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CAPÍTULO 1.

A TERRA E A SUA
ATMOSFERA

Analisa a composição da atmosfera, bem como os


processos naturais de introdução e remoção dos constituintes da atmosfera.
Aborda a estrutura vertical da atmosfera, bem como as classificações
da atmosfera
em função da temperatura, da sua composição e em função da ionização.
Caracteriza em termos de propriedades electromagnéticas a alta atmosfera.
Estabelece a diferença entre Tempo e Clima. Analisa o Sistema climático
e os seus constituintes em termos das suas propriedades físicas.
Avalia ainda o papel dos satélites na previsão do tempo.
ÍNDICE

1. Introdução 7
2. Composição da atmosfera 7
3. Estrutura vertical da atmosfera 9
3.1 Classificação da atmosfera em função da temperatura 10
3.2 Classificação da atmosfera em função da ionização 12
3.3 Classificação da atmosfera em função da composição da atmosfera 12
4. Sistema climático global 12
4.1 Tempo e clima 12
4.2 Os satélites e o tempo 13
Física Química Atmosfera e Hidrologia Cap 1 – A terra e a sua atmosfera

O CO2 distribui-se quase uniformemente por


• Introdução de oxigénio toda a baixa atmosfera (± 315 p.p.m.), apresentando,
• fotossíntese variações sazonais apreciáveis (latitudes elevadas).

Introdução de dióxido de carbono


A concentração em vapor de água (H20) varia • decomposição das plantas
bastante no espaço e no tempo: • erupções vulcânicas
• lugares tropicais quentes e húmidos: quase 4% • respiração dos animais
do volume total • queima de combustíveis fósseis
• frias zonas articas: pouco maior que 0%.
Remoção de dióxido de carbono
À superfície, a água pode existir nos três • fotossíntese
estados: sólido, líquido e gasoso (Figura).

O vapor de água é um gás extremamente


importante:
• devido à precipitação
• à libertação de calor latente quando há
passagem do estado de vapor ao estado líquido
ou sólido.

Medições de CO2em ppm, em Mauna


Loa, Hawai.Picos no Inverno (decompo-
sição das plantas)
Aumento de 15%desde 1958.

Reservatórios de CO2
• Oceanos (fictoplanton)
O calor latente®fonte de energia para as Razões para o aumento de concentração de
tempestades e tornados. CO2
• queima de combustíveis fósseis
O vapor de água ® gás absorvente da radiação • desflorestação (corte e decomposição)
emitida pela terra (causador do efeito de estufa) ®
desempenha um importante papel no balanço energético
terrestre.
Antes da Revolução Industrial: 280 ppm
(estável)
O H2O (± 3% da massa da atmosfera) com a
concentração máxima junto à superfície do globo, Desde 1880: aumento de 25%
diminui rapidamente com a altitude (quase inexistente a Final do séc. XXI: ± 500 ppp (aumento 1.5ppm/ano)
10 ou 12 km de altitude). CO2®gás absorvente da radiação emitida ®
O H2O é lançado na atmosfera através da efeito de estufa
evaporação da água ou da transpiração das plantas. À Com o aumento previsto de CO2 + outros
medida que é libertado dispersa-se por difusão e por gases ®aquecimento global de 1ºC - 3.5 ºC em 2100
mistura turbulenta, sendo depois transportado pela (modelos matemáticos).
circulação geral da atmosfera
O dióxido de carbono (CO2) ® 0.036%do
volume de ar (pequena, mas muito importante)

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Outros gases com efeito de estufa: Introdução de Clorofluorcarbonetos


• metano (CH4) • origem exclusivamente industrial
• óxido nitroso (N2O) Destruição de Óxido Nitroso (gás hilariante)
• clorofluorcarbonetos (CFC’s) • fotólise (na estratosfera)
• óxido de azoto
• dióxido de enxofre ÓXIDO DE AZOTO
• ozono Introdução de óxido de azoto
Dão origem à formação de ozono troposférico, às
chuvas ácidas (quando se transforma em ácido nitroso
e nítrico).
• queima de biomassa e de incêndios florestais
• adubos agrícolas

DIÓXIDO DE ENXOFRE
Um dos principais formadores da precipitação ácida.
Introdução de dióxido de enxofre
• fusão dos minérios
• combustíveis fósseis
OZONO
Fontes de natureza indirecta; forte
absorvente na banda do infravermelho térmico;
forma o “smog fotoquímico”.
O O3 (concentrado principalmente entre os
20 e os 40 km), é importante na distribuição da
radiação solar à superfície do globo, devido á
absorção selectiva da radiação ultra-violeta, que é,
desta forma, filtrada nas camadas elevadas da
atmosfera, não atingindo a superfície.

Introdução de ozono
• metano, dióxido de carbono, óxido de azoto,
METANO CFC’s
Depende do clima; aumento de 1.0%/ano, (porque?)
Introdução de Metano Os gases não permanentes da atmosfera, tais
• minas de carvão como, o O3, H2O e CO2, são os que apresentam
• terras alagadas (gás dos pântanos) maiores variações com a altitude e latitude e
• actividade das térmitas maiores flutuações no decurso do tempo.
• processo digestivo dos ruminantes Os componentes N2, O2, Ar e CO2 constituem
• aumento do consumo de energia (combustíveis 99.98%, em volume de toda a atmosfera.
fósseis)

ÓXIDO NITROSO
Aumento de 0.25%/ano, longo tempo de residência
Introdução de Óxido Nitroso
• aplicação dos fertilizantes azotados
• actividade de bactérias e micróbios no solo e
na água
• queima de biomassa e de combustíveis fósseis
Destruição de Óxido Nitroso (gás hilariante)
• radiação ultravioleta Componentes da baixa atmosferaOxigénio e Azoto
• constituem aproximadamente 99%, com outros gases
CLOROFLUORCARBONETOS principalmente Argon e dióxido de carbono, acumulam o
Contribuem para a destruição da camada de ozono restante 1%
estratosférico; tempo de residência longo; necessária
redução 60-80%

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As concentrações destes gases mantêm-se


praticamente constantes até aos 80 km, formando uma
mistura uniforme invariante.

Há partículas suspensas na atmosfera,


constituídas por Cloreto de Sódio (NaCl), poeiras,
fumos e matéria orgânica, (origem natural ou humana).
Estas constituem uma suspensão coloidal da atmosfera
– aerossol (fase dispersa = partículas e fase
dispersante ar).

Introdução de aerossóis:
• erupções vulcânicas
• tempestades de poeiras
• rebentação das ondas dos oceanos,
• práticas agrícolas,
• poluição, etc. Quando se sobe uma elevação, menos moléculas ficam acima:
A pressão diminui com a altitude, acontecendo o mesmo coma
densidade.
As partículas de maiores dimensões (maior
tempo de residência na atmosfera) vão-se depositando
lentamente ou são arrastadas pela precipitação. As que
penetram na estratosfera, têm tempos de residência
de 1 a 3 anos.
A contribuição da actividade humana para o
aerossol, (principalmente sulfatos e partículas
arrancadas ao solo) é de cerca de 30% da
concentração total e prevê-se que essa contribuição
possa vir a duplicar no ano 2000.
A maior parte dos aerossóis de origem humana
são nocivos: poluentes (e.g. dióxido de azoto, monóxido
de carbono, dióxido de carbono, hidrocarbonetos).
A queima de combustíveis com enxofre, introduz
dióxido de enxofre na atmosfera, o que em atmosferas
húmidas pode originar chuva ácida.

3. ESTRUTURA VERTICAL da ATMOSFERA A pressão


atmosférica
decresce
A maior parte da atmosfera está próximo da rapidamente com a
superfície do globo ® gravidade. altitude. Subindo
uma elevação de 5,5
P=mxg
km, onde a pressão é
Densidade = massa / Volume
500 mb, cerca de
A densidade do ar junto à superfície do mar é metade das
1.2 kg/m3 moléculas da
atmosfera ficam por baixo.
Pressão = força / área
A atmosfera pode ser dividida em várias
Unidades de pressão: mb (bar) camadas. A classificação pode ser em função da
hPa (Pascal – SI) variação em altitude de:
A pressão atmosférica é 1013.25 mb = 1013.25 hPa • Temperatura
• Gases
• Propriedades eléctricas

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A distribuição vertical da temperatura do ar e da humidade


3.1 CLASSIFICAÇÃO DA ATMOSFERA EM na atmosfera até cerca de 30 000 m de altitude pode ser
FUNÇÃO DA TEMPERATURA Medida recorrendo a um instrumento denominado radiossonda
Em algumas situações pode-se obter também valores de
ventos. Depois de desenhado o gráfico da distribuição
vertical chama-se sondagem. Em alguns lugares, são feitas
Os perfis verticais de temperatura são mais duas vezes por dia, às 00 e 12 UTC.
complicados.
Troposfera: região da atmosfera a partir da
Gradiente vertical de temperatura: taxa a que a superfície do globo em que a temperatura decresce
temperatura decresce com a altitude (na baixa com a altitude. O gradiente de decréscimo é 6.5º/km,
atmosfera = 6.5ºC/1000m) mas as inversões de temperatura são frequentes.
A troposfera, onde ocorrem os fenómenos
Inversão de temperatura: quando a temperatura do meteorológicos mais comuns, está em equilíbrio
ar aumenta com a altitude. convectivo com a superfície aquecida pela radiação
O gradiente vertical de temperatura varia diária e solar.
sazonalmente. Na troposfera (6 a 18 km; + alta e + fria no
Equador), ocorrem ventos fortes, por vezes
concentradas nas “correntes de jacto”, turbulência em
ar limpo, nuvens do tipo Cirrus (+ altas)

Estratosfera: é a região imediatamente acima da


troposfera; a temperatura cresce menos rapidamente
com a altitude, podendo, por vezes, manter-se quase
constante. É caracterizada por forte estabilidade e o
movimento é predominantemente laminar. A sua
altitude nas latitudes médias é ±25 km (+ espessa
sobre as regiões polares e - espessa ou inexistente
sobre o Equador.

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Mesosfera: é a região imediatamente acima da Exosfera: é a região em que a fuga molecular para o
estratosfera; a temperatura começa a aumentar até espaço exterior é apreciável. A base da exosfera (nível
um máximo (entre 0 ºC e 30 ºC), situado a cerca de 50 crítico) deverá estar situada a uma altitude superior a
km, baixando seguidamente até ao mínimo absoluto 300 km, possivelmente da ordem dos 1000 km. As
(entre -80 ºC e -110 ºC), a que corresponde a espécies químicas leves podem escapar-se para o
mesopausa, situada entre 70 e 85 km de altitude. A espaço em altitudes inferiores às da fuga das
mesosfera é uma região relativamente quente entre partículas + pesadas. O campo magnético da Terra
duas regiões + frias (desaparecem os meteóros). impede a fuga das partículas electrizadas. A região
acima de 110 km, incluindo a exosfera é designada por
Termosfera: é a região imediatamente acima da espaço exterior ou por espaço extraterrestre.
mesosfera, a temperatura sobe a partir do mínimo na
mesopausa e atinge valores da ordem dos 1500 ºC; as A maior parte da radiação solar é absorvida
condições físicas são completamente diferentes das pela superfície da Terra e, assim, a troposfera é
regiões inferiores. È a região de ocorrência das aquecida por baixo. A fonte de calor da estratosfera
auroras polares. situa-se nos níveis superiores, onde o O3 absorve a
radiação ultravioleta.

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3.2 CLASSIFICAÇÃO DA ATMOSFERA EM


FUNÇÃO DA IONIZAÇÃO:

Ionosfera: é um conjunto de regiões, cuja ionização é


suficientemente grande para afectar a propagação das
ondas radio-eléctricas. A região D, (a + baixa) está
situada a cerca de 80 km de altitude. Forma-se
durante o dia e desaparece durante a noite, podendo a
base da ionosfera subir até aos 100 km.

4. SISTEMA CLIMÁTICO GLOBAL


4.1 TEMPO e CLIMA

Durante Tempo: conjunto das condições meteorológicas, num


o dia a região F reflecte fortemente as ondas radio- dado instante (temperatura, precipitação, ventos,
eléctricas enviando-as a grandes distâncias. Durante o nebulosidade) e O seu desenvolvimento no dia a dia,
dia, a região D absorve fortemente as ondas. num dado local. Elementos do tempo são:
• Temperatura do ar
Magnetosfera: è a região acima de 500 km, em que os • Pressão do ar
movimentos das partículas electrizadas são • Humidade
fortemente condicionados pelo campo magnético • Nuvens
terrestre. È nesta região que se formam as auroras • Precipitação
boreais e austrais, que se dá devido à injecção de • Visibilidade
partículas de altas energia. • Vento

Meteorologia: consiste no estudo fenómenos


3.3 CLASSIFICAÇÃO DA ATMOSFERA EM atmosféricos.
FUNÇÃO DA COMPOSIÇÂO da ATMOSFERA:
Clima: regime médio das condições meteorológicas
Homosfera: é a região em que as concentrações dos (relativamente a períodos relativamente grande: ±30
gases se mantêm praticamente constantes até aos 80 anos)
km, formando uma mistura uniforme invariante. O estudo do clima tem por base o Sistema
Climático.
Heterosfera: é a região imediatamente acima, onde as O Sistema Climático é um sistema composto,
concentrações, principalmente dos gases mais leves, aberto e não isolado, constituído por vários
variam de forma substancial. subsistemas limitados por partições permeáveis e
diatérmicas.
O Sistema Climático é constituído por 5 subsistemas:
1. Atmosfera
2. Hidrosfera
3. Criosfera
4. Litosfera
5. Biosfera

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Propriedades que caracterizam o Sistema Climático:


• Natureza termodinâmica
Temperatura da atmosfera, dos oceanos, do gelo e da
1. superfície dos continentes.
Composição da atmosfera, salinidade dos oceanos,
Atmosfera: compreende o invólucro gasoso do globo e Fronteiras geométricas e as constantes físicas do
é o subsistema com maior variabilidade sistema, a pressão e a densidade do ar e dos oceanos
(tempo de resposta: ± 1 mês) Transições de fase da substância água, humidade do
2. Hidrosfera: compreende ar, nuvens, massas de gelo, lagoas, …
Toda a água líquida distribuída sobre a superfície do
globo (oceanos, mares interiores, lagoas, rios e água • Natureza Mecânica
subterrânea). Vento, velocidade das correntes oceânicas e dos
3. Criosfera: compreende as grandes massas movimentos das massas de gelo e as forças que as
de gelos e depósitos de neve, que incluem as camadas produzem, etc.
de gelo e neve continentais, os glaciares, o gelo dos
oceanos, dos lagos e dos rios.
4. Litosfera: constituída pelas grandes massas 4.2 OS SATÉLITES e o TEMPO
de terra da superfície do globo que inclui as
montanhas, as formações rochosas e o fundo dos Uma boa visão do tempo pode ser obtida
oceanos e é o subsistema com maior tempo de recorrendo a imagens de satélites meteorológicos.
resposta.
5. Biosfera: a parte fundamental é a biomassa,
que inclui a cobertura vegetal e a forma da superfície
do globo, incluindo o homem, a fauna e a flora dos
oceanos. Os elementos biológicos são muito sensíveis
ao clima e podem também influenciá-lo através do ciclo
hidrológico, do ciclo do carbono e da fotossíntese.

S=A UO U L U C U B

A Atmosfera é o componente central do


Sistema Climático de maior mobilidade e de maior
variabilidade, com um tempo de ajustamento muito
curto.

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