Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ocupacional
Orientações Ergonômicas
ORIENTAÇÕES ERGONÔMICAS
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2015 - 2017
Coordenação Geral
Secretaria de Gestão de Pessoas – SEGP
O que é Ergonomia?.....................................................07
Referências..................................................................42
Apresentação O QUE É ERGONOMIA ?
O termo LER – Lesões por Esforço Repetitivo – refere-se O primeiro passo do tratamento é estabelecer o diagnós-
a um grupo de doenças que são causadas fundamental- tico clínico da doença, identificar qual a causa da patolo-
mente por movimentos articulares repetitivos. gia e se há ou não relação com a atividade laborativa.
8 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 9
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
cOMO OCORREM AS LER / DORT ? Por exemplo, quando mantemos por longos períodos a
extensão do punho (punho elevado) para manusearmos
o mouse. Essa postura gera a contração dos músculos ex-
tensores do punho. Ao longo do tempo, haverá uma so-
brecarga no tendão muscular que está inserido na altura
do cotovelo (região chamada epicôndilo). Com o desen-
volvimento do processo patológico, ocorrerão microle-
sões nesse tendão, que evoluirão para a presença de dor
(epicondilite).
Tendo em vista a alta variedade de doenças envolvidas Esses quadros são desenvolvidos no decorrer de longos
no complexo LER/DORT, diversas são suas causas. No en- períodos e, depois de instaurados, são de lenta recupe-
tanto, alguns fatores estão frequentemente presentes. ração e difícil tratamento, podendo levar a incapacidades
funcionais. Assim sendo, é fundamental a prevenção dos
A manutenção da posição sentada por longos períodos, fatores que podem levar ao aparecimento das indeseja-
principalmente em posturas inadequadas da coluna e dos das LER/DORTs.
membros superiores, e/ou a realização de movimentos
repetitivos podem levar a musculatura envolvida à fadiga
muscular.
10 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 11
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
COMO PREVENIR? ORGANIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
Algumas medidas de prevenção, apesar de E MOBILIÁRIOS
serem facilmente praticadas, são menos-
prezadas pelo trabalhador que, muitas ve- Diversas são as consequências de se trabalhar em esta-
zes, preocupa-se com sua saúde somente ções de trabalho ergonomicamente incorretas e desor-
após o aparecimento dos sintomas. Ações ganizadas, assumindo-se maus hábitos posturais. Isso
simples, de rápida execução, podem evitar lon- pode levar a adoecimentos físicos e mentais, além de di-
gos períodos de desconforto e dor. minuir a concentração e a produtividade.
Além disso, alguns trabalhadores não Algumas simples medidas podem contribuir significati-
acreditam nos benefícios que algumas vamente nesses aspectos. Comece sempre pelos ajustes
medidas, como a ginástica laboral, po- em sua cadeira de trabalho. A partir daí, melhore a orga-
dem trazer. Apesar da literatura cientí-
fica já ter comprovado a eficácia da nização dos demais equipamentos e mobiliários.
realização regular dessa prática, a
desinformação, o preconceito ou mesmo a preguiça im- Cadeira:
pedem alguns trabalhadores de conquistarem esses be-
nefícios. Para ajustar a cadeira, utilize a alavanca localizada à direi-
ta, logo abaixo do assento. Elevando-se a alavanca, você
Esta cartilha irá oferecer algumas informa- poderá aumentar ou diminuir a altura do assento. Ao pu-
ções básicas de prevenção, baseadas nos xá-la lateralmente, ajustará a inclinação de seu encosto.
seguintes aspectos: melhorias na organiza-
ção de equipamentos e mobiliários; reali- Obs.: Os exemplos a seguir ilustram as formas erradas da
zação de pausas regulares; exercícios altura da cadeira.
de ginástica laboral; importância do
fortalecimento muscular; e práticas regulares de ativida-
des físicas.
12 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 13
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
Cadeira Baixa Cadeira Alta Esse apoio fornece melhor estabilidade para os membros
inferiores e coluna lombar, além de evitar que as pernas
permaneçam penduradas e que haja compressão na re-
gião posterior dos joelhos, prejudicando a circulação san-
guínea.
14 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 15
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
A inclinação da cadeira deve ser ajustada de forma que Mesa:
o encosto permaneça levemente inclinado para trás, em As mesas geralmente não possuem regulagem de altu-
uma angulação de cerca de 90º a 110º. Coloque inicialmen- ra. Esse ajuste é realizado com a correção da altura da
te na posição de 90º e incline lentamente para trás, até cadeira e, para alguns casos, apoio para os pés. A região
encontrar uma posição de melhor conforto. abaixo das mesas deve ficar livre (sem fios, cabos, CPUs),
para que se possam movimentar os pés livremente.
Algumas cadeiras possuem apoio de braços com regu-
lagem lateral e de altura. Ajuste inicialmente para que o Monitor:
apoio permaneça o mais próximo possível de seu corpo. O monitor deve estar centralizado à visão do usuário.
Depois regule a altura de forma que seu cotovelo forme Caso esteja deslocado para um dos lados, mesmo que
um ângulo de 90 graus, com o antebraço apoiado. levemente, obrigará o trabalhador a realizar frequentes
rotações de cabeça, muitas vezes imperceptíveis, que
poderão trazer sérios problemas em médio/longo prazo.
16 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 17
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
Mantenha a tela distante de 50 a 70 cm da sua visão. Ao utilizar o teclado, evite colocar o punho em posição de
extensão ou flexão. Mantenha-o em posição neutra, tal
como na figura ao lado.
Teclado:
O teclado deve estar centralizado com o monitor. Caso
digite textos na maior parte do tempo, você deve cen-
tralizar o teclado com base na letra H. Caso utilize com
maior frequência o teclado numérico, ajuste-o para a sua
mão dominante. Uma alternativa é a utilização de um mi-
niteclado numérico separado.
18 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 19
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
Mouse:
Durante a utilização do mouse, deve-se evitar a manuten-
ção do punho em extensão, flexão ou desvios laterais.
Além disso, mantenha o cotovelo sempre apoiado.
Digitação:
A Norma Regulamentadora Nº 17, do Ministério do Traba-
lho, estabelece a realização de uma pausa de 10 minutos
a cada 50 minutos de digitação, para quem trabalha com
entrada de dados; coloca, também, um máximo de 8.000
toques no teclado por hora de digitação.
20 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 21
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
A região ao redor deve estar livre para que o movimen-
to não precise adaptar-se ao espaço. Posicione o mouse Muitos trabalhadores permanecem com a mão nessa po-
dentro do espaço da largura do ombro. Além desse es- sição mesmo enquanto leem textos ou realizam outras
paço, a musculatura chegará mais rapidamente à fadiga. atividades em frente ao computador. Assim que terminar
de utilizar o mouse, volte o braço para uma posição neu-
tra, de preferência utilizando o apoio de braços da cadei-
ra.
22 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 23
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
Organização: Assim, organize sua mesa para que esses equipamentos
fiquem ao seu alcance. Aqueles de uso esporádico de-
vem permanecer mais distantes. A impressora é um bom
exemplo de equipamento que geralmente não precisa
estar sobre a mesa de trabalho, liberando espaço para a
organização dos demais instrumentos.
Postura:
Uma boa organização da mesa de trabalho, com espaços
livres para movimentar os braços e operar o mouse, sem A tendência natural do ser humano é movimentar-se. Nin-
fios e cabos embaixo da mesa, e com bom posicionamen- guém consegue permanecer completamente parado por
to dos equipamentos, é essencial não só para a preven- muito tempo. Normalmente, estejamos sentados ou em
ção de doenças ocupacionais, como também para a mo- pé, estamos constantemente mudando de posição.
tivação e satisfação do profissional com o seu ambiente
de trabalho. Assim, é perfeitamente normal que o trabalhador assuma
diversas posturas durante sua jornada de trabalho. O ideal
Aqueles objetos de uso frequente devem ser posiciona- é que o trabalhador que tenha que permanecer sentado
dos bem próximos, ao alcance das mãos, de forma que em sua jornada de trabalho evite manter-se em posições
não necessitem de movimentos da coluna vertebral para inadequadas. Além disso, que realize pausas e levante-se
serem alcançados. A repetição de movimentos forçados periodicamente; ajuste seus equipamentos e mobiliários
para atender um telefone, por exemplo, pode ser muito da melhor forma possível; e realize alongamentos (ginás-
prejudicial. tica laboral) para diminuir a tensão gerada pelas posturas
e pelo estresse.
24 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 25
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
REALIZE PAUSAS REGULARES
26 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 27
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
Nossos músculos necessitam de períodos de recupera- POR QUE REALIZAR A
ção. Quando realizamos um exercício de musculação, por
exemplo, precisamos de um breve repouso entre uma sé- GINÁSTICA LABORAL?
rie e outra. É nesse momento que os músculos retomam
sua capacidade.
A recomendação atual é que realizemos breves pausas Estudos científicos têm mostrado que a prática da ginás-
de 1 a 2 minutos a cada 17 minutos de intensa utilização tica laboral reduz consideravelmente o absenteísmo em
do terminal. É considerada intensa utilização quando, a diversas empresas, públicas e privadas. Os exercícios são
cada minuto, permanecemos mais de 40 segundos em realizados de duas a três vezes por semana, com duração
atividade. Essas micropausas são independentes daque- máxima de quinze minutos. Podem incluir alongamentos,
las utilizadas para alimentação, necessidades fisiológicas atividades de massagem e relaxamento ou práticas de
e outras. fortalecimento muscular.
28 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 29
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
Como explicado anteriormente, a manutenção da posi- Embora o servidor tenha que abandonar suas atividades
ção sentada por longos períodos, associada a atividades por esse breve período de tempo, são obtidos ganhos no
de digitação, predispõem à fadiga de músculos da região rendimento profissional com a prática regular dos exer-
cervical, ombros, cotovelos, punhos e mãos, além da re- cícios. Além disso, pode-se evitar a perda de períodos
gião baixa da coluna, frequentemente acometida nesses maiores de atuação profissional, pela presença de dores
trabalhadores. A prática da “laboral” permite uma recu- ou estresse.
peração desses músculos, prevenindo a sobrecarga e o
consequente acometimento musculoesquelético.
30 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 31
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
São os músculos, por exemplo, que fornecem estabilidade
IMPORTÂNCIA DO para o funcionamento normal de nossas articulações. Estas
são estruturas feitas para realizar movimentos durante
FORTALECIMENTO MUSCULAR uma vida inteira. Caso as articulações não possuam
estabilidade - ou seja, caso não haja a contração muscular
necessária - o desgaste das estruturas envolvidas será
Nos últimos anos, tem havido uma distorção da real muito maior.
importância de se realizar um programa de fortalecimento
muscular. A atual cultura da busca por padrões de beleza Outro benefício significativo é a melhoria de nossa
tem correlacionado o fortalecimento unicamente aos capacidade funcional. Quanto mais força muscular nós
ganhos estéticos que os exercícios proporcionam. tivermos, melhor nossa capacidade para carregar pesos,
Todavia, essas atividades geram benefícios muito mais andar, correr, subir escadas, praticar esportes e realizar
significativos. atividades recreativas.
32 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 33
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
Aos mais jovens, isso pode parecer um ganho não muito
expressivo. No entanto, com o passar dos anos, as pes- Diversas são as formas de fortalecimento: academia, Pila-
soas deixam de realizar atividades que geram importan- tes, treinamento funcional, Crossfit, exercícios com pesos
tes ganhos para a saúde física e mental. O fortalecimento livres em casa ou ao ar livre, entre muitas outras opções.
muscular prolonga a capacidade funcional das atividades É só escolher a opção de que mais goste, estar disposto a
do dia-a-dia, da prática de esportes, das atividades de la- passar por uma curta fase de adaptação à nova atividade
zer, e pode prolongar a capacidade produtiva de muitos e obter todos os benefícios que o fortalecimento pode
trabalhadores. proporcionar.
34 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 35
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
PRATIQUE ATIVIDADES FÍSICAS Uma pesquisa publicada na conceituada revista inglesa
“The Lancet” estima que um terço dos adultos não tem
REGULARMENTE praticado atividade física suficiente, sendo isso responsá-
vel por 5,3 milhões de mortes, por ano, em todo o mundo.
O tabagismo, por outro lado, leva cinco milhões de vidas.
36 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 37
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), Atividades moderadas são aquelas em que o batimento
mais de 70% da população mundial não pratica nenhum cardíaco aumenta de forma que a pessoa não consiga
tipo de atividade física. No Brasil, 60% da população é ina- cantar por falta de fôlego, mas que consiga conversar
tiva e o sedentarismo é a causa de 8,2% dos casos de do- dando leves pausas. Qualquer exercício que se encaixe
enças cardíacas, 10,1% dos casos de diabetes tipo II, 13,4% nesse perfil é válido, seja nadar, pedalar, caminhar, cor-
dos casos de câncer de mama e 14,6% dos casos de câncer rer, subir escadas ou qualquer outra atividade.
de cólon.
Somos os maiores responsáveis por nossa saúde. Aban-
done o sedentarismo e escolha um estilo de vida saudá-
vel!
38 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 39
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
Consultoria Ergonômica A Consultoria Ergonômica inclui:
* Avaliação fisioterapêutica*;
Pró-Saúde *
Formas de tratamento mais adequadas para o
caso clínico;
40 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 41
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
Referências VERONESI JUNIOR, J. R. Fisioterapia do trabalho: cuidan-
do da saúde funcional do trabalhador. São Paulo: Andre-
ASTRAND, P. O. et al. Tratado de Fisiologia do Trabalho: oli, 2008.
bases fisiológicas do exercício. 4. ed. Porto Alegre: Art-
med, 2006. ZILLI, C. M. Manual de cinesioterapia / ginástica laboral:
uma tarefa interdisciplinar com ação multiprofissional.
COUTO, H. de A. Como implantar ergonomia na empre- São Paulo: Lovise, 2002.
sa: a prática dos comitês de Ergonomia. Belo Horizonte:
Ergo, 2002.
42 Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR 43
Cartilha - Orientações Ergonômicas Cartilha - Orientações Ergonômicas
Secretaria de
Gestão de Pessoas