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Direito Financeiro

14/03 Prova 30 pontos “A municipalidade: entre autonomia, dependência de recursos e conflito: uma
análise com base na desoneração do IPI.” Para a prova o artigo do Alex.

1. Introdução: O direito financeiro vai trabalhar a atividade financeira do estado, hoje


percebemos que os direitos custam dinheiro, para realizar as atividades do estado, você
precisa de recursos para tanto, o direito financeiro vem para trabalhar essa atividade de
arrecadação, gasto, planejamento do estado.
1.1. Necessidades públicas: o estado vai se preocupar em realizar as atividades públicas
através dos recursos que ele mesmo busca recolher, ex. direito tributário cuida mais da
forma de obtenção de receita através dos tributados.
1.2. Atividades do Estado:
a. Intervenção no domínio econômico:
b. Atividade de fomento
c. Criação e manutenção dos entes da administração indireta para a consecução
de finalidade de especifica
d. Exercício do poder de policia
e. Emissão de guarda e registro de documentos relevantes
f. Sua atividade instrumental ou ‘’custo burocrático’’
g. Prestação de serviços públicos
h.
Direito Financeiro x Direito Tributário x Direito Bancário
1. Conceito:
a. Kiyoshi Harada: o direito financeiro é o ramo do direito público, sendo autônomo, que
estuda, a atividade financeira do estado, sob o ponto de vista jurídico.
b. Regis Fernandes de Oliveira: ele diz que o ramo financeiro é a disciplina jurídica da
atividade financeira do estado.
c. Fim primeiro/secundário: o fim primário do direito financeiro é proporcionar aos
cidadãos uma vida digna, com o mínimo de saúde, educação, segurança e etc, ou seja,
realizar os direitos fundamentais. Para alcançar o fim primário temos a finalidade
secundaria que é garantir os recursos necessários para sua realização.
d. Definição mais completa: conjunto de princípios e regras, que disciplinam a arrecadação
das receitas tributarias e não tributarias, as despesas, o orçamento, a dívida pública, a
gestão financeira e a responsabilidade fiscal.
2. Objeto: a atividade financeira do Estado
a. Conceito: segundo Regis Fernandes é a ação do estado na obtenção de receitas, em sua
gestão e nos gastos para desenvolvimento de suas funções.
b. Características fundamentais
a. pessoa jurídica de direito publico realizando a atividade
b. conteúdo econômico, os recursos têm que ser de natureza econômica

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c. conteúdo monetário, envolve dinheiro
d. instrumentalidade, simultaneamente com as atividades políticas, sociais,
econômicas, administrativas, educacionais, policiais etc, que constituem a sua
finalidade própria o estado exerce uma atividade financeira, visando a obtenção,
a administração e o emprego de meios patrimoniais que lhe possibilitem o
desempenho daquelas outras atividades que se referem a realização de seus fins.
(a instrumentalidade é a principal característica)
e. Outras Funções
Receita/Divida -> U,E,M (federalismo) -> Orçamento -> Despesa

Fiscalização

Receitas: são recursos obtidos pelo estado pra execução de suas atividades, tendo mecanismos
tributários e não tributários para arrecadar

Federalismo:

Orçamento: é o mecanismo de alocação e controle dos recursos públicos.

Despesa: é o efetivo gasto dos recursos no curso da atuação estatal

Fiscalização:

Obs. Todos os princípios necessários na Administração Pública, também entram aqui.

3. Revisitando Conceitos

Atividade Financeira do Estado

Obtencao de
Obtencao de Dispendio dos
Gerencia de Recursos recursos
Recursos Recuros
emprestados

Receita Orçamento Despesas Credito


Publica publico publiacs publico

4. Panorama Constitucional e legal do Direito Financeiro


a. CF/88 art. 24, I, 70 a 75, 163 a 169
b. Lei 4320/64 -> Lei Orçamentária
c. Lei de Responsabilidade Fiscal: LC 101/2000
5. Princípios do Direito Financeiro
a. Princípio da Legalidade: ele vai impor a previsão anterior legalmente no que toca a
atividade financeira do estado.

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- Algumas Situações: art. 167, II, III, VI, VI e VIII, art. 167, §3
b. Princípio da Economicidade art. 70 CF:
c. Principio da Transparência art. 48 e 49, LC 101/200:
d. Princípio da Publicidade: divulgação de todos os elementos relacionados a elaboração de
orçamentos públicos. Deve-se dar publicidade quando se trata de despesas, credito
público, orçamento público e receita pública.
e. Princípio da Responsabilidade Fiscal: assegura que o gasto publico seja realizado dentro
de certos limites e de acordo com regras estritas que se descumpridas acarretam
sanção para os entes públicos.
6. Pacto Federativo Fiscal
6.1. Introdução: Pacto traz a ideia de que fazemos parte de uma federação que estão unidos
de maneira harmônica auxiliarem uns aos outros na realização das finalidades essenciais,
há uma ideia de cooperação, aliança, entre esses entes. O pacto implica em estudar as
fontes de receita.
6.1.1. Justiça Fiscal, Democracia e Desigualdade
6.2. Conceito: é o conjunto de providencias constitucionais, legais e administrativas,
orientadas, o financiamento dos diversos entes federados, seus órgãos, serviços e
políticas públicas, tendentes a satisfação das necessidades publicas nas respectivas
esferas de competência. Art. 145 a 162
6.3. Objetivos:
a. Necessidade de uma arrecadação tributaria que atende as crescentes pressões
por gastos e pelo controle do déficit.
b. Manutenção da autonomia de gastos dos recursos provenientes de um
diversificado esquema de transferências sobretudo para regiões mais pobres e
municípios do interior.
c. Profunda redistribuição regional dos recursos que de certa forma busca
compensar a concentração econômica no centro sul
6.4. Federalismo, subsidiariedade e descentralização.

Obs. O federalismo é um arranjo politico que busca realizar a ideia de unidade na multiplicidade.
Subsidiariedade esta ligada a própria ideia do federalismo, porque Baracho diz que no Estado
Federal o ente maior so é chamado se a entidade menor não for capaz, prioridade do local sob
o global. Ocorre a descentralização do poder entre os entes federados já que o poder é
distribuído e compartilhado entre eles haja vista o pano de fundão de união que os congrega

6.4.1. CF/88 e autonomia dos entes federados


• Art. 1 e 18 CF/88 vai dizer que o nosso Estado é a República Federativa do
Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados, municípios e DF. A
organização política administrativa do Brasil compreende estes entes.
• Pano de fundo de aliança e união, inexistência de hierarquia, logica
cooperativa, freios recíprocos

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• Tríplice aspecto:
a. Política: autonomia política significa que os entes federados podem
legislar sobre as matérias de sua competência, participando das
decisões da Republica Federativa, independentemente de influências
externas.
b. Administrativa e; é a possibilidade de os entes federados se
autogerirem em sua organização interna, munindo-se dos meios
necessários ao cumprimento de suas atividades.
c. Financeira: é a previsão constitucional dos entes da federação
brasileira, disporem de recursos, rendas próprias e suficientes a suas
reais necessidades para se manterem, realizando as atividades estatais
previstas primordialmente na CF, possibilitando o exercício das
autonomias politica e administrativa.
• Distribuição de compromissos em proporcionalidade a capacidade fiscal de
cada ente federativo: deveria haver essa proporcionalidade na prática,
temos competências e do lado teríamos que ter fontes de custeio receitas
que fossem compatíveis com essas competências, mas infelizmente não
temos essa proporcionalidade, sempre falta dinheiro.
6.5. Distribuição de Competência e Receitas: a CF trata propriamente de algumas formas de
distribuir essas competências.
6.5.1. Competências: essas têm o objetivo de organizar a distribuição de tarefas entre
os entes federados
a. Privativas: art. 22 fala que aquelas competências devem ser realizadas para a
União, mas a CF do espaço para que ela delegue para entes menores.
b. Comuns: no art. 23, estão competências que o exercício delas por um ente não
exclui a participação dos outros.
c. Concorrentes: art. 24 os entes vão concorrer entre si, tendo uma lógica, que
é o da predominância de interesses.
d. Mediante delegação:

Obs. art. 145 ele estabelece de maneira geral os tributos de cada ente

6.5.2. Receitas/Transferências Intergovernamentais: a democratização das estruturas


de poder traduz o compromisso do Estado a partilhar entre seus entes o poder
político e econômico produzido. Existem receitas de partilha obrigatória.
a. Formas de partilha voluntaria e obrigatória: os art. 157/159 da CF vão falar
das principais formas de partilha de receitas que são obrigatórias. A
obrigatoriedade vem da exigência legal. Já as voluntarias são aquelas
realizadas por meio de acordo, convenção, ou cooperação financeira entre as
esferas governamentais.

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b. Formas de participação direita e indireta: a direta impõe uma relação simples,
os municípios por ex. fazem jus a 25% do ICMS do Estado, é uma relação
direta, objetiva, não há intermediações, já esta claro que vai ser possível a
participação daquela fatia tributária em tal porcentagem, já a indireta implica
uma relação complexa, são formados fundos aos quais são alocadas parcelas
de receitas de dados impostos, depois são rateados entre os participes,
beneficiários, segundo critérios legais preestabelecidos.
c. Fundos de participação/compensação: eles representam essa forma de
partilha na modalidade indireta, ex. temos o fundo de participação dos
municípios, onde vão receber recursos de acordo com alguns critérios, estes
tem como objetivo proporcionar um equilíbrio na distribuição dos recursos da
União aos entes federados, sendo estes extremamente fundamentais para as
finanças art. 159, I, “a, b e c“. Os de compensação estão dispostos no art. 159
II e 160 da CF, no caso do IPI é marcado pela extrafiscalidade e as vezes a
União acaba desonerando alguns setores da incidência do IPI então a receita
de arrecadação vai diminuir e consequentemente a participação daquele ente
no produto da arrecadação também vai diminuir, nisso são criados os fundos
de compensação que tem objetivo de manter alguns recursos mínimos para
que esses entes não sejam prejudicados nesse tipo de situação.
6.5.3. Problemas e Debates sobre o Pacto Federativo Fiscal: temos a obrigatoriedade de
dessa distribuição dos recursos entre os entes, isso seja salutar para o próprio
equilíbrio do sistema financeiro, alguns entes se sentem acomodados nessa situação,
não instituindo tributos próprios, pois sabe que estes serão transferidos. Acaba
criando uma dependência de recursos governamentais e com isso entra a
manipulação, de ter que fazer a intermediação política, conluios eleitoreiros para
receber de maneira mais favorável esses recursos. No final das contas há o outro
lado da moeda, que é a dependência ficam desse repasse, comodismo fiscal. Com isso
entra a ideia da renuncia fiscal, a LRF em seu art. 11 prevê com preocupação em
evitar renúncia fiscal a obrigatoriedade de instituir e arrecadarem todos os
tributos da sua competência constitucional sob pena de ficar impedido de receber
transferências voluntarias. Essa lei, visa responsabilidade na gestão fiscal, a fim de
que os gestores possam realizar seus atos de maneira consistente com os recursos
públicos disponíveis.

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