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Imunologia Básica
Prof.a Liziara Silva Fraporti
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.a Liziara Silva Fraporti
F838h
ISBN 978-65-5663-016-8
CDD 616.15
Impresso por:
Apresentação
Olá, acadêmico! Vamos iniciar nossos estudos na disciplina de
Hematologia e Imunologia Básica. Este livro está dividido em três unidades
e, em cada uma delas, abordaremos assuntos distintos e específicos da
Hematologia e Imunologia. Além disso, o livro apresentará a Hematologia e
a Imunologia aos estudantes que nunca estudaram esse assunto.
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
IV
V
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
VI
Sumário
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA..........................................................1
VII
UNIDADE 2 – CONSIDERAÇÕES SOBRE À IMUNOLOGIA BÁSICA.....................................61
VIII
TÓPICO 2 – HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES.........................................163
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................163
2 DOENÇAS AUTOIMUNES: CONCEITOS....................................................................................163
2.1 CARACTERÍSTICAS IMUNOLÓGICAS DAS DOENÇAS AUTOIMUNES ........................164
3 HIPERSENSIBILIDADES: MECANISMOS E CLASSIFICAÇÕES .........................................168
3.1 HIPERSENSIBILIDADE IMEDIATA: TIPO I..............................................................................168
3.1.1 Doenças relacionadas com a hipersensibilidade do Tipo I..............................................171
3.2 HIPERSENBILIDADE POR ANTICORPOS: TIPO II................................................................174
3.2.1 Doenças relacionadas à hipersensibilidade do Tipo II.....................................................176
3.3 HIPERSENSIBILIDADE MEDIADA POR IMUNOCOMPLEXOS: TIPO III.........................178
3.3.1 Doenças relacionadas com a hipersensibilidade do Tipo III...........................................179
3.4 HIPERSENSIBILIDADE POR CÉLULAS T: TIPO IV................................................................181
3.4.1 Doenças relacionadas com a hipersensibilidade do Tipo IV...........................................182
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................184
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................185
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................203
IX
X
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA
BÁSICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo à primeira unidade do nosso Livro Didático
em Hematologia e Imunologia Básica! Nesta primeira unidade focaremos nos
conteúdos da disciplina de Hematologia e, nas duas unidades seguintes, abordaremos
os assuntos de Imunologia e Reações de Hipersensibilidade, respectivamente.
3
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
FONTE: <http://midia.atp.usp.br/imagens/redefor/EnsinoBiologia/Fisio/2011-2012/top06_fig01w.jpg>.
Acesso em: 28 fev. 2020.
3 HEMATOPOESE
4
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS
FONTE: <https://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/2014/12/20170313-celula-
tronco2.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2020.
5
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
DICAS
Multiplicação
Autor- Diferenciação
renovação
(a)
Células
maduras
(b)
Figura1.3 (a) Com a diferenciação crescente, as células da medula óssea perdem a capacidade de autorreno-
vação à medida que amadurecem. (b) Uma única célula-tronco produz, depois de múltiplas divisões (mostradas
pelas linhas verticais), > 106 células maduras.
6
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS
FIGURA 4 – HEMATOPOESE
Autor- cKIT+
Célula-tronco
Células-tronco
-renovação Sca-1+
hematopoética LIN–
Receptores para fator de crescimento específicos para linhagens (p. ex.: receptor para eritropoietina
Linfopoiese
Célula em divisão
linhagem esplênica
4 ÓRGÃOS HEMATOPOIÉTICOS
Os órgãos hematopoiéticos são órgãos responsáveis pela produção,
diferenciação e maturação das células sanguíneas. Também são conhecidos
como órgãos linfoides ou tecidos linfoides. Os órgãos hematopoiéticos podem
ser classificados como órgãos geradores ou órgãos linfoides primários e órgãos
periféricos ou órgãos linfoides secundários. Os órgãos linfoides primários são
responsáveis pela produção das células, onde ocorre a diferenciação e maturação
celular, e compreendem a medula óssea (responsável pela produção de todas
as células sanguíneas) e o timo (responsável pela maturação dos linfócitos T).
Já os órgãos periféricos ou órgãos linfoides secundários são órgãos de defesa,
onde as respostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são iniciadas, e incluem
o baço, os linfonodos, o sistema imunológico cutâneo e o sistema imunológico
das mucosas (ABBAS, 2015).
Medula óssea
Células-tronco
hematopiéticas
Plaquetas Célula-mãe
mielóide
Eosinófilos
Hemácias Célula-mãe
linfóide
Basófilos
Monócitos
Linfócito T Linfócito B
Neutrófilos
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/55/77/5577187f1af40-medula-ossea.jpg>.
Acesso em: 28 fev. 2020.
8
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS
4.2 TIMO
Outro órgão linfoide primário é o timo, esse órgão é responsável pela
maturação dos linfócitos T. Veja bem, caro acadêmico, quem produz o linfócito T
é a medula óssea, mas o timo é responsável pela sua maturação, ou seja, é onde a
célula adquire a competência funcional. De acordo com Abbas (2015), o timo é um
órgão bilobado situado no mediastino anterior, cada lóbulo é dividido pelo septo
fibroso em múltiplos lóbulos, e cada lóbulo consiste em um córtex externo e uma
medula interna. Na puberdade, o timo atrofia, não aumenta mais de tamanho e
não perde a sua função. Na Figura 6 podemos observar a posição anatômica do
timo no corpo humano.
Glândula Timo
FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/_QW1kJWMUIec/S9U_jzsi2WI/AAAAAAAAD9o/
bWSMhwruDpU/s400/si2141.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2020.
4.3 BAÇO
Como um dos representantes dos órgãos linfoides secundários, vamos
falar um pouco sobre o baço. O baço tem um importante papel hematológico
e imunológico, é o principal órgão onde iniciam as respostas imunológicas a
antígenos provenientes do sangue. É dividido em dois tipos de tecidos esplênicos:
a polpa branca, a qual tem uma função imunológica e contém células que medeiam
as respostas imunológicas (linfócitos T e B); e a polpa vermelha, que tem função
hematológica por destruir os eritrócitos velhos e danificados. Na polpa vermelha
encontram-se muitas células como: eritrócitos, macrófagos, células dendríticas e
plasmócitos (WOOD, 2013). Na Figura 7, podemos observar a estrutura do baço.
9
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
O baço
Veia Seio
trabecular venoso
Artéria
Seção transversal da polpa branca trabecular Seção longitudinal da polpa branca
Coroa de células B
Centro germinal
Zona marginal
Zona perifolicular
Camada linfoide
periarteriolar
Arteríola central
Polpa vermelha
4.4 LINFONODOS
Outros representantes dos órgãos linfoides secundários são os linfonodos. A
pele, os epitélios e os órgãos contêm numerosos vasos linfáticos que absorvem e drenam
o líquido (linfa) dos espaços entre as células dos tecidos e drenam para os linfonodos.
Os linfonodos são órgãos encapsulados, vascularizados e estão conectados em série
ao longo dos vasos linfáticos, conforme a Figura 8. A função de coletar os antígenos e
entregar para os linfonodos é efetuada pelos vasos linfáticos (ABBAS, 2015).
10
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS
TUROS
ESTUDOS FU
11
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
Glóbulos Vermelhos
Leucócito
Basófilo
Leucócito
Neutrófilo
Plasma
(60%)
Leucócito
Plaquelas
Eosinófilo
Glóbulos
Brancos
Plasma Glóbulos
Vermelhos
Linfócito
Monócito
12
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS
E
IMPORTANT
No meio de uma corrida, às vezes uma pontada no lado esquerdo do abdome obriga
a reduzir o ritmo. Chamada de “dor no baço”, na realidade trata-se de um espasmo do diafragma.
Este músculo e o baço estão conectados por um ligamento que pode causar dor quando
distendido. Geralmente basta diminuir a intensidade do esforço para ela passar. O baço tem
como principais funções: retirar de circulação as hemácias e as plaquetas velhas, armazenar o
ferro subtraído das hemácias e produzir anticorpos. Em casos graves de traumas, e para quem
apresenta raras doenças hemorrágicas ou de coagulação como anemia hemolítica ou púrpura
trombocitopênica, pode ser necessário extrair o baço. De modo geral, a sua ausência não
compromete a qualidade de vida. Quando removido, outros órgãos se encarregam de suas
atividades. O fígado retira as hemácias velhas do sangue e a medula óssea se responsabiliza
pela maior parte da produção dos anticorpos. Ele é mais importante na infância, período em
que ocorre a maturação do sistema imune e da reatividade imunológica. Ainda antes, no feto,
o baço é um dos principais produtores de células sanguíneas (leucócitos e hemácias). Pesquisas
recentes, porém, indicam que quem retira o baço corre mais risco de desenvolver sepse quando
infectado por bactérias como pneumococos, meningococos e hemófilos. Por isso, os médicos
agora evitam a extração completa do órgão. Deixa-se ao menos uma fração dele mesmo em
traumas causados por acidentes.
FONTE: FARIA, A. M. C. de. O que é, o que é? O baço. Revista Pesquisa Fapesp. 2012.
<https://revistapesquisa.fapesp.br/2012/05/11/o-que-e-o-que-e-6/>. Acesso em: 6 jan. 2020.
13
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A fase celular que é constituído por três diferentes linhagens celulares: série
eritrocitária, série leucocitária, e série plaquetária.
14
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – V – V – V.
b) ( ) V – V – F – V.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) V – V – V – V.
15
16
UNIDADE 1
TÓPICO 2
SÉRIE ERITROCITÁRIA
1 INTRODUÇÃO
Este tópico tem como objetivo apresentar a você, acadêmico, as células da
série vermelha do sangue, as hemácias ou também conhecidas como eritrócitos.
Serão abordadas as funções das hemácias e as suas correlações clínicas nas doenças
do sangue. Estudar as células sanguíneas e suas funções é de extrema importância
para a interpretação de exames hematológicos. O eritrograma é um exame que
analisa os eritrócitos e faz parte do exame laboratorial mais importante na área
médica, o hemograma. Além de monitorar a saúde, esse exame pode diagnosticar
doenças hematológicas, como anemia, leucemias, entre outras.
Vamos lá?
Bons estudos!
17
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
2 ERITROPOESE
De acordo com Zago (2013), um adulto, em condições normais, produz cerca
de 200 bilhões de glóbulos vermelhos por dia, substituindo número equivalente
de células destruídas e, assim, mantendo estável a massa total de hemácias do
organismo. A produção desses glóbulos vermelhos, pelo organismo é denominado
eritropoese. As hemácias são as células mais numerosas no sangue, a medula óssea
normal produz em média, de 400 a 500 mL de hemácias a cada 30 dias.
FONTE: <https://classconnection.s3.amazonaws.com/692/flashcards/2700692/jpg/
retic1359866581848.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2020.
18
TÓPICO 2 | SÉRIE ERITROCITÁRIA
Contagem de Eritrócitos
Homens 4,52 – 5,90 milhões/µl
Mulheres 4,10 – 5,10 milhões/µL
19
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
4 HEMOGLOBINAS HUMANAS
A hemoglobina é uma metaloproteína, formada por globina e grupamento
heme. O heme é o resultado da combinação de um átomo de ferro com uma
molécula de porfirina. A hemoglobina é o principal componente das hemácias,
segundo Hoffbrand (2013), cada hemácia contém cerca de 640 milhões de
moléculas de hemoglobina.
20
TÓPICO 2 | SÉRIE ERITROCITÁRIA
QUADRO 2 – HEMOGLOBINAS
HEMOGLOBINA COMPOSIÇÃO
A 2 globinas α + 2 globinas β
A2 2 globinas α + 2 globinas δ
F 2 globinas α + 2 globinas γ
FONTE: <https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2008/06/hemoglobina.jpg>.
Acesso em: 28 fev. 2020.
21
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
5 ANEMIAS
A anemia é definida como a diminuição da concentração de hemoglobina
no sangue, de acordo com a idade e o sexo. Segundo Zago (2013), anemia é
caracterizada por diminuição do hematócrito, da concentração de hemoglobina,
ou da quantidade de hemácias por unidade de volume. O hematócrito é o
percentual ocupado por eritrócitos no sangue, os valores variam de 40 a 50% para
homens e 35 a 45% para as mulheres, sendo um dos principais indicadores na
avaliação clínica dos indivíduos (FAILACE, 2009).
22
TÓPICO 2 | SÉRIE ERITROCITÁRIA
23
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
24
TÓPICO 2 | SÉRIE ERITROCITÁRIA
25
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
TUROS
ESTUDOS FU
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existem vários tipos de anemias, é importante saber o que cada uma causa, e
como diagnosticá-las.
27
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Eritrócito maduro.
b) ( ) Hemoglobina madura.
c) ( ) Plaqueta madura.
d) ( ) Monoblasto maduro.
4 (UFCG, 2016) Os glóbulos vermelhos são formados na medula óssea, em um
processo chamado eritropoiese, regulado pelo hormônio:
FONTE: PICCOLI, A. 3.000 questões para concursos de patologia clínica. Rio de Janeiro:
Editora Rubio, 2012.
a) ( ) Adrenalina.
b) ( ) Eritropoietina.
c) ( ) Insulina.
d) ( ) Eritroadrenalina.
5 A proteína responsável pelo transporte de ferro na síntese de hemoglobina é:
a) ( ) Globulina.
b) ( ) Ferritina.
c) ( ) Protoporfirina.
d) ( ) Transferrina.
28
UNIDADE 1
TÓPICO 3
SÉRIE LEUCOCITÁRIA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, aprendemos até aqui sobre a hematopoese, sobre a série
eritrocitária e apresentamos as anemias. Agora estudaremos mais um assunto
importante dentro da hematologia, a série leucocitária ou série branca.
29
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
2 LEUCOPOESE
Aprendemos, até aqui, que a produção da série eritrocitária é chamada
de eritropoese, já a produção da série leucocitária, denominamos de leucopoese.
Como vimos no Tópico 1, todas as células sanguíneas se originam de uma célula
precursora chamada de célula-tronco hematopoiética, encontrada na medula
óssea. Segundo Abbas (2015), as células-tronco hematopoiéticas dão origem a dois
tipos de linhagens celulares, uma linhagem linfoide que dará origem aos linfócitos
T e B, e uma linhagem mieloide que dará origem aos neutrófilos, eosinófilos,
basófilos, monócitos e ainda às hemácias e plaquetas. A leucopoese divide-se em
granulopoese: onde ocorre a formação dos neutrófilos, eosinófilos e basófilos;
monocitpoese: onde ocorre a formação dos monócitos e; linfopoese: onde ocorre
a formação dos linfócitos e as células NK – Natural killer. A síntese dessas células
depende de citocinas e fatores estimuladores de crescimento de colônias. A seguir
abordaremos cada célula leucocitária, sua formação, estrutura e funções.
2.1 GRANULÓCITOS
Granulócitos é o nome genérico dado às células sanguíneas que contêm
grânulos no seu citoplasma, ou seja, os neutrófilos, eosinófilos e basófilos. A
granulopoese, por sua vez, é o nome dado à síntese dos granulócitos e começa com
a célula precursora chamada mieloblasto. O mioblasto é uma célula imatura que
durante o processo de maturação se diferencia em promielócito. Os promielócitos
se diferenciam em mielócito, e posteriormente em metamielócito, para então
ocorrer a diferenciação em bastonetes, células com núcleo com aspecto de
bastão encurvado. Por fim, ocorre a diferenciação nas células polimorfonucleares
(granulócitos). No decorrer do tópico falaremos um pouco sobre cada célula,
suas características e funções. Na Figura 16 podemos observar a síntese para a
produção das células polimorfonucleares (HOFFBRAND, 2013).
30
TÓPICO 3 | SÉRIE LEUCOCITÁRIA
Formação dos
Neutrófilos, Eosinófilos
e Basófilos
2.2 AGRANULÓCITOS
A monocitopoese é a síntese dos monócitos, a qual começa por uma célula
precursora chamada de monoblasto. Essa célula se diferencia em pró-monócito
e posteriormente se divide em dois monócitos que passam a circular no sangue.
Os monócitos são os maiores leucócitos, segundo Hoffbrand (2013), e possuem
um núcleo grande, central e endentado; citoplasma abundante de coloração
acinzentado ou azul claro. Quando migram para os tecidos são chamados de
macrófagos (células fagocitárias) e desempenham um papel muito importante
no sistema imunológico contra os micro-organismos invasores, a fagocitose. No
sangue os monócitos são células imaturas, quando necessário elas migram dos
vasos sanguíneos no local da inflamação, adentram os tecidos e terminam sua
maturação se transformando em macrófagos teciduais. Na Figura 17, podemos
observar a síntese de formação dos monócitos.
32
TÓPICO 3 | SÉRIE LEUCOCITÁRIA
33
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
4 LEUCEMIAS
As leucemias são um tipo de câncer que afeta o sistema hematopoiético.
Seu início acontece por uma mutação em uma única célula precursora na medula
óssea, a qual pode ocorrer por diferentes agentes causadores, como substâncias
químicas, radiação, tabagismo etc. As leucemias são divididas de duas formas.
A primeira é de acordo com a linhagem afetada, podendo ser mieloide (quando
afeta eritrócitos, granulócitos e plaquetas) ou linfoide (quando envolve linfócitos).
A segunda divisão é de acordo com a maturação da célula afetada, podendo
ser agudas ou crônicas (ZAGO, 2013). Os critérios iniciais de diagnósticos
são baseados nos achados morfológicos, citoquímicos e imunofenotipagem
das células neoplásicas no sangue periférico e medula óssea, os quais podem
determinar a linhagem que está envolvida, fase de maturação e a diferenciação
em que se encontra (SILVA, 2016).
34
TÓPICO 3 | SÉRIE LEUCOCITÁRIA
FONTE: <https://richet-storage.s3.amazonaws.com/uploads/imagens/RICHET_imagem-blog-
leucemia.png>. Acesso em: 28 fev. 2020.
FONTE: <https://www.biosanas.com.br/uploads/img/itens_area_atuacao/13/
e20e050a554e2af4b3542c25f6a85b3e.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2020.
35
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
E
IMPORTANT
36
TÓPICO 3 | SÉRIE LEUCOCITÁRIA
FONTE: <https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/hematologia-e-oncologia/
leucemia/leucemia-mieloide-cr%C3%B4nica-lmc>. Acesso em: 28 fev. 2020.
DICAS
37
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
Agora que você já conhece sobre o REDOME, que tal se tornar um doador de
sangue ou medula óssea? Procure o hemocentro do seu estado e agende uma consulta de
esclarecimento ou palestra sobre a doação.
38
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• As leucemias são divididas em: agudas ou crônicas, que por sua vez são
divididas em linfoides e mieloides.
39
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Linfócito B.
b) ( ) Linfócito TCD4.
c) ( ) LinfócitoTCD8.
d) ( ) Macrófagos.
a) ( ) Eosinófilo.
b) ( ) Neutrófilos.
c) ( ) Linfócitos.
d) ( ) Monócitos.
a) ( ) Eosinófilo.
b) ( ) Neutrófilos.
c) ( ) Linfócitos.
d) ( ) Monócitos.
a) ( ) Anemias.
b) ( ) Infecções bacterianas.
c) ( ) Infarto recente.
d) ( ) Mononucleose infecciosa.
40
UNIDADE 1
TÓPICO 4
HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Este tópico, acadêmico, tem como objetivo abordar as células responsáveis
pela hemostasia, trombose e coagulação sanguínea, conhecidas como plaquetas
ou trombócitos. Neste tópico conheceremos a morfologia, fisiologia e função
das plaquetas; bem como os componentes do sistema hemostático, as vias de
coagulação, além dos distúrbios da coagulação.
2 PLAQUETAS E TROMBOCITOPOESE
Segundo Zago (2013), as plaquetas ou trombócitos são fragmentos
citoplasmáticos formadas a partir de uma célula gigante medular chamada de
megacariócito e não possuem núcleo. Seu tamanho pode variar de um indivíduo para
outro, sendo de aproximadamente 2,9 a 4,3 µm, e espessura entre 0,6 e 1,2 µm. No
esfregaço sanguíneo apresenta-se como uma célula arredondada ou ovoide, citoplasma
azul-claro com grânulos vermelho-purpúreos homogeneamente distribuídos. Na
figura 23 podemos observar as plaquetas, em um esfregaço sanguíneo.
41
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
42
TÓPICO 4 | HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO
3 HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO
Segundo SILVA (2016), a hemostasia pode ser definida como o equilíbrio
entre a hemorragia e a trombose, ou seja, o sangue deve correr no sistema
circulatório de maneira fluida. Não pode extravasar e nem coagular: a primeira
situação caracteriza um quadro de hemorragia, e a segunda, de trombose. Caso
ocorra uma das duas situações, o organismo humano deve ter mecanismos que
inibam o extravasamento sanguíneo ou a formação de trombos.
43
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
Dano vascular
Exposição de colágeno
Adesão de plaquetas
Fator
tecidual
Ativação plaquetária
Alteração da forma, secreção dos
grânulos e ativação de GPIIb/IIIa
Serotonina Fosfolipídio
plaquetário
Vasoconstrição Cascata da
Tromboxano A2, ADP coagulação
sanguínea
Agregação plaquetária
Trombina
Diminuição Tampão
do fluxo sanguíneo hemostático primário
Fibrina
Tampão
hemostático estável
44
TÓPICO 4 | HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO
45
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
X
VIIa
Va
FT Xa
Iniciação II
Célula expressando
(nas células que o fator tecidual
expressam o FT)
FT VIIa
IIa (Trombina)
IXa IX
Amplificação
(na superfície das VIIIa VIIIa + FvW Va V XIa XI
plaquetas ativadas)
IXa IX
II
Va
Propagação (Complexo
(na superfície das protrombinase) +
plaquetas ativadas) Xa IIa (Trombina)
IXa + VIIIa
(Complexo
tenase) X
Fibrinogênio Fibrina
46
TÓPICO 4 | HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO
47
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
4 DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA
De acordo com Suely Meireles Rezende (2010), os distúrbios da hemostasia
abrangem diversas condições clínicas, podendo ser de gravidade variável em diversos
locais do corpo. Podem ser classificadas em congênitas e adquiridas, dividindo-
se em distúrbios vasculares e plaquetários (hemostasia primária); e distúrbios da
coagulação (hemostasia secundária). Na Figura 32, podemos ver a diferença entre as
doenças vasculares/plaquetárias e as doenças por fatores de coagulação.
HEMOSTASIA
Inibidores fisiológicos
Mecanismos antifibrinolítico
da coagulação
Hemostasias 2a
Hemostasias 2a
48
TÓPICO 4 | HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO
Jáos distúrbios plaquetários, que podem ser caudadas por menor produção
de plaquetas, aumento de produção das plaquetas e defeito na função das plaquetas,
são manifestados em algumas doenças como: trombocitopenia e púrpura cutânea. A
PTI (Púrpura Trombocitopênica Idiopática) age de forma autoimune, pode ocorrer
de forma aguda ou crônica, é considerada idiopática, mas pode estar relacionada
a outras doenças (Lúpus, AIDS, Helicobacter pylori). A PTI crônica tem um início
insidioso e com manifestações discretas (petéquias, equimoses, menorragia), os
sangramentos só ocorrem em casos mais severos e o diagnóstico é realizado através
da contagem de plaquetas que fica entre 10.000 e 100.000/uL. A hemoglobina e
leucograma estarão normais, exceto em anemia ferropriva por perda sanguínea. A
PTI aguda é mais comum em crianças, especialmente após vacinação ou infecção
(varicela, mononucleose). Em 5 a 10% dos casos tornam-se crônicos e o diagnóstico
é realizado por exclusão de outras doenças (HOFFBRAND, 2013).
49
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
50
TÓPICO 4 | HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO
A Doença de Von Willebrand, por sua vez, atinge mais as mulheres e ocorre
a diminuição do nível plasmático ou função anormal do fator vWF devido a uma
mutação gênica. O fator vWF é sintetizado por células endoteliais e megacariócitos
e tem duas funções principais: mediar a adesão das plaquetas ao subendotélio
lesionado; e manter os níveis plasmáticos do fator VIII ao ligar-se a ele, retardando
a sua degradação. As manifestações clínicas apresentadas são: sangramentos leves
a moderados que variam com a intensidade da doença; hematomas; sangramentos
menstruais prolongados; sangramentos nasais; sangramentos excessivos após
pequenos cortes; gengivorragia; e equimoses. O diagnóstico da Doença de Von
Willebrand é realizado através de exames laboratoriais, onde serão apresentados:
teste de sangramento anormal; níveis de vWF e fator VIII baixos; TTPa prolongado; e
agregação plaquetária defeituosa (HOFFBRAND, 2013).
DICAS
Se você é uma pessoa com hemofilia, ou se o seu filho tem hemofilia, é importante
que tenha atenção em diversos aspetos. Faça uma observação diária da sua condição, e
inclua na sua rotina esta prática. Na hemofilia moderada, tal como na hemofilia grave, é
possível que ocorram perdas de sangue (hemorragias) sem causa aparente ou que resultem
de um ferimento ligeiro. No caso da hemofilia ligeira, raramente os pequenos acidentes do
dia-a-dia provocam perdas de sangue (hemorragias). Se o seu filho tem hemofilia moderada
deve observá-lo cuidadosamente, todos os dias:
51
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
Músculos e articulações
contraídos e inchados Sensação de calor
Perdas de sangue
Sangue nas fezes ou urina nasais frequentes
52
TÓPICO 4 | HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
53
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
Histórico da doença
Fisiologia da coagulação
54
TÓPICO 4 | HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO
Fisiopatologia da coagulação
Manifestações clínicas
55
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA
CONCLUSÃO
56
TÓPICO 4 | HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO
57
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
58
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V.
b) ( ) VII.
c) ( ) VIII.
d) ( ) IX.
59
UNIDADE 2
CONSIDERAÇÕES SOBRE
IMUNOLOGIA BÁSICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
61
62
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo à segunda unidade do nosso Livro
Didático em Hematologia e Imunologia Básica! Nesta unidade, focaremos nos
conteúdos da disciplina de Imunologia Básica.
A imunologia é uma matéria muito importante, pois ela nos ensina como
ocorre a proteção do nosso organismo às doenças e as estratégias que foram
desenvolvidas pela ciência ao longo dos anos para melhorar nossa imunidade
quanto indivíduo e quanto sociedade. Você sabia que, quando somos vacinados,
a proteção obtida pela vacina é graças a ação do sistema imunológico? Você sabia
que a imunologia é estudada há muitos anos, desde as primeiras pestes descritas
nas civilizações? Que o AIDS (sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida), é uma doença que afeta o sistema imunológico deixando o indivíduo
como o sistema imunológico comprometido? E ainda, que existem doenças
chamadas autoimunes, em que o próprio organismo ataca as células do corpo? É
por isso que o estudo da imunologia é tão importante para o profissional da área
da saúde, em especial para o biomédico, pois é através de exames imunológicos
que podemos identificar várias doenças que irão auxiliar no diagnóstico, na
terapêutica e no levantamento epidemiológico de diversas doenças.
63
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
DICAS
FONTE: <http://www.fiocruz.br/biossegurancahospitalar/dados/material2.htm>.
Acesso em: 13 mar. 2020.
64
TÓPICO 1 | CONHECENDO O SISTEMA IMUNE: PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES
65
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
NOTA
FONTE: <https://www.ourofinosaudeanimal.com/media/uploads/ckuploads/2018/08/21/
figura-2.png>. Acesso em: 12 jan. 2020.
67
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
FONTE: <https://biologiaresolvida.com.br/wp-content/uploads/2019/06/Fagocitose.png>.
Acesso em: 13 mar. 2020.
68
TÓPICO 1 | CONHECENDO O SISTEMA IMUNE: PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES
69
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
FIGURA 4 – MASTÓCITOS
FONTE: <https://2.bp.blogspot.com/-J44wv49z-aQ/V21H1R0Z_OI/AAAAAAAALmY/
fGL8MuvG7v0weE38w-V6xYRAJULIW8-BwCLcB/s400/neutr%25C3%25B3filo.jpg>.
Acesso em: 13 mar. 2020.
70
TÓPICO 1 | CONHECENDO O SISTEMA IMUNE: PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES
71
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
antígeno
Célula
dendrítica
Linfócito T
Célula
4 Apresentação
dendrítica
2 Antígenos do vírus dentro da do antígeno
célula apresentadora de antígeno
FONTE: <https://www.drcarlosleao.com.br/wp-content/uploads/2019/07/24-0-300x180.jpg>.
Acesso em: 12 jan. 2020.
72
TÓPICO 1 | CONHECENDO O SISTEMA IMUNE: PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES
73
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
Linfócitos B
maduros
Recirculação
Precursor Linhagem
linfoide de linfócito
comum B Linfonodos
Medula óssea Linfócitos
Baço
B imaturos
Tecidos
Linhagem linfoides
de linfócito mucoso
T e cutâneo
Linfócitos
Timo T imaturos
Linfócitos Recirculação
T imaturos
NTE
INTERESSA
74
TÓPICO 1 | CONHECENDO O SISTEMA IMUNE: PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES
75
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
Amígdalas
e adenóides
Timo
Baço
Placas de Peyer
Apêndice
Linfonodos
Medula óssea Vasos linfáticos
FONTE: <https://bioferasblog.files.wordpress.com/2016/01/bfb04-
apresenta25c325a725c325a3o1wer.jpg?w=768>. Acesso em: 13 mar. 2020.
NOTA
76
TÓPICO 1 | CONHECENDO O SISTEMA IMUNE: PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES
77
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
Linfócitos Lúmen
intraepiteliais intestinal
Célula M
Muco
Célula epitelial
intestinal Célula caliciforme
Célula
dendrítica
Epitélio
Cripta Placa mucoso
Linfático de Peyer
IgA
Drenagem aferente
linfática
Folículo
Lâmina
própria
Célula B Macrófago
Célula Plasmócito
dendrítica Células
Peptídios de Paneth Célula T
antimicrobianos Mastócito
Mesentério
Linfonodo
mesentérico
3 RESPOSTAS IMUNOLÓGICAS
Agora que você já aprendeu sobre as células do sistema imune e sobre os
tecidos linfoides, podemos aprofundar um pouco mais o sistema imunológico.
Aprendemos no início desta unidade que existem dois tipos de resposta imunes.
A resposta imune inata ou natural, que é a primeira resposta ativada quando
entramos em contato com um antígeno; e a resposta imune adquirida ou
adaptativa, que se desenvolve mais tarde e que necessita da ativação dos linfócitos.
Agora vamos estudar cada uma dessas imunidades, suas características, e células
que contribuem para a eficiência da resposta imune. Vamos lá?
78
TÓPICO 1 | CONHECENDO O SISTEMA IMUNE: PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES
79
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
Uso de drogas IV
Mucosa não ciliada (tratos GI, GU)
HCI no estômago
Mucosa do intestino – Ácido graxos
Salmonella produzidos por
Muco Célula caliciforme
Cortes, queimaduras – glândulas
tétano sebáceas na pele Célula epitelial
Ácido láctico e
ácido propiônico na
vagina, trato urinário
Pele Camada de
queratina
Mordida de Peptídeos
animais – raiva antimicrobianos
Penetração na pele (muitos locais
intacta – tênia do corpo)
Derme Epiderme
Microrganismos comensais
e patogênicos
Epiderme
Queratinócitos
Célula de Langerhans
epidérmica
Linfócito intraepitelial
(CD8+)
Queratinócitos basais
Derme
Mastócito
Macrófago
Linfócito T (CD4+)
Vaso
linfático
Vênula pós-capilar Célula dendritica
Drenagem para o da derme
linfonodo regional
80
TÓPICO 1 | CONHECENDO O SISTEMA IMUNE: PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES
81
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
DICAS
O termo opsonização significa fixar opsoninas; que são proteínas que podem se
ligar a moléculas em micróbios e receptores em leucócitos para facilitar o reconhecimento
de patógenos, e atuar ativando a fagocitose (WOOD, 2013).
OPSONIZAÇÃO
Bactéria
extracelular Opsonização
Digestão no
lisossomo
FONTE: <http://reniellyfisio.blogspot.com/2011/02/relacao-entre-opsonizacao-e-fagocitose.html>.
Acesso em: 13 mar. 2020.
82
TÓPICO 1 | CONHECENDO O SISTEMA IMUNE: PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES
83
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
84
TÓPICO 1 | CONHECENDO O SISTEMA IMUNE: PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES
FONTE: <https://www.researchgate.net/profile/Wesley_Souza2/publication/26979689/figure/
fig1/AS:492794830692353@1494502851986/Figura-3-Eventos-leucocitarios-na-inflamacao-
Durante-o-processo-inflamatorio-os.png>. Acesso em: 13 mar. 2020.
85
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
NTE
INTERESSA
86
TÓPICO 1 | CONHECENDO O SISTEMA IMUNE: PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES
87
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
NOTA
FONTE: <https://docplayer.gr/docs-images/86/94825741/images/4-1.jpg>.
Acesso em: 24 mar. 2019.
88
TÓPICO 1 | CONHECENDO O SISTEMA IMUNE: PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES
DICAS
89
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existem dois tipos de resposta imunes: a resposta imune inata ou natural, que
é a primeira resposta ativada quando entramos em contato com um antígeno;
e a resposta imune adquirida ou adaptativa, que se desenvolvem mais tarde e
necessitam da ativação dos linfócitos.
90
• O sistema inato é capaz de reconhecer estruturas moleculares que são
produzidas pelos patógenos microbianos, ao qual podemos chamar de Padrões
moleculares associados aos patógenos (PAMPs).
• A imune adaptativa demora mais tempo para responder, porém essa resposta
é específica para cada agente infeccioso.
91
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Auxiliares CD4.
b) ( ) Plasmócitos.
c) ( ) Mastócitos.
d) ( ) Destruidoras Naturais (Natural Killer – NK).
a) ( ) Linfócito B.
b) ( ) Linfócito TCD4.
c) ( ) LinfócitoTCD8.
d) ( ) Células NK.
I- Célula B
II- Célula T
III- Eosinófilo
IV- Neutrófilo
V- Mastócitos
92
( ) Células fagocitárias de vida curta, constituem a maioria dos leucócitos
sanguíneos.
( ) apreendem e lesionam parasitas extracelulares grandes, como helmintos.
( ) destroem células do hospedeiro infectadas por vírus ou outros parasitas
intracelulares. Sua atividade depende da liberação de citocinas e
interação célula-célula.
93
94
UNIDADE 2 TÓPICO 2
APROFUNDANDO O SISTEMA
IMUNOLÓGICO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Aprendemos, no primeiro tópico, as células do sistema
imunológico, suas funções, como os tecidos imunológicos agem no nosso
organismo e como atuam as respostas imunes inatas e adaptativas. Podemos notar
até aqui que a imunologia é uma matéria bem complexa, mas bastante instigante,
fazendo com que no decorrer da matéria criamos mais questionamentos sobre
como funciona a defesa imunológica do nosso corpo.
2 ANTÍGENO E ANTICORPOS
Os anticorpos são proteínas circulantes produzidas pelos linfócitos B,
mais especificamente, pelos plasmócitos em resposta à exposição a estruturas
estranhas conhecidas como antígenos. Podemos denominar antígeno qualquer
substância ou agente estranho que invada o nosso organismo.
95
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
FONTE: <https://www.estudopratico.com.br/wp-content/uploads/2015/02/antigenos-e-anticorpos.jpg>.
Acesso em: 13 mar. 2020.
96
TÓPICO 2 | APROFUNDANDO O SISTEMA IMUNOLÓGICO
97
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
98
TÓPICO 2 | APROFUNDANDO O SISTEMA IMUNOLÓGICO
FONTE: <https://www.3tres3.com.pt/artigos/sistema-imunitario-e-imunidade-imunidade-
humoral-especifica-1-2_10960/>. Acesso em: 13 mar. 2020.
99
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
3 MEMÓRIA IMUNOLÓGICA
Você já ouviu falar de memória imunológica? Ainda não? É o que
abordaremos agora! Memória imunológica compreende os eventos gerados
após a primeira exposição a um antígeno para que, quando o organismo entrar
em contato com esse antígeno uma segunda vez, o sistema imune seja capaz de
responder mais rapidamente (WOOD, 2013). Segundo Murphy (2014), durante
o processo de desenvolvimento de uma resposta imunológica, algumas células
B e T são ativadas pelo antígeno, diferenciando-se em células de memória, que
são os linfócitos responsáveis pela imunidade de longa duração. Essas células
de memória, que podem ser produzidas após doença ou após a vacinação irão,
prontamente, diferenciar-se em células efetoras em uma segunda exposição a seu
antígeno específico.
Agora que você aprendeu o que é memória imunológica, saiba que ela
é a base das vacinas, além de também conferir proteção contra determinada
doença! Um exemplo claro é a vacina do vírus da Hepatite B. Essa vacina é
formada por uma proteína da superfície de membrana do vírus da Hepatite B.
Quando tomamos a primeira dose, o sistema imune reconhece esse antígeno da
superfície viral e desenvolve uma resposta imunológica como se o organismo
estivesse doente, porém sem desenvolver a doença propriamente dita. Dessa
forma, o corpo gera células efetoras e células de memória que estarão presentes
em futuras infeções, caso a pessoa entre em contato com o vírus. Porém a primeira
dose não é suficiente para que o organismo esteja totalmente protegido, por isso
precisamos tomar uma segunda dose que irá ativar as células de memória. Como
resultado dessa segunda dose, será gerada novamente uma resposta imunológica
com o desenvolvimento de mais células efetoras e de memória e, a cada dose, o
organismo confere mais imunidade contra o vírus da Hepatite B.
100
TÓPICO 2 | APROFUNDANDO O SISTEMA IMUNOLÓGICO
101
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
102
TÓPICO 2 | APROFUNDANDO O SISTEMA IMUNOLÓGICO
FONTE: ABBAS, A. K. Imunologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
4 SISTEMA COMPLEMENTO
Uma das funções importantes dos anticorpos, além das que já foram
descritas nos tópicos anteriores, é a capacidade de ativar o sistema complemento,
que é um dos principais mecanismos efetores da imunidade humoral e na
imunidade inata. Segundo Wood (2013), o sistema complemento consiste em
uma cascata de proteínas precursoras inativas que, conforme vão sendo ativadas,
tornam-se capazes de ativar as outras proteínas na sequência. Esse sistema
consiste em um conjunto de proteínas séricas e de superfície celular que interagem
uma com as outras, de maneira regulada e eficiente, com a finalidade de eliminar
micro-organismos (ABBAS, 2015). Mais de 30 proteínas plasmáticas fazem parte
do sistema do complemento e elas são produzidas principalmente pelo fígado.
Na ausência de infecção, essas proteínas circulam na forma inativa. Na presença
de patógenos ou de anticorpos ligados a patógenos, o sistema do complemento
torna-se "ativado'' (MURPHY, 2014).
103
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
NOTA
O sistema complemento foi descoberto em 1894 pelo Dr. Jules Bordet. Através
de um experimento utilizando soro fresco contendo antibacterianos à temperatura de 37
oC, observou a lise bacteriana. Já se o soro fosse aquecido a 56o C ou mais, a capacidade
lítica era perdida. Bordet pode concluir que o soro deveria conter outro componente
termolábil que auxilia ou complementa a função lítica dos anticorpos, a esse componente
foi dado, o nome complemento.
Existem três vias do sistema complemento: a via clássica, a via das lectinas
e a via alternativa. Todas essas vias convergem para uma via final comum. Neste
tópico, iremos nos aprofundar nessas vias do sistema complemento.
104
TÓPICO 2 | APROFUNDANDO O SISTEMA IMUNOLÓGICO
FONTE: A autora
105
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
• Via clássica: essa via se inicia com a ligação da proteína C1 aos domínios
CH2 de IgG ou aos domínios CH3 de moléculas de IgM que estão ligadas ao
antígeno. C1r e C1s são serinoproteases e C1q liga-se a porção Fc dos anticorpos.
O C1s ativado cliva a proteína seguinte na cascata, C4, para gerar C4b e C4a.
O C4 é homólogo a C3, da via alternativa. Esta ligação de C4b assegura que
a ativação da via clássica prossiga sobre uma superfície celular ou complexo
imune. Seguindo a cascata o C2 é clivado em C2a e C2b; o C2a permanece
fisicamente associado a C4b na superfície da célula. O complexo resultante,
C4b2a, é a C3-convertase da via clássica; que tem a capacidade de se ligar e
clivar proteoliticamente proteínas C3. A clivagem de C3 resulta na remoção do
fragmento pequeno C3a; e C3b. Algumas das moléculas de C3b geradas pela
C3-convertase da via clássica ligam-se à convertase (como na via alternativa) e
formam um complexo C4b2a3b. Este complexo funciona como a C5-convertase
da via clássica; cliva C5 e inicia as etapas terminais da ativação do complemento
(ABBAS, 2015). Observe o Quadro 5 sobre a função de cada proteína presente
na via clássica.
• Via das lectinas: essa via é desencadeada pela ligação de polissacarídios
microbianos a lectinas circulantes, tais como a lectina ligadora de manose
plasmática (MBL) ou as ficolinas, sempre na ausência de anticorpos. Ocorre
a ligação de MASP 1 e MASP 2 a resíduos de manose. As MASPs são
estruturalmente homólogas às proteases C1r e C1s e apresentam função similar,
a saber, a clivagem de C4 e de C2 para ativar o complemento. A MASP2 é a
protease que cliva C4 e C2. Os eventos subsequentes nesta via são idênticos aos
que ocorrem na via clássica (ABBAS, 2015). Observe o quadro 6 sobre a função
de cada proteína presente na via das lectinas.
Proteína Função
C3b liga-se à superfície do micro-organismo, onde funciona
como uma opsonina e como um componente da C3-convertase e
C3
da C5-convertase;
C3a estimula a inflamação (anafilatoxina)
Bb é uma serino-protease; enzima que ativa C3-convertase e C5-
Fator B
convertase
Fator D Serino-protease plasmática, cliva Fator B quando se liga ao C3b
106
TÓPICO 2 | APROFUNDANDO O SISTEMA IMUNOLÓGICO
Proteína Função
Proteína Função
107
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
108
TÓPICO 2 | APROFUNDANDO O SISTEMA IMUNOLÓGICO
Proteína Função
109
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
O fragmento C3b opsoniza patógenos que são reconhecidos por esses receptores
de superfície, e assim promovem a fagocitose. A resposta inflamatória, por
sua vez, ocorre devido as porções C3a e C5a do sistema complemento, que são
anafilatoxinas, ou seja, ativam mastócitos e neutrófilos para os locais de infecção
promovendo a inflamação. Finalmente, a lise celular ocorre através da formação
das proteínas C5-C9 que irão formar o MAC na superfície do micro-organismo,
assim destruindo a parede do patógeno (WOOD, 2013).
110
TÓPICO 2 | APROFUNDANDO O SISTEMA IMUNOLÓGICO
NOTA
111
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
5 COMPLEXO DE HISTOCOMPATIBILIDADE
O complexo principal de histocompatibilidade, chamado MHC (major
histocompatibility system), é um conjunto de mais de 200 genes, dos quais cerca de
20% estão associados à imunidade. Em humanos esses genes estão localizados
no cromossomo 6 e recebem o nome de antígenos leucocitários humanos, ou
HLA (human leukocyte antigen). Esses genes codificam proteínas altamente
especializadas que se encontram na superfície das células e que possuem um
papel importante na apresentação de antígenos. A tarefa de apresentar antígenos
associados a células da resposta imune inata para o seu reconhecimento por
células TCD4+ e CD8+ é desempenhada por proteínas do MHC. Isso acontece
porque os receptores dos linfócitos T não são capazes de reconhecer diretamente
os antígenos, esse reconhecimento só pode ser feito quando é apesentado ao
linfócito T por células apresentadoras de antígeno. Essa apresentação é feita por
meio de proteínas MHC (ABBAS, 2015). Por essa função, o MHC estabelece um
elo entre a resposta inata e a resposta adaptativa.
112
TÓPICO 2 | APROFUNDANDO O SISTEMA IMUNOLÓGICO
Nomenclatura
113
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
NTE
INTERESSA
114
TÓPICO 2 | APROFUNDANDO O SISTEMA IMUNOLÓGICO
115
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
116
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Quando o corpo entra em contato com o mesmo antígeno, a resposta será muito
mais rápida e intensa (resposta secundária).
117
• O complexo principal de histocompatibilidade (MHC) são proteínas
especializadas e essas moléculas se encontram na superfície das células;
118
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Porção Fc.
b) ( ) Porção Fab.
c) ( ) Cadeia leve.
d) ( ) Receptor de manose.
119
5 O sistema complemento auxilia na resposta imunológica por:
a) ( ) I, TCD8.
b) ( ) II, TCD8.
c) ( ) II, TCD4.
d) ( ) I, TCD4.
120
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, aprendemos até aqui como o sistema imunológico é composto,
suas células, proteínas, moléculas e os conceitos de antígeno e anticorpos.
Foram dois tópicos de muitas descobertas e aprendizado! Neste tópico, vamos
aprofundar o estudo da imunidade adaptativa, que foi introduzida em alguns
momentos no decorrer desta unidade. Iremos conhecer como ela atua sobre a
imunidade celular e na imunidade humoral, sua ativação e as células que atuam
nessas duas respostas imunológicas. Preparados? Vamos lá!
121
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
122
TÓPICO 3 | PROPRIEDADES GERAIS DA IMUNIDADE ADAPTATIVA
citocinas que têm diversas atividades biológicas. Mais adiante, iremos abordar as
funções específicas da célula TCD4+. A IL-2, estimula a sobrevivência, proliferação
e diferenciação de células T ativadas por antígeno, é necessária para a sobrevivência
e o funcionamento das células T reguladoras (células responsáveis pelo equilíbrio e
manutenção do sistema imunológico) (ABBAS, 2015).
123
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
TH2: a diferenciação das células TH2 é induzida pela IL-4 produzido por
mastócitos, eosinófilos e basófilos, células TCD4+. A IL-4 irá ativar os fatores de
transcrição STAT 6, que induz expressão de GATA3. As células TH2 estimulam
as reações que servem para erradicar infecções por helmintos mediadas por IgE,
mastócitos e eosinófilos, e também tem atuação em casos de alergias, observe
a Figura 35 (ABBAS, 2015). Cada citocina secretada pelas células TH2, irá
124
TÓPICO 3 | PROPRIEDADES GERAIS DA IMUNIDADE ADAPTATIVA
125
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
126
TÓPICO 3 | PROPRIEDADES GERAIS DA IMUNIDADE ADAPTATIVA
127
UNIDADE 2 | CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA BÁSICA
Existem dois tipos de antígenos que podem gerar respostas de anticorpos: (1)
antígenos multivalentes microbianos, através de receptor de célula B; (2) antígenos
proteicos microbianos, quando a resposta é dependente de linfócitos T (ABBAS, 2015).
128
TÓPICO 3 | PROPRIEDADES GERAIS DA IMUNIDADE ADAPTATIVA
LEITURA COMPLEMENTAR
[...]
CHAMADA
130
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A célula TH1 tem como principal função ativar os macrófagos para que
fagocite e destruam os micro-organismos; também estimulam a produção de
anticorpos que irão opsonizar micro-organismos para que ocorra a ativação do
complemento.
• As células TH2 estimulam as reações que servem para erradicar infecções por
helmintos mediadas por IgE, mastócitos e eosinófilos, e também tem atuação
em casos de alergias.
131
AUTOATIVIDADE
Descreva as Citocinas
correspondentes as letras:
A:
B:
C:
D:
E:
F:
133
134
UNIDADE 3
IMUNOLOGIA APLICADA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
CHAMADA
135
136
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo à terceira unidade do nosso Livro Didático
em Hematologia e Imunologia Básica! Nesta terceira unidade, nós focaremos em
conteúdos mais aplicados dentro da resposta imunológica.
137
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
parasitas e fungos. Nesta unidade, você verá que, para cada um desses micro-
organismos, nosso sistema imunológico é capaz de desenvolver uma resposta
imune efetora específica. Aprenderemos, agora, como ocorre cada uma dessas
respostas. Vamos lá!
138
TÓPICO 1 | RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS MICRO-ORGANISMOS
139
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
HIPOTENSÃO
CHOQUE
As citocinas
140
TÓPICO 1 | RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS MICRO-ORGANISMOS
Citocina Função
Coestimula a ativação de células T por aumento da produção de citocinas,
IL-1α, IL-1β entre elas a IL-2 e seu receptor; estimula a proliferação e a maturação de
células B; citotoxicidade de NK; induz febre.
Induz a proliferação de células T e B ativadas; estimula a citotoxicidade de
IL-2
NK e a destruição de células tumorais e bactérias por monócitos.
Induz células Th2; estimula a proliferação de células B, T e macrófagos ativados;
IL-4 diminui a produção de IL-12 e, portanto, inibe a diferenciação de Th1; aumenta
a fagocitose de macrófagos; induz a permuta de classe para lgG1 e lgE.
Induz a proliferação de eosinófilos e de células B ativadas; induz a permuta
IL-5
de classe para lgA.
IL-8 Medeia a quimiotaxia e a ativação de neutrófilo.
Inibe a secreção de IFNy pelas células Th1 de camundongo e de IL-2 por Th1
do ser humano; diminui a produção de MHC Classe II e citocinas (incluindo
IL-10
IL-12) por monócitos, macrófagos e células dendríticas, assim inibindo a
diferenciação de Th1; inibe a proliferação de T; estimula a diferenciação de B.
Citocina essencial para diferenciação de Th1; induz a proliferação e a produção
IL-12
de IFNy por Th1, TCD8+ e NK; estimula a citotoxicidade por NK e TCD8+.
Inibe a ativação e a secreção de citocinas por macrófagos, coativa a
IL-13
proliferação de B; aumenta MHC Classe lI.
Pró-inflamatória; estimula a produção de citocinas, incluindo TNF, IL-1β,
IL-17
IL-6, IL-8, G-CSF.
IL-20 Regulação das respostas inflamatórias cutâneas.
IL-22 Inibe a produção de IL-4 por Th2.
Proliferação e produção de IFNy por Th1, induz a expansão e a sobrevivência
IL-23 de células TH17, indução de citocinas pró-inflamatórias, como IL-1, IL-6,
TNF por macrófagos.
IL-24 Indução de TNF, 1 L-1, IL-6, atividade antitumoral.
Citotoxicidade tumoral; caquexia (emagrecimento); induz a secreção de
TNF (TNFα)
citocinas; induz E-selectina no endo; ativa macrófagos; antivirais.
Citotoxicidade tumoral; estimula a fagocitose por neutrófilos e macrófagos;
TNFβ
implicada no desenvolvimento de órgãos linfoides; antivirais.
Inibe a replicação viral; estimula o MHC Classes I e lI; ativa macrófagos;
IFNy induz permuta de classe para lgG2a; antagoniza várias ações da IL-4; inibe a
proliferação de Th2.
Pró-inflamatório por, por exemplo, quimioatração de monócitos e macrófagos,
TGFβ mas também anti-inflamatório por, por exemplo, inibição da proliferação de
linfócitos; induz a permuta para lgA; promove o reparo tecidual.
141
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
142
TÓPICO 1 | RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS MICRO-ORGANISMOS
143
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
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TÓPICO 1 | RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS MICRO-ORGANISMOS
NTE
INTERESSA
145
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
146
TÓPICO 1 | RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS MICRO-ORGANISMOS
Os vírus podem, por exemplo, alterar os seus antígenos para não serem
mais reconhecidos pelas respostas imunológicas, conforme mostra a Figura 7. Na
figura podemos observar dois tipos de vírus influenza, o vírus humano e o vírus
aviário, os genomas desses vírus podem sofrer mutações (rearranjos genéticos) e
criar novos vírus, que são totalmente distintos para o organismo, evitando assim a
detecção imunológica. Um exemplo disso é o caso da H1N1 que foi uma pandemia
em 2009, foi criado através de rearranjos de vírus de suínos, aves e vírus humanos
em suínos e em seguida repassado aos seres humanos (ABBAS, 2015).
147
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
148
TÓPICO 1 | RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS MICRO-ORGANISMOS
149
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
150
TÓPICO 1 | RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS MICRO-ORGANISMOS
151
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
Tipo de
Características Alguns exemplos
parasita
• Entamboema coli
• Entamoeba histolytica
• São organismos unicelulares; • Toxoplasma gondii
Protozoários • podem causar doenças intestinais • Trypanossoma spp.
e extraintestinais. • Plasmodium spp.
• Leishmania spp.
• Giardia lamblia
• São organismos multicelulares
• Ascaris lumbircoides
que contêm sistemas internos e
órgãos; • Trichuris trichiura
• dividem-se em • Ancylostoma duodenale
nematódeos,filárias, cestódeos e • Necator americanos
Helmintos
trematódeos. • Enterobius vermiculares
• São muito maiores que os • Strongyloides stercorlais
protozoários, popularmente • Taenia spp.
conhecidos como “vermes,
• Wuchereria bancrofti
lombrigas”.
• carrapatos
• ácaros
• São parasitas que se estabelecem
Ectoparasitas • aracnídeos
no interior do corpo.
• pulgas
• piolhos
152
TÓPICO 1 | RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS MICRO-ORGANISMOS
153
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
Nematódeo
Lúmen intestinal
154
TÓPICO 1 | RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS MICRO-ORGANISMOS
Principal resposta
Parasita Doenças
imunológica
Protozoários
Plasmodium spp Malária Anticorpos e CTLs CD8+
Células TH1 CD4+ ativam
Leishmania donovano Leishmaniose macrófagos para destruir
parasitas fagocitados
Entamoeba histolytica Amebíase Anticorpos, fagocitose
Destruição mediada por
Schistossoma spp. Esquitossomose
eosinófilos e macrófagos
Filária Filariose Imunidade mediada por células
Fungo Doença
Pneumocystis carinii Pneumonia
Cryptococcus neoformans Meningite
Candida albicans Candidíase
Histoplasma capsulatum Histoplasmose
155
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
156
RESUMO DO TÓPICO 1
• A resposta imunológica aos parasitas vai depender de que classe esse parasita
pertence (protozoário ou helminto).
157
• As respostas imunológicas aos fungos são frequentemente combinações das
respostas a bactérias extracelulares e intracelulares.
158
AUTOATIVIDADE
PORQUE
II- A reação dos neutrófilos e macrófagos pode levar a danos teciduais devido
à intensa produção das células com as espécies reativas de oxigênio.
159
a) ( ) Mediada por neutrófilos e macrófagos na Imunidade Natural e
Resposta por CD4+ do Tipo TH1 (protetora) e Resposta CD4+ do tipo
TH17 (estimulam a inflamação e destroem os fungos), na imunidade
adquirida.
b) ( ) Ativação do sistema complemento, fagocitose e inflamação na imunidade
inata; resposta TCD4+ do tipo TH1 na Imunidade Adquirida.
c) ( ) Mediada por neutrófilos e macrófagos na Imunidade Natural e Resposta
por macrófagos e células NK na Imunidade adquirida.
d) ( ) Resposta mediada por células NK e IFNs do Tipo I na Imunidade Inata
e Resposta por linfócitos TCD8+ na Imunidade adquirida.
4 Citocinas são proteínas de baixo peso molecular, que exercem suas ações
em concentrações muito pequenas e interagem com células através de
receptores específicos e de alta afinidade. Sobre citocinas envolvidas na
resposta imune, classifique (V) para verdadeiro ou (F) para falso. A seguir,
assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – V – F – V.
b) ( ) V – V – F – F – V.
c) ( ) F – F – V – V – F.
d) ( ) F – V – F – V – V.
e) ( ) V – V – V – V – F.
160
6 A imunidade inata contra os vírus é mediada pelos Interferons do Tipo
I e pelas células NK na Imunidade Inata, na Imunidade Adquirida são
produzidos anticorpos antivirais. Quais são as funções dos Interferons do
Tipo I e qual é a função dos anticorpos antivirais produzidos na Defesa
Imunológica dos vírus?
161
162
UNIDADE 3
TÓPICO 2
HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS
AUTOIMUNES
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, você já deve ter ouvido falar que existem algumas
doenças em que o nosso organismo começa a agir contra ele mesmo. Isso é o
que ocorre nas doenças autoimunes, ou seja, doenças em que há uma resposta
imunológica contra um ou mais autoantígenos. Autoantígenos são chamados os
antígenos próprios do nosso corpo aos quais o nosso sistema imune responde e,
normalmente, são proteínas que constituem os nossos tecidos e órgãos.
163
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
164
TÓPICO 2 | HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES
165
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
166
TÓPICO 2 | HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES
167
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
3 HIPERSENSIBILIDADES: MECANISMOS E
CLASSIFICAÇÕES
O termo hipersensibilidade surgiu da definição clínica de imunidade
como uma sensibilidade. O conceito de sensibilidade baseia-se na observação
de que um indivíduo que tenha sido exposto a um antígeno exibe uma reação
detectável, ou torna-se sensível a encontros subsequentes com esse antígeno
(memória imunológica) (ABBAS, 2015).
168
TÓPICO 2 | HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES
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UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
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TÓPICO 2 | HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES
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UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
DICAS
DICAS
172
TÓPICO 2 | HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES
FONTE: <https://static.tuasaude.com/media/article/y2/3s/dermatite-de-contato_304_l.webp>.
Acesso em: 17 mar. 2020.
173
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
Ativação de Leucotrienos,
Alergênio CLL5, CL11 Recrutamento de eosinófilos + células Th2
Síntese macrófagos
etc.
de IgE Ativação do Histamina, Anafilaxia Inflamação
mastócito leucotrienos etc. local crônica
Mecanismo
Rinite
alérgica Asma
Urticária Eczema
Alergia a atópico
alimentos
mAb anti-IgE mAb anti-IgE Inibidores
Afastamento Antagonistas
Tratamento Hipossensi- Estimular a esta- mediadores da fase
do alergênio tardia
bilização bilização celular
174
TÓPICO 2 | HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES
175
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
Manifestações
Doença Antígeno-alvo Mecanismo da doença
clínicas
Anemia Opsonização e fagocitose
Proteínas da membrana Hemólise e
Hemolítica das hemácias, lise mediada
das hemácias anemia
autoimune pelo complemento
Púrpura
Proteínas da membrana Opsonização e fagocitose
trombocitopênica Sangramentos
de plaquetas de plaquetas
autoimune
Antígeno da parede
celular de estreptococos;
Febre reumática Inflamação e ativação de Miocardite e
o anticorpo reage
aguda macrófagos artrite
cruzadamente com o
anticorpo miocárdico
Anticorpo inibe a ligação
Fraqueza
de acetilcolina, regulando
Miastenia Graves Receptor de acetilcolina muscular,
negativamente os
paralisia
receptores
Estimulação dos receptores
Doença de Graves
Receptor TSH TSH mediada por Hipertireoidismo
(hipertireoidismo)
anticorpos
Diabetes insulino- Anticorpo inibe a ligação
Receptor de insulina Diabete melito
resistentes de insulina
176
TÓPICO 2 | HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES
Mulher
Rh-(rr)
Mulher sensibilizada
produz grande quantidade
de anticorpos anti-Rh
Organismo materno
produz anticorpos
anti-Rh
Passagem de Passagem
hemácias fetais de anticorpos
(Rh+) para o anti-Rh para a
sangue da mãe circulação fetal
Criança Criança
Rh+ Rh+
FONTE: <http://www.minutoenfermagem.com.br/uploads/posts/114/eritroblastose-fetal.jpg>.
Acesso em: 17 mar. 2020.
177
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
178
TÓPICO 2 | HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES
179
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
DICAS
VACINA VS SORO
180
TÓPICO 2 | HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES
ÚLCERAS
ORAIS
PELE
- RASH MALAR
- LÚPUS DISCOIDE
CARDIOVASCULAR
- HIPERTENSÃO
- PERICARDITE
PULMÕES - MIOCARDITE
- PLEURITE - INFLAMAÇÃO DA - ENDOCARDITE
PLEURA - INFARTO
- PNEUMONITE - INFLAMAÇÃO DO
PULMÃO GASTROINTESTINAL
- EMBOLIA PULMONAR - PANCREATITE
- HEMORRAGIA PULMONAR - HEPATITE
- ISQUEMIA INTESTINAL
SANGUE
- ANEMIA
RINS - PLAQUETAS BAIXAS
- INSUFICIÊNCIA RENA - LEUCÓCITOS BAIXOS
- SANGUE NA URINA - TROMBOSE
- URINA MUITO ESPUMOSA - VASCULITE
MÚSCULOS E ARTICULAÇÕES
- DOR MUSCULAR
- DOR NAS ARTICULAÇÕES
QUEDA DE CABELO - ARTRITE
FEBRE
DOR DE CABEÇA
FONTE: <https://newslab.com.br/wp-content/uploads/2017/07/Lupussintomas-01-01-1024x724.png>.
Acesso em: 17 mar. 2020.
181
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
182
TÓPICO 2 | HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES
183
RESUMO DO TÓPICO 2
• Alguns fatores têm sido descritos como gatilho das doenças autoimunes como
fatores genéticos, status hormonal, exposição a xenobióticos, infecções por
bactérias e vírus, fatores ambientais e estresse.
184
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Hipersensibilidade imediata.
b) ( ) Hipersensibilidade mediada por anticorpos.
c) ( ) Hipersensibilidade mediada por linfócitos T.
d) ( ) Hipersensibilidade mediada por imunocomplexos.
e) ( ) Hipersensibilidade mediada pelo complemento.
a) ( ) Ativação de Linfócitos T e B.
b) ( ) Ativação de complemento.
c) ( ) Estímulo de células apresentadoras de antígenos (APC).
d) ( ) Produção de anticorpos.
e) ( ) Tolerância Imunológica.
4 Fred tem febre do feno ou rinite alérgica, que piora em setembro (primavera).
O que isso sugere em relação à causa provável do sintoma e como você
tentaria identificar ao que Fred é alérgico?
185
186
UNIDADE 3
TÓPICO 3
IMUNOLOGIA E TRANSPLANTES
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, para finalizar esse livro didático, aprenderemos sobre o
papel do sistema imunológico envolvendo os transplantes. O principal motivo
da importância de se compreender como o sistema imunológico funciona tem
a ver com sua aplicação prática no desenvolvimento de tratamentos e formas
de prevenção de doenças. Uma dessas formas de tratamento que envolve a
manipulação do sistema imune são os transplantes.
2 TRANSPLANTES
O transplante de órgãos envolve a transferência de tecidos, células ou órgãos
que podemos chamar de enxerto; de um local anatômico para outro, podendo ser
na mesma pessoa ou entre pessoas diferentes (WOOD, 2013). O indivíduo que
fornece o enxerto, é denominado de doador, e o indivíduo que recebe o enxerto é
chamado de receptor. No caso da transferência de células do sangue circulante ou
plasma de um indivíduo para outro, podemos chamar de transfusão (ABBAS, 2015).
187
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
DICAS
189
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
% de
sobrevivência
do enxerto
190
TÓPICO 3 | IMUNOLOGIA E TRANSPLANTES
191
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
192
TÓPICO 3 | IMUNOLOGIA E TRANSPLANTES
Tipo de Evolução
Causa Caraterísticas
Rejeição temporal
Os anticorpos ligam-se ao endotélio
dos vasos sanguíneos do enxerto e
O receptor
provocam ativação do complemento,
tem anticorpos
Hiperaguda Minutos recrutamento dos neutrófilos, agregação
preexistentes
das plaquetas e coagulação do sangue.
contra o enxerto.
A rejeição deve ser prevenida por
compatibilidade
As células T citotóxicas atacam as
Ativação dos células do doador que expressam o
linfócitos MHC estranho. As células T auxiliares
(equivalente a e os linfócitos B colaboram com a
Aguda Vários dias
resposta imune produção de anticorpos contra os
primária dos aloantígenos.
linfócitos). Sem a imunossupressão o enxerto será
rejeitado em 7 a 20 dias.
Os mecanismos não estão totalmente
esclarecidos. Podem envolver linfócitos,
Vários fagócitos, anticorpo e complemento.
mecanismos Uma das principais mudanças
Crônica Meses a anos imunes ou patológicas é o espessamento das
recidiva da paredes arteriais do enxerto, o que pode
doença original. levar a oclusão da artéria e isquemia,
por fim grande parte do enxerto fica
sem suprimento e para de funcionar.
Sinais de perigo após os transplantes: febre, hipertensão, edema, aumento súbito de peso,
mudança de ritmo cardíaco e dor no local do transplante.
Existem três maneiras que devem ser tomadas para prevenir a rejeição de
um enxerto. Primeiramente, o doador e o receptor precisam ter o tipo sanguíneo
compatível, para que não ocorra complicação de compatibilidade sanguínea. Em
seguida são realizados testes de pesquisa de anticorpos irregulares no soro do
receptor para verificar se o receptor possui anticorpos preexistentes contra o doador.
A segunda etapa para aumentar o sucesso de um transplante é correlacionar o HLA
do receptor e doador através de uma tipagem tecidual. Quanto mais correlações
houver de HLA, mais chance o transplante tem de ser bem-sucedido. Na Unidade
2, estudamos o HLA humano. A terceira etapa na prevenção à rejeição aos enxertos
é o uso de fármacos imunossupressores, que envolvem o emprego de fármacos ou
anticorpos que inibem a resposta imune dos linfócitos T contra o enxerto. Embora
esses fármacos inibam a rejeição dos enxertos, eles também inibem a resposta aos
patógenos; isso faz com que pessoas transplantadas apresentem um maior risco
de infecções e o desenvolvimento de tumores (WOOD, 2013).
193
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
194
TÓPICO 3 | IMUNOLOGIA E TRANSPLANTES
LEITURA COMPLEMENTAR
1 INTRODUÇÃO
Existem dois tipos de lúpus reconhecidos: o cutâneo, que é aquele que causa
manchas ou eritemas geralmente avermelhados na pele, normalmente aparecem
em regiões que tem maior exposição solar, e o lúpus sistêmico, que acomete os
órgãos internos (BRASIL, 2011).
O LES é uma doença grave, que pode levar à morte. As infecções são as
principais responsáveis pelos casos de mortes de pacientes com lúpus, por isso, é muito
importante o diagnóstico precoce e o tratamento (SKARE et al., 2016). A ocorrência
de infecções em pacientes com lúpus é maior naqueles que fazem administração de
imunossupressores, principalmente glicocorticoides (JEON et al., 2009).
195
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
2 METODOLOGIA
3 DESENVOLVIMENTO
196
TÓPICO 3 | IMUNOLOGIA E TRANSPLANTES
3.1 DIAGNÓSTICO
197
UNIDADE 3 | IMUNOLOGIA APLICADA
3.2 TRATAMENTO
De acordo com SATO et al. (2002), algumas medidas gerais devem ser
adotadas como parte importante da abordagem terapêutica, tais como: oferecer
informações gerais sobre a doença, o seu diagnóstico e tratamento, fornecer
acompanhamento psicológico, incentivar a prática de atividade física regular,
exceto nos períodos de atividade sistêmicas da doença, no qual é aconselhável
o repouso. Ainda é de fundamental importância indicar uma dieta balanceada,
evitando muito sal, carboidrato e lipídios, bem como evitar uma exposição ao sol
por um longo tempo e evitar o tabagismo.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O LES é uma doença grave que não tem cura, que requer muitos cuidados e
tratamento adequado. Por ser uma doença multissistêmica, atinge diversos órgãos e
contribui para o desenvolvimento de outras complicações. É uma patologia que não tem
causa específica, apenas alguns fatores que contribuem para o seu desencadeamento.
198
TÓPICO 3 | IMUNOLOGIA E TRANSPLANTES
Apesar de ser uma doença não muito conhecida, ela pode levar o paciente à
morte, se não for descoberta a tempo ou se o paciente não fizer o tratamento corretamente.
199
RESUMO DO TÓPICO 3
CHAMADA
200
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Hiperaguda.
b) ( ) Aguda.
c) ( ) Crônica.
201
3 Em geral, a rejeição do enxerto envolve qual tipo de componente do sistema
imunológico?
a) ( ) Sistema complemento.
b) ( ) Sistema de coagulação.
c) ( ) Neutrófilos.
d) ( ) Linfócitos T.
4 Quais são os sinais clínicos nos quais o paciente e o médico devem ficar
atentos após um transplante?
202
REFERÊNCIAS
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transplantação na Espanha e no Brasil. Revista Bioética, Brasília, v. 27, n. 3, p.
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