como com capacidade
de originar pelo menos um tipo de célula diferenciada”.

As CT estão presentes em todas as fases do desenvolvimento, desde o


zigoto, na massa interna do embrião, passando pelo estágio fetal e
permanecendo nos tecidos adultos. A potencialidade dessas células é maior
na fase embrionária, diminuindo até a fase adulta. São classificadas em
relação à sua plasticidade como CT totipotentes, pluripotentes e
multipotentes e também, conforme sua origem, em CT embrionárias ou
adultas (GARCIA;FERNÁNDEZ, 2012, p. 145)

De acordo com Garcia e Fernández (2012, p.146), o conceito de totipotência pode ser
aplicado à capacidade de uma única célula se dividir e dar origem a todas as células
especializadas de um organismo. O zigoto é totipotente, pois nele pode-se observar
que em todas as células possuem essa característica, formando todos os tipos de
tecidos necessários para o desenvolvimento fetal. Já a pluripotência diz respeito à a
descrição das células que conseguem se diferenciar em tecidos de qualquer um dos
três folhetos embrionários: endoderma, mesoderma ou ectoderma.

No entanto, as CT pluripotentes apresentam potencialidade diminuída


quando comparadas às células do zigoto; elas começam a responder a sinais
vindos de tecidos extraembrionários e iniciam a sua diferenciação no começo
da gastrulação. As células multipotentes são encontradas em todos os
tecidos adultos e possuem como característica uma plasticidade menor,
diferenciando-se em células oriundas do seu próprio folheto embrionário de
origem (GARCIA; FERNÁNDEZ, 2012, p. 146).

2.1 CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS


Nas palavras de Garcia e Fernández (2012, p.146), pode-se definir as células
embrionárias como culturas de células coletadas da camada interna do blastocisto,
que se forma em torno de cinco dias após a fertilização.
2.2 CÉLULAS-TRONCO ADULTAS

Define-se células-tronco adultas, segundo os autores Garcia e Fernández (2012,


p.147), como sendo conhecidas também como células-tronco somáticas, que são
células indiferenciadas encontradas em diversos tecidos, como cérebro, coração,
pulmão, rim, baço, medula óssea, tecido adiposo, e entre outros tipos de tecidos. Na
qual sua capacidade de se renovar e diferenciar significa que elas devem ser capazes
de dar origem, ao se dividir, dois tipos de células: uma que continua como célula-
tronco e a outra que se diferencia.
3. POTENCIAL CLÍNICO DAS CÉLULAS-TRONCO

Segundo os autores Garcia e Fernández (2012, p.150), as células-tronco adultas têm


sido estudadas e utilizadas tanto na pesquisa clínica quanto no tratamento de
doenças. Muitos protocolos pré-clínicos e clínicos, com foco em diferentes tipos de
patologias, têm sido estabelecidos, mostrando resultados promissores. O uso mais
óbvio e que apresenta maior potencialidade para células-tronco é restaurar ou
substituir tecidos que foram danificados por doença ou lesão. Comumente, as células-
tronco utilizadas em estudos clínicos tem origem da medula óssea ou do tecido
adiposo do próprio paciente (o que elimina o problema da rejeição imune). Os
exemplos mais recentes de usos terapêuticos das células-tronco em estudos pré-
clínicos e clínicos em doenças não hematológicas são: doenças cardíacas, doenças
hepáticas, doenças renais, doenças neurológicas, doenças ósseas, de cartilagem
musculares e cutâneas, doenças autoimunes e doença do enxerto versus hospedeiro.
CONCLUSÃO

Pode-se concluir com essa revisão de literatura, a importância que a capacidade das
células-tronco de se renovar e diferenciar tem se mostrado de forma evidente nos
resultados de pesquisas que trabalham com testes clínicos que foram capazes de
obter resultados seguros e de grande eficácia. As células-tronco têm alta capacidade
de se multiplicar e dar origem a diferentes tipos de células que formam cabelo, pele,
sangue, coração e entre outros.
REFERÊNCIAS

GARCIA, Sonia M. Lauer de; FERNÁNDEZ, Casimiro García. Embriologia. 3. ed.


Porto Alegre: Artmed, 2012.

JUNQUEIRA, Luiz C.; CARNEIRO, José. Biologia Celular e Molecular. 8. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

NAVES, Maria Margareth Veloso; MORENO, Fernando Salvador. Diferenciação


celular: Importância na hepatocarcinogênese e papel modulador do ß-
caroteno. Revista Brasileira de Cancerologia, Rio de Janeiro, v. 46, n. 4, p.389-399,
2000. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/rbc/n_46/v04/pdf/artigo4.pdf>. Acesso
em: 18 maio 2019.

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