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U E N F

Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeir o

Laboratório de Materiais Avançados – LAMAV MAV 1709

Setor de Materiais e Meio Ambiente – SEMMA Mecânica da

Oficina de Ensaios Mecânicos e Metrologia - OEMM Fratura

Lista de Exercícios #2
1) Um corpo de prova tipo C(T) foi usado para se determinar as propriedades de fratura de
material metálico (aço). As dimensões e propriedades medidas deste material antes do
teste, são como abaixo descritos. A planilha em anexo contém os dados medidos durante o
teste. Para facilidade na resolução desta lista, alguns valores já foram numericamente
determinados (a compliance já está corrigida para a presença do entalhe lateral).

W = 50.00 mm, B = 25.00 mm, BN = 20.00 mm, a0 = 28.00 mm, a0P = 33.05 mm, E = 200
GPa, v = 0.3, σesc = 450 MPa, σult = 550 MPa, Pin = 40 mm, gage = 5 mm.

Determine: JIC e KJIC e compare com valores de literatura.

2) Seja um polímero tipo Plexiglass (PMMA) com σesc = 62 MPa e KIC = 1.5 MPa√m. Estime as
dimensões mínimas requeridas pela norma ASTM E399 para a testes válidos usados na
determinação da Tenacidade à Fratura. Agora estime as novas dimensões para um ensaio
válido de JIC sabendo que σult = 80 MPa, E = 3.3 GPa e v = 0.37. Comente os resultados.

3) Uma liga de alumínio SAE 6061-T6 após testes de tração, apresentou σesc = 270 MPa, σult =
310 MPa, E = 70 GPa e v = 0.33. As dimensões dos corpos de prova são W = 30 mm, L =
135 mm, B = 15 mm. Considere os CPs como sendo idênticos. Determine JIC. Dados
Obtidos em CPs SE(B), Flexão em 3 pontos.

# CP v (mm) Força (N) a0 (mm) apl (mm) Apl (N.mm)


1 0,0000 0,00 18,12 18,12 0,00
2 0,1116 1094,13 18,03 18,17 2312,73
3 0,2087 1016,97 18,08 18,25 2502,60
4 0,3137 1349,94 18,10 18,31 2924,06
5 0,4045 1589,49 18,00 18,26 2962,88
6 0,4988 1820,26 18,05 18,37 3020,83
7 0,5931 2030,96 18,09 18,47 3176,00
9 0,6852 2216,49 18,04 18,50 3451,46
10 0,7828 2400,33 18,03 18,57 3588,98
11 0,8736 2548,11 18,05 18,69 3857,95
12 0,9648 2742,42 18,04 18,79 3972,59
13 1,0602 2863,85 18,04 18,90 4227,65
14 1,1501 3075,13 18,00 18,96 4362,45
15 1,2700 3116,84 18,05 19,08 4752,23

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RESPOSTAS DA 2ª LISTA DE MEÂNICA DA FRATURA

ANDREY ESCALA ALVES


ANNA CAROLINA CERQUEIRA NEVES
DAIANA CRISTINA ROCHA ALVES
GABRIELA DE PAULA DE SOUZA
MARCELO DE OLIVEIRA SIQUEIRA
OTÁVIO AUGUSTO SOARES DE ARAÚJO

CAMPOS DOS GOYTACAZES


JULHO – 2017



Anexos às respostas: planilhas em Excel
RESPOSTA DA QUESTÃO 1
Na Figura 1 abaixo podem ser observados os pontos J x Δa plotados, incluindo
as linhas de exclusão definidas pela norma E-1820-16. Os valores de Jmax (990
N/mm), Δamax (5,5 mm) e Jlimit (1467 N/mm) não aparecem no gráfico, porém foram
calculados. As linhas de exclusão e os valores citados anteriormente definem a região
de validade do ensaio, segundo a norma supracitada. Observar que os seguintes
requisitos são atendidos: (1) pelo menos um ponto entre as paralelas 0,15 mm e 0,2
mm; (2) pelo menos um ponto entre as paralelas 0,5 mm e 1,5 mm.

Figura 1 – Gráfico de J x Δa contendo parte dos valores do ensaio. Valores de Δa


maiores que 1,8 mm não aparecem.

A Figura 2 apresenta os pontos válidos do ensaio, conforme critérios da norma


E-1820-16, representados por losangos. A linha roxa consiste na curva de melhor
ajuste (power law regression line) para os pontos válidos. A equação da curva e seus
coeficientes estão apresentados no gráfico. A Figura 3 apresenta a regressão linear
executada sobre os pontos válidos para determinação dos coeficientes da curva.
Segundo a norma E-1820-16, a intersecção da curva ajustada com a paralela
0,2 mm determina os valores JQ e ΔaQ. Os valores encontrados pelo método de
iterações apresentado pela norma foram:
𝐽" = 84,82 𝑘𝐽/𝑚²

∆𝑎" = 0,2848 𝑚𝑚

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O requisito de haver, pelo menos, cinco pontos entre ∆amin, ∆alimit e Jlimit são
atendidos. Os valores ∆amin e ∆alimit estão representados por retas na cor laranja,
na Figura 2.

J=C1*(∆a^C2)
C1 = 123,40
C2 = 0,2982

Figura 2 – Gráfico contendo pontos válidos do ensaio e a curva ajustada para estes
pontos.

Figura 3 – Representação da regressão linear realizada sobre os pontos válidos do


ensaio.

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Por fim, o valor de JQ atende o requisito apresentado abaixo e pode ser
qualificado como JIC.
𝐽"
𝐵, 𝑏2 ≥ 10
𝜎6

25 𝑚𝑚 , 22 𝑚𝑚 ≥ 1,6964 𝑚𝑚 ∴ 𝑱𝑸 = 𝑱𝑰𝑪 = 𝟖𝟒, 𝟖𝟐 𝒌𝑱/𝒎²

Logo, pôde-se calcular KJIC.


𝑁
𝐾EFG = 4317,56 . 𝑚𝑚 = 136,53 𝑀𝑃𝑎. 𝑚
𝑚𝑚K

Para comparação de dados, a tenacidade à fratura de dois tipos de aços foram


pesquisadas:
• Aço maraging comercial e de alta pureza (ambos com 18 % p.p de níquel);
• Aço 4340 comercial e de alta pureza.
De acordo com Cox e Low, 1974 os dados para os aços citados anteriormente
são listados na Tabela 1.
Para o aço estudado nessa lista, os valores de KJIC encontrado foi de
aproximadamente 136 MPa √m. Como não sabemos de qual aço se trata, podemos
observar que o valor encontrado possui a mesma ordem de grandeza dos valores
encontrados na literatura.

Tabela 1- Propriedades mecânicas à temperatura ambiente. Cox, T.B., Low, Jr., J.R.
An Investigation of the Plastic Fracture of AISI 4340 and 18 Nickel-200 Grade
Maraging Steels. Metallurgical Transactions, Volume 5, 1974.

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RESPOSTA DA QUESTÃO 2
Segundo a norma ASTM E-399:
K K
QRS W,XYZ[ \
𝑊 − 𝑎 ≥ 2,5 = 2,5 = 1,4633. 10^_ 𝑚
TUVS ]KYZ[

𝑊 − 𝑎 ≥ 1,46𝑚𝑚
𝑊
𝑊− ≥ 1,46𝑚𝑚
2
𝑊 ≥ 2,92𝑚𝑚
𝑎, 𝐵 ≥ 1,46𝑚𝑚
Utilizando-se da norma ASTM E-1820-16:
62 + 80
𝜎𝑦 = = 71 𝑀𝑃𝑎
2
K
𝐾𝐼𝐶²( 1 − 𝑣)² 1,5𝑀𝑃𝑎 𝑚 ( 1 − 0,37)² 𝑁
𝐽FG = = = 588,45
𝐸 3300𝑀𝑃𝑎 𝑚
10𝑥5,8845. 10^j
𝐵, 𝑏𝑜 ≥ 10 𝑀𝑃𝑎. 𝑚 = 0,07355625𝑚𝑚
80𝑀𝑃𝑎
𝑎=𝐵
𝑎
≈ 0,5 → 𝑤 = 0,1471125 𝑚𝑚
𝑊
𝑎
≈ 0, 7 → 𝑤 = 0,1050803 𝑚𝑚
𝑊
𝑊 𝑊
𝑏𝑜 = 𝑊 − 𝑎𝑜 → 𝑏𝑜 = 𝑊 − → 𝑏𝑜 = → 2𝑏𝑜
2 2
𝑊 = 2 ∗ 0,07355625 → 𝑊 = 0,1471125 mm

Portanto, a norma ASTM E399 é mais conservadora que a norma ASTM E


1820-16, exigindo corpos de prova de maiores dimensões. Sob outra ótica, nota-se
que a norma ASTM E 1820-16 permite maior economia de material na produção dos
corpos de prova.

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RESPOSTA QUESTÃO 3
Na Figura 4 abaixo podem ser observados os pontos J x Δa plotados, incluindo
as linhas de exclusão definidas pela norma E-1820-16.

Figura 4 – Gráfico de J x Δa contendo os valores do ensaio.

As linhas de 0,15 mm e 1,5 mm definem a região que contém os pontos válidos.


Observar que os seguintes requisitos são atendidos: (1) pelo menos um ponto entre
as paralelas 0,15 mm e 0,2 mm; (2) pelo menos um ponto entre as paralelas 0,5 mm
e 1,5 mm.
A Figura 5 apresenta os pontos válidos do ensaio, conforme critérios da norma
E-1820-16, representados por quadrados. A linha azul consiste na curva de melhor
ajuste (power law regression line) para os pontos válidos. A equação da curva e seus
coeficientes estão apresentados no gráfico. A Figura 6 apresenta a regressão linear
executada sobre os pontos válidos para determinação dos coeficientes da curva.

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J=C1*(∆a^C2)
C1 = 52,03
C2 = 0,3476

Figura 5 – Gráfico contendo pontos válidos do ensaio e a curva ajustada para estes
pontos.

Segundo a norma E-1820-16, a intersecção da curva ajustada com a paralela


0,2 mm determina os valores JQ e ΔaQ. Os valores encontrados pelo método de
iterações apresentado pela norma foram:

𝐽" = 32,40 𝑘𝐽/𝑚²

∆𝑎" = 0,2559 𝑚𝑚

O requisito de haver, pelo menos, cinco pontos entre ∆amin e ∆alimit são
atendidos. O valor ∆amin (0,2014 mm) está representado por uma reta vertical na cor
vermelha, na Figura 5. Nesta mesma figura, ∆alimit foi omitido, mas representa o
cruzamento da curva ajustada com a linha de exclusão 1,5 mm.

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Figura 6 – Representação da regressão linear realizada sobre os pontos válidos do


ensaio.

Por fim, o valor de JQ atende o requisito apresentado abaixo e pode ser


qualificado como JIC.
𝐽"
𝐵, 𝑏2 ≥ 10
𝜎6

15 𝑚𝑚 , 11,88 𝑚𝑚 ≥ 1,1172 𝑚𝑚 ∴ 𝑱𝑸 = 𝑱𝑰𝑪 = 𝟑𝟐, 𝟒𝟎 𝒌𝑱/𝒎²

Note que cada corpo e prova possui um valor de b0, tendo sido adotado o
menor valor para o critério apresentado acima.

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